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Hortas Agroecológicas

Implantação e manejo
• Preparo e manejo do solo
• Adubação orgânica
• Espécies e cultivares
• Propagação de plantas e formação de mudas
• Adubação verde
• Rotação, sucessão e consorciação de culturas
• Cobertura morta
• Água e irrigação
• Controle de “pragas” e doenças
Escolha do Local
• Local ensolarado: De modo geral, 5 a 8 horas de luz;
• Local próximo à água: água de qualidade e em quantidade. Várias hortaliças são
consumidas cruas;
• Local bem drenado: terrenos encharcados não permitem que as raízes respirem;
• Local protegido de ventos: o vento aumenta o consumo de água pelas plantas e
pode vir a estragar folhas e frutos;
• Local cercado: evitar a presença de animais domésticos, principalmente cães e
galinhas. A horta deve ficar afastada no mínimo 5 metros de fossas, chiqueiros ou
esgotos;
• Local plano: Sem muita declividade.
Fatores Climáticos
• Temperatura
• Umidade
• Luminosidade

Influenciam no ciclo, qualidade e produtividade das


hortaliças.

A maioria das hortaliças é prejudicada pelo excesso


de calor e chuvas.
Preparo do Solo
• 1. Limpeza: retirar plantas espontâneas, pedras, cacos de telhas, tijolos, vidros, etc.

2. Drenagem: canais para escoamento da água;

3. Dimensionamento: melhor aproveitamento possível do terreno. Largura canteiros 1 a 1,20m. Altura 15


a 20 cm. Distância entre canteiros 40 a 50 cm.

4. Marcação dos canteiros: em canteiros convencionais eles são marcados com estacas de bambu fincadas
nos cantos do canteiro, esticando barbante entre as estacas. Em mandalas, marca-se o centro do
circulo com estaca e com barbante (raio) delimita-se o perímetro.

5. Preparo da terra: descompactação do solo, levantamento dos canteiros(manual ou mecânico) e


adubação.
Adubação e Calagem
• Na ausência dos resultados da análise do solo, utiliza-se em média 200 g/m2 de
calcário em solos provavelmente ácidos e não corrigidos nos últimos 4-5 anos.

A adubação básica, antes do plantio, em solos com fertilidade média, pode ser feita
com a incorporação de 3 a 6 kg de esterco bovino curtido ou composto
orgânico/m2 de canteiro, juntamente com 200 g de termofosfato, ou farinha de
osso.
• Em berços incorpora-se 2 kg de esterco bovino curtido mais 200 g de termofosfato
ou farinha de osso.
• Quando se usa esterco de aves utiliza-se 1/3 da quantidade recomendada de esterco
bovino.
Porcentagem média de matéria orgânica (MO), nitrogênio (N), fósforo
(P2O5) e potássio (K2O) na composição, com base na matéria seca, de
adubos orgânicos.

Adubo orgânico MO (%) N (%) P2O5 (%) K2O (%)

Esterco de bovinos 57 1,7 0,9 1,4

Esterco de equinos 46 1,4 0,5 1,7

Esterco de suínos 53 1,9 0,7 0,4

Esterco de ovinos 65 1,4 1,0 2,0

Esterco de aves 50 3,0 3,0 2,0

Composto orgânico 31 1,4 1,4 0,8

Fonte: Ribeiro et al., 1999.


