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COMUNICAÇÃO E

DOCUMENTAÇÃO CIENTÍFICA:
CONCEITOS, FUNDAMENTOS
HISTÓRICOS E PERSPECTIVAS
Denise Braga Sampaio
Conteúdo programático

■ O que é e para que serve a comunicação científica?


■ Modelos
■ Breve histórico – das cartas aos periódicos eletrônicos
■ Canais e fontes
■ Mudanças e interferências do Movimento de Acesso aberto
O que é e para que serve a comunicação
científica?

Baseado em Caribé, 2009


O que é e para que serve a comunicação
científica?
■ Para Caribé (2009), diz-se de um processo, que contem inputs (pessoal, capital,
materiais, recursos, informações, opiniões, ou demais elementos que alimentam o
processo) e outputs (produtos e serviços de informação), tendo um outcome (resultado),
que é produto do impacto dos outputs

Baseado em Caribé 2009


NORONHA; MARICATO, 2007 - Fatores considerados nas medidas de
Input (insumos) e Output (produto)
O que é e para que serve a comunicação
científica?
■ Garvey, Griffith (1979) a conceituam como a comunicação que incorpora as atividades
associadas à produção, disseminação e uso da informação, desde o momento em que
o cientista concebe uma ideia para pesquisar até que a informação acerca dos resultados
é aceita como constituinte do estoque universal de conhecimentos.
■ Para Lievrow (1990 apud CARIBÉ, 2015): é um processo comportamental associado à
criação e à comunicação de ideias entre cientista, tanto no âmbito interno
(comunidade científica), como no âmbito externo (público em geral).
O que é e para que serve a comunicação
científica?
■ A Estrutura das revoluções científicas (Kuhn)
– Ascenção e queda de paradigmas
■ Conjecturas e refutações (Popper)
– Corroboração/refutação de hipóteses e teorias
■ Inalcançabilidade da verdade
– Conhecimento aproximativo (Popper)
■ Colaboração competitiva (ZIMAN, 1979)
Modelos

■ Aristotélico

Orador Discurso Auditório


MODELO
S
Shannon e Weaver – Modelo matemático de comunicação
científica
Modelos

■ Modelo Matemático da Comunicação Científica


– Linearidade
– Objetividade
– Isenção do caráter subjetivo da comunicação
– Hierárquica
– Unidimensional BELTRAN, 1981 apud CARIBÉ, 2015
– Arbitrário
MODELO
S
(CARIBÉ, 2011 – Modelo
de comunicação científica
– processos baseada em
Leivrow, 1990)
Os três estágios progressivos da ciência
(LEIVROW, CARLEY, 1990 apud CARIBÉ, 2015)

■ Concepção
– Compartilhamento de grande quantidade de informação (científica e social)
– Discurso comum
– Mesmo paradigma
– Comunicação diática ou pequenos grupos
– Contatos informais e intensos
– Interação interpessoal
– Pares colaboradores
Os três estágios progressivos da ciência
(LEIVROW, CARLEY, 1990 apud CARIBÉ, 2015)

■ Documentação
– Compartilhamento significativo de informação científica e pouca informação
social
– Podem, ou não, partilhar o mesmo paradigma
– Canais formais
– Contatos são mais formais e menos frequentes
– Grupos mais heterogêneos
– Maior rigidez na comunicação – uso de normas, de uma linguagem mais acessível
Os três estágios progressivos da ciência
(LEIVROW, CARLEY, 1990 apud CARIBÉ, 2015)

■ Popularização
– Compartilhamento de ampla base de conhecimentos
– Pouca ou nenhuma coesão social
– Extrema heterogeneidade
– Intermediários da informação – público leigo (editores, agentes, entrevistadores,
jornalistas, etc.)
– Influencia outros campos, além do científico, como o econômico e o político
– Estruturas grandes e difusas.
MODELO
S

