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Vitória da Conquista – BA.

Curso: Direito (pg1612) Período: 2019.1

Disciplina: Direito Processual Penal II Carga Horária: 80 horas.


Docente: Adiane Jaqueline Neves da Silva Oliveira

Conteúdo: Sujeitos do processo. Relação processual penal. Juiz. Ministério


Público. Acusado. Defensor. Querelante. Assistente. Peritos, intérpretes e
funcionários da justiça. Ofendido
Sujeitos do processo
(arts. 251 a 281)
Relação processual penal.
Juiz.
Ministério Público.
Acusado.
Defensor.
Querelante.
Assistente.
Peritos, intérpretes e funcionários da justiça.
Ofendido.
Sujeitos do processo
Considerações iniciais: Em sede processual penal, a parte autora oferece a peça acusatória e
invoca a prestação jurisdicional; o acusado é aquele contra quem se pretende o exercício da
pretensão punitiva; ao juiz compete aplicar o direito objetivo ao caso concreto.

Segundo a doutrina, os sujeitos do processo podem ser classificados da seguinte forma:


a) sujeitos principais (ou essenciais): são aqueles cuja presença é essencial para que se tenha uma
relação jurídica processual regularmente instaurada. No processo penal, o juiz, o acusador –
Ministério Público ou querelante – e o acusado figuram como sujeitos principais;
b) sujeitos secundários (acessórios ou colaterais): são aquelas pessoas que podem,
eventualmente vir a intervir no processo, a fim de deduzir uma determinada pretensão, mas cuja
ausência não afeta a validade da relação processual, tais como o assistente da acusação e terceiros
interessados.

Além dos sujeitos do processo, existem os órgãos que auxiliam os sujeitos processuais: conquanto
não façam parte da relação processual penal, intervêm no curso do processo mediante a prática
de atos que permite o desenvolvimento regular do feito, auxiliando o juiz e as partes na solução
da demanda.
Ex: escrivão, escrevente, distribuidor, porteiro de auditórios, oficial de justiça, perito, tradutor,
intérprete.
JUIZ
Quem possui capacidade para ser juiz?
Desde que preenchidos os requisitos legais, toda pessoa física pode ser juiz. Essa capacidade para
provimento no cargo (ou capacidade funcional) depende da observância de condições fixadas nas
leis de organização judiciária, que são estabelecidas segundo os princípios fundamentais da
Constituição Federal (art. 93).

Funções do juiz no processo penal


Ao juiz incumbe a função de julgar a imputação constante da peça acusatória, aplicando o direito
objetivo ao caso concreto.
No exercício da função jurisdicional, a Constituição Federal e a legislação ordinária conferem ao
juiz diversos poderes para que possa alcançar o objetivo do processo que é a correta aplicação da
lei penal. Por isso se diz que o juiz é o dominus processus, vez que o preside, cabendo-lhe regular
sua condução até a sentença final.

Art. 251, CPP: “Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso
dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública”.
Função jurisdicional X Função Administrativa
JUIZ
Funções de ordem JURISDICIONAL
a) Atos decisórios: decretar a extinção da punibilidade; decretação de medidas cautelares
patrimoniais, probatórias e pessoais;
b) poderes de disciplina: visam coordenar e inspecionar a atividade das partes, estimulando-a
quando precária, reprimindo-a quando abusiva. Exs: CPP, art. 184; CPP, arts. 201, § 1º, 218 e 260;
CPP, art. 212; art. 222-A; art. 400, § 1º;
c) poderes de impulsão: providências adotadas pelo juiz para que o procedimento tenha
seguimento regular e legal. Exs: determinação da citação do acusado, designação de audiências;
CPP, art. 32; art. 94; arts. 263, 396-A, § 2º;
d) poderes de instrução (gestão da prova): Art. 156; Art. 212, CPP; art. 209, § 1º; o art. 234 do CPP.

Funções de ordem ADMINISTRATIVA


Dizem respeito aos poderes de polícia do juiz, ou seja, aqueles exercidos no curso do processo com
o objetivo de garantir a disciplina e o decoro, evitando a prática de atos capazes de prejudicar a
regular tramitação do feito.
Exemplos: art. 497, I; art. 794 do CPP;
GARANTIAS E VEDAÇÕES DOS JUÍZES

a) vitaliciedade: art. 95, I, CF. Vitaliciedade não é sinônimo de perpetuidade. De fato, a garantia da
vitaliciedade não funciona como óbice à regra geral da aposentadoria compulsória aos 70 (setenta)
anos de idade.
b) inamovibilidade: Arts. 95, II e 93, VIII, CF.
c) irredutibilidade de subsídio: ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I.

