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OS DESAFIOS

DA INCLUSÃO
Andreia Cukuejo
Cláudia Soares
Inês Hartt
Maria Cabreira
Vera Malaco
INCLUSÃO

Com que vozes falamos?

Como construí-la?

Exige pensar com trilhas diferentes.

Pensar de outro modo.


 Inclusão ou integração? Normal ou Patológico? Normal X Anormal?
 Qual é o panorama atual da inclusão?
 Tudo depende da lei? Como desconstruir o aparelho?
 Qual é o preparo necessário para incluir uma criança com deficiência?
 Saúde X Doença , onde atuo?
 Saúde e Pedagogia, onde se cruzam?
 Qual é o papel da família? Como trabalhar com suas expectativas?
 Qual é o fio condutor do fazer da Instituição ?
 Como se constituir como coletivo?
 Como se concebe pedagogia / currículo / método?
ALGUMAS  Qual é o tempo do nosso fazer? Tempo do planejamento anual/
mensal / diário? Qual é o lugar dos acasos da vida nesse planejamento?
QUESTÕES 

RITMO – O que norteia o meu ano? O que me sustenta?
Qual é o papel de cada profissional que atua nessa instituição de modo
que a missão seja alcançada e potencializada?
 Quais são os níveis de atuação do meu fazer?
 Qual é o lugar do outro no meu fazer? (família / outros profissionais
internos e externos que atuam com as crianças)
 Quais são as metodologias adotadas para observação dos alunos?
 Até onde posso justificar o meu fazer em função do amor e da boa
intenção que coloco nas minhas ações?
 Qual é o papel e o tempo da autoeducação / autoformação /
estudos coletivos no meu fazer profissional ?
FRONTEIRA

• Território do devir
• Entre-mundo
• Indiscernibilidade
F • Estados-de-vida-em-aberto-
R e-em-potência.
O • Campo de afetações
N produzido na dinâmica dos
Saúde T Doença encontros dos “corpos”
E (alunos, pais, professores,
I terapeutas). Mas também
R encontro das diferentes
A experiências de cada ser e do
encontro com todo material
e fazer pedagógico-
terapêutico oferecido.
Minha própria experimentação
enquanto pedagoga-terapeuta
MERGULHO
EM UM
UNIVERSO
REALIDADE INTERNA

O que queremos/necessitamos
para assumir a inclusão?

Quais os fatores internos que


nos favorecem e quais nos
bloqueiam?

REALIDADE EXTERNA

O que favorece ou ameaça


nossos desejos e planos?  
COMO ARTICULAR
MACROPOLÍTICA E
MICROPOLÍTICAS?
ESTADO DE PRESENÇA

Pensar / Sentir / Agir

Apreender como se dá a
experimentação desse
encontro

Os corpos dos pedagogos-terapeutas devem estar em “ESTADO DE PRESENÇA”


Envolve uma ética do saber implicado e uma ética do cuidado de si e do outro.

Cuidado que exige o conhecimento de si mesmo e do outro.

Acesso ao conhecimento a partir de uma transformação de si mesmo

Tatear fluxos e territórios no


campo das sensações
[c]o[m]posição de afetos e forças que potencializam a ESTADO DE PRESENÇA
saúde e o cuidado e assim potencializam a FORÇA DE
EXISTIR Pensar / Sentir / Agir

VIDA COMO CRIAÇÃO Apreender como se dá a


Um corpo vivo, e não um organismo que desagrega. experimentação desse
Um corpo vivo que quer crescer, expandir sua força, encontro
tornar-se mestre do espaço inteiro e expulsar o que
resiste à sua expansão.

Não é uma questão de adaptar-se às circunstâncias


externas, mas sim de ser capaz de criar as próprias Tatear fluxos e territórios no
normas de vida e assim poder oferecer algo ao mundo. campo das sensações
Produzir o novo é inventarmos
novos desejos e novas crenças,
novas associações e novas
formas de cooperação.

Invenção – potência do homem


comum
Mas tenho medo do que é novo.
E tenho medo de viver o que
não entendo.
Quero sempre ter a garantia de
pelo menos estar pensando que
entendo,
não sei me entregar à
desorientação.

Clarice Lispector
INFORMAÇÃO HABILIDADES PRÁTICAS

CONHECIMENTO
 

SABEDORIA

EXPERIÊNCIAS VALORES PRINCÍPIOS


As palavras “Intervenção” e “Programa”:
Origem militar/clínico, para controlar.

Pensar em projeto - como projétil, guia.


Algo que se projeta ao porvir.
 Desenho de um desejo, sonho. Entre o desenho e a
concretização ocorre várias coisas. Por definição,
um projeto não se cumpre, e isso é admitir que o
futuro sempre nos escapa.

 Pensar em MAPA de alcances. Ante um projeto, um


mapa/território, uma cartografia onde todas as
direções cabem. Depende da experiência de
viagem.

 Território é o lugar das relações, do conflito, da


paixão.
O sujeito se faz de relações.

Categorizar o que fazemos e não o que somos.


