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TIRISTORES

Prof. Matheus Ribeiro


TIRISTORES

 Os tiristores são uma família de dispositivos semicondutores de


potência com 4 camadas (PNPN).

A principal vantagem é a capacidade de converter e controlar grandes


quantidades de potência, em sistemas DC ou AC, utilizando uma
pequena potência para controle.

 São exemplos de tiristores:


 SCR
 TRIAC
TIRISTORES - SCR
 O retificador controlado de silício (silicon controlled rectifier – SCR) é o
controlador elétrico de potência com uso mais difundido, sendo
amplamente utilizado em aplicações como:

 fontes de alimentação reguladas de potência;


 choppers (conversores DC-DC);
 inversores (conversores DC-AC);
 controle de aquecedores, iluminação (dimmers) e motores.

 Essa ampla utilização deve-se a sua ação de chaveamento rápido,


dimensões reduzidas e altos valores nominais de corrente e tensão.

 O SCR possui 3 terminais: anodo (+), catodo (-) e gatilho. Na verdade o


SCR pode ser entendido como um diodo com terminal de controle.
TIRISTORES - SCR

FUNCIONAMENTO DO SCR

Pode-se explicar o funcionamento do SCR utilizando um modelo


equivalente com transistores:

 Quando o modelo está reversamente polarizado (V A<VC), nenhum dos


transistores conduz.

 Quando o modelo está diretamente polarizado (V A>VC) e IB=0, a corrente que flui
pelos transistores é apenas uma corrente de fuga, insuficiente para colocá-los em
condução.

 Quando o modelo está diretamente polarizado e é fornecido um pulso de tensão


no gatilho com corrente suficiente para acionar a base de Q 2, este entra em
condução e “puxa” corrente da base de Q1, fazendo com que este também entre
em estado de condução. Ao cessar o pulso, os transistores continuam no estado
de condução, pois são complementares e um “aciona” a base do outro. Este
processo só termina se a corrente de base de Q2 cair abaixo da corrente mínima
para manutenção da condução ou ocorrer uma polarização reversa do modelo.
TIRISTORES - SCR

CURVA CARACTERÍSTICA DO SCR

VBR: tensão reversa de ruptura


IR: corrente reversa
IGK: corrente no gatilho
IL: corrente de retenção (corrente de disparo com tensão mínima de gatilho)
IH: corrente de manutenção
VBO: tensão direta de disparo quando IGK=0
TIRISTORES - SCR

TESTE DO SCR

 Com polarização direta o gatilho é acionado e observa-se se, após a


remoção do pulso no gatilho, o SCR continua conduzindo. Para testar
SCRs com pequena corrente de sustentação, pode-se utilizar um
multímetro digital.

 Utilizando o ohmímetro ligue a ponteira positiva no anodo e a


negativa no catodo, polarizando o SCR diretamente. A leitura deve
ser bastante alta pois não deve haver condução. Em seguida,
provoque um curto entre o anodo e o gatilho para acionar o SCR. A
resistência deve diminuir e se manter baixa após a remoção do
curto.

 Se ocorrer a condução antes do acionamento da porta, anodo e catodo


estão em curto.

 Se não ocorrer a condução após o acionamento do gatilho, o diodo


estará em aberto.
TIRISTORES - SCR

COMUTAÇÃO DE UM SCR

 Comutar um SCR significa bloqueá-lo , ou seja, “cortar” sua corrente e


impedir que ele retorne a condução. Os processos básicos para
bloqueio são a comutação natural e a comutação forçada.

 A comutação pode ser de dois tipos:

Natural: quando a corrente do anodo é reduzida a um valor abaixo


de por ação do sistema onde se encontra o SCR.

Forçada: obtida quando usamos de um circuito auxiliar para


bloquear o SCR.
TIRISTORES - SCR

COMUTAÇÃO NATURAL (OU DE LINHA AC)

 Se a chave está fechada, no semi-ciclo


positivo o SCR é acionado quando VGK
atingir o valor mínimo para disparo. Na
passagem por zero, para o semi-ciclo
negativo, o SCR é bloqueado.

