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CAPÍTULO 2

PROJECTOS
SUMÁRIO
 CAP. II PROJECTOS

 2.1 Tipos de Projectos;

 2.2 Elementos de Um Projecto;

 2.3 Fases de Um Projecto;

 2.4 Cálculo de Honorários para Projectos


2.1 Tipos de Projecto
 A actividade de elaboração de projectos de
obras públicas define os seguintes tipos de
projecto:

1. Projecto Geral;
2. Projecto de remodelação;
3. Projecto de Ampliação;
4. Projecto de restauro;
 Projecto Variante;
 Projecto de Arquitectura de Interiores;
 Projecto de Instalações;
 Principais caracteristicas destes projectos:

 PROJECTO GERAL – define as caracteristicas


da obra ou construção no qual consta o
conjunto de todos os projectos de
especialidades;
 PROJECTO DE REMODELAÇÃO – é o
projecto que tem por base introduzir
alterações na estrutura de uma obra existente;
 Projecto de Ampliação – é o projecto de
remodelação que introduz maior capacidade
de utilização de uma obra existente;
 Projecto de Restauro – é um projecto com
intuito de revalorizar e preservar uma obra
existente.
 Projecto de Instalações – é o projecto onde se
define o traçado e o dimensionamento de das
redes de canalizações de condutores de
energia electrica, e outras redes
indispensáveis ao funcionamento da obra;
 Projecto Variante – é o projecto elaborado a
partir de outro já existente, introduzindo
modificações da sua concepção geral e dos
seus objectivos principais de utilização;
 Projecto de Arquitectura de Interiores - é um
projecto que tem por objectivo a criação de
um ambiente de decoração, mobiliário e
outros equipamentos complementares;
6. Projecto de instalação da rede de água;
7. Projecto de instalação da rede interna de
águas residuais e pluviais;
8. Projecto de instalação de rede de incêndio;
9. Projecto de instalações electromecânicas de
transporte (elevadores, passadeiras, etc);
10 . Projecto de instalação de rede telefónica e
internet;
 Exemplos de projectos cuja apresentação no
todo ou em parte deverão instruir um
processo de licenciamento de obras:
1. Projecto de demolição;
2. Projecto de escavação e contenção periférica;
3. Projecto de ocupação da via pública;
4. Projecto de arquitectura;
5. Projecto de alimentação e distribuição de
energia electrica;
6. Projecto de instalação da rede de água;
7. Projecto de instalação da rede interna de
águas residuais e pluviais;
8. Projecto de instalação de rede de incêndio;
9. Projecto de instalações electromecânicas de
transporte (elevadores, passadeiras, etc);
10 . Projecto de instalação de rede telefónica e
internet;
 Projecto Variante – é o projecto elaborado a
partir de outro já existente, introduzindo
modificações da sua concepção geral e dos
seus objectivos principais de utilização;
 Projecto de Arquitectura de Interiores - é um
projecto que tem por objectivo a criação de
um ambiente de decoração, mobiliário e
outros equipamentos complementares;
 Projecto de Paisagismo e exteriores – é o
projecto que tem por objectivo a criação de
um ambiente exterior, a definição de
vegetação, revestimentos, pormenores de
decoração, iluminação, mobiliário de exterior
e outros equipamentos complementares;
2.2 ELEMENTOS DE UM PROJECTO
 Os elementos a considerar em cada um dos
projectos deverão ser definidos dependendo
da fase do projecto (Programa base,
anteprojecto, etc) e podem ser agrupados em:
 Informações gerais – que deverão incluir a
título de exemplo os objectivos da obra,
memória descritiva e justificativa, medições,
orçamento, etc,…;
 Informações especiais - condições técnicas
especiais para cada tipo de obras;
 Na prática corrente os elementos de um
projecto classificam-se da seguinte forma:
1. Peças Escritas – conforme o nome indica, é o
conjunto de todos os elementos escritos que
fazem parte integrante do projecto (Memória
Descritiva e Justificativa, cálculos da estrutura
e outros, as medições dos trabalhos a realizar,
o orçamento da obra e as condições técnicas
especiais do caderno de encargos);
2. Peças Desenhadas;
2. Peças Desenhadas – são constituidas por todos
os elementos que definem a localização da
obra, as suas caracteristicas dimensionadas e a
posição relativa das diferentes partes que a
constituem, nomeadamente as plantas,
alçados, cortes, pormenores de execução, etc;
2.3 FASES DE EVOLUÇÃO DE UM
PROJECTO
 Na elaboração de um projecto, distinguem-se
as seguintes principais fases de evolução:
1. Programa Preliminar;
2. Programa base;
3. Estudo prévio;
4. Anteprojecto (Projecto base, Projecto de
Licenciamento);
5. Projecto de execução;
 6. Projecto de detalhe ou Projecto de
pormenores de execução;
 7. Telas Finais;
 Estas fases deverão ser seguidas de forma
sequencial:

