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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARAMENTO DE NUTRIÇÃO
DISCIPLINA: NUTRIÇAO E DIETÉTICA NO CICLO DE VIDA I
PROFESSORA: GEANIA DE SOUSA PAZ LIMA

Interferências do álcool na
gravidez
Karoline Dayane dos Santos
Larissa Lima Emérito
Lyvia Maria
Marília Cabral Araújo
Myrla Gabriela Mendes
Rodrigo Cavalcante
INTRODUÇÃO
Consumido, há muitos séculos, por
mulheres e homens em festividades;

Seu uso pode causar dependência


Droga lícita que tem seu uso
em pessoas predispostas e/ou
submetidas a situações de depressão, Álcool difundido em quase todo o
Mundo;
estresse, etc;

• Consequências do seu uso


 Vetor mais relevante de retardo mental nos filhos de mães usuárias dessa droga;
 Maior responsável por teratogenias no mundo ocidental;
 Mulheres grávidas: constitui um dos problemas mais relevantes da dependência
alcoólica, pois pode levar à síndrome alcoólica fetal (SAF);

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


INTRODUÇÃO

• Consequências do álcool na Saúde Pública:

EUA: Estudos recentes mostram que o custo econômico anual


do abuso de álcool nos Estados Unidos é de cerca de 48 bilhões de
dólares, com mais 19 bilhões em gastos com cuidados médicos;

Austrália: o custo de problemas relacionados ao álcool são


calculados em 1% do produto interno bruto (PIB), sendo que pelo
menos 50% das grávidas relatam consumo de bebida alcoólica
durante a gestação;

Brasil: os problemas relacionados ao consumo excessivo de


bebidas alcoólicas custam mais de um milhão de dólares por mês
à saúde pública (Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo).

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


ALCOOLISMO FEMININO

O consumo de álcool nunca esteve O alcoolismo na gravidez associa-se A prevalência do alcoolismo entre
restrito aos homens e, ainda que, às más condições socioeconômicas, mulheres é menor que a encontrada
há quase dois séculos, o abuso por ao nível educacional baixo, à idade entre os homens (5,7%). Ainda assim, o
mulheres seja registrado, deve-se superior a 25 anos, à desnutrição, consumo abusivo e/ou a dependência
notar a quase inexistência de às doenças infecciosas e ao uso de do álcool trazem, reconhecidamente,
relatos de casos de dependência outras drogas; inúmeras repercussões negativas sobre
entre mulheres; a saúde física e psíquica e a vida social
da mulher

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


ALCOOLISMO FEMININO

Há uma pressão social menor A sociedade repreende


Fatores culturais e sociais para que a mulher inicie o duramente as mulheres que
exercem maior controle no consumo do álcool e uma passam a apresentar
beber compulsivo entre as pressão maior para que ela descontrole com a bebida, mas
mulheres que entre os homens; interrompa seu uso, caso esteja é benevolente com os excessos
excessivo; etílicos dos homens.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


ALCOOLISMO FEMININO
Absorção do álcool;
Proporção de gordura;
Maior disponibilidade ao álcool que
os homens:
Quantidade de água total no
organismo.

As mulheres que fazem uso de álcool Aumento do risco de doenças perinatais graves:
durante e após a  Prematuridade;
gestação expõem seus filhos a riscos já  Malformações;
identificados em vários estudos clínicos  Retardo no crescimento intra e extra-uterino;
e  Sofrimento mental e infecções;
experimentais:  Sequelas neurológicas e respiratórias.

