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O BATUQUE DE UMBIGADA DE CAPIVARI-

SP NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO
LITERÁRIA: POÉTICA DE TRANSGRESSÃO,
RESISTÊNCIA E (RE)EXISTÊNCIA

PROFª. MA. LORENA FARIA


INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
UBERLÂNDIA
CONTEXTUALIZAÇÃO
Esta comunicação surge a partir da pesquisa de doutorado em andamento na
Universidade Federal de Uberlândia, intitulada CORPOS E VOZES DE
RESISTÊNCIA EM PERFORMANCE: A PALAVRA CANTADA DE ANECIDE
TOLEDO NO BATUQUE DE UMBIGADA DE CAPIVARI-SP, que busca fazer o
levantamento e registro das canções da mestra popular Anecide Toledo, entendendo a
manifestação cultural do batuque de umbigada como uma rica poética de
transgressão, resistência e (re)existência do povo preto.
Um desdobramento desse trabalho de pesquisa será um projeto de educação literária
utilizando vivências do batuque e análises da obra de Anecide Toledo nas escolas de
Capivari-SP.
O QUE É BATUQUE DE
UMBIGADA?
• Manifestação cultural bantu
• Dança, música e cultura
• Poética de resistência
• Memória viva
SIGNIFICADOS SIMBÓLICOS
• Som dos tambores
• Umbigo: a primeira boca
ANECIDE TOLEDO: A VOZ
FEMININA DO BATUQUE DE
UMBIGADA DE CAPIVARI-SP
• Canções Modas
• Mulher na transmissão da memória
• Corpos transgressores, insubmissos
• Palavra cantada/poética da voz
• Crônica metafórica do cotidiano
• Aspectos históricos, geográficos e simbólicos
• Crítica social
BATUQUE LITERÁRIO: A
(RE)EXISTÊNCIA DO BATUQUE
NAS ESCOLAS
• Objetivo geral: apresentar o Batuque de Umbigada como
proposta de educação literária, a partir da vivência com os
mestres e mestras batuqueiras e análises da obra de
Anecide Toledo, garantindo a inserção da temática étnico-
racial nas escolas e a (re)existência da comunidade
batuqueira no espaço escolar.
• Principal entrave: dificuldade de estabelecer parceria com
as Secretarias de Cultura e Educação do município de
Capivari
• Projeto piloto: execução no Instituto Federal de São Paulo
ASPECTOS HISTÓRICOS: LUIZ
GAMA E PRINCESA ISABEL
Luiz Gama
Salve a Princesa Isabel
Se o Luiz Gama fosse vivo Salve a Princesa Isabel
Ele chorava com muita razão Ai que beleza
Porque foi ele que voltou com a liberdade Negro comia no cocho
Tem ‘nêgo’ na cidade que ainda chora a Negro comia no cocho
escravidão
Agora come na mesa

Princesa Isabel
CRÍTICA SOCIAL: MODA DO
RACISMO E AÊ, MUNDO
Moda do Racismo Aê, mundo

Eu moro em Capivari Aê, mundo


Gosto muito da minha terra Aê, mundo
São João que me perdoe Que a vida da gente pobre
O que eu vou falar aqui É como jogo de baralho
Mas precisa acabar o racismo Quando a alegria é demais
Dentro de Capivari Pode esperar o trabalho
SESC SANTO ANDRÉ –
29/07/2018
REFERÊNCIAS
BHABHA, Homi K. O local da cultura. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora UFMG,
2013.
BUENO, A. P.; TRONCARELLI, M. C.; DIAS, P [orgs]. O Batuque de Umbigada:
Tietê, Piracicaba e Capivari, SP. São Paulo, Associação Cultural Cachuera!, 2015.
296 p.
MBEMBE, Achille. As formas africanas de auto-inscrição. In: Estudos Afro-
Asiáticos, Rio de Janeiro, vol. 23, no. 1, 2001. pp. 171-209. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/eaa/v23n1/a07v23n1.pdf>. Acesso em: 07 abr 2018.
GRATIDÃO
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