Espécie Indicadora de: Carrapicho-de- Deficiência de Ca.
carneiro(Acanthospermum
Amendoim bravo ou Desequilíbrio entre N e micronutrientes, hispidum)
leiteira(Euphorbia heterophylla) sobretudo Mo e Cu.
Cavalinha (Equisetum sp.) Indica solo com nível de acidez de médio a
Azedinha (Oxalis oxyptera) Terra argilosa, pH baixo, deficiência de Ca e de
elevado.
Mo.
Chirca (Eupatorium bunifolium) Aparece nos solos ricos em Mo.
Barba-de-bode (Aristida pallens) Solos de baixa fertilidade
Dente-de-leão (Taraxacum Indica solo fértil.
Beldroega (Portulaca oleracea) Solo fértil, não prejudica as lavouras, protege o
solo e é planta alimentícia com elevado teor de
officinale)
proteína. Grama-seda (Cynodon dactylon) Indica solo muito compactado.
Cabelo-de-porco (Carex sp.) Compactação e pouco cálcio. Guanxuma (Sida sp.) Solo compactado ou superficialmente erodido.
Capim-amargoso ou capim- Aparece em lavouras abandonadas ou em Em solo fértil fica viçosa; em solo pobre fica
açu(Digitaria insularis) pastagens úmidas, onde a água fica estagnada pequena.
após as chuvas. Indica solos de baixa fertilidade. Língua-de-vaca (Rumex Solos compactados e úmidos. Ocorre
Capim-caninha ou capim- Solos temporariamente encharcados, obtusifolius) freqüentemente após lavouras mecanizadas e
colorado(Andropogon laterallis) periodicamente queimados e com deficiência de em solos muito expostos ao pisoteio do gado.
fósforo. Maria-mole (Senecio brasiliensis) Solo adensado (40 a 120 cm). Regride com a
Capim-carrapicho (Cenchrus Indica solos muito decaídos, erodidos e aplicação de K e em áreas subsoladas.
echinatus) compactados. Desaparece com a recuperação Mio-mio (Baccharis coridifolia) Ocorre em solos rasos e firmes, indica deficiência
do solo.
de Mo.
Capim-marmelada ou Típico de solos constantemente arados,
Nabo (Raphanus raphanistrum) Deficiência de B e Mn.
papuã(Brachiaria plantaginea) gradeados e com deficiência de Zn; desaparece
com o plantio de centeio, aveia preta e ervilhaca; Picão preto (Galinsoga parviflora) Solo com excesso de N e deficiente em
diminui com a permanência da própria palhada micronutrientes, principalmente Cu.
sobre a superfície do solo; regride com a
adubação corretiva de P e Ca e com a Samambaia (Pteridium aquilinium) Alto teor de alumínio. Sua presença reduz com a
reestruturação do solo. calagem. As queimadas fazem voltar o alumínio
ao solo e proporcionam em retorno vigoroso da
Capim rabo-de- Típico de terras abandonadas e gastas - indica samambaia.
burro (Andropogonsp.) solos ácidos com baixo teor de Ca, impermeável
entre 60 e 120 cm de profundidade. Sapé (Imperata exaltata) Indica solos ácidos, adensados e
temporariamente encharcados. Ocorre também
Capim amoroso ou Solo empobrecido e muito duro, deficiência de em solos deficientes em Mg.
carrapicho(Cenchrus spp.) Ca.
Tanchagem (Plantago maior) Solos com pouca aeração, compactados ou
Caraguatá (Erygium ciliatum) Húmus ácido, desaparece com a calagem e adensados.
rotação de culturas; freqüente em solos onde se
praticam queimadas. Tiririca (Cyperus rotundus) Solos ácidos, adensados, anaeróbicos, com
carência de Mg.
Carqueja (Bacharis articulata) Pobreza do solo, compactação superficial,
prefere solos com água estagnada na estação Urtiga (Urtica urens) Excesso de N (matéria orgânica). Deficiência de
chuvosa. Cu.

Fonte: Modificado de Pedini (2000).


Adubação Verde
• Cultivo de plantas que enriqueçam o solo, com nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, enxofre
e micronutrientes.

• Aumenta a disponibilidade desses nutrientes, através da ação de microorganismos que se


associam as plantas.

• As plantas de adubação verde devem ser rústicas e bem adaptadas a cada região para que
descompactem o solo com suas raízes vigorosas e produzam grande volume de massa verde
para melhorar a matéria orgânica.
Adubação Verde
• Grande parte dessas plantas são leguminosas. Em suas raízes são encontrados nódulos de
bactérias do gênero Rhizobium, que possuem a capacidade de assimilar o nitrogênio
atmosférico. (Crotalaria juncea, Crotalaria spectabilis, mucuna preta, mucuna anã, mucuna
cinza, lab-lab, feijão de porco, feijão guandú, entre outras).

• As gramíneas também são usadas como adubo verde porque possuem desenvolvimento
rápido e produzem grande quantidade de material orgânico. (milho, milheto, sorgo, dentre
outras).