 Quando a chave for aberta, o SCR será


desligado na primeira passagem por zero
para o semi-ciclo negativo, desde que
permaneça reversamente polarizado pelo
tempo mínimo necessário para bloqueio.

 O tempo mínimo para bloqueio determina


a freqüência máxima de operação do SCR.
TIRISTORES - SCR

COMUTAÇÃO FORÇADA

 Algumas possibilidades para forçar o desligamento do SCR são:

 Desviar a tensão de anodo por um caminho alternativo;


 Realizar um curto-circuito entre anodo e catodo do SCR;
Aplicar uma tensão inversa sobre o SCR;
Reduzir a zero, por um instante, a tensão de anodo (abrindo o
circuito antes do catodo, por exemplo).
TIRISTORES - SCR

COMUTAÇÃO FORÇADA – BLOQUEIO POR CHAVE

Quando SW2 é acionada, a corrente entre anodo e catodo cai a zero e o


SCR é bloqueado. Em seguida a chave é aberta e a carga desligada.
TIRISTORES - SCR

COMUTAÇÃO FORÇADA – BLOQUEIO POR CAPACITOR

 Quando SW2 está desligada, o capacitor se


carrega.

 Ao acionarmos a chave SW2, o capacitor


carregado polariza inversamente o SCR, já
que é conectado ao terra da fonte.

 O SCR é bloqueado e o capacitor se


descarrega no circuito fonte-carga.

 A chave SW2 pode ser um SCR auxiliar.

Para assegurar a comutação, deve-se utilizar a capacitância conforme a equação:


tOFF
C
0,6963 RL
onde C é o capacitor de comutação (em µF), RL é a resistência da carga (em Ω) e
tOFF é o tempo de desligamento do SCR (em µs).
TIRISTORES - SCR

CIRCUITOS DE ACIONAMENTO DO GATILHO

 Para a operação adequada do SCR, o circuito de acionamento deve


fornecer um sinal de disparo no tempo correto, de modo que assegure a
passagem para o estado ligado.

 Em geral, o circuito de disparo deve atender, basicamente, os


seguintes critérios:

 Produzir um sinal de gatilho com amplitude e tempo de duração


adequados e tempo de subida suficientemente curto;
 Assegurar que não ocorram disparos acidentais por “falsos” sinais
ou ruídos;
 Em circuitos AC, aplicar o sinal de gatilho somente quando o SCR
estiver diretamente polarizado

 Usualmente, são adotados 3 tipos de sinais de disparo: sinais DC,


sinais AC e sinais pulsados.
TIRISTORES - SCR

CIRCUITOS DE ACIONAMENTO DO GATILHO – SINAL DC

 Ao fechar a chave, uma corrente é aplicada no gatilho do dispositivo que está


diretamente polarizado. Isso faz com que o SCR passe para o estado ligado. O
resistor RG limita a corrente no gatilho e o diodo D limita a amplitude do sinal
negativo no gatilho.

 A aplicação de um sinal DC constante no gatilho não é recomendada pois gera


dissipação de potência.

 Não se deve utilizar acionamento DC em circuitos AC pois pode ocasionar


aumento demasiado de corrente inversa no SCR durante o semi-ciclo negativo,
danificando o componente.
TIRISTORES - SCR

CIRCUITOS DE ACIONAMENTO DO GATILHO – SINAL PULSADO

 Para reduzir a dissipação de potência no gatilho, os circuitos de disparo do SCR


geram um único pulso, ou um trem de pulsos, substituindo o sinal DC contínuo.

 Além disso, é fácil obter isolamento entre o circuito de controle e o SCR usando
um transformador de pulso ou um acoplador óptico.

 O circuito ao lado apresenta o controle de um


SCR usando um transistor de unijunção – UJT e
acoplamento por transformador de pulso. Quando
o capacitor estiver carregado ao nível da tensão de
pico do UJT, este passa ao estado ligado por um
breve intervalo de tempo, gerando um pulso no
transformador.