1. O dono da obra estabelece o “programa


preliminar,” no qual define os objectivos, os
condicionamentos de natureza financeira e o
nível de qualidade da obra e prazo de
execução;
 2. Com base do programa preliminar, o autor
do projecto (Projectista) elabora o “programa
base” verificando a viabilidade de execução
da obra e estuda eventuais soluções
alternativas que respondam aos requisitos
definidos pelo dono da obra no programa
preliminar, bem como sugestões de alterações
ao programa preliminar por forma a optimizar
- qualidade, segurança, prazo de execução e
custo da obra;
 3. Uma vez aprovado o programa base o autor
do projecto elabora o “estudo prévio” que
basicamente é o desenvolvimento da solução
aprovada pelo dono da obra;
 4. Com a aprovação do estudo prévio pelo
dono da obra, o autor do projecto elabora o
“anteprojecto” ou “projecto base”, também
chamado de “projecto de licenciamento” onde
se apresenta com maior grau de pormenor as
soluções previstas no estudo prévio;
 4. Com a aprovação do ante-projecto, o autor
do projecto elabora o projecto propriamente
dito ou projecto de execução onde estão
definidos todos os elementos necessários à
boa execução dos trabalhos.

OBS. Durante a execução da obra muitas vezes o


autor do projecto a pedido do empreiteiro
elabora desenhos de detalhe.
 Apôs a conclusão da obra deverão ser
entregues ao Dono da Obra e em alguns casos
às entidades reguladoras legalmente criadas
para este efeito “Telas Finais”;
4. Cálculo de Honorários para Projectos

4.1 Metodologia de Cálculo;

4.2 Fórmulas de Aplicação;

4.3 Exercício para o cálculo de Honorários para


Projectos;
Metodologia de Cálculo
 Na maioria parte dos Países, estes cálculos de
honorários são regulados por lei, em
percentagem do custo estimado da obra.

 Em Portugal é usada uma tabela das


percentagens para o cálculo dos honorários
em função do valor da obra.
 Em Angola, tem sido prática corrente calcular
em função dos valores estimados, muitas das
vezes com base na tabela portuguesa
reajustando o câmbio para Kwanzas ou USD.
1º Passo – Saber a categoria da obra

