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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

Estudo do CSTR e PFR em Regime


Estacionário
ENGD03 – Laboratório de Engenharia Química
Docente: Marcos Fábio de Jesus
Grupo 1

Ana Maria Bravo


Ariana Dórea
Jéssica Rios
Karolyne Souza
Marciele Andrade
Vinicius Ventura
SUMÁRIO
Objetivo

Fundamentação teórica

Materiais e métodos

Resultados e discussões

Conclusão

Referências
OBJETIVO

 Aplicar as equações de projeto de um CSTR e PFR, em regime


estacionário e temperatura constante, a fim de investigar as
limitações das equações de projeto frente a dados experimentais.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
CSTR PFR
 Tanque agitado com escoamento  Tubo com escoamento
contínuo e sem acúmulo de empistonado por onde passa a
reagentes ou produtos; mistura reacional;
 Em condições ideais não há  Em condições ideais não
variação espacial de suas apresenta variação radial de suas
propriedades (mistura perfeita). propriedades.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
CSTR PFR
Uso: Uso:
 Produção em larga escala  Produção em larga escala
 Reação em fase líquida, gás-
 Fase gasosa ou líquida
líquido e sólido-líquido
 Quando se necessita de agitação
intensa
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
CSTR PFR
Vantagens: Vantagens:
 Fácil controle de temperatura  Elevada conversão por unidade
 Adaptação fácil a reação com 2 de volume
fases  Baixo custo operacional
 Simplicidade de construção
 Baixo custo operacional Desvantagens:
 Fácil limpeza  Existência de gradientes
 Operação contínua térmicos
Desvantagens:  Baixo controle de temperatura

 Baixa conversão por unidade de  Difícil limpeza


volume
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 Equações básicas:

Conversão Concentração Fluxo molar


C A0  C A Fj
X Cj  F j  F j 0 (1  X )
C A0 vo

Concentração final de B Tempo de residência


FB 0
C B  C A0 ( B  X ) B  V
FA0 
vo
Onde: A é o reagente limitante
V é o volume do reator É o tempo necessário para
processar um volume de
v0 é a vazão volumétrica alimentação, correspondente
a um volume de reator.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 CSTR – Equação de Projeto

0 Estado estacionário
V

Fjo  Fj   r j dV  dNdt j

F jo  F j
V
 rj
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 PFR – Equação de Projeto

Fj V  Fj V  V  r j V  0
Considerações:
- Estado estacionário
- Geração constante
- Ausência de gradientes radiais
- ∆V pequeno suficiente para que não haja alteração em -rj

X
dF j dX
 rj V  FA0 
dV 0
 rA
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 CSTR x PFR

Para a mesma conversão, o reator PFR apresenta menor volume.


FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 Reação de Saponificação

Acetato de Hidróxido de Acetato de Álcool Etílico


Etila (A) Sódio (B) Sódio

 Acetato de etila utilizado em excesso


 Lei cinética de segunda ordem: -ra= k[CA] [CB]

Dados da literatura (20ºC):

• K = 7,41*10^-5 m3/mol.s
• Ea = 49724 j/mol
• Equação de correção do K
MATERIAIS E MÉTODOS
 20 L de acetato de etila (0,10 mol/L);
 20 L de hidróxido de sódio (0,10 mol/L);
 6 béqueres de 1 L;
 01 cronômetro;
 Condutivímetro
MATERIAIS E MÉTODOS
1. Energizar o painel e ligar os controladores;
2. Abrir V1 e acionar as duas bombas;
3. Ajustar as vazões para o valor desejado;
4. Fechar V1 e abrir imediatamente V2. Anotar o tempo de enchimento do reator
CSTR e os valores de condutividade a cada 30 s até ficar constante;
5. Para o PFR, abrir V3 e fechar V2;
6. Esperar 5 minutos e coletar alíquota da saída do reator em um béquer, o
suficiente para se fazer a leitura de condutividade elétrica; repetir a coleta para
determinar novas condutividades a cada 30 s, até que esta esteja constante;
7. Diminuir para zero as vazões do rotâmetro, abrir V1 e V2. Manter as válvulas
abertas até esvaziar os reatores;
8. Fechar V2 e V3 e repetir os procedimentos de 4 a 6 para uma nova vazão;
9. Após a operação com três conjuntos de vazões diferentes, manter V1, V2 e V3
abertas. Desligar controladores e também a energia do painel.
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADO E DISCUSSÃO - CURVA DE CALIBRAÇÃO
• A curva de calibração utilizada foi a mesma fornecida na prática de reator
batelada;
• Através da condutividade obtida na prática, obtém-se a concentração pela
curva. Concentração Condutividade