 A largura do pulso de saída pode ser aumentada


com o acréscimo do valor de C, no entanto
existem limitações. Em alguns casos pode não
haver tempo de pulso suficiente para acionar o
SCR.
TIRISTORES - SCR

CIRCUITOS DE ACIONAMENTO DO GATILHO – SINAL AC

 O método mais comum para controlar SCRs em aplicações AC é


derivar o sinal de disparo da própria fonte AC, sendo utilizado um
controle do ponto de disparo.

 No circuito abaixo temos o controle de fase resistivo. No semiciclo


positivo, o SCR está em estado de bloqueio direto até que a corrente no
gatilho seja suficientemente alta para levar o tiristor a condução. O
controle do ponto de disparo se dá pela tensão da rede e pelo ajuste do
reostato R2.

 REOSTATOS: são dispositivos que podem


variar sua forma ou suas dimensões a fim de
se obter uma resistência variável. A variação
pode ser contínua ou discreta, dependendo da
construção.
TIRISTORES - SCR

CIRCUITOS DE ACIONAMENTO DO GATILHO – SINAL AC

 No circuito a seguir temos o controle de fase realizado por um circuito


RC, que provoca um atraso da fase no gatilho.

 O ângulo de fase do atraso no gatilho depende dos valores de R +R1 2 e


de C. Um aumento em R2 faz com que o atraso aumente.

 No semiciclo negativo o SCR é bloqueado na passagem por zero


devido à polarização reversa.
TIRISTORES - SCR

CIRCUITOS DE ACIONAMENTO DO GATILHO – SINAL AC

 Em ambos os circuitos vistos, o diodo D impede que se tenha uma


corrente negativa no gatilho.

 No controle resistivo, o disparo pode ser ajustado para um ponto entre 0


e 90º do semiciclo positivo, pois depois de 90º a tensão começa a
diminuir.

 No controle por circuito RC, o disparo pode ser ajustado para qualquer
ponto entre 0 e 180º, já que podemos atrasar o sinal de controle em até
TIRISTORES - SCS

 A chave controlada de silício (SCS) é um dispositivo com 4 camadas


(PNPN) com 4 terminais.

 Possui menor capacidade de controle de potência que o SCR, sendo


utilizado, normalmente, para acionamento.

 O SCS passa para o estado ligado em um pulso positivo em KG ou


negativo em AG. Se o SCS estiver ligado, passará para desligado com um
pulso positivo em AG ou negativo em KG.
TIRISTORES - GTO

 O tiristor de desligamento por porta (Gate turn-off tyristor – GTO) é uma


chave semicondutora de potência que passa para o estado ligado como
um SCR normal, isto é, com um sinal positivo no terminal porta.

 Além disso, pode passar para o estado desligado por meio de uma
corrente de porta negativa. Portanto, tanto a operação no estado ligado
quanto desligado são controladas pela corrente de porta.

 Outra boa característica é a velocidade de chaveamento. No disparo é


igual a de um SCR. No desligamento, o tempo gasto é menor.

 Contudo, valores nominais de tensão e corrente são inferiores aos do


SCR e a perda de potência é maior devido à necessidade de corrente
para o desligamento.
TIRISTORES - DIAC

 O diodo AC (DIAC) é uma chave semicondutora de 3 camadas e 2


terminais. Opera como dois diodos em contraposição série.

 A única maneira de disparar o DIAC é excedendo a tensão de disparo,


podendo ser chaveado para qualquer polaridade de tensão.
TIRISTORES - TRIAC

 É um DIAC com terminal de gatilho. É capaz de conduzir corrente em


ambas as direções e pode ser controlado por um sinal de porta positivo
ou negativo. Isto o torna útil para o controle de potência AC.

 O TRIAC pode ser entendido como a união de e SCRs em antiparalelo.

 Dessa forma, pode ser acionado nos dois semiciclo da rede AC, sendo
desligado na passagem por zero.
TIRISTORES - TRIAC

IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS DOS TIRISTORES


TIRISTORES - TRIAC

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