 Mama pouco;  Tem tremores;


Características de um recém-nascido de  Irritável;  Hipotonia muscular;
uma alcoolista grave  Hiperexcitado;  Transpira muito;
 Hipersensível;  Pode ter apnéia.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


EPIDEMIOLOGIA
Levantar dados e avaliar criteriosamente a SAF:

Cuidados Intervenções
Encaminhamento
médicos eficazes no plano
a serviços sociais
adequados educacional

ESTRATÉGIAS DE VIGILÂNCIA ATIVA PARA RASTREAR A SAF:


 Planos de trabalho desenvolvidos e divulgados entre agentes
de saúde e pesquisadores;
 Resultados de prevalência e incidência comparados e
atualizados;
 Avaliação de risco padronizada.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


EPIDEMIOLOGIA
Fatores associados ao maior risco da exposição
fetal ao etanol:

Grau de dependência,
Padrão do abuso da Gravidez prévia com
inclusive de outras
bebida; exposição fetal ao álcool;
drogas;

Membro da família como Absenteísmo às


consumidor pesado; consultas de pré-natal.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


EPIDEMIOLOGIA
• Falha no reconhecimento da SAF:
Resulta em dados de prevalência subestimada.
Critérios diagnósticos Diagnóstico baseado no
disponíveis não-específicos encontro das
e uniformemente aceitos, características clínicas,
como o número mínimo sendo que nem todos os
de características faciais; pacientes são parecidos;

Escassez de conhecimento Falta de critérios


da clínica e conceitos diagnósticos para
errôneos sobre a SAF entre diferenciar a SAF de outras
os profissionais que fazem condições relacionadas ao
o primeiro contato; álcool.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


PREVALÊNCIA

0,5 a 2 casos para 1.000 nascidos vivos.

40.000 casos novos por ano.


Aproximadamente 50 por 1.000 entre os
nascimentos no país. 

1.500 a 3.000 casos novos por ano, se a


prevalência de 0,5 a 2 por 1.000 nascidos vivos
for considerada.

(Centro de Informações sobre Saúde e


Álcool, 2012)
ETIOPATOGENIA

TABELA 1 - CONTEUDO ALCOÓLICO DAS PRINCIPAIS BEBIDAS

Bebida Concentração(%) Gramas (g) Unidades

1 lata de cerveja 5 17 1,5


1 copo de chope 5 10 1
1 dose de 50 25 2,5
aguardente
1 copo de vinho 12 10 1
1 dose de 40 a 50 20 a 25 2 a 2,5
destilados

Fonte: www.alcoolismo.com.br/tabelas.htmal .

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


ETIOPATOGENIA

O etanol se transforma
Inibe o crescimento e a
em aldeído acético por
migração neuronal 
metabolização no
Microcefalia
fígado

Recomenda-se que
É transferido para o
mãe se abstenha de
leite materno, na
amamentar nas horas
proporção de 2% de
seguintes da ingestão
alcoolemia materna
de álcool.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


ETIOPATOGENIA
PRE- NATAL

Aberrações cromossômicas graves

1º Trimestre

Malformação e dimorfismo facial

2º Semestre

Aumento das incidências de abortos


espontâneos

3º Semestre

Lesa o SNC, Retarda o crescimento intra –


uterino e compromete o parto.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


ALCOOL E A PLACENTA
Álcool tem como efeito primário uma
vasoconstrição no cordão umbilical e na placenta
Após a 24ª semana de Após este estágio de
gravidez, porém, a pele desenvolvimento, o feto
Antes das 20ª semanas ingere o líquido amniótico,
de gravidez, o álcool do feto já está mais
absorve o álcool, que vai
poderia ser absorvido queratinizada, podendo para a circulação fetal, e o
pela pele do feto limitar a absorção de transfere para a circulação
álcool. materna.

O líquido amniótico No entanto, pode haver


transforme-se em um um lapso de 3 horas nesse
reservatório de etanol,
processo, mesmo após a
pois o nível de etanol
permanece elevado por ingestão de apenas uma
mais tempo no líquido dose de bebida alcoólica
amniótico que no sangue
materno.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA
TERATOGENIA DO ÁLCOOL

• Dismorfologia facial : filtro nasal ausente


ou indistinto, hemangiomas sem
predominância de localização , podendo
também haver microcefalia e face
Podem aplanada
apresentar • Anormalidades no sistema nervoso
central estruturais: perímetro cefálico
: no 10º percentil ou menos e ajustado
para sexo e idade, outras intelectivas,
com atraso no desenvolvimento de grau
variado nas funções sociais