• A mistura de gramíneas e leguminosas em “coquetéis” de adubo verde também é uma


excelente forma de melhorar as características do solo.
Teoria da Trofobiose
Trofo - quer dizer alimento
Biose - quer dizer existência de vida
Trofobiose quer dizer: “todo e qualquer ser vivo só sobrevive se houver alimento adequado
disponível para ele”

• Uma planta só será atacada por um inseto ou microrganismos, quando tiver na sua seiva
exatamente o alimento que eles precisam

• Este alimento é constituído geralmente por aminoácidos, que são produzidos em excesso
quando tratamos a planta de maneira errada
Teoria da Trofobiose
• Portanto um vegetal bem alimentado e manejado considerando todas as suas necessidades e
equilíbrios, dificilmente será atacado por "pragas e "doenças". As ditas pragas e doenças,
morrem de fome numa planta equilibrada.

• Podemos trocar o nome de pragas e doenças para indicadores de mau manejo.

• Insetos, ácaros, nematóides, fungos, bactérias e vírus são a consequência e não a causa do
problema

• Mais importante do que "tratar" das doenças é atentar ao estado nutricional das plantas
(Chaboussou, 1987).
Adubos Químicos
• Adubos químicos com alta solubilidade, matam os organismos úteis do solo devido a acidez
e salinidade.
• Desequilibram a fisiologia das plantas, pois devido a alta concentração, entram na seiva pela
pressão da água, não deixando a planta regular a quantidade e o que está precisando
absorver.
• Adubos químicos viciam as raízes que tornam-se atrofiadas e não se desenvolvem.
• Este processo resulta em desequilíbrio fisiológico da planta, deixando-a suscetível aos
parasitas.
Semeadura
De um modo geral, a maioria das hortaliças é plantada por sementes.
Algumas podem ser plantadas por meio de:
• brotações que saem da haste da planta adulta (couve);
• pedaços de rama (agrião, espinafre, batata-doce);
• fruto (chuchu);
• pedaços da haste com raízes (cebolinha);
• multiplicado por bulbilhos (dentes de alho);
• tubérculos (batata);
• rizomas (inhame).
Semeadura

• Semeadura direta quando a planta completa seu ciclo onde foi plantada
(abóboras, agrião, alho, batata, cenoura, coentro, pepino, quiabo, rabanete, salsa)

• Semeadura indireta, quando a muda é produzida em sementeira ou bandeja


e feito o transplantio
(alface, berinjela, cebola, couve, couve-flor, brócolis, pimenta, pimentão e
tomate).
Formação das mudas:
• As mudas podem ser formadas em locais especiais, tais como sementeiras, copinhos de
papel ou plástico ou em bandejas de isopor.

• A sementeira é a forma mais simples e econômica. A semeadura é adensada e feita no


próprio canteiro, onde as plantas recebem cuidados especiais até serem transplantadas para o
local definitivo.

• Os copinhos devem ter 7 a 8 cm de diâmetro e 8 a 10 cm de altura.

• Para encher os copinhos há necessidade de preparar uma mistura com terra e esterco em
partes iguais.
Formação das mudas:
• As bandejas de isopor possuem diferentes tamanhos, de acordo com as
espécies que são plantadas.

• Para o enchimento das células das bandejas de isopor pode-se usar uma
mistura de vermiculita com casca de arroz carbonizada ou substrato
comercial.

• As bandejas devem ser colocadas sobre bancadas, construídas com arame


esticado, nunca em contato com o solo e, se possível, sob coberturas com
plástico transparente ou tela sombrite.
Formação das mudas:
• Nas sementeiras, as sementes são distribuídas em linhas contínuas distanciadas 10 cm, com 1
a 2 cm de abertura e profundidade.

• Nos copinhos e nas bandejas, coloca-se duas sementes em cada copinho ou célula para
depois desbastar.

• As mudas são transplantadas com 4 a 6 folhas definitivas e 8 a 10 cm de altura, o que


geralmente ocorre por volta dos 25 a 35 dias após a semeadura.