Curva de Calibração y = 5E-06x - 2E-06


R² = 0,9566

5,00E-05
Concentração (mol/mL)

4,50E-05
4,00E-05
3,50E-05
3,00E-05
2,50E-05
2,00E-05
1,50E-05
1,00E-05
5,00E-06
0,00E+00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00
Condutividade (mS/s)

Gráfico 1: Curva de calibração


RESULTADO E DISCUSSÃO
O experimento do CSTR e PFR foi realizado por cada grupo, totalizando 6
experimentos em diferentes condições de vazão.
Tabela 1 :Vazão de Acetato e NaOH utilizada por grupo.

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 5 Grupo 6


Acetato de Etila
5,83 5,83 5,00 6,67
(ml/s)
Hidróxido de Sódio
4,17 4,17 3,33 3,33
(ml/s)

Code NaOH (mol/mL) 0,0001


Concentrações Iniciais
Co de Acetato (mol/mL) 0,0001
Temperatura (°C) 25
RESULTADO E DISCUSSÃO - Dados Experimentais
Grupo 1
CSTR PFR
Concentração Tempo Concentração Conversão
Tempo Conversão Condutividade
Condutividade NaOH (s) NaOH (mol/ml) (Xexp)
(s) (Xexp) 300 5,03 0,0000232 0,769
(mol/ml)
0 5,25 0,0000243 0,758 420 5,15 0,0000238 0,763
120 4,95 0,0000228 0,773 540 4,98 0,0000229 0,771
240 4,84 0,0000222 0,778 660 4,95 0,0000228 0,773
360 4,74 0,0000217 0,783 780 4,98 0,0000229 0,771
480 4,69 0,0000215 0,786 900 4,86 0,0000223 0,777
600 4,78 0,0000219 0,781 1020 4,87 0,0000224 0,777
720 4,8 0,0000220 0,780 1140 4,87 0,0000224 0,777
840 4,78 0,0000219 0,781 1260 4,87 0,0000224 0,777
960 4,78 0,0000219 0,781 1260 7,31 0,0000346 0,655