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


É importante que haja pelo menos três
alterações faciais e documentação dos
déficits de crescimento e das
anormalidades neurológicas. O
diagnóstico terá consistência para
clínicos, pesquisadores e prestadores de
serviços.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


PERFIL COMPORTAMENTAL DAS CRIANÇAS
COM SAF

Habilidade emocional,
Problemas com a fala e Desorganização e como mudanças de
a comunicação perda de pertences humor ou reações
extremadas

Dificuldade em
Desempenho escolar
iniciar/completar
pobre
tarefas, pouca atenção

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


Mulheres alcoolistas que continuam com o
consumo pesado de álcool em gestações
subsequentes terão seus filhos mais novos com
quadros mais graves que os mais velhos.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


EVOLUÇÃO
50% das crianças com SAF possuem retardo
mental.

O déficit de atenção e a hiperatividade se tornam


mais aparentes.

Dificuldades na fala devido alterações da


anatomia do maxilar.

Dismorfias Faciais.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


EVOLUÇÃO
 Dificuldades sociais
 Desajustes emocionais e familiares
 Abuso de álcool e de outras drogas
 Problemas de saúde mental
Riscos de Deficiências na
 Comportamento sexual inapropriado
vida adulta
 Vitimização
 Desemprego
 Problemas legais
 Morte prematura

A mortalidade pelas complicações da doença pode chegar a 2,8%, sendo que


a SAF constitui um fator de aumento da mortalidade infantil em qualquer
avaliação epidemiológica.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


TRATAMENTO
Há evidências de que o
diagnóstico e a Porém, o diagnóstico e a
intervenção precoces evolução das DEAF são
podem ser benéficos um verdadeiro desafio
para as crianças para os pediatras.
acometidas.

Devido à dificuldade na
identificação dos sinais físicos
e à variabilidade dos
sintomas.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


TRATAMENTO

Apesar das evidências de que o diagnóstico e a


intervenção precoces podem ser benéficos
para as crianças acometidas, o diagnóstico e a
evolução das DEAF são um verdadeiro desafio
para os pediatras, devido à dificuldade na
identificação dos sinais físicos e à variabilidade
dos sintomas.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


Planejamento educacional e prevenção

DEAF

Devidamente Experiência
orientada escolar negativa

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


Planejamento educacional e prevenção
Acompanhamento e
avaliação individual

Ferramentas

Criar rotinas

Fortalecer estruturas
mentais
Inclinada a mostra
iniciativa
Correr riscos(de forma
segura)

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


Planejamento educacional e prevenção

A partir informação das


avaliações diagnósticas
Usando os metodos de
individuais, a equipe de
intervenção adequado para cada
educação poderá utilizá-las para
situação
criar um programa escolar
positivo

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


Planejamento educacional e prevenção

• As alterações físicas e mentais SAF DEAF

são totalmente preveníveis se a gestante se


abstiver do consumo de álcool ao longo da
gravidez ou mesmo antes da concepção
período embrionário

4 a 6 semanas
(ANDRADE, A. G., et al., 2009)
Planejamento educacional e prevenção

a recomendação da Academia
Americana de Pediatria e do
Colégio Americano dos
Ginecologistas e Obstetras é a
completa abstinência de
álcool, em qualquer
quantidade e em qualquer
fase da gravidez.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


Planejamento educacional e prevenção

Obstetras e pediatras devem ser


encorajados para o treinamento do
diagnóstico e estimulados para fazê-
lo quando ocorre a suspeita, pois têm
um papel preponderante na
identificação do problema.

(ANDRADE, A. G., et al., 2009)


REFERÊNCIAS
• ANDRADE, A.G.; ANTHONY, J.C; SILVEIRA, C.M. Álcool e suas
consequências: uma abordagem multiconceitual. Minha
Editora. Barueri, SP: 2009.

• Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA).


Síndrome Alcoólica Fetal. Disponível em:
<http://www.cisa.org.br/artigo/4763/sindrome-alcoolica-
fetal.php> Acesso em: 29.04.2016.

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