• O transplante deve ser feito nas horas mais frescas do dia (final de tarde) e seguido de
irrigação.
Classificação Hortaliças
As hortaliças compreendem mais de 70 espécies e podem ser agrupadas de acordo com a parte comestível
em:
• Hortaliças-folhosas: alface, almeirão, agrião, espinafre, couve, cebolinha, salsa, rúcula;
• Hortaliças-flores: couve-flor, couve brócolis;
• Hortaliças-frutos: berinjela, jiló, abóbora, quiabo, chuchu, tomate, pimentão, pepino;
• Hortaliças-tubérculos (caule subterrâneo com acúmulo de reserva nutritiva): batata, cará;
• Hortaliças-raízes: cenoura, beterraba, rabanete, nabo, batata-doce;
• Hortaliças-bulbos: cebola, alho;
• Hortaliças-rizomas (caule subterrâneo com gemas laterais): inhame;
• Hortaliças-hastes: aspargo, aipo ou salsão;
• Hortaliças-condimentos: cebolinha, coentro, pimenta, salsa, manjericão, hortelã.
Fatores Climáticos
Cultivares Época de Semeadura Ciclo (dias) Espaçamento (cm) Propagação

Abobrinha Italiana

Caserta,Novita,Clarinda Ago-Out 45-80 100 X 50 Direta, em covas (às vezes mudas)

Abobrinha Brasileira

Menina Brasileira Ago-Mar 75-120 300 X 200 Direta,em covas (às vezes mudas)

Pira Moita Ago-Mar 55-100 200 X 100 Direta,em covas (às vezes mudas)

Alface
Verônica, Brisa, Grand Ano Todo (Exceto
60-70 25 X 25 Mudas (+ou-30dias)
Rapids,Vanessa(Crespas) Grand Rapids)
Ano Todo (exceto Brasil
Elisa, Carolina, Regina, Brasil 303 (lisas) 60-70 25 X 25 Mudas (+ou-30 dias)
303)
Berinjela

F-100, Super F-100, Nápoli Ago - Fev início 110 120 X 90 Mudas (+ou- 30 dias)

Beterraba

Tall Top Early Wonder Mar - Set 80-100 20-25 X 10 Direto ou mudas

Cebola
Baia Periforme, Serrana, Super Precoce, Maio (mudas)
160-180 25 X 10 Mudas (+ou-50 dias)
Aurora Agosto(bulbinho Fev)
Cenoura

Brasília Set-Mar 80-100 25 X 8 Semeadura direta c/ desbaste

Nantes Forto Abr-Jul 100-120 20 X 7

Chicória
Amazonas, Gigante, Full Heart, Mariana
Ano Todo 65-70 25-30 X 25-30 Mudas (+ou- 30 dias)
Gigante

Fonte: Associação Brasileira de Horticultura.


Cultivares Época de Semeadura Ciclo (dias) Espaçamento (cm) Propagação

Couve-Flor

Piracicaba Precoce, ShiromaruIouII, Verona Out-Jan 90-110 80-100 X 50-60 Mudas (+ou- 30 dias)

Teresópolis Gigante Fev-Abr 120-140 80-100 X 50-60 Mudas (+ou- 30 dias)

Pepino
Ago-Fev (campo
Nikkey,Hokuhho,Yoshinari (tipo japonês) Início 45-50 dias 100 X 50-60 Direto, em covas
aberto)
Ago-Fev (campo
Premier, Safira, Rubi (tipo caipira) Início 45-50 dias 100X50-60 Direto, em covas
aberto)
Pimentão

Magda, Magali, Elisa, Mayata, Zarco(amarelo) Ago-Dez Início 90-110 dias 100 X 60 Mudas (+ou - 40 dias)

Rabanete

Redondo Vermelho Ano Todo 25-30 15-20 X 7-9 Semeadura direta

Repolho

Kenzan, Saiko, Matsukase, Astrus Ano Todo 90-110 60 X 30-40 Mudas (+ou-30 dias)

Rúcula

Cultivada Ano Todo 25-30, c/ rebrota 20 X 5 Semeadura direta

Salsa

Lisa Comum, Gigante Portuguesa Mar-Jun 50-60, c/rebrota 30 X 5-8 Semeadura direta (as vezes mudas)

Tomate
Santa Clara, Angela, Débora, Cláudia (tipo
Ago-Fev Início 90-110 100 X 50-60 Mudas (+ou - 30 dias)
Santa Cruz)
Momotaru, Akamaru, Carmen, Carmelo (Tipo
Ago-Fev Início 90-110 100 X 50-60 Mudas (+ou- 30 dias)
Caqui)

Fonte: Associação Brasileira de Horticultura.