GARANTIA DE IMPARCIALIDADE DO MAGISTRADO


Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Dec. 678/92, art. 8º, nº 1)
Para que um juiz possa funcionar em determinado caso concreto, é necessário que não haja
qualquer causa capaz de prejudicar o exercício imparcial de sua função judicante.
Assim, temos de analisar as causas de suspeição, impedimento e incompatibilidade (arts 252-256)

Impedimento (arts. 252 e 253): são circunstâncias objetivas relacionadas a fatos internos ao
processo. São elas:
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até
o 3º grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade
policial, auxiliar da justiça ou perito. E o companheiro?
GARANTIA DE IMPARCIALIDADE DO MAGISTRADO
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Dec. 678/92, art. 8º, nº 1)
Impedimento (arts. 252 e 253)
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a
questão: E se ele só proferiu despacho de mero expediente?
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o
3º grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

Suspeição (art. 254)


Em regra, as causas de suspeição são circunstâncias subjetivas relacionadas a fatos externos ao
processo.
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles (acusado e vítima): partir do juiz.
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato
análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar
demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
GARANTIA DE IMPARCIALIDADE DO MAGISTRADO
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Dec. 678/92, art. 8º, nº 1)

Incompatibilidade (art. 112, CP)


Segundo Hélio Tornaghi, “a incompatibilidade provém de graves razões de conveniência não
incluídas entre os casos de suspeição ou de impedimento. São, frequentemente, razões íntimas, que
levam o oficial a declinar. Em geral, as leis de organização judiciária mandam que seja dado
conhecimento dessas razões em caráter sigiloso, a um órgão disciplinar superior. Assim, por
exemplo, o juiz que tem ligação amorosa com a ré deve dar-se por incompatibilizado”.

Na prática, a incompatibilidade vem sendo tratada como espécie de suspeição por razões de foro
íntimo, cuja conceituação tem caráter residual.
PARTES

Quem são as partes?


Depende. O conceito existe em sentido material e em sentido processual.
No sentido material: São aquelas pessoas que atuam com parcialidade, ou seja, que defendem a
aplicação do direito unicamente enquanto favorável à relação jurídica material levada ao processo.
É o que ocorre nos casos de ação penal privada, em que os sujeitos ativo e passivo da infração
penal se transformam, na relação processual penal, em querelante e querelado, respectivamente.
Nesse caso, há coincidência entre a manifestação da parte (de direito material) na causa e sua
posição no processo (requerimento de condenação pelo querelante).

No sentido processual (ou formal): são as pessoas que ocupam o polo ativo e passivo da relação
processual, isto é, aquela que deduz em juízo e aquela contra a qual é deduzida a pretensão.
Portanto, no processo penal, são consideradas partes em sentido processual não apenas o
acusador (Ministério Público ou querelante) e o acusado, como também o assistente da
acusação.
Outrossim, o Ministério Público será considerado parte quer quando atue como titular da ação
penal pública, quer quando atue como fiscal da lei.
PARTES

Capacidade para ser parte: deriva da personalidade, consistindo na capacidade de adquirir direitos
e contrair obrigações (CC, art. 1º).

Capacidade de estar em juízo: é a capacidade processual (legitimatio ad processum). É o que


ocorre com um ofendido menor de 18 (dezoito) anos, que não tem capacidade processual para
oferecer queixa-crime, razão pela qual tem sua incapacidade suprida por seu representante legal

Capacidade postulatória: a aptidão para postular perante órgãos do Poder Judiciário. Tanto o
Ministério Público quanto o advogado são dotados de capacidade postulatória (CPC, art. 36 – art.
103 do novo CPC – e arts. 1º a 5º da Lei nº 8.906/94).
A incapacidade postulatória será suprida por meio da representação voluntária necessária.
Excepcionalmente, alguns atos postulatórios podem ser praticados no âmbito processual penal
independentemente de assistência técnica do advogado (v.g., habeas corpus, interposição de
recursos pelo acusado no primeiro grau de jurisdição, etc.).
MINISTÉRIO PÚBLICO
Previsão constitucional: CF, art. 127, caput.
 O sistema acusatório torna privativa do Ministério Público a propositura da ação penal pública.
 Além de promover, privativamente, a ação penal pública, também incumbe ao MP fiscalizar a
execução da lei (CPP, art. 257, II), o que o faz tanto nos crimes de ação penal pública, quanto nas
infrações penais de ação penal privada.

O que é (era) processo judicialiforme?


