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EXERCÍCIO RESISTIDO

Prof. Dr Renata Kelly da Palma


CONCEITOS DE EXERCÍCIO
RESISTIDO

 Forma de exercício ativo na qual uma contração


muscular dinâmica ou estática é resistida por uma
força externa (manual ou mecânica) (KISNER &
COLBY, 1992).
 Forma de preparação física utilizada por atletas em
geral e também em terapêutica, reabilitação,
estímulo a saúde, estética e lazer, devendo para
cada caso “adequar a carga” (SANTAREM, 1997)
EXERCÍCIO COM RESISTÊNCIA
MANUAL

 Resistência feita pelo terapeuta


 Não pode ser medida quantitativamente
 Útil nos estágios iniciais de um programa de
exercícios
 Útil quando a ADM articular precisa ser bem
controlada
 A quantidade de resistência aplicada é limitada
apenas pela força do terapeuta
EXERCÍCIO COM RESISTÊNCIA
MECÂNICA

 Resistência feita por equipamentos ou


aparelhos mecânicos
A resistência pode ser mensurada
quantitativamente e progredir com o
tempo
 Útil quando é necessária uma resistência
maior do que o terapeuta pode aplicar
METAS E INDICAÇÕES DOS
EXERCÍCIOS RESISTIDOS

 Aumento da força muscular


 Aumentar a resistência muscular à fadiga
 Aumento de potência
 Mobilização de tecido adiposo
 Saúde e qualidade de vida
AUMENTO DA FORÇA MUSCULAR

 Força: quantidade de tensão que um músculo em


contração pode produzir.

 RESISTÊNCIA tensão hipertrofia e


recrutamento de unidades motoras.

 Cargas elevadas com poucas repetições.

 Treino de força hipertrofia seletiva das fibras


tipo II
AUMENTO DA RESISTÊNCIA
MUSCULAR À FADIGA

 É a habilidade de desenvolver exercícios


repetitivos de baixa intensidade por um período
prolongado de tempo.
 Treino: carga baixa e muitas repetições
 Exercícios visando ao aumento de força também
aumentam a resistência à fadiga
 Após algumas lesões, os exercícios de resistência
têm demonstrado causar menor irritação articular,
além de serem mais confortáveis
AUMENTO DE POTÊNCIA

 Potência é uma medida do desempenho


muscular e é definida como FORÇA X
VELOCIDADE
 A velocidade é a variável mais
frequentemente manipulada nos treinos de
potência
 Quanto maior a intensidade do exercício e
quanto mais curto o período de tempo
necessário para gerar a força, maior a
potência muscular
PRECAUÇÕES

 Cardiovasculares
– Manobra de Valsalva: esforço respiratório contra a glote
fechada
 Ocorre um aumento das pressões intratorácica e
abdominal diminuindo o retorno venoso para o coração.
Isso leva a diminuição do débito cardíaco e
conseqüente queda momentânea da PA.
 Esta queda da PA provaca aumento da FC
 Quando o esforço expiratório é liberado ocorre um
aumento da PA devido ao rápido fluxo venoso para o
coração
PRECAUÇÕES

– Manobra de Valsalva:
– Deve sempre ser evitada.
– Cuidados com pacientes de alto risco (história de AVE, IAM ou
HAS), pacientes geriátricos, pacientes que fizeram cirurgia
abdominal ou com herniação da parede abdominal
– Exercícios isométricos ou resistidos pesados
– Prevenção:
 Advirta o paciente para não prender a respiração
 Expirar durante o movimento
 Pode-se pedir para o paciente falar, contar ou respirar
ritmicamente durante os exercícios
PRECAUÇÕES
 Fadiga: fenômeno complexo que afeta o desempenho funcional
– Fadiga muscular local: diminuição da resposta de um músculo
a um estímulo repetido.
– Contrações dinâmicas ou estáticas
– Diminuição nas reservas de energia, oxigênio e acúmulo de
ácido lático
– Influências inibitórias do SNC
– Diminuição na condução de estímulos na placa mioneral
(principalmente fibras rápidas)
– Fadiga muscular geral: diminuição da resposta de uma pessoa
durante uma atividade física prolongada (andar, correr)
PRECAUÇÕES

 Recuperação: é preciso colocar em cada programa de exercícios


resistidos um tempo adequado para a recuperação da fadiga.
 Geralmente a recuperação leva de 3 a 4 minutos, com
recuperação mais rápida ocorrendo no primeiro minuto.
 Mudanças que ocorrem nos músculos durante a recuperação:
– Reabastecimento das reservas de energia
– Remoção do ácido lático (1 hora após exercício)
– Reabastecimento das reservas de O2 nos músculos
– Reposição do glicogênio por vários dias.
– Exercícios leves durante a recuperação aceleram o processo
PRECAUÇÕES

 Exaustão: fenômeno que causa deterioração


passageira ou permanente da força muscular
como resultado do exercício.
 Não é sinônimo de fadiga. A fadiga limita muitas
vezes que o músculo chegue à exautão.
 Exaustão pode ser evitada se a intensidade,
duração e progressão do exercício forem
aumentadas lentamente e monitoradas com
cuidado.
PRECAUÇÕES