Adubação de Cobertura
• A adubação de cobertura pode ser feita com esterco bovino ou composto orgânico na
proporção de 2 kg/m2 de canteiro, aos 20 a 30 dias após germinação ou transplantio.

• Em hortaliças de ciclo mais longo, como couve, quiabo, jiló, tomate, abóbora e chuchu, a
adubação de cobertura deve ser parcelada de 2 a 3 vezes.

• É importante não deixar o adubo ter contato direto com as plantas, pois pode causar
queimaduras e até matar as hortaliças.
Quebra Vento
Cobertura Morta
• Evita o excesso de evaporação de água do solo, por impedir a
insolação direta;
• Maior umidade na camada superficial;
• Maior infiltração. Evita escorrimento superficial da água da chuva e
consequentemente a erosão e abastece o lençol freático;
• Proteção do solo contra o impacto da água da chuva;
• Melhora a estrutura do solo;
• Acrescenta nutrientes ao solo, especialmente potássio.
(capim elefante, capim gordura, casca de café, palha de trigo, bagacilho
de cana, serragem, entre outros)
Rotação de Cultura
• A rotação de culturas é o plantio alternado na mesma área de espécies de
características e famílias diferentes.

• Visa o aproveitamento das áreas de cultivo e do solo de forma mais


racional, evitando o seu esgotamento.

• A rotação de culturas evita a reprodução e acúmulo de microrganismos


que causam doenças, facilitando o seu controle.
Principais famílias e espécies de hortaliças
Aizoáceas: espinafre-da-Nova Zelândia.
Aliáceas: alho, cebola, cebolinha.
Apiáceas (umbelíferas): cenoura, mandioquinhasalsa (batata-baroa), aipo, salsa,
coentro, funcho.
Aráceas: taro (inhame), taioba.
Asteráceas: alcachofra.
Brássicas: couve, nabo, rabanete, agrião, repolho, brócolos, couve-flor, mostarda,
couve chinesa.
Cichoriáceas: alface, chicória, almeirão.
Convolvuláceas: batata-doce.
Principais famílias e espécies de hortaliças
Cucurbitáceas: abóboras, abobrinhas, maxixe, melancia, melão, morangas, pepino, chuchu
Dioscoreáceas: cará (inhame), cará do ar.
Fabáceas (leguminosas): feijão-vagem, ervilha, feijão-de-corda, fava, soja, grão-de-bico,
lentilhas.
Liliáceas: aspargo.
Malváceas: quiabo, vinagreira, algodão.
Poáceas (gramíneas): milho.
Quenopodiáceas: beterraba, acelga, espinafre europeu.
Rosáceas: morango, roseira.
Solanáceas: tomate, batata, pimentão, pimentas, berinjela, jiló, jurubeba.
Consórcio entre Culturas

