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Universidade Federal de Viçosa

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes


Programa de Pós-Graduação em Letras
Mestrado em Letras
Orientadora: Drª Maria Carmen Aires Gomes
Aluna: Marianna Ribeiro da Silva – ES 98185
CANDIDATURAS TRANS E O NOME
SOCIAL: UMA ANÁLISE DISCURSIVO-
CRÍTICA DO RELATÓRIO DO TSE
Não se é mais digno ou menos digno pelo fato de
se ter nascido mulher ou homem.
Ministro Tarcísio Vieira
Conjuntura

 Em março de 2018, após consulta da Senadora Fátima Bezerra acerca do


termo “cada sexo” na Lei Eleitoral nº 9504/1997, o Tribunal Superior Eleitoral
reuniu seu colegiado de ministros para debater possíveis mudanças.

O ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, relator da Consulta nº 0604054-


58/2017 apresentou seu voto com 61 páginas no qual tratou sobre as questões
de gênero social e identidade, partindo do Princípio da Isonomia previsto no
artigo 5º da Constituição Federal sobre tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade.
Objetivos

Reconhecer os termos utilizados para referenciar-se às pessoas


transgênero e travestis.

Analisar elementos linguísticos de cunho político-ideológicos que


representam as identidades trans e travestis.
Justificativa

Fairclough (2001) afirma que os discursos são constituídos por meio de relações
assimétricas de poder e a Análise de Discurso Crítica, empreendimento teórico-
metodológico elaborado por ele, propõe mudanças sociais.
Preciado (2011) elabora a Teoria Queer a partir do empoderamento dos corpos
subalternos. Deve-se compreender que não há uma ontologia do todo, mas uma relação
de mediação cultural dos marcadores biológicos.

A pesquisa se faz necessária para contrapor teorias infundadas baseadas no senso


comum de que as teorias de gênero social impõem ideologias. As teorias de gênero
buscam trabalhar a conscientização da sociedade no sentido de reconhecer as várias
identidades existentes.
Análise
Transexualismo(referenciando a OMS)

Gênero (Construção sociocultural)


Homens Transgêneros (Anatomia sexual-biológica feminina, com autorreconhecimento de identidade
masculina).
Mulheres Transgênero (Anatomia sexual-biológica masculina, com autorreconhecimento de identidade
feminina).
Travestis (Pessoas que performatizam o gênero feminino e se reconhecem como homem, mulher ou não
gênero)
Não-Binário (abarca variadas expressões de ambiguidade, neutralidade, ageneridade, multigeneridade,
fluidez de gênero, etc)
Heterossexualidade x Homossexualidade
Cisgênero x Transgênero
Identidade (Expressão de liberdade e não submissão a determinação externa sobre a personalidade e a
vida das pessoas, de forma a conhecer e reconhecer as pessoas com quem se relaciona).
Conclusão
Observou-se que o voto do ministro contribuiu para uma mudança
social relevante, especialmente para as identidades transgênero que
somaram 57 no pleito de 2018, possibilitando, a inclusão de mulheres
trans na cota de 30% de mulheres obrigatórias a cada partido e ou
coligação, assim como o Fundo Eleitoral.
Referências

FAIRCLOUGH, N. Discurso e Mudança Social. Brasília: UNB, 2001.


PRECIADO, P. Multidões Queer: notas para uma política de “anormais”.
Estudos Feministas, Florianópolis, 19(1): 312, janeiro-abril/2011.
Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view
/S0104-026X2011000100002/18390. Acesso em 24 out. 2019.

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