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(Cap. VI) (Cap.

XVII)

Educação
de Carlos

Cap. III
PERSONAGENS
Caracterização física:

 Magro;
 Bigode arrebitado; Autêntico retrato de Eça de Queirós
 Monóculo.

Caracterização psicológica:

 Exuberante/ Excêntrico;  Crítico;


 Boémio/ Despreocupado;  Ateu e sem moral;
 Culto;  Diletante;
 Sarcástico/ Irónico;  Romântico/ Sentimental.
Caracterização física:

 Bigode encerado;
 Pera curta.

Caracterização psicológica:

 Tradicionalista/ Retrógrado;
 Ignorante/ Inculto;
 Fútil/ Vaidoso;
 Sem espírito crítico;
 Maçador;
 Esquecido.
Caracterização física:

 “[...] cavalheiro alto, escaveirado, grave, com uma barba rala [...]”.

Caracterização psicológica:

 Ignorante/ Inculto;
 Defende a imitação do estrangeiro;
 Acompanha as conversas sem interromper;
 Não tem opinião própria;
 Acata todas as opiniões.
Caracterização física:

 Alto;  Cabelos negros e ondulados;


 Bem constituído;  Pele branca;
 Ombros largos;  Barba fina e castanha escura,
 Olhos negros; pequena na face e aguçada no
queixo;

Caracterização psicológica:

 Culto;  Diletante;
 Educado;  Vítima de hereditariedade.
 Gosto requintado;
 Cosmopolita;
Caracterização física:

 Cabelos ruivos e crespos;


 Nariz petulante;
 Olhos escuros e brilhantes;
 Bem feita;
 Pele fina, clara e doce;

Caracterização psicológica:

 Fútil/ Exuberante;
 Imoral;
 Provocadora/ Sem escrúpulos;
 Sensual.
CRÍTICA SOCIAL - AMBIENTES
Espaço Social Espaço Físico
 Objetivos do jantar:
• Reunir a alta burguesia e a “Na sala de jantar, um pouco sombria,
aristocracia, bem como a camada forrada de papel cor de vinho, escurecida
dirigente do país; ainda por dois antigos painéis de
• Demonstrar a sua ignorância. paisagem tristonha, a mesa oval,
cercada de cadeiras de carvalho lavrado,
 Observações feitas no jantar: ressaltava alva e fresca, com um
• “Isto é um país desgraçado.”; esplêndido cesto de rosas entre duas
• “– Creio que não há nada de novo serpentinas douradas.”
em Lisboa[...]”.
TEMAS ABORDADOS
Tanto o conde de Gouvarinho como Sousa Neto, mostram deslumbramento
pelo estrangeiro.

Horizontes limitados e confinamento à sociedade lisboeta.

Tentativa de demonstrar um conhecimento que não possui.

“– País de grande prosperidade, a Holanda!... Em nada Ignorância e falta


inferior ao nosso... Já conheci mesmo um holandês que de espírito crítico
era excessivamente instruído...” das classes altas.
“O Sr. Neto lamentava que os seus muitos deveres não lhe permitissem
percorrer a Europa. Em pequeno fora esse o seu ideal; mas agora, com tantas
ocupações públicas, via-se forçado a não deixar a carteira. E ali estava, sem
ter visto sequer Badajoz...
– E Vossa Excelência de que gostou mais, de Paris ou de Londres?”

Aprisionamento cultural, cingido às terras portuguesas.


“Ega declarou muito decididamente ao Sr. Sousa Neto que era pela
escravatura. Os desconfortos da vida, segundo ele, tinham começado com a
libertação dos negros. Só poderia ser seriamente obedecido, quem era
seriamente temido... Por isso, ninguém agora lograva ter os seus sapatos bem
envernizados, o seu arroz bem cozido, a sua escada bem lavada, desde que
não tinha criados pretos e que fosse lícito dar vergastadas... Só houvera duas
civilizações em que o homem conseguira viver com razoável comodidade: a
civilização romana e a civilização especial dos plantadores da Nova Orleães.
Porquê? Porque numa e noutra existira escravatura absoluta, a sério, com o
direito de morte!...”
Sousa Neto abordou o tema com superficialidade e ignorância.

O conde intervém, dizendo que Ega estava apenas a fazer um


paradoxo.

