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SERVIÇO AUXILIAR

CONCEITO GERAL

É um sistema composto por todos os dispositivos


/cargas necessários à operação dos equipamentos
principais de uma subestação (ou da subestação como
um todo. Tal sistema abrange cargas, fontes de
alimentação e sub-sistemas de manobras que
interligam fontes e cargas.
Geralmente são dotados de sub-sistemas em corrente
alternada e corrente contínua. Um sistema de Serviço
Auxiliar, confiável, eleva a confiabilidade da respectiva
subestação. Em geral a confiabilidade deve ser
alcançada co esquemas simples e seguros, que visem
a facilidade de operação.
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CONCEITO GERAL

O sistema de corrente contínua em uma usina ou


subestação é de grande importância, pois é
responsável pelos sistemas de controle, supervisão e
proteção da maior parte dos equipamentos,
alimentando ainda sistemas de iluminação de
emergência.
Por isso deve-se tomar muito cuidado com sua operação,
pois a falta do mesmo comprometeria gravemente a
operação dos mais variados equipamentos da usina (ou
subestação). Basicamente o sistema de corrente contínua
é composto de banco de baterias, carregadores e painéis
distribuidores (barramentos com disjuntores).
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ESCOLHA DAS FONTES

Para subestações que requeiram um grau de


confiabilidade mais elevado, geralmente se adotam, no
mínimo, duas fontes confiáveis e independentes.

Porém, de maneira genérica, a fonte de alimentação dos


serviços auxiliares deve ser obtida a partir da rede mais
confiável que esteja presente, geralmente associada ao
maior nível de tensão ou a partir das fontes
independentes disponíveis.
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FONTES INDEPENDENTES

Duas fontes são consideradas independentes se não


existe a possibilidade de que uma determinada
falta/defeito as desligue simultaneamente.
CLASSIFICAÇÃO DAS CARGAS

As cargas abrangidas por um sistema de serviços


auxiliares são geralmente agrupadas de acordo com o
grau de continuidade que as mesmas exigem das fontes.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CARGAS

Pode-se classificá-las nos seguintes grupos:

a) Cargas permanentes – não podem sofrer interrupções


e estão relacionadas à continuidade operacional do
sistema principal e à segurança de pessoas e
instalações.
Nesses casos, é usual adotar-se a alimentação em
corrente contínua com autonomia suficiente para
aguardar a ativação do sistema de energia própria.

Exemplos: sistemas de proteção, controle, supervisão,


alarme, sinalização e telemedição.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CARGAS

Pode-se classificá-las nos seguintes grupos:

b) Cargas essenciais – admitem interrupções de pequena


duração. Geralmente são alimentadas em CA e exigem
que a fonte seja confiável (por ex., alimentação por
barramento essencial associado a geradores). A
interrupção por período prolongado afeta a confiabilidade
da subestação.
Exemplos: carregadores de bateria, motores para
carregamento de molas para disjuntores, registradores
gráficos, iluminação essencial, equipamentos de
comunicação e cargas do sistema de proteção contra
incêndio.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CARGAS

Pode-se classificá-las nos seguintes grupos:

c) Cargas não essenciais – Admitem interrupções por


tempo mais prolongado. Geralmente são alimentadas por
corrente alternada.
Exemplos: Iluminação normal, tomadas de uso geral,
aquecimento de equipamentos, refrigeração de
transformadores, condicionamento de ar e outros.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CARGAS

Pode-se classificá-las nos seguintes grupos:

b) Cargas de emergência – abrange a iluminação de


balizamento e segurança, prevista para o caso em que se
perca o sistema de serviço auxiliar em corrente alternada.
Geralmente compõe-se de grupos autônomos ou centrais
de iluminação de emergência (para alimentação de
lâmpadas incandescentes/halógenas em corrente
contínua. Possuem iluminação baixa e não uniforme,
porém suficientes para que se possa circular com
segurança, visualizar instrumentação de painel e realizar
reparos e manutenção.
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SISTEMAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Baterias

Uma fonte de eletricidade de uso comum é a ação


química que tem lugar nas pilhas e baterias.

Possuem uma célula composta de uma cuba, de dois


eletrodos e de um líquido chamado eletrólito.
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SISTEMAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Baterias

Existem basicamente dois tipos de baterias: as ácidas e


as alcalinas. Nas baterias de chumbo ácidas (usadas em
automóveis e serviço auxiliar), a placa positiva é de
peróxido de chumbo e a placa negativa de chumbo-puro
e tendo como eletrólito o ácido sulfúrico Quando a
bateria se descarrega o ácido se enfraquece e as duas
placas se transformam em sulfato de chumbo. Possuem
uma capacidade de carga pequena e requerem muita
manutenção.
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SISTEMAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Baterias chumbo-ácidas

Quando se faz passar uma corrente pela bateria os


elétrons são empurrados para a placa negativa através do
eletrólito que é uma solução de ácido sulfúrico e água
destilada até que não haja mais espaço para eles, aí
então diremos que a bateria está com a sua carga
máxima e a placa negativa fica composta de sulfato de
chumbo.
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SISTEMAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Baterias

Quando o elemento é descarregado, o peróxido de


chumbo da placa positiva transforma-se em sulfato de
chumbo e o chumbo esponjoso da placa negativa
também converte-se em sulfato de modo que ambas as
placas tendem a igualar-se eletroquimicamente, isto é,
entre as mesmas não há diferença de potencial.