Até o advento da Constituição Federal de 1988, era possível que o órgão jurisdicional desse início a
um processo penal condenatório de ofício (processo judicialiforme).
Era o que ocorria nas hipóteses estabelecidas na Lei nº 4.611/65 (crimes culposos de lesão
corporal ou de homicídio) e nos casos de contravenções penais: vide arts. 26 e 531 (o art. 531 teve
sua redação alterada pela Lei nº 11.719/08).
Consistia o processo judicialiforme, assim, na possibilidade de se dar início a um processo penal
através de auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade policial
ou judiciária, daí por que era denominado de ação penal ex officio (sem provocação). Artigo 26,
CPP, foi revogado tacitamente.
O órgão do MP tem de ser imparcial? Depende.
ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério Público brasileiro pode ser dividido da seguinte forma:


1) Ministério Público da União: tem por chefe o Procurador-Geral da República. A Lei
Complementar nº 75/93 dispõe sobre a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério
Público da União. Se subdivide em:
1.1) Ministério Público Federal (MPF):
1.2) Ministério Público do Trabalho (MPT):
1.3) Ministério Público Militar (MPM):
1.4) Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT):

2) Ministérios Públicos dos Estados: cada Estado da Federação deve organizar e manter o
Ministério Público que opera perante o Judiciário local. Lei nº 8.625/93.
São órgãos de execução do Ministério Público: I – o Procurador-Geral de Justiça; II – o Conselho
Superior do Ministério Público; III – os Procuradores de Justiça; IV – os Promotores de Justiça.

3) Ministério Público Especial junto aos Tribunais de Contas.


Princípios institucionais do Ministério Público
1) Unidade: por conta desse princípio, Promotores e Procuradores de Justiça integram um só
órgão, sob a direção de um só chefe;
2) Indivisibilidade: os integrantes da carreira podem ser substituídos uns pelos outros, segundo as
prescrições legais.
3) Independência funcional: consiste na possibilidade de o órgão do Ministério Público oficiar livre
e fundamentadamente, de acordo com sua consciência, com a Constituição e com a lei, não
estando subordinado ou restrito a obedecer a orientação de quem quer que seja, imunizando-o de
injunções internas e externas.

Existe o princípio do PROMOTOR NATURAL?


Segundo a doutrina, direito que cada pessoa (física ou jurídica) tem de ser processada somente
pelo órgão de execução do Ministério Público cujas atribuições estejam previamente fixadas por
lei, sendo vedadas designações casuísticas e arbitrárias de Promotores de Justiça (ou Procuradores
da República) de encomenda após a prática do fato delituoso (post factum).
É amplamente admitido pelo Superior Tribunal de Justiça.
Todavia, o Supremo já decidiu e reiterou o entendimento no sentido da rejeição da tese do
promotor natural, sob o argumento de que a aplicabilidade desse princípio estaria condicionada à
interposição legislativa,
GARANTIAS E VEDAÇÕES
(semelhantes às dos magistrados)

a) vitaliciedade: art. 95, I, CF. Vitaliciedade não é sinônimo de perpetuidade. De fato, a garantia da
vitaliciedade não funciona como óbice à regra geral da aposentadoria compulsória aos 70 (setenta)
anos de idade.
b) inamovibilidade: Arts. 95, II e 93, VIII, CF.
c) irredutibilidade de subsídio: ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I.
IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO
Também estão previstas nos artigos 252 a 254, CPP.
Art. 258, CPP. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou
qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições
relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.
Sum. 234, STJ: A Participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
ACUSADO e DEFENSOR
(arts. 259 a 267, CPP)

Conceito de ACUSADO: Segundo Romulo de Andrade Moreira, é o sujeito passivo da relação


processual, figurando como parte no processo penal. Já na relação jurídico-material, ou seja, no
direito penal, está no polo ativo, pois, em tese, foi o autor de uma infração penal.
Direitos do acusado
1) Direito de não produzir prova contra si mesmo: fizemos amplo estudo do princípio do nemo
tenetur se detegere no Título introdutório deste Livro;
2) Direito de ser citado
3) Direito de não ser preso, senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei (CF, art. 5º, LXI, c/c art. 283 do CPP);
4) Direito a um processo e julgamento público, salvo quando o sigilo for necessário para a
preservação da intimidade ou dos interesses sociais (CF, art. 5º, LX, c/c art. 93, IX): o princípio da
publicidade;
5) Direito ao interrogatório: face a natureza jurídica do interrogatório como meio de defesa, o
acusado tem direito a ser interrogado, como visto no Título relativo às provas;
6) Direito a tradutor ou intérprete, quando desconhecer o idioma nacional ou não puder se
comunicar por motivos relacionados à deficiência auditiva ou vocal (CPP, art. 192 e 193)
ACUSADO e DEFENSOR
(arts. 259 a 267, CPP)
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou
outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A
qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença, se for
descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da
validade dos atos precedentes.

Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou


qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar
conduzi-lo à sua presença. (Vide ADPF 395)(Vide ADPF 444)
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os requisitos
mencionados no art. 352, no que Ihe for aplicável.
ACUSADO e DEFENSOR
(arts. 259 a 267, CPP)

O acusado pode dispor do seu direito de defesa?


Art. 261, CPP. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem
defensor.
Defensor é o profissional com habilitação específica, que tem a função de promover a defesa
técnica do acusado no curso do processo penal. Esta defesa técnica; defesa necessária,
indeclinável, plena e efetiva.

Defensor constituído: Ver artigo 266, CPP.


Defensor Público: Art. 134, CF.
Defensor dativo: Art. 263, CPP.
Lei 8906, art. 34, XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado
em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública;
Defensor ad hoc (ou substituto): Nomeado p/ determinado ato, mas NÃO p/ qualquer ato.
ACUSADO e DEFENSOR
(arts. 259 a 267, CPP)

Súmula 523 do Supremo dispõe: “no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta,
mas a sua deficiência só o anulará se houver prejuízo para o réu”.

Art. 261, Parágrafo único, CPP: “A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo,
será sempre exercida através de manifestação fundamentada”.

O que ocorre se o advogado abandonar o processo?


Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado
previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das
demais sanções cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz
não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto,
ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato.
ACUSADO e DEFENSOR
(arts. 259 a 267, CPP)

E se o advogado quiser renunciar ao mandato?


Art. 5º, § 3º, da Lei nº 8.906/94: “o advogado que renunciar ao mandado continuará, durante os
dez dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído
antes do término desse prazo”.

Impedimentos do advogado:
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os parentes do juiz.

Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:


I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade
policial, auxiliar da justiça ou perito;
OFENDIDO
O ofendido é o sujeito passivo da infração penal, ou seja, o titular do bem jurídico lesado ou posto
em perigo pela infração penal.
Atos que podem ser praticados pelo ofendido
 faculdade de requerer a instauração do inquérito policial. (CPP, art. 5º, §§ 4º e 5º);
 faculdade de requerer qualquer diligência durante o curso do inquérito policial, ficando a
critério da autoridade policial determinar (ou não) sua realização (CPP, art. 14);
 faculdade de oferecer queixa-crime: art. 32.
 oferecer queixa-crime subsidiária (CPP, art. 29)
 pode se habilitar como assistente da acusação (CPP, art. 268);
 requerer o sequestro de bens imóveis adquiridos pelo acusado com os proventos da infração,
ainda
 que já tenham sido transferidos a terceiros (CPP, art. 127);
 requerer a hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado (CPP, art. 134);

O que é QUERELANTE?
Na ação penal de iniciativa privada, o autor da demanda é denominado de querelante, ao passo
que o acusado é chamado de querelado, sendo a peça acusatória chamada de queixa-crime.
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o
ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 31, CPP: “No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de
oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão”.

O companheiro da vítima pode ser assistente de acusação?


A doutrina majoritária entende que o artigo 31 deve ser interpretado à luz do art. 226, § 3º, da CF.

Seria possível a habilitação do assistente durante o inquérito policial?


Ver art. 268.

Existe prazo para se habilitar?


Art. 269 do CPP: “O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa
no estado em que se achar”.
E se for JURI? Art. 430, CPP.
OBS: Sua atuação é restrita ao processo penal condenatório, conclui-se que não é possível sua intervenção
durante o curso da execução da pena.
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
O assistente é o próprio ofendido (ou CADI) ou o advogado?
O ofendido não tem ele capacidade postulatória para praticar, pessoalmente, atos válidos em juízo.
Assim, deve o ofendido constituir advogado (ou Defensor Público) para representar seus interesses.
Mas o assistente da acusação é a vítima habilitada. O seu advogado é mero representante
processual.

Apresentada a habilitação, o MP pode não concordar?


Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente.
Só pode discordar se constatar que o requerente não é o sujeito passivo da infração penal, seu
representante legal, no caso de incapacidade, ou seus sucessores, no caso de ausência; OU se não
constituiu advogado.

Quais as atribuições do assistente? Arts: 271; 402; 403, art. 476, § 1º; 584, § 1º, e 598;

Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto,
constar dos autos o pedido e a decisão.
Doutrina e jurisprudência admitem a impetração de mandado de segurança
FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA

Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários
da justiça, no que Ihes for aplicável.

Os servidores da justiça são funcionários públicos pagos pelo Estado, a serviço do Poder Judiciário.
São os escrivães-diretores;
escreventes;
oficiais de justiça;
auxiliares, etc.
PERITOS E INTÉRPRETES (auxiliares do juízo)
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a
quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua
condução.
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal;
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia;
III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.

Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.

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