1 – Para efeitos de atribuição de honorários


para elaboração dos projectos, as obras são
classificadas em 5 categorias, consoante:
 A maior ou menor dificuldade da sua
concepção;
 As diferentes exigências de estudo;
 A complexidade da construção e o número de
técnicos das várias especialidades
intervenientes;
Categoria 1
 Abrange as obras de natureza simples em que
sejam dominantes as seguintes características:
1. Concepção fácil pela simplicidade de satisfação
do programa de exigências funcionais;
2. Número reduzido de intervenientes na
elaboração do estudo;
3. Elevado grau de repetição das diferentes partes
componentes da obra;
4. Sistemas ou métodos de execução tradicionais;
Categoria 2
 Incluem as obras de características correntes, em que a
elaboração do projecto pode ser facilitada pela
experiência em casos semelhantes e sejam
predominantes os seguintes aspectos:
1. Concepção simples , baseada em programas correntes
de exigências funcionais;
2. Instalações e equipamentos correspondentes a
soluções sem complexidade específica;
3. Pequeno grau de repetição das diferentes partes
componentes da obra;
4. Soluções de concepção e construção sem
condicionamentos especiais de construção;
Categoria 3
 Incluem as obras em que a elaboração do projecto está
condicionada por dificuldades, relativamente as obras
correntes, em virtude dos factores seguintes:
1. Concepção fundamentada em programas funcionais
com exigências excepcionais;
2. Instalações e equipamentos que, pela sua
complexidade técnica, tornem necessário o estudo de
soluções pouco correntes ou a realização sistemática ou
intensiva de acertos com as diferentes partes da obra;
3. Sujeições de limites de custo que conduzam a sistemas
e métodos e à aplicação de materiais e elementos de
construção diferentes das soluções tradicionais;
Categoria 4
 Compreende obras com imposições e
características mais severas que as
anteriormente especificadas, ou que
envolvam concepção complexa e excepcional,
ou ainda, em que seja dominante a pesquisa
de soluções individualizadas:
Categoria 5
 Todas as obras cujos projectos exijam a
execução de trabalhos em circunstâncias
excepcionais, tais como, com risco de
acidentes, climas severos, com prazos de
execução particularmente reduzidos, com
horários para além dos períodos normais e
que incluam responsabilidade por novas
concepções ou em categorias superiores às
que lhes corresponderiam sem a
correspondência de tais circunstâncias;
2 º passo Definir o tipo de projecto e
âmbito dos trabalhos
 O Engenheiro deverá definir:
2.1 O Tipo de Projecto:
1. Projecto Geral;
2. Projecto de Remodelação;
3. Projecto de Arquitectura de Interiores;
4. Projecto de Instalações;
5. Ou outro;
 2.2 Âmbito dos trabalhos e condições gerais
para elaboração do projecto.

 Definir as peças que irão constar no projecto


por exemplo “Edifício Público”.
1. Programa Preliminar
A) Os diferentes tipos de utentes do projecto,
a natureza e a medida das respectivas
actividades e as sua interligações;
B) As características evolutivas das funções a
que o projecto deve satisfazer;

C) A ordem da grandeza das áreas e volume, as


necessidades genéricas de equipamento e as
condições de ambiente exigidas.

2 – Programa Preliminar
A) Organograma das funções e das actividades
dos utentes do edifício, com discriminação
dos factores principais que foram tidos em
consideração, nomeadamente: estrutura
orgânica, funções e actividades, número e
qualificações dos utentes;

B) Representação gráfica da interdependência


das funções e das actividades dos utentes;
 C) Discriminação e justificação das
necessidades de ambiente (térmicas e
acústicas) e de conforto;

 D)Definição dos critérios gerais de


compartimentação e de dimensionamento, em
função da forma de ocupação, das exigências
de ambiente e conforto e das necessidades de
mobiliário, de instalações e de equipamentos;
3 – Estudo Prévio
A) Elementos necessários à definição esquemática:

1. Da implantação do edifício, a qual deverá ser


efectuada sobre planta topográfica a escala
adequada, a fornecer pelo dono da obra;

2. Da integração urbana e paisagística do edifício,


dos acessos ao terreno e da disposição das redes
gerais de águas, esgotos, electricidade, telefones e
outras;
 Das necessidades mais importantes de
infraestruturas a executar no terreno e dos
critérios propostos para conservação ou para
demolição de construções ou outros
elementos existentes no terreno;
B) Representação gráfica da forma, da organização
dos espaços e volumes e da composição do edifício
e das suas partes componentes:

1. As caracteristicas morfológicas dominantes do


edifício e das suas partes componentes;

2. A organização dos espaços e a interdependência de


áreas e volumes que explicitem, de modo
expressivo, as inter-relações das partes
componentes e destas com o conjunto do edifício;
A compartimentação genérica do edifício, com
indicação da forma como são solucionados os
sistemas de comunicação e de circulação
estabelecidos no programa base;

c) Relatório com os resultados de


reconhecimento geotécnico do terreno,
fornecido pelo dono da obra, destinado ao
estudo das fundações;
4. Anteprojecto ou Projecto Base
A) Plantas, Alçados, Cortes, em escalas
apropriadas, que discriminem a
compartimentação e indiquem as áreas, os
volumes e as dimensões fundamentais da
estrutura, dos elementos de construção, das
instalações, do equipamento, do mobiliário e
outros elementos acessórios do edifício;
 Planta topográfica e perfis do terreno que
definam, com exatidão, a implantação do
edifício e das infraestruturas e expressem,
com clareza, a sua integração urbana e
paisagística;
5. Projecto
 A) Memória descritiva e justificativa,
incluindo a discriminação dos revestimentos,
acabamentos e equipamentos de cada
compartimento, com indicação precisa da sua
natureza e qualidade;