Buscar o que nos une nas diferenças, porque somos diferentes.
Inventar conceitos mais ligados às relações e não ao sujeito.
Ocupemos o presente! Trabalhar no ritmo.
Construir nossa própria caixa de ferramentas. [C]O[M]POSIÇÃO.
Percorremos caminhos conhecidos porque nos expropriaram as
experiências. Temos que sair de caminhos conhecidos, arriscar.
A prática é um processo de relação e a teoria é a prática de se pensar. A
prática é fazer ação.
Projetos de inclusão

 Favorecer estar com. Fazer junto. Potencial de relacionamento de um


grupo/coletivo.

 Favorecer a experiência. Um sujeito da experiência é receptivo, aberto, ele se atreve,


se expõe. Sai de si para o mundo. Entende a vida como aventura relacional e que
esta remete à Vida.

 A experiência é aquilo que nos passa porque é isso que nos forma e,
consequentemente, ao nos formar, nos transforma.

 A linguagem da experiência é a da narração. Os relatos nos afetam. O devir é uma


linguagem de processo.
 Como trabalhar projetos de inclusão desde a lógica do processo (ações e movimentos)?
Ações que começam antes e continuam... E expectativa em torno dos processos ...
Provocar e não promover ... Incluir a família ... Tratar a família ...

 Trabalho inclusivo tem o foco no relacional, desfocando e tirando o lugar do indivíduo.

 Na geografia da inclusão o importante não é o ponto de partida nem a chegada, mas o


ENTRE. Sempre em relação e relacionalmente é que se faz o desenho desse projeto até
a avaliação.

 A EDUCAÇÃO É UM ATO RELACIONAL

 Na formação de profissionais da inclusão: como trabalhar as relações ? Como trabalhar


com observação de cada aluno?
 No lugar de SEPARAR, CONECTAR-SE
 No lugar do EU, o NÓS
 No lugar do SUJEITO, as INTERAÇÕES, as RELAÇÕES
 No lugar do SINGULAR, o PLURAL
 No lugar do DESIGUAL, o DIFERENTE
 No lugar do ESTADO, o PROCESSO
 No lugar da PRÁTICA, a EXPERIÊNCIA
 No lugar da DEPENDÊNCIA, a INTERDEPENDÊNCIA
 No lugar de DAR, a RECIPROCIDADE
 No lugar da DISCRIMINAÇÃO, a INCLUSÃO
Não se deve dizer a si próprio: você deve derramar isto ou aquilo na
alma da criança. Mas deve-se ter veneração frente ao seu espírito. Você
não consegue desenvolver esse espírito; ele desenvolve-se por si
próprio. Compete a você afastar os obstáculos para o seu
desenvolvimento, e trazer-lhe aquilo que lhe permite desenvolver-se.
Você consegue afastar os obstáculos físicos e também um pouco os
anímicos. Aquilo que o espírito deve aprender, ele o aprende devido ao
fato de você lhe afastar esses obstáculos. Pela vida o espírito também já
se desenvolve na juventude mais tenra. Mas sua vida é aquilo que o
educador desenvolve em seu ambiente.

Fonte: GA 305, palestra de 19/8/1922, p. 74


Em sua 1a. palestra do Curso de Pedagogia Curativa, de 25/junho/1924, pág.1,
Rudolf Steiner diz:

Para começar, gostaria de falar sobre o ser de tais crianças. Primeiramente, é


óbvio que quem quiser educar crianças incompletamente desenvolvidas deverá
possuir um conhecimento realmente profundo da educação de crianças sadias.
É este o conhecimento que deverá ser adquirido por quem quiser educar tais
crianças. É fundamental sabermos que o observado em crianças cujo
desenvolvimento está incompleto (crianças que sofrem de alguma doença ou
anormalidade) pode também ser observado na chamada vida anímica normal,
com diferença de que nesta é menos evidente - e para tal reconhecimento
deveremos ser capazes de pesquisá-la no íntimo.
E ele estende este pensamento para a vida anímica de cada ser humano,
onde existe certa anormalidade.
Se observarmos a fala e a atividade de pensar em determinadas pessoas,
veremos que algumas têm uma tendência a voos de pensamento,
dificuldade em manter foco e ouras uma incapacidade de colocar as palavras
em intervalos corretos, tropeçam nas palavras.
Irregularidades como estas, às vezes imperceptíveis, podem ser observadas
na vida do querer, do sentir da maioria dos seres humanos.
Quem deseja trabalhar com pessoas com deficiências mais severas, seja
pedagógica ou terapeuticamente, observará estas irregularidades como
sintomas e não como causas e estes deverão ser cuidadosamente
estudados. Quais fenômenos se apresentam naquele ser, naquele momento
e em qual circunstancia.
"Deixai cada um tornar-se tudo
aquilo
que for capaz de ser.
Expandir-se, se possível, até o
florescimento.
Suportar todas as limitações. 
Rejeitar tudo o que for estranho,
especialmente os aspectos nocivos.
E mostrar-se em toda a grandeza
de sua dimensão e estatura. 
Ser tudo aquilo que possa!”

Karl Köning
Café filosófico:
1. Dr Mário Eduardo Costa Pereira
2. Psicanalista Christian Dunker
Rudolf Lanz: A Pedagogia Waldorf
Sociedade Antroposófica do Brasil
Site oficial Revista Mente e Cérebro: Artigo Drª Érica R de Souza

Educação inclusiva na prática:


https://diversa.org.br/artigos/qual-e-o-preparo-necessario-para-incluir-u
m-estudante-com-deficiencia/?gclid=Cj0KCQjw3qzzBRDnARIsAECmryo
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