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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS

EPISTEMOLÓGICOS DA
PSICOLOGIA

UNIDADE 1 – EPISTEMOLOGIA E
CONCEPÇÕES DE CIÊNCIA NA
FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO

PROFª. MS. ANA CAROLINA


BITTENCOURT
CIÊNCIA

Senso comum:
 Conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros que
acumulamos em nosso cotidiano;
 Uma visão de mundo que integra o conhecimento humano;
 É obtido sem o recurso do controle metodológico e é
expressado sob a forma de opiniões;
 Psicologia do senso
comum? Exemplos?

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
PENNA, Antônio Gomes. Introdução à epistemologia. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000 (p. 17 a 36).
CIÊNCIA

Ciência
 “Busca compreender, elucidar e alterar o cotidiano a partir de seu
estudo sistemático” (BOCK, 2008, p. 16).

 Afasta-se da realidade transformando-a em objeto de investigação


– construção do conhecimento científico sobre o real.

 Utiliza uma linguagem precisa e rigorosa;

 Obtenção dos conhecimentos de maneira programada, sistemática


e controlada, para que seja possível verificar sua validade;

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
PENNA, Antônio Gomes. Introdução à epistemologia. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000 (p. 17 a 36).
CIÊNCIA

Ciência
 O saber pode ser transmitido, verificado, utilizado, desenvolvido;

 Um processo: um novo conhecimento é produzido a partir de algo


anteriormente desenvolvido;

 Aspira à objetividade: seus achados devem ser passíveis de


verificação e isentos de emoção para que sejam válidos para todos;

 Em síntese: objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e


técnicas específicas, processo cumulativo do conhecimento e
objetividade.
BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
PENNA, Antônio Gomes. Introdução à epistemologia. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000 (p. 17 a 36).
CIÊNCIA E PSICOLOGIA

Conhecimento científico – objeto de estudo


específico – distância entre objeto de estudo e
cientista;

E a Psicologia?
 Cientista confunde-se com o seu objeto de estudo;
 “A nova ciência se afirma como um ato criativo que envolve o
cientista” (SERBENA, RAFFAELLI, 2003, p. 36 e 37).
 Objeto da Psicologia?

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
PENNA, Antônio Gomes. Introdução à epistemologia. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000 (p. 17 a 36).
CIÊNCIA E PSICOLOGIA

Diversidade de objetos de estudo da Psicologia:


 Estudo do ser humano – que é histórico e está em permanente
mudança;

 “As diferentes formas de pensar a Psicologia representam a


própria riqueza do ser humano e sua capacidade múltipla de
pensar sobre si mesmo” (BOCK, 2008, p. 21). Por exemplo:
 Comportamentalista: comportamento humano;
 Psicanalista: inconsciente;

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
FILHO, Kleber Prado, MARTINS, Simone. A subjetividade como objeto da(s) Psicologia(s). Psicologia & Sociedade. n. 19. v. 3. 2007. p. 14-19.
CIÊNCIA E PSICOLOGIA

Diversidade de objetos de estudo da Psicologia:


 Concepção humana do pesquisador contamina sua pesquisa;

 Diversidade dos fenômenos psicológicos impede que sejam


acessados pelo mesmo nível de observação e submetidos aos
mesmos padrões de descrição, medida, controle e interpretação.

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
FILHO, Kleber Prado, MARTINS, Simone. A subjetividade como objeto da(s) Psicologia(s). Psicologia & Sociedade. n. 19. v. 3. 2007. p. 14-19.
CIÊNCIA E PSICOLOGIA

Subjetividade como objeto da Psicologia:


 Ser humano em todas as suas expressões;

 Síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo


conforme vivenciamos experiências da vida social e cultural;

 Mundo de ideias, significados e emoções construído


internamente a partir das relações sociais, vivências e
constituição biológica;

 Fonte de manifestações afetivas e comportamentais;

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
FILHO, Kleber Prado, MARTINS, Simone. A subjetividade como objeto da(s) Psicologia(s). Psicologia & Sociedade. n. 19. v. 3. 2007. p. 14-19.
CIÊNCIA E PSICOLOGIA

Subjetividade como objeto da Psicologia:


 Vivência muito particular;

 Maneira de sentir, pensar, fantasiar, se comportar, sonhar,


amar de cada um;

 Não é inata;

 “Criando e transformando o mundo (externo), o homem


constrói e transforma a si próprio” (BOCK, 2008, p. 23).

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
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CIÊNCIA E PSICOLOGIA

Subjetividade como objeto da Psicologia:


 Estudar a subjetividade é tentar compreender os modos de ser,
isso está relacionado à cultura, política, economia e história;

 “Produção de subjetividade”:
 Sentido naturalizado e substancializado de interioridade,
substância ou permanência é deixado de lado;
 A subjetividade passa a ser pensada em termos históricos, sociais e
políticos;

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
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CIÊNCIA E PSICOLOGIA

Subjetividade como objeto da Psicologia:


 Subjetividade pensada em movimento, como virtualidade que
existe concretamente onde não há nada palpável;

 Produzida em relações de saber/poder e também dos sujeitos


consigo mesmos;

 A forma de abordar e compreender a subjetividade dependerá


da concepção de homem adotada por cada abordagem
psicológica.

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
FILHO, Kleber Prado, MARTINS, Simone. A subjetividade como objeto da(s) Psicologia(s). Psicologia & Sociedade. n. 19. v. 3. 2007. p. 14-19.
CIÊNCIA E PSICOLOGIA

A Psicologia pode ser considerada uma ciência?

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
FILHO, Kleber Prado, MARTINS, Simone. A subjetividade como objeto da(s) Psicologia(s). Psicologia & Sociedade. n. 19. v. 3. 2007. p. 14-19.
CIÊNCIA E PSICOLOGIA

A Psicologia pode ser considerada uma ciência?


 Para alcançar a categorização de “Ciência” a psicologia teve que
acumular uma série de saberes acerca do ser humano;

 Pode ser compreendida como ciência na medida em que possui


objeto delimitado, linguagem e bases epistêmicas próprias e
métodos de atuação;

 Pode ser compreendida como uma não ciência uma vez que seu
objeto de estudo é mutável, afinal, a subjetividade dos
indivíduos está em constante mudança.

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 31).
FILHO, Kleber Prado, MARTINS, Simone. A subjetividade como objeto da(s) Psicologia(s). Psicologia & Sociedade. n. 19. v. 3. 2007. p. 14-19.
Ressignificando…

“A vida só é possível reinventada (...)


Não te encontro, não te alcanço (...)
Só – no tempo equilibrada,
Desprendo-me do balanço
Que além do tempo me leva.
Só – na treva,
Fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida, a vida só é
possível
Reinventada”
(Cecília Meireles)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000 (p. 183).

ABIB, José Antônio Damásio. Epistemologia pluralizada e história da psicologia.

Scientiae Studia,  São Paulo,  v. 7, n. 2, p. 195-208,  Junho, 2009.

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São

Paulo: Saraiva, 2008 (p. 16 a 45).

DORSCH, Friedrich, HACKER< Hartmut, STAPF, Kurt-Hermann. Dicionário de

Psicologia Dorsch. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001 (p. 720 a 728).

FILHO, Kleber Prado, MARTINS, Simone. A subjetividade como objeto da(s)

Psicologia(s). Psicologia & Sociedade. n. 19. v. 3. 2007. p. 14-19.

PENNA, Antônio Gomes. Introdução à epistemologia. Rio de Janeiro: Imago Ed.,

2000 (p. 17 a 36).

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