(KURAMOTO,
2011)
Breve histórico – das cartas aos
periódicos eletrônicos
■ Não se sabe ao certo, como bem destacou Meadows (1999), onde se iniciou o
processo de comunicação científica, no entanto, há grande observância na Grécia
antiga, sendo esta comunicação possível de duas formas, a escrita e a falada. Este povo
dela se utilizava e, ainda hoje, estas duas formas estão presentes no ato de fazer
ciência pelo mundo.
■ O papel da imprensa – século XV
■ A dificuldade no processo de comunicação - correspondências
■ Surgimento do periódico científico – Anos 1960
– Phiposophical Transactions – Royal Society
– Journal des savants – início como boletim de aproximadamente 12 paginas
Breve histórico – das cartas aos
periódicos eletrônicos
■ A ascensão das NTIC
– Periódicos em meio eletrônico
– Diminuição dos custos das assinaturas?
– Crise dos periódicos
■ O movimento Open Archives como resposta à crise dos periódicos
– Convenção de Sant a Fé – Manifesto Open Archives
– Declaração de Budapeste – Open Access Initiative (OAI) – 2002
– Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER) – 2003
– Declaração de Salvador sobre Acesso Aberto nos países em desenvolvimento (2005)
Literatura científica

■ Três características fundamentais (ZIMAN, 1979 apud CARIBÉ, 2015)


– Fragmentária – Artigos científicos, frutos de trabalhos em andamento;
– Derivativa – baseado em trabalhos anteriores;
– Editada – avaliada por pares.
Esquema de
comunicação
científica - Canais

Baseado em Garvey; Griffith, 1979;


Targino (2000); Caribé (2015)
Canais e fontes

■ Para Bueno (2009, p. 70):


[...] as fontes de informação são divididas em três categorias: fontes primárias, secundárias e
terciárias.
– As fontes primárias são os documentos que geram análises para posterior criação de
informações e servem para aprofundar o conhecimento de um tema. São aquelas que
contêm informações originais.
– As fontes secundárias são as obras nas quais as informações já foram elaboradas, ou
seja, representam a informação processada e organizada. São documentos estruturados
segundo padrões rigorosos.
– As fontes terciárias têm a função de guiar o usuário para as fontes primárias e
secundárias. São documentos que exercem a função indicativa, auxiliando o pesquisador
a encontrar um dado.
CANAIS
E
FONTES

Divisão das fontes de informação a partir de suas funções


Fonte: Souto (2004, p. 21)
CANAIS
E
FONTES
A crise dos periódicos

Mudanças e
interferências
A tônica da democratização do
do Movimento acesso
de Acesso
aberto
A linha
Movimento de Dourada
Acesso Aberto A linha Verde
Ainda sobre a Iniciativa OA (LIVRO
VERDE)

Benefícios Desafios
■ Reprodutibilidade ■ disputas por prioridade da
descoberta;
■ Transparência científica
■ preservação de dados para futuras
■ Velocidade de circulação da
pesquisas;
informação e reuso de dados
■ proteção da propriedade intelectual;
■ proteção de dados sensíveis ou
confidenciais
Referências

■ BUENO, S. B. Utilização de recursos informacionais na educação. Persp. Em Ci Inf.,


v. 14, n. 1, p. 66-76, jan./abr. 2009.
■ CARIBÉ, R. C. V. Comunicação cientifica: reflexões e conceitos. Inf. E soc.: est., João
Pessoa, v. 25, n. 3, p. 89-104, set./dez. 2015.
■ CARIBÉ, R. C.V. Comunicação cientifica para o público leigo no Brasil. 319 f. 2011.
Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Faculdade de Ciência da Informação,
UNB, 2011.
■ CARIBÉ, R. C. V. Sistema de indicadores: uma introdução. RDBCI, Campinas, v. 6, n.
2, p. 1-23, jan./jun. 2009.
REFERÊNCIAS

■ GARVEY, W.D., GRIFFITH, B.C. Communication: the essence of science. Londres: Pergamon
Press; 1979.
■ KURAMOTO, H. Esquema do Ciclo da Comunicação Científica Pós-AO. In: Blog do Kuramoto,
21 abr. 2011.
■ LIVRO VERDE: ciência e dados abertos: mapeamento e análise de políticas, infraestruturas e
estratégias em perspectiva nacional e internacional. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2017.
■ MEADOWS, A. J. A comunicação científica: Brasília, Briquet de Lemos, 1999.
■ NORONHA, D. P.; MARICATO, J. M. Estudos métricos da informação: primeiras aproximações.
Enc. Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf., Florianópolis, n. esp., 1º sem. 2008
■ TARGINO, M. G. Comunicação científica: uma revisão de seus elementos básicos. Informação&
Sociedade: estudos, João Pessoa, v. 10, n. 2, 2000.

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