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Além dos sujeitos do processo, existem os órgãos que auxiliam os sujeitos processuais: conquanto
não façam parte da relação processual penal, intervêm no curso do processo mediante a prática
de atos que permite o desenvolvimento regular do feito, auxiliando o juiz e as partes na solução
da demanda.
Ex: escrivão, escrevente, distribuidor, porteiro de auditórios, oficial de justiça, perito, tradutor,
intérprete.
JUIZ
Quem possui capacidade para ser juiz?
Desde que preenchidos os requisitos legais, toda pessoa física pode ser juiz. Essa capacidade para
provimento no cargo (ou capacidade funcional) depende da observância de condições fixadas nas
leis de organização judiciária, que são estabelecidas segundo os princípios fundamentais da
Constituição Federal (art. 93).
Art. 251, CPP: “Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso
dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública”.
Função jurisdicional X Função Administrativa
JUIZ
Funções de ordem JURISDICIONAL
a) Atos decisórios: decretar a extinção da punibilidade; decretação de medidas cautelares
patrimoniais, probatórias e pessoais;
b) poderes de disciplina: visam coordenar e inspecionar a atividade das partes, estimulando-a
quando precária, reprimindo-a quando abusiva. Exs: CPP, art. 184; CPP, arts. 201, § 1º, 218 e 260;
CPP, art. 212; art. 222-A; art. 400, § 1º;
c) poderes de impulsão: providências adotadas pelo juiz para que o procedimento tenha
seguimento regular e legal. Exs: determinação da citação do acusado, designação de audiências;
CPP, art. 32; art. 94; arts. 263, 396-A, § 2º;
d) poderes de instrução (gestão da prova): Art. 156; Art. 212, CPP; art. 209, § 1º; o art. 234 do CPP.
a) vitaliciedade: art. 95, I, CF. Vitaliciedade não é sinônimo de perpetuidade. De fato, a garantia da
vitaliciedade não funciona como óbice à regra geral da aposentadoria compulsória aos 70 (setenta)
anos de idade.
b) inamovibilidade: Arts. 95, II e 93, VIII, CF.
c) irredutibilidade de subsídio: ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I.
Impedimento (arts. 252 e 253): são circunstâncias objetivas relacionadas a fatos internos ao
processo. São elas:
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até
o 3º grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade
policial, auxiliar da justiça ou perito. E o companheiro?
GARANTIA DE IMPARCIALIDADE DO MAGISTRADO
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Dec. 678/92, art. 8º, nº 1)
Impedimento (arts. 252 e 253)
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a
questão: E se ele só proferiu despacho de mero expediente?
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o
3º grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
Na prática, a incompatibilidade vem sendo tratada como espécie de suspeição por razões de foro
íntimo, cuja conceituação tem caráter residual.
PARTES
No sentido processual (ou formal): são as pessoas que ocupam o polo ativo e passivo da relação
processual, isto é, aquela que deduz em juízo e aquela contra a qual é deduzida a pretensão.
Portanto, no processo penal, são consideradas partes em sentido processual não apenas o
acusador (Ministério Público ou querelante) e o acusado, como também o assistente da
acusação.
Outrossim, o Ministério Público será considerado parte quer quando atue como titular da ação
penal pública, quer quando atue como fiscal da lei.
PARTES
Capacidade para ser parte: deriva da personalidade, consistindo na capacidade de adquirir direitos
e contrair obrigações (CC, art. 1º).
Capacidade postulatória: a aptidão para postular perante órgãos do Poder Judiciário. Tanto o
Ministério Público quanto o advogado são dotados de capacidade postulatória (CPC, art. 36 – art.
103 do novo CPC – e arts. 1º a 5º da Lei nº 8.906/94).
A incapacidade postulatória será suprida por meio da representação voluntária necessária.
Excepcionalmente, alguns atos postulatórios podem ser praticados no âmbito processual penal
independentemente de assistência técnica do advogado (v.g., habeas corpus, interposição de
recursos pelo acusado no primeiro grau de jurisdição, etc.).
MINISTÉRIO PÚBLICO
Previsão constitucional: CF, art. 127, caput.
O sistema acusatório torna privativa do Ministério Público a propositura da ação penal pública.
Além de promover, privativamente, a ação penal pública, também incumbe ao MP fiscalizar a
execução da lei (CPP, art. 257, II), o que o faz tanto nos crimes de ação penal pública, quanto nas
infrações penais de ação penal privada.
2) Ministérios Públicos dos Estados: cada Estado da Federação deve organizar e manter o
Ministério Público que opera perante o Judiciário local. Lei nº 8.625/93.
São órgãos de execução do Ministério Público: I – o Procurador-Geral de Justiça; II – o Conselho
Superior do Ministério Público; III – os Procuradores de Justiça; IV – os Promotores de Justiça.
a) vitaliciedade: art. 95, I, CF. Vitaliciedade não é sinônimo de perpetuidade. De fato, a garantia da
vitaliciedade não funciona como óbice à regra geral da aposentadoria compulsória aos 70 (setenta)
anos de idade.
b) inamovibilidade: Arts. 95, II e 93, VIII, CF.
c) irredutibilidade de subsídio: ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I.
IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO
Também estão previstas nos artigos 252 a 254, CPP.
Art. 258, CPP. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou
qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições
relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.
Sum. 234, STJ: A Participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
ACUSADO e DEFENSOR
(arts. 259 a 267, CPP)
Súmula 523 do Supremo dispõe: “no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta,
mas a sua deficiência só o anulará se houver prejuízo para o réu”.
Art. 261, Parágrafo único, CPP: “A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo,
será sempre exercida através de manifestação fundamentada”.
Impedimentos do advogado:
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os parentes do juiz.
O que é QUERELANTE?
Na ação penal de iniciativa privada, o autor da demanda é denominado de querelante, ao passo
que o acusado é chamado de querelado, sendo a peça acusatória chamada de queixa-crime.
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o
ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 31, CPP: “No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de
oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão”.
Quais as atribuições do assistente? Arts: 271; 402; 403, art. 476, § 1º; 584, § 1º, e 598;
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto,
constar dos autos o pedido e a decisão.
Doutrina e jurisprudência admitem a impetração de mandado de segurança
FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários
da justiça, no que Ihes for aplicável.
Os servidores da justiça são funcionários públicos pagos pelo Estado, a serviço do Poder Judiciário.
São os escrivães-diretores;
escreventes;
oficiais de justiça;
auxiliares, etc.
PERITOS E INTÉRPRETES (auxiliares do juízo)
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a
quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua
condução.
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal;
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia;
III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.