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Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2021
ii
Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2021
ii
Índice
Lista de figuras .................................................................................................................... vii
Lista de Gráficos ................................................................................................................. viii
Lista de tabelas ..................................................................................................................... ix
Lista de siglas e símbolos ...................................................................................................... x
Declaração ............................................................................................................................ xi
Dedicatória........................................................................................................................... xii
Agradecimentos .................................................................................................................. xiii
Resumo ................................................................................................................................ xv
Abstract ............................................................................................................................... xvi
Introdução ............................................................................................................................ 17
Tema .................................................................................................................................... 18
Delimitação do tema ............................................................................................................ 18
Enquadramento da pesquisa ................................................................................................ 18
Problematização................................................................................................................... 18
Justificativa .......................................................................................................................... 19
Objectivos da pesquisa ........................................................................................................ 20
Objectivo geral .................................................................................................................... 20
Objectivos específicos ......................................................................................................... 20
Questões de pesquisa ........................................................................................................... 20
Hipóteses ............................................................................................................................. 20
CAPITULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 21
1. Álcoois ............................................................................................................................. 21
1.1. Preparação de álcoois ................................................................................................... 21
1.2. Propriedades dos álcoois .............................................................................................. 21
1.3. Bebidas ......................................................................................................................... 21
1.3.1. Bebidas naturais ......................................................................................................... 21
1.3.2. Bebidas refrescantes .................................................................................................. 21
1.3.3. Bebidas alcoólicas ..................................................................................................... 22
1.3.4. Classificação das bebidas alcoólicas ......................................................................... 22
1.3.4.1. Não – fermentadas .................................................................................................. 22
1.3.4.2. Fermentadas ............................................................................................................ 22
1.3.4.2.1. Não-destiladas ..................................................................................................... 22
iii
3.2.1.1.1. Interpretação dos resultados do álcool metílico (Metanol), antes da filtração com
carvão activado .................................................................................................................... 42
3.2.1.2. Apresentação dos resultados do álcool metílico (Metanol), após a filtração com
carvão activado .................................................................................................................... 43
3.2.1.2.1. Interpretação dos resultados do álcool metílico (Metanol), após a filtração com
carvão activado .................................................................................................................... 43
3.2.2. Apresentação dos resultados do álcool n-butílico ..................................................... 43
3.2.2.1. Apresentação dos resultados do álcool n-butílico, antes da filtração com carvão
activado ................................................................................................................................ 43
3.2.2.1.1. Interpretação dos resultados do álcool n – butílico, antes da filtração com carvão
activado ................................................................................................................................ 44
3.2.2.2. Apresentação dos resultados do álcool n – butílico, após a filtração com carvão
activado ................................................................................................................................ 44
3.2.2.2.1. Interpretação dos resultados do álcool n – butílico, após a filtração com carvão
activado ................................................................................................................................ 44
3.2.3. Apresentação dos resultados do Álcool sec – butílico .............................................. 44
3.2.3.1. Apresentação dos resultados do Álcool sec – butílico antes da filtração com carvão
activado ................................................................................................................................ 44
3.2.3.1.1. Interpretação dos resultados do Álcool sec – butílico antes da filtração com
carvão activado .................................................................................................................... 44
3.2.3.2. Apresentação dos resultados do Álcool sec-butílico após a filtração com carvão
activado ................................................................................................................................ 45
3.2.3.2.1. Interpretação dos resultados do Álcool sec – butílico após a filtração com carvão
activado ................................................................................................................................ 45
3.3.1. Interpretação dos coeficientes de correlação e de determinação ............................... 47
3.3.1.1. Coeficiente de correlação r ..................................................................................... 47
3.3.1.2. Coeficiente de determinação .................................................................................. 47
3.4. Discussão dos resultados .............................................................................................. 47
3.4.1. Discussão dos resultados do álcool metílico (metanol) antes da filtração com carvão
activado ................................................................................................................................ 47
3.4.2. Discussão dos resultados do álcool metílico (metanol) após a filtração com carvão