• O aproveitamento do mesmo terreno, por duas ou mais culturas diferentes, na


mesma época.
• Além de aproveitar bem o terreno, evita-se a erosão do solo e a disseminação de
plantas espontâneas.
• Um dos princípios básicos da agricultura orgânica é a prática da diversificação de
culturas. Procura-se, dentro do possível, imitar o que ocorre numa floresta.
• O equilíbrio biológico e ambiental, bem como a fertilidade do solo, não podem
ser mantidos com apenas uma cultura.
• alface
• beterraba
• brócolis
• pupunha
• inhame
• banana
• eucalipto
• ipê
Culturas Plantas Plantas
Beneficiadas companheiras Antagônicas
1) milho, vagem, acelga,
taioba, chicória, amendoim.
Abóbora 2) nastúrcio, abobrinha batata
1) cenoura,rabanete,
morango, pepino, alho-poró,
Alface beterraba, rúcula, abobrinha salsa, girassol
1) cenoura, tomate, salsão
Alho-poró 2) cebola, alho
1) tomate, salsão, manjericão.
Aspargo 2) malmequer cebola, alho, gladíolos
1) funcho
Bardana 2) cenoura
1) feijão, milho, repolho,
rábano, favas, ervilha, cereja.
2) alho, berinjela (isca),
urtiga, raiz-forte, cravo-de- abóbora, pepino, girassol,
defunto tomate, maçã, framboesa,
Batata 3) caruru abobrinha
Berinjela 1) feijão, vagem
1) couve, rábano, alface,
nabo, vagem
Beterraba 2) cebola vagem
Café 1) seringueira kiri
1) beterraba, morango,
camomila, tomate,
couve segurelha, alface
Cebola 3) caruru ervilha, feijão
Cebolinha 1) cenoura ervilha, feijão
1) ervilha, alface, manjerona,
feijão, rabanete, tomate,
cebola, cebolinha, bardana,
Cenoura alho-poró, sálvia, alecrim endro
1) cebola, batata, salsão,
beterraba, camomila, hortelã,
endro
2) artemísia, sálvia, alecrim,
Couve menta, tomilho, losna framboesa, tomate, vagem
Couve-chinesa 1) vagem
Couve-flor 1) salsão
1) cenoura, nabo, rabanete,
pepino, milho, feijão, abóbora,
Ervilha couve-rábano, milho-doce cebola, alho, batata, gladíolos
1) morango, feijão, beterraba,
Espinafre couve-flor
1) milho, batata, cenoura,
pepino, couve-flor, repolho,
couve, petúnia, ervas
aromáticas alho-poró, funcho, alho,
Feijão 2) alecrim, serigurelha, nabo cebola, salsão, gladíolos
1) girassol, batata, pepino, cebola, alho, tomate, funcho,
milho, salsão, morango beterraba, couve-rábano,
Feijões arbustivos 2) segurelha girassol
Frutíferas 1) tanásia, nastúrcio
Girassol 1) pepino, feijão batata
Laranjeira 1) seringueira, goiabeira
Maxixe 1) quiabo, milho
1) batata, ervilha, feijão,
pepino, abóbora, melão,
melancia, trigo, rúcula, nabo,
rabanete, quiabo, maxixe,
mostarda, feijão-de-porco,
serralha, moranga
2) girassol
Milho 3) beldroega, caruru gladíolos
1) espinafre, alface, tomate,
Morango feijão-branco, borragem repolho, funcho, couve
Mostarda 1) milho
1) ervilha, milho
Nabo 2) alecrim, hortelã tomate
1) girassol, feijão, milho,
ervilha, alface batata, ervas aromáticas,
Pepino 2) rabanete sálvia
Quiabo 1) milho
1) ervilha, pepino, agrião,
cenoura, espinafre, vagem,
chicória, cerefólio, milho
2) nastúrcio
Rabanete 3) alface acelga
1) ervas aromáticas, batata,
salsão, beterraba, alface
2) nastúrcio, hortelã, morango, tomate, vagem,
Repolho (brócolis) estragão, cebola, cebolinha manjerona
1) chicória, vagem, couve-
Rúcula rábano, milho, alface salsa
Salsa 1) tomate, aspargo alface, rúcula
Serralha 1) tomate, cebola, milho
1) alho-poró, tomate, couve-
flor, repolho, feijão arbustivo,
Salsão couve.
Taioba 1) abóbora
Sorgo gergelim, trigo
1) cebola, cebolinha, salsa,
cenoura, calêndula, serralha,
erva-cidreira
2) malmequer, menta,
nastúrcio, urtiga, manjericão, couve-rábano, batata, funcho,
Tomate borrabem, cravo-de-defunto. repolho, pepino, feijão
1) milho, segurelha, abóbora,
rúcula, chicória, acelga cebola, beterraba, girassol,
Vagem 2) rabanete couve-rábano

Fonte: Planeta Orgânico.


Sucessão Natural
• A Sucessão Natural é sequência de comunidades, desde a colonização até a
comunidade clímax, de determinado ecossistema.