Dor muscular associada ao exercício


– Dor muscular imediata: durante ou logo após o exercício
executado até o ponto de fadiga (isquemia e acúmulo de
metabólitos com ac. lático e potássio no músculo)
– Dor muscular tardia: início de 12 a 24 hs após o exercício
 Pico: 24 a 48 hs
 Pode durar até 7 dias
 Microtraumas no tecido muscular e conectivo
CONTRA-INDICAÇÕES

 Processo inflamatório
agudo

 Dor
TIPOS DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS

 Exercício Isotônico: (força, resistência


muscular e potência)
– Resistência manual ou mecânica
– Resistência constante ou variável
– Forma concêntrica ou excêntrica
– Cadeia cinética aberta ou fechada
Cadeia Cinética Aberta

 Exercício em cadeia aberta: refere-se ao


movimento que ocorre em cadeia cinética
aberta, na qual o segmento distal (mão ou pé)
move-se livremente no espaço.
 Ex: qdo o braço levanta ou abaixa um peso.
 Única opção de exercícios qdo a sustentação
de peso está contra-indicada.
Cadeia Cinética Fechada
 Exercício em cadeia fechada: refere-se ao movimento que
ocorre em cadeia cinética fechada qdo o corpo se move sobre
um segmento distal fixo.
 Ex: flexão de braço.
 São feitos nas posturas funcionais com algum grau de apoio
de peso e podem envolver ação muscular concêntrica,
excêntrica e isométrica.
 Estimulam os mecanoceptores dentro e ao redor da articulação
estimulando assim a co-contração muscular e acrescentando
estabilidade articular.
 Melhoram força, potência e resistência à fadiga, além de
melhorar equilíbrio, estabilidade, coordenação e agilidade nas
posturas funcionais de apoio de peso.
TIPOS DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS

 Exercício Isocinético
– Velocidade permitida ao membro é constante
– “Exercício resistido de acomodação”
 Exercício Isométrico
– Sem movimento articular visível
– As contrações devem ser mantidas de 6 a 10 segundos
– Forma:
 Contrações intermitentes
 Isométrico resistido (manual ou mecânica)
 Exercícios de Estabilização (CCF)
EQUIPAMENTO ISOCINÉTICO
EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS

VANTAGENS DESVANTAGENS
 Uso imediato P.O.  Não melhora o controle
 Retarda atrofia funcional da força
 “drena”, diminui derrame  Não trabalha condicionamento
articular cardiovascular
 Estimula os receptores  Não auxilia flexibilidade
articulares  Aumenta a pressão sistólica e
 Pode ser feito em pacientes diastólica
imobilizados  Não são motivadores
 Pode ser feito em qualquer  Não há aumento satisfatório de
lugar força
 Fenômeno de Valsalva
EXERCÍCIOS ISOTÔNICOS

VANTAGENS DESVANTAGENS
 É motivador  Colabora na Síndrome de
 Trabalha amplitude articular erosão articular
 Pode ser aeróbio e anaeróbio  Custo das máquinas
 Trabalha com componentes  Resistência fixa e velocidade
concêntricos e excêntricos variada, desconhecida e
 Melhora a endurance e força descontrolada
 Melhor integração neuro
fisiológica
EXERCÍCIOS ISOCINÉTICOS

VANTAGENS DESVANTAGENS
 Acomoda a resistência  Alto custo dos equipamentos
 Máximo aproveitamento  Não pode ser utilizado em casa
dinâmico da força no trajeto  Dificuldade no manuseio e
articular treinamento de pessoal para
 Trabalha qualquer tipo de trabalhar com a máquina
velocidade com segurança  Resistência em cadeia cinética
 Podem ser realizados aberta.
treinamentos e avaliações
 Propicia feedback músculo
articular
FORMAS DE RESISTIR O MOVIMENTO
EXERCÍCIOS RESISTIDOS
MECÂNICOS
EXERCÍCIOS RESISTIDOS
MECÂNICOS
EXERCÍCIOS RESISTIDOS
MECÂNICOS
EXERCÍCIOS RESISTIDOS
MECÂNICOS
VARIÁVEIS NOS PROGRAMAS DE
EXERCÍCIO RESISTIDO

 Intensidade e Carga
 Número de Repetições
 Número de Séries
 Freqüência
 Velocidade
 Arco de Movimento
 Posição do Paciente ou Membro
– OBS: não está determinado qual a combinação ideal de variáveis
para melhorar o desempenho muscular
VARIÁVEIS NOS PROGRAMAS DE
EXERCÍCIO RESISTIDO

 Intensidade

 Exercício Submáximo: é geralmente utilizado qdo a meta do


exercício é ganhar resistência à fadiga ou nos estágios iniciais de
cicatrização dos tecidos moles.