activado ................................................................................................................................ 48
vi
3.4.3. Discussão dos resultados da identificação do álcool n-butílico antes da filtração com
carvão activado .................................................................................................................... 48
3.4.4. Discussão dos resultados da identificação do álcool n-butílico após a filtração com
carvão activado .................................................................................................................... 48
3.4.5. Discussão dos resultados do álcool sec-butílico antes da filtração ........................... 49
3.4.6. Discussão dos resultados do álcool álcool sec-butílico após a filtração.................... 50
Confrontação das hipóteses com os resultados do estudo ................................................... 50
Hipótese 1: ........................................................................................................................... 50
Hipótese 2: ........................................................................................................................... 50
Hipótese 3 ............................................................................................................................ 50
Hipótese 4 ............................................................................................................................ 51
Conclusões ........................................................................................................................... 52
Limitações ........................................................................................................................... 53
Sugestões ............................................................................................................................. 53
Referências Bibliográficas ................................................................................................... 54
Apêndices ....................................................................................................................... LVIII
Apêndice I. Roteiro de entrevista dirigida aos produtores locais do etanol caseiro. ......... LIX
Apêndice II. Roteiro de Questionário dirigido aos consumidores da bebida alcoólica
caseiramente obtida. .......................................................................................................... LXI
Apêndice III. Cálculos e diluições ................................................................................... LXII
Apêndice IV. Cálculo do Grau de Adsorção do carvão activado ................................... LXIV
Anexos ............................................................................................................................ LXVI
Anexo I. Credencial ...................................................................................................... LXVII
vii
Lista de figuras
Figura 1: Fluxograma de Recolha, identificação e processamento da amostra de etanol
caseiro……………………………………………………………………………………...30
Figura 2: Imagem (A) Momento de diluição das soluções. Imagem (B) Soluções já prepa-
radas………………………………………………………………………………………..33
Figura 3: A - Teste de metanol numa amostra do etanol caseiro. B - Teste já efectuado…34
Figura 4:Imagem ilustrativa ao momento de produção do carvão activado.………………35
Figura 5: Ilustração do processo de filtração do etanol caseiro com carvão activado…….36
Figura 6: identificação do álcool metílico no álcool caseiro após a filtração com carvão
activado……………………………………………………………………………………37
Figura 7: Identificação do álcool n – butilico no Álcool Caseiro após a filtração com
carvão activado……………………………………………………………………………37
Figura 8: Identificação do álcool sec – butilico no Álcool Caseiro após a filtração com
carvão activado……………………………………………………………………………38
Figura 9: (A) -Recolha das amostras de etanol caseiro. (B) -Tratamento e conservação das
amostras …………………………………………………………………………………...39
Figura 10: Imagem ilustrativa ao processo de recepção das amostras no laboratório….39
viii
Lista de Gráficos
Gráfico 1: Interpretação de resultados referentes ao álcool metílico antes da filtração com
carvão activado…………………………………………………………………………….42
Gráfico 2: Interpretação de resultados do álcool metílico após a filtração com carvão acti-
vado………………………………………………………………………………………..43
Gráfico 3: Relação entre absorbância e concentração na faixa linear para o álcool sec-
butilico após a filtração com carvão activado………………………….……………….…46
ix
Lista de tabelas
Tabela 1: Valores teóricos da literatura, Escala de cores do colorímetro Lovibond…........29
Tabela 2: Materiais e Reagentes Usados na preparação e diluição do ácido sulfúrico
(H2SO4) ................................................................................................................................ 32
Tabela 3: Materiais e Reagentes Usados na preparação e diluição do Permanganato de
Potássio (KMnO4) ............................................................................................................... 32
Tabela 4: Materiais e Reagentes Usados na preparação e diluição do NaOH ..................... 32
Tabela 5: Materiais e Reagentes Usados na identificação do Metanol ............................... 33
Tabela 6: Materiais e Reagentes Usados na identificação do Álcool n – butilico............... 34
Tabela 7: Materiais e Reagentes Usados na identificação do Álcool sec – butilico ........... 34
Tabela 8: Materiais e Reagentes Usados no tratamento de Álcool Caseiro com carvão
activado ................................................................................................................................ 35
Tabela 9: Materiais e Reagentes Usados na identificação do Metanol após a filtração com
carvão activado .................................................................................................................... 36
Tabela 10: Materiais e Reagentes Usados na identificação do Álcool n – butilico após a
filtração com carvão activado .............................................................................................. 37
Tabela 11: Materiais e Reagentes Usados na identificação do Álcool sec – butilico após a
filtração com carvão activado .............................................................................................. 38
Tabela 12: Cores do espectro da luz visível e seus respectivos comprimentos de onda.….41
Tabela 13. Valores teóricos da literatura na escala de cores do colorímetro Lovibond….45
Tabela 14. Valores instrumentais do teste do álcool sec – butilico após a filtração com car-
vão activado………………………………………………………………………………..45
Tabela 15. Valores das estimativas das concentrações e Absorbância para o álcool sec-
butilico após a filtração com carvão activado……………………………………………..46
x
A1 – Amostra 1
CA – Carvão activado
CIE – Comissão internacional de iluminação
CO2 – Dióxido de carbono
Cu, Pb, Hg, Zn (cobre, chumbo, mercúrio, zinco)
H1 – Hipótese 1
H2 - Hipótese 2
H2O – Água
H2SO4 - Ácido sulfúrico
H3 - Hipótese 3
H4 - Hipótese 4
IUPAC - União Internacional da Química Pura e Aplicada
KMnO4 Permanganato de potássio
ml – Mililitros
NaOH – Hidróxido de sódio
Nm – Nanómetros
Oxi – Oxidação
PET - Polietileno tereftalato
pH – Potencial de Hidrogénio
s – Desvio padrão 9
UR – Universidade Rovuma
xi
Declaração
Declaro que está Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações
do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devida-
mente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro, ainda, que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
Dedicatória
Agradecimentos
Á Deus, todo-poderoso pela oportunidade de realização de mais esse sonho e por ser a mi-
nha constante força, motivação e animo, nos momentos difíceis;
Á Maria, mãe de Senhor Jesus Cristo, por me envolver com seu manto sagrado nos meus
momentos de