No momento que a bateria está recebendo carga


hidrogênio é libertado na placa negativa e oxigênio na
placa positiva.
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Baterias

A bateria chumbo-ácida requer muitos cuidados para a


sua conservação; quando bem tratado, tem grande
durabilidade.

A solução deve ser preparada com ácido sulfúrico puro e


água destilada, sendo uma parte de ácido para 3,5 de
água, tendo-se o cuidado de adicionar lentamente o ácido
na água, pois há grande desenvolvimento de calor na
mistura.
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Baterias

As placas devem estar sempre cobertas pela solução e


sempre que necessário completá-la com água destilada,
pois devido ao aquecimento há sempre uma perda por
evaporação.

A bateria deve sempre receber cargas lentas e freqüentes


porque cargas rápidas e elevadas danificam as placas da
mesma.
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Baterias

Ligando-se um fio entre as placas, conforme pode-se


observar na figura, os elétrons deixam o pólo negativo e
caminhando através do referido fio vão ter ao pólo
positivo, o qual está com falta de elétrons. Imediatamente
o eletrólito transportará novamente, elétrons para a placa
negativa.
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SISTEMAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Baterias

Enquanto o eletrólito estiver transportando os elétrons,


observaremos que a placa negativa vai se consumindo,
isto devido à ação química. Na placa positiva haverá um
desprendimento de bolhas de gás.
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Baterias alcalinas

As baterias alcalinas são de níquel ferro; possuem um


alto rendimento e boa capacidade de carga, e requerem
pouca manutenção (troca de eletrólito a cada 3 anos).
Sua placa positiva é de peróxido de níquel e a negativa de
ferro.
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SISTEMAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Baterias alcalinas

As reações observadas nessas baterias têm como


conseqüência, durante a carga, o transporte de oxigênio
da placa positiva para a negativa; o peróxido de níquel
transforma-se em óxido de níquel, e o ferro em óxido de
ferro, não havendo nenhuma participação do eletrólito
que é uma solução de hidróxido de potássio e água.
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Baterias alcalinas

Modernamente a bateria ferro-níquel vem dando lugar à


níquel-cádmio, por terem estas melhor rendimento
elétrico e menor resistência interna. A bateria níquel
cádmio quando estiver carregada, a placa positiva é um
óxido de níquel de grau superior e a placa negativa é de
cádmio metálico. Ao ser descarregada a placa positiva
reduzir-se-á a um óxido de níquel de grau inferior, e a
placa negativa transformar-se-á em óxido de cádmio.
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Baterias alcalinas

Ligam-se em paralelo um certo número de placas para


formar um grupo, dispondo mais uma placa no grupo
negativo que no positivo.

Intercalam-se então os dois grupos de placas,


conjuntamente, separando-se as placas, uma das outras
por meio de tiras de ebonite.
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Constituição das baterias

A bateria é constituída por:


• caixa • tampas • placas
• eletrólito • conectores de elementos • bornes
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SISTEMAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Características das baterias

As principais características de uma bateria são:

Tensão

Depende do número de elementos - três para as de 6


volts e seis para as de 12 volts. Para o banco de 110V da
subestação são necessários 56 elementos.
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Características das baterias

Capacidade

Depende do número e superfície de suas placas. É


expressa em ampéres-horas. O funcionamento de uma
bateria de acumuladores compreende duas fases, que
são:

• processo de carga;
• processo de descarga.
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Carga e descarga das bateriais

Processo de Descarga

Ao ser fornecida corrente elétrica pela bateria, ocorre


uma transformação química inversa. O ácido se combina
novamente com o material das placas, diminuindo a
densidade do eletrólito.
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Desprendimento de gases

 Alcalinas - Durante a carga há desprendimento de


hidrogênio, sendo necessário em alguns casos prover a
sala de baterias com equipamento para ventilação.