– Isotônico ou Isométrico

 Exercício com Máxima Intensidade

– Estágios avaçados da reabilitação


VARIÁVEIS NOS PROGRAMAS DE
EXERCÍCIO RESISTIDO

 Carga do Exercício

 É difícil se determinar a carga de trabalho inicial

 Repetição Máxima (RM): é a maior quantidade de peso que um músculo


pode mover através da ADM um número específico de vezes. DeLorme
utilizava 10RM, maior quantidade de peso uma pessoa conseguia mover
através da amplitude exatamente 10 vezes.

 Mais utilizado 15, 10 e 6 RM para força


RM

 A RM não é fácil de calcular e não é o


método mais preciso atualmente.
 Os Dinamômetros Isocinéticos dão uma
medida mais precisa de força (torque).
 Nos estágios avançados de reabilitação
pode-se determinar o peso com base na
porcentagem do peso corporal. As
porcentagens variam para diferentes grupos
musculares:
Número de Repetições

 Aumentando progressivamente o número de repetições, o


músculo será continuamente sobrecarregado e irão ocorrer
mudanças adaptativas nele.
 Para melhorar resistência à fadiga, podem ser feitos 3 a 5 turnos
(séries) de 40 a 50 repetições. (KISNER)
 Não foi determinado qual a progressão de resistência ou
número de repetições específico que é o meio mais eficiente de
melhorar a força, potência ou resistência à fadiga. Recomenda-
se desde de 5 a 6 repetições, até 15 a 20.
FREQÜÊNCIA E DURAÇÃO

 Frequência: é o número de vezes que o exercício é feito. Muitos programes

são feitos em dias alternados ou 4 a 5 vezes por semana. Deve ser permitido

um tempo adequado para recuperação da fadiga para que haja melhora.

 Duração: é o número total de dias, semanas ou meses durante os quais um

programa de exercício é realizado. Para aumentar significantemente a força,

um programa precisa ter no mínimo 6 semanas


REGIMES ESPECÍFICOS DE
EXERCÍCIOS RESISTIDOS

 REGIMES ISOTÔNICOS
– Técnica de DeLorme
– Resistência Progressiva
– Determinar a 10 RM
– 10 repetições com ½ de 10 RM
– 10 repetições com 3/4 de 10 RM
– 10 repetições 10 RM completas
– Paciente faz 3 turnos com um período breve de repouso entre eles.
– Obs: a carga deve ser aumentada semanalmente à medida que a
força aumenta
REGIMES ESPECÍFICOS DE EXERCÍCIOS
RESISTIDOS

 REGIMES ISOTÔNICOS
– Técnica de Oxford
– Determinar a 10 RM
– 10 repetições 10 RM completas
– 10 repetições com 3/4 de 10 RM
– 10 repetições com ½ de 10 RM
– Esta técnica tenta diminuir os efeitos prejudiciais da fadiga.
– Obs: deve-se realizar aquecimento geral de exercícios ativos,
antes de iniciar o treino com exercícios resistidos.
PLIOMETRIA
 Atividades que envolvem o ciclo excêntrico / concêntrico do músculo
ativo, e que provocam sua potencialização elástica, mecânica e
reflexa, resultando em uma maior produção de trabalho positivo.
 Pliometria é um tipo de exercício bem intenso que deve ser realizado
apenas de 72 em 72 horas até próximo a exaustão (fadiga, por isso
faz-se necessário esse descanso de três dias entre o treinamento); é
um exercício que simula bastante o gesto esportivo pois em quase
todos os esportes, os gestos para provocar uma potência no
movimento são pliométricos, como o arremesso no beisebol, vôlei,
natação e os chutes no futebol, etc. Todo o tipo de exercício que vc
alonga o músculo até  próximo ao ponto máximo controlada por uma
contração excêntrica para depois executar um movimento mais
forte(concêntrica) é pliométrico.
 É realizado treinamento pliométrico na fisioterapia para a volta do
paciente atleta a atividade esportiva e também durante treinamentos
físicos para ganho de potência.
PLIOMETRIA
 Para membros superiores utiliza-se bastante trabalho com bola.
 Por exemplo: 1) o paciente deita em uma maca de barriga para cima
(decúbito dorsal) com flexão de ombro de 180 graus (com os braços para
cima fora da maca); o fisioterapeuta solta uma bola de basquete e o
paciente segura a bola com as duas mãos causando uma flexão um pouco
maior de ombro e ele lança a bola para cima de volta; 2) bater a bola de
basquete com força no chão várias vezes; 3) ficar de frente a uma parede e
bater a bola de basquete na parede várias vezes e cada vez mais fortes
com uma mão, com o ombro em 90 graus e em rotação externa, com o
cotovelo fletido também 90 graus; a força com que a bola volta faz com que
cause uma maior rotação externa ainda do ombro e potencialize o próximo
lançamento.
 Em todos os casos (1 e 3 principalmente) o paciente já deve ter uma boa
estabilidade para poder realizar.
PLIOMETRIA
 Para membros inferiores o que geralmente se utiliza são
saltos;
MUITO OBRIGADO

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