Linguagens para o Enem – Profª Nunca vós vejades coita,
Marianna amigas, qual m'hoj'eu vejo,
Data: _____/_____/_______ e direi-vos a mia coita com que eu coitada sejo: amigas, tem meu amigo NOVELA DE CAVALARIA - A DEMANDA DO SANTO GRAAL amiga na terra sigo.
Parte 4 – Como Lancelot chegou à abadia Sej'eu morrendo com coita,
tamanha coita me filha, Quando eles chegarom aa abadia, levarom Lançarot pera ~ua e d[irei]: mia coit'é coita camara e desarmarom-no. E veo a ele a abadessa com quatro donas, que trag'e que maravilha: e adusse consigo Galaaz. Tam fremosa cousa era que maravilha era! amigas, tem meu amigo E andava tam bem vestido que nom podia milhor. E a abadessa amiga na terra sigo. chorava muito com prazer tanto que viu Lançarot e disse-lhe: — Senhor, por Deus, fazede vós nosso novel cavaleiro ca nom D. Dinis – Cantiga de Amor queríamos que seja cavaleiro per mão doutro, ca milhor cavaleiro ca vós nom no pode fazer cavaleiro. Ca bem creemos que ainda seja A mia senhor que eu por mal de mi tam bõõ que vos acharedes ende bem e que será vossa honra de o vi e por mal daquestes olhos meus fazerdes. E se vos el ende nom rogasse vó-lo devíades de fazer ca e por que muitas vezes maldezi bem sabedes que é vosso filho. mi e o mund'e muitas vezes Deus, — Galaaz, disse Lançalot, queredes vós seer cavaleiro? des que a nom vi, nom er vi pesar El respondeo baldosamente: d'al, ca nunca me d'al pudi nembrar. — Senhor, se prouvesse a vós, bem no queria seer, ca nom há cousa no A que mi faz querer mal mi medês mundo que tanto deseje como honra de cavalaria e seer da vossa e quantos amigos soía haver mão, ca d’outro nom no queria seer, que tanto vos ouço louvar e e de[s]asperar de Deus, que mi pês, preçar de cavala pero mi tod'este mal faz sofrer, [1, d] ria que niåå 1, a meu cuidar, nom podia seer covardo nem mao des que a nom vi, nom ar vi pesar 2 d'al, ca nunca me d'al pudi nembrar. quem vós fezéssedes cavaleiro. E esto é åa das cousas do mundo que me dá A por que mi quer este coraçom maior esperança de seer homem bõõ e bõõ cavaleiro. sair de seu logar, e por que já — Filho Galaaz 3, disse Lançalot, estranhamente vos fez Deus moir'e perdi o sem e a razom, fremosa pero m'este mal fez e mais fará, creatura. Par Deus, se vós nom cuidades seer bõõ homem ou bõõ des que a nom vi, nom ar vi pesar cavaleiro, d'al, ca nunca me d'al pudi nembrar assi Deus me conselhe, sobejo seria gram dano 4 e gram mala ventura de Estêvão da Guarda – Cantiga de Maldizer nom seerdes bõõ cavaleiro ca sobejo sodes fremoso. E ele disse: A molher d'Alvar Rodriguiz tomoutal queixume quando s'el foi — Se me Deus feze assi 5 fremoso, dar-mi-á bondade, se lhe daquém prouver. Ca e a leixou que, por mal nem por bem,des que veo, nunca s'a el em outra guisa valeria pouco. E ele querrá que serei bõõ e cousa que chegou semelhe nem quer chegar, se del certa nom é, minha linhagem e aqueles onde eu venho. E metuda hei minha jurando-lhe ante que, a bõa fé, esperança nõn'a er leixe como a leixou em Nosso Senhor. E por esto vos rogo que me façades cavaleiro. E Lançalot respondeo: E o cativo, per poder que há,nõn'a pode desta seita partir, — Filho, pois vos praz, eu vos farei cavaleiro. E Nosso Senhor, assi nem per meaças nem pela ferir, como ela por en nẽũa rem nom dá;mais, se a quer desta sanha tirar, a ele aprouver e o poderá fazer, vos faça tam bõõ cavaleiro como a bõa fé lhe convém a jurar sodes fremoso. que a nom leixe em nẽum tempo já E o irmitam respondeo a esto: — Dom Lançalot, nom hajades dulda de Galaaz, ca eu vos digo que João Garcia de Guilhade - Cantiga de Escárnio de bondade de cavalaria os milhores cavaleiros do mundo passará. Ai dona fea, fostes-vos queixar E Lançalot respondeo: que vos nunca louv’en[o] meu cantar; — Deus o faça assi como eu queria. mais ora quero fazer um cantar Entam começarom todos a chorar com prazer, quantos no lugar em que vos loarei todavia; estavam. e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! Fonte: A Demanda do Santo Graal, 1230-1240. Dona fea, se Deus mi perdom, pois havedes [a]tam gram coraçom João Garcia de Guilhade - Cantiga de Amigo que vos eu loe, em esta razom vos quero já loar todavia; Amigas, tamanha coita e vedes qual será a loaçom: nunca sofri pois foi nada, dona fea, velha e sandia! e direi-vo'la gram coita Dona fea, nunca vos eu loei com que eu sejo coitada: em meu trobar, pero muito trobei; amigas, tem meu amigo mais ora já um bom cantar farei amiga na terra sigo. em que vos loarei todavia; e direi-vos como vos loarei: dona fea, velha e sandia!