• As primeiras plantas que se estabelecem (gramíneas) são denominadas


pioneiras, e vão gradualmente sendo substituídas por outras espécies de
porte médio (arbustos), até que as condições ambientais chegam uma
comunidade clímax (árvores grandes).
Sucessão Natural
Água e Irrigação
• Recomenda-se irrigações diárias para hortaliças nas fases iniciais e para
hortaliças folhosas; para as hortaliças de frutos e de raízes, as irrigações
podem ser a cada 2 a 3 dias.

• de 4 a 8 litros de água/m2 de canteiro e de 3 a 5 litros/berço, que deve ser


aplicado lentamente para não causar o escorrimento superficial.

• irrigações mais frequentes e com menor volume nas fases iniciais do ciclo, e
com menor frequência e maior volume do meio para o final do ciclo.
Água e Irrigação
• Solos mais arenosos exigem irrigações mais frequentes com menor volume
de água e solos mais argilosos necessitam de irrigações menos frequentes
com maior volume em cada aplicação.

• Em dias mais quentes e ensolarados deve-se fazer irrigações mais frequentes.

• Utiliza-se regadores, mangueira com esguicho, gotejadores, microaspersores,


ou mangueiras furadas e tubos PVC com aspersores.
Tratos Culturais
• Para as hortaliças semeadas diretamente em berços ou canteiros
(abóbora, quiabo, cenoura, rabanete, beterraba, salsa e coentro),
entre 20 a 35 dias após o semeio é recomendado o raleamento
ou desbaste.

• O tutoramento é o apoio das plantas em estacas ou cordões. É


indicado para hortaliças com o caule flexível, como o tomate,
vagem, pepino, pimentão e ervilha-torta.
Tutores
Defensivos Naturais
• Produtos que estimulam o bom desenvolvimento da planta, quando
pulverizados ou polvilhados sobre ela.
• Ex: esterco liquido fermentado, enriquecido com macro e micronutrientes.
• Esterco liquido fermentado enriquecido com ervas nativas, água de
vermicomposto, cinzas, soro de leite diluído, enxofre, calda bordalesa, calda
sulfocálcica, etc.
• Utilização de produtos a base de extratos vegetais de rápida degradação, como
piretro, calda de fumo, timbó ou óleo mineral.
Agrotóxicos
• Agrotóxicos contaminam os alimentos com resíduos, intoxicam e matam animais e
pessoas.
• Deixam plantas menos resistentes ao ataque de insetos, ácaros, nematóides, fungos,
bactérias e vírus.
• É comum que logo depois de uma aplicação de agrotóxicos as plantas sofram
ataques ainda mais fortes, obrigando o agricultor a recorrer a venenos mais fortes
ainda.
• Indicado utilizar plantas especificas, que sirvam como repelente a insetos, ou plantas
que forneçam efeito alelopático sobre determinados fungos e bactérias, auxiliando
no controle natural.
• O termo Mandala vem do sânscrito e significa círculo. Mandala também possui outros
significados, como círculo mágico ou concentração de energia, e universalmente a
mandala é o símbolo da integração e da harmonia.

• diagrama composto de formas geométricas concêntricas, utilizado no hinduísmo, no budismo,


nas práticas psicofísicas da ioga e no tantrismo como objeto ritualístico e ponto focal para
meditação. Do ponto de vista religioso, mandala é considerado uma representação do ser
humano e do universo.

• segundo a teoria junguiana, círculo mágico que representa simbolicamente a luta pela
unidade total do eu.
Hortas de formato circular ainda não são muito comuns, embora a idéia de fazê-las assim
tenha mais de 30 anos.

Ganhou atenção na década de 1970, com o movimento de permacultura, criado pelo


ambientalista Bill Mollison, na Austrália. Ele preconizava outra forma de dispor as espécies
vegetais, mais de acordo com o ecossistema.

Princípios para trabalhar com a Horta Mandala

1. Plantar o máximo que puder, utilizando o menor espaço;


2. Usar o mínimo de energia, para a máxima produção;
3. Promover o envolvimento da comunidade;
4. Nada se perde, tudo se aproveita;
5. Trabalhar com a natureza e não contra ela.
Obrigada!

Leila Pires

leilapires02@gmail.com

Rede de Agroecologia da Unicamp


http://www.cisguanabara.unicamp.br/rededeagroecologiadaunicamp
Fone: 3235-1566

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