Reator CSTR Reator PFR


0.0000245 Concentração NaOH (mol/ml) Concentração NaOH (mol/ml)
0.0000240
0.0000240
0.0000235
0.0000230 0.0000235
0.0000225
0.0000230
0.0000220
0.0000215 0.0000225
0.0000210 0.0000220
0 200 400 600 800 1000 1200 0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Tempo (s) Tempo (s)
RESULTADO E DISCUSSÃO - Dados Experimentais
Grupo 2
CSTR PFR
Concentração Concentração
Tempo Conversão Tempo Conversão
Condutividade NaOH Condutividade NaOH
(s) (Xexp) (s) (Xexp)
(mol/ml) (mol/ml)
120 5,5 0,0000255 0,745 600 5,6 0,0000260 0,740
240 5,5 0,0000255 0,745 720 5,62 0,0000261 0,739
360 5,49 0,0000255 0,746 840 5,64 0,0000262 0,738
480 5,27 0,0000244 0,757 960 5,02 0,0000231 0,769
600 5,56 0,0000258 0,742 1080 4,98 0,0000229 0,771
720 5,46 0,0000253 0,747 1200 4,96 0,0000228 0,772
840 5,57 0,0000259 0,742 1320 4,85 0,0000223 0,778
960 5,58 0,0000259 0,741 1440 4,82 0,0000221 0,779
1080 5,54 0,0000257 0,743 1560 4,83 0,0000222 0,779
1200 5,46 0,0000253 0,747 1680 4,84 0,0000222 0,778
1320 5,46 0,0000253 0,747 1800 4,85 0,0000223 0,778
1440 5,36 0,0000248 0,752
1560 5,38 0,0000249 0,751
1680 5,38 0,0000249 0,751
1800 5,37 0,0000249 0,752
1920 5,32 0,0000246 0,754
2040 5,4 0,0000250 0,750
2160 5,39 0,0000250 0,751
2280 5,4 0,0000250 0,750
RESULTADO E DISCUSSÃO - Dados Experimentais
Grupo 5
CSTR PFR
Concentração Concentração
Tempo Conversão Tempo Conversão
Condutividade NaOH Condutividade NaOH
(s) (Xexp) (s) (Xexp)
(mol/ml) (mol/ml)
297 4,34 0,0000197 0,803 375 4,34 0,0000197 0,803
417 4,14 0,0000187 0,813 598 4,76 0,0000218 0,782
537 4,34 0,0000197 0,803 741 4,54 0,0000207 0,793
662 4,83 0,0000222 0,779 944 4,43 0,0000202 0,799
783 4,84 0,0000222 0,778 1089 4,61 0,0000211 0,790
904 4,36 0,0000198 0,802 1260 4,53 0,0000207 0,794
1026 4,53 0,0000207 0,794 1373 4,36 0,0000198 0,802
1147 4,86 0,0000223 0,777 1567 4,70 0,0000215 0,785
1267 4,79 0,0000220 0,781 1707 4,34 0,0000197 0,803
1388 4,92 0,0000226 0,774 1833 4,26 0,0000193 0,807
1509 5,08 0,0000234 0,766 1955 4,53 0,0000207 0,794
1629 5,16 0,0000238 0,762 2099 4,39 0,0000200 0,801
1749 5,30 0,0000245 0,755
1869 5,27 0,0000244 0,757
RESULTADO E DISCUSSÃO - Dados Experimentais
Grupo 6
CSTR PFR
Concentração Concentração
Tempo Conversão Tempo Conversão
Condutividade NaOH Condutividade NaOH
(s) (Xexp) (s) (Xexp)
(mol/ml) (mol/ml)
240 4,12 0,0000186 0,814 240 3,99 0,0000180 0,821
360 4,08 0,0000184 0,816 360 3,91 0,0000176 0,825
480 4,05 0,0000183 0,818 480 3,85 0,0000173 0,828
600 4,05 0,0000183 0,818 600 3,84 0,0000172 0,828
720 4,07 0,0000184 0,817 720 3,84 0,0000172 0,828
840 4,11 0,0000186 0,815 840 3,93 0,0000177 0,824
960 4,07 0,0000184 0,817 960 3,97 0,0000179 0,822
1080 4,06 0,0000183 0,817 1080 3,91 0,0000176 0,825
1200 4,04 0,0000182 0,818
1320 4,03 0,0000182 0,819
1440 4,01 0,0000181 0,820
1560 4,06 0,0000183 0,817
1680 4,07 0,0000184 0,817
RESULTADO E DISCUSSÃO – Tempo Espacial
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 5 Grupo 6

Tempo Espacial CSTR PFR CSTR PFR CSTR PFR CSTR PFR
Volume (L) 1,6 1,1 1,6 1,1 1,6 1,1 1,6 1,1
Vo (mL/s) 10 10 11,67 11,67 8,33 8,33 10 10
Tempo Teórico (s) 160 110 137,14 94,28 192 132 160 110
Tempo Exp. (s) 152 110 131 92 177 117 159 120
Desvio (%) 5,00% 0,00% 9,69% 5,26% 7,81% 11,36% 0,63% 9,09%

FA0  1    B  X A 
V   ln 
kC A0   B  1    B 1  X A  
2

τ: tempo de enchimento do reator


νo: vazão volumétrica total de alimentação CSTR
V: volume do reator PFR
RESULTADO E DISCUSSÃO – Conversão e K
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 5 Grupo 6
Tempo Espacial CSTR PFR CSTR PFR CSTR PFR CSTR PFR
X teórico 0,728 0,87 0,68 0,82 0,78 0,93 0,85 0,99
X exp 0,781 0,655 0,75 0,778 0,757 0,801 0,817 0,825
Desvio (%) 7,22% 25,19% 9,69% 5,26% 3,25% 14,10% 4,11% 16,17%