 B) Resultados do reconhecimento goelógico e


do estudo geotécnico do terreno, fornecidos
pelo dono da obra;
 C) Critérios adoptados na escolha do tipo de
fundações e da estrutura e sua justificação;

 D) Cálculos das fundações e da estrutura, de


acordo com os regulamentos em vigor;

 E) Cálculos das instalações e equipamentos,


em harmonia com as disposições legais e
regulamentares em vigor;
 F) Planta topográfica da localização do edifício e
do conjunto em que se insere, incluindo as vias
públicas que o servem, com a indicação das
respectivas redes técnicas (normalmente a escala
mínima de 1:2000);

 G) Planta geral do edifício e do conjunto em que


se insere, perfis longitudinais e transversais e
outras peças desenhadas que representem as
informações relativas à execução de todos os
trabalhos exteriores ao edifício;
 H) Plantas cotadas, cortes e pormenores;

 I) Redes técnicas do edifício e no terreno


circundante ao edifício, com discriminação
das secções das canalizações, dos traçados das
valas e demais características necessárias a
execução;
 J) Mapa de vão, com indicação da tipologia de
cada vão, das respectivas dimensões e
quantidades, do modo de funcionamento, as
características dos materiais e das ferragens e
de outras informações necessárias ao fabrico e
montagem de caixilharias, portas,
envidraçados e outros elementos;
 K) Pormenores de todos os elementos da
estrutura que evidenciem a sua forma e
constituição e permitam a sua execução sem
dúvidas ou ambiguidades, nas escalas de 1:50,
1:20, 1:10 ou superiores;
Honorários
 Normalmente os honorários calculados para o
projecto não abrangem as seguintes
actividades: Assistência na recolha de
elementos; Escolha e aquisição de terrenos;
Estudos e financiamento ou obtenção de
subvenções; Prestação de serviços para
aluguer ou venda de edificações; Execução de
modelos de maquetas; Levantamento
topográfico ou hidrográfico; Estudo geotécnico
de terrenos e realização de sondagens;
 Fornecimento de exemplares do projecto em
número superior a cinco, além do original de
todas as peças desenhadas, Redução ou
ampliação de desenhos para formatos impostos
pelo dono da obra; Revisão das peças escritas e
desenhadas já aprovadas pelo dono da obra;
Projecto de obras artísticas e decorações não
inerentes à construção; Colaboração do autor do
projecto na escolha de mobiliário; Participação
de especialistas; Obtenção de licenças, Análise e
ensaios laboratoriais;
Assistência Técnica
 Para efeitos de prestação da assistência
técnica, os honorários também não
compreendem as despesas de transporte e
estada do autor do projecto, ou de seu
representante, fora da sua área de trabalho.
 As cópias ou repetições de projectos de projectos
aprovados pelo dono da obra poderão ser estimados,
conforme se indica:
A) 25 % para cada repetição, até ao número máximo de cinco;
B) B) Para repetições em número superior a cinco, os
honorários devem ser reduzuidos por acordo entre o
dono da obra e o autor do projecto , não devendo exceder
os 15 %;

Obs: Estas condições aplicam-se a prazos que não


excedam dois anos ápos a data de conclusão do projecto
original
3º Passo – Fraccionar a percentagem dos
honorários pelas diversas fases do projecto
 Às várias fases do projecto correspondem, em
percentagem, às seguintes parcerias dos honorários:

 Fase do Projecto Percentagens (%)

 Programa base 20
 Estudo Prévio 15
 Anteprojecto 25
 Projecto de execução 30
 Assiustência técnica 10
4º Passo – Definir as condições de
pagamento
O pagamento de honorários será escalonado da forma
seguinte:

Fases do Projecto Percentagens

 Assinatura do Contrato 10
 Aprovação do programa Base 10
 Aprovação do estudo Prévio 15
 Aprovação do Projecto Base 25
 Aprovação do Projecto de Execução 30
 Assistência Técnica 10

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