Evidencia-se falta de memória Mudança de assunto.


por parte do conde.

Intuito de ridicularizar e estupidificar o conde, uma vez que não percebe a ironia
de Ega, não necessitando de formular uma opinião (falta de opinião própria).
“[...] a admirava também, gabava-lhe sobretudo o espírito, a
instrução.”

“[...] o dever da mulher é primeiro ser bela, e depois ser estúpida...”

“[...] não gostava também de literatas: sim, decerto o lugar da


mulher era junto do berço, não na biblioteca...”

Incapacidade de formular uma opinião própria e, revela também a falta de


atividade das pessoas detentoras do poder, no que toca ao progresso da
sociedade e da mentalidade portuguesa.
Surgem duas posições:

A mulher deveria ter As melhores qualidades, e


capacidade de falar sobre aquelas às quais se
livros ou artigos de revista deveria dar mais
mais simples sem que, no relevância, são as de
entanto, tenha capacidade dona de casa, mais
intelectual para discutir precisamente, cozinhar e
sobre assuntos de cariz ser boa mulher.
literário, político ou social
com um homem.
“Uma mulher com prendas, sobretudo com prendas literárias, sabendo
dizer coisas sobre o Sr. Thiers, ou sobre o Sr. Zola, é um monstro [...]”

A educação das mulheres não era uma prioridade e as


mulheres mais dotadas intelectualmente eram temidas
pelos homens.
“– Não me recordo textualmente, mas...”

“– Não sabia [...] que esse filósofo tivesse escrito sobre assuntos escabrosos!”

“– É meu costume, Sr. Ega, não entrar nunca em discussões, e acatar


todas as opiniões alheias, mesmo quando elas sejam absurdas...”

Demonstra a incapacidade que os detentores de altos cargos têm para


formular opiniões próprias e a falta de cultura que os impede de participar
numa discussão, incapacitando-os de tomar decisões para o avanço do
país.
“ – E diga-me outra coisa – prosseguiu o Sr. Sousa Neto, com
interesse, cheio de curiosidade inteligente. – Encontra-se por
lá, em Inglaterra, desta literatura amena, como entre nós,
folhetinistas, poetas de pulso?...”

Ignorância e aprisionamento cultural.


Conde de Gouvarinho Sousa Neto
• Voltado para o passado; • Acompanha as conversas
• Tem lapsos de memória; quase sem intervir;
• Comenta desfavoravelmente • Desconhece o filósofo
as mulheres; Proudhon;
• Revela uma visível falta de • Defende a imitação do
cultura; estrangeiro;
• Não acaba nenhum assunto; • Não entra em discussões;
• Não compreende a ironia • Acata todas as opiniões
sarcástica de Ega; alheias, mesmo as mais
• Vai ser ministro. descabidas;
• Defende a literatura de
folhetins, de cordel;
•É deputado.
“Mas ele agora não falava tanto do talento do Barros como parlamentar,
como homem de Estado. Falava do seu espírito de sociedade, do seu
esprit...”
OUTROS ASPETOS
CONSIDERADOS RELEVANTES
Jantar do Hotel Central Jantar dos Gouvarinho
Objetivos: Objetivos:
• Homenagear o banqueiro • Reunir a alta burguesia e
Jacob Cohen; aristocracia;
• Proporcionar a Carlos um • Reunir a camada dirigente do
primeiro contacto com o meio país;
social lisboeta; • Demonstrar a ignorância das
• Apresentar a visão crítica de classes dirigentes.
alguns problemas;
• Proporcionar a Carlos uma
visão de Maria Eduarda.
Condessa de Gouvarinho Maria Eduarda
• “Brilhava mais e melhor que • Era vista por Carlos como
todas na imaginação de uma deusa;
Carlos.”; • Escolhe a maneira mais fácil
• Tem um casamento falhado, de subir na vida, juntar-se com
desprezando o marido pelo homens ricos;
seu fraco poder económico; • Usa a “doença” da Miss Sara,
• Procura Carlos, com a para Carlos ir a sua casa;
desculpa de que o filho está • Afastam-se depois de
doente; saberem do incesto.
• Carlos acaba tudo com ela,
por esta ser fútil e por Maria
Eduarda.
Exemplos:

• touriste;

• esprit;

• galantine;

• Brandy and soda.

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