K teórico (ml/mol*s) Constante Cinético (K) a 25°C = 104


K exp (ml/mol*s) 150,03 40,96 160,71 85,62 87,05 51,46 78,33 36,63
Desvio (%) 44,26% 60,61% 54,53% 17,68% 16,29% 50,52% 24,69% 64,78%

FA0  1    B  X A 
k 
2 
 ln  
VC A0   B  1    B 1  X A  

PFR CSTR Conversão


• Aplicou-se o solver para a determinação do X e K teórico.
RESULTADO E DISCUSSÃO

Com exceção do grupo 2, o reator PFR apresentou maior desvio


referente a variável K e a conversão da reação.

O grupo 1 optou por pegar as amostras do PFR no tanque ao invés de


retirar na válvula final do reator, a fim de perturbar minimamente o
sistema. Porém, em relação ao PFR, teve o segundo maior desvio,
mostrando que a prática adotada não foi efetiva.

No geral, o CSTR apresentou menor desvio referente ao K e a conversão.

Com base na literatura e Xteórico, o reator com maior conversão foi o PFR.
Na prática foi possível verificar esse comportamento, com a exceção do
grupo 1, no qual o CSTR apresentou maior conversão.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Considere que a reação foi conduzida nos reatores de batelada e CSTR.
Hipoteticamente dados experimentais do reator batelada foram utilizados para
calcular a conversão do CSTR, encontrando 50%. Contudo, a conversão obtida
no CSTR de bancada foi de 57%.

a) Faça uma descrição sucinta de todas as operações realizadas até a obtenção


da conversão de 50%.

• Obter k, α e β no reator batelada;


 ri  k[C A ]i [CB ]i
• Calcular a velocidade de reação: ;
• Determinar a conversão através da equação do CSTR.
RESULTADO E DISCUSSÃO
b) Explique o porquê da discrepância entre as conversões encontradas (50 e 57%),
considerando as variáveis da equação de projeto.

O cálculo da conversão em um CSTR envolve vazões molares de alimentação dos reagentes,


concentração inicial e o volume do reator.

Esses valores permaneceram fixo durante o experimento. O desvio pode estar relacionado
com o valor experimental da constante cinética k (experimento batelada). A presença de
erros pode ter ocasionado parte dessa variação, podendo ser pela sensibilidade das medições
de condutividade e/ou pela curva de calibração não fidedigna, agregando erros.
Além disso, as considerações adotadas para o projeto do reataor CSTR leva em consideração
o estado estacionário, enquanto que o batelada o estado transiente. Assim váriaveis como o
tempo de residência influenciaram na conversão final, justificando a discrepância encontrada.
RESULTADO E DISCUSSÃO
É possível calcular a ordem de reação e energia de ativação através deste
experimento? Explique.

- A determinação da ordem é encontrada por um sistema de 3 equações e


obter k, α e β.
 r1  k[C A ]1 [C B ]1
 r2  k[C A ]2 [C B ] 2
 r3  k[C A ]3 [C B ]3

- Não seria possível encontrar a energia de ativação nesse experimento, pois


necessitaria da realização da prática em diferentes temperaturas para a
utilizando da equação de Arrhenius.
CONCLUSÃO
A prática permitiu a visualização de um reator PFR e CSTR em uma escala
piloto, além de possibilitar a aplicação da equação de projeto dos reatores.

Com base na literatura e no Xteórico, o reator com maior conversão é o PFR.


Na prática foi possível verificar esse comportamento, com a exceção do
grupo 1, no qual o CSTR apresentou maior conversão.

No geral, o CSTR apresentou menor desvio referente ao K e a conversão.

Os resultados referentes a conversão foram considerados satisfatórios pelos


baixos desvios, enquanto que o K teve grande desvio, não se mostrando
satisfatório.

Os erros podem estar associados a incerteza das medidas de tempo, vazão e


condutividade; defeito do Vórtex (travava), variação da temperatura, entre
outros).
Referências Bibliográficas
• FOGLER, H. Scott, Elementos de Engenharia das Reações Químicas. 3ª Ed., LTC,
2002.

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