 Ácidas - Durante a carga há desprendimento de


hidrogênio e gases ácidos corrosivos.
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Desprendimento de gases

De um modo geral os eletrólitos das baterias são


classificados como corrosivos. Entretanto o eletrólito
alcalino não ataca os materiais de construção normais,
concreto e aço, não necessitando de acabamento
especial. o eletrólito ácido e a névoa ácida são muito
corrosivos para os materiais comuns de construção e os
locais de instalação necessitam de tratamentos especiais
(pisos e revestimentos anti-corrosivos).
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Sala de baterias

De um modo geral os eletrólitos das baterias são


classificados como corrosivos. Entretanto o eletrólito
alcalino não ataca os materiais de construção normais,
concreto e aço, não necessitando de acabamento
especial. o eletrólito ácido e a névoa ácida são muito
corrosivos para os materiais comuns de construção e os
locais de instalação necessitam de tratamentos especiais
(pisos e revestimentos anti-corrosivos).
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Sala de baterias

A sala de baterias deve ser um local especial, seco, e as


baterias não devem ser submetidas às variações bruscas
de temperatura e vibração para o bom funcionamento,
(temperatura entre 10° e a 30° C).

No caso de acumuladores de chumbo, o local de


instalação deve ser pintado com tinta a prova de ácidos.
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Sala de baterias

Os interruptores e as chaves magnéticas devem ficar fora


da sala, para prevenir qualquer faiscamento; e as
lâmpadas, dentro da sala, devem estar envolvidas por
blindagem para que, caso estourem, não provoquem
incêndio dos gases.
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Sala de baterias

Retificadores ou carregadores de baterias

As baterias carregam-se com corrente contínua ou com


corrente alternada retificada. O pólo positivo da fonte é
ligado ao pólo positivo da bateria acontecendo o mesmo
com o negativo. A carga é regulada através de um
reostato ligado em série no circuito.
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Sala de baterias

Retificadores ou carregadores de baterias

Os carregadores são normalmente ligados em paralelo


com as baterias e em condições normais estes devem
manter em regime de flutuação o banco de baterias,
alimentar os circuitos de proteção, controle e força que
utilizem C.C. Deve-se manter, o mais fielmente possível, o
valor de tensão de saída, mantendo-se dessa forma, a
bateria em flutuação.
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Sala de baterias

Retificadores ou carregadores de baterias

Em condições especiais pode ser aplicado aos bancos de


baterias à carga forçada ou profunda, visando recarregar
os elementos após uma descarga considerável, ou após
longos períodos quando as leituras de tensão dos
elementos assim o exigirem. Dependendo da finalidade e
confiabilidade dos circuitos que estão alimentando, os
carregadores podem ser manuais ou automáticos.
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SISTEMAS DE CORRENTE CONTÍNUA
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SISTEMAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Operação do Sistema de Corrente Contínua

Dois bancos de baterias operam em regime de carga


flutuante conectados respectivamente aos dois
retificadores de serviço. Cada banco de baterias é
composto de 58 elementos, ligados em série, com
capacidade nominal para 800 ampéres/hora em regime de
descarga de 80 ampéres durante 10 horas.
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SISTEMAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Operação do Sistema de Corrente Contínua

Os painéis de controle dos carregadores são formados


pelas próprias tampas dos cubículos. Nestes estão
agregados os dispositivos do comando que possibilitam
todas as manobras referentes aos carregadores.

Além destes estão ainda instalados dois outros painéis.


Um para a distribuição feita através de disjuntores e
outro para controle, proteção e supervisão dos
carregadores e barras.
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SISTEMAS DE CORRENTE ALTERNADA

Sub-sistemas em Corrente Alternada

Geralmente são os sub-sistemas dos serviços auxiliares


responsáveis pela alimentação das cargas essenciais e
não essenciais. As cargas permanentes são alimentadas
pelo sistema de corrente contínua.
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SISTEMAS DE CORRENTE ALTERNADA

Sub-sistemas em Corrente Alternada

Um sub-sistema de corrente alternada pode ser assim


configurado:

- barramento para cargas essenciais alimentado


diretamente pelo transformador de serviço auxiliar e
também pelo sistema de geração própria. Alimenta as
cargas essenciais e não essenciais.
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SISTEMAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Transferência automática de fontes

Sub-sistemas em CA

Como a continuidade de serviços em CA pode depender


de fatores externos à SE (devido ao suprimento
comercial), é sempre desejável que as fontes do sistema
de corrente alternada sejam independentes, devendo-se
impedir qualquer tentativa de operação em paralelo.
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Transferência automática de fontes

Portanto, havendo a necessidade de transferência


(quando e onde possível), tal transferência será aberta,
fato que não constitui um problema, uma vez que as
cargas destinadas a alimentação em CA permitem
desligamentos em curtos intervalos de tempo.
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Transferência automática de fontes

Sub-sistemas em CC

Para os sub-sistemas em corrente contínua, a


continuidade de serviço não depende de fatores
externos. Portanto, por natureza, essas fontes são mais
seguras. Uma eventual necessidade de transferência
estaria atrelada única e exclusivamente às manobras para
fins de manutenção, procedimentos que geralmente são
realizados de maneira programada. Assim, a
transferência de fontes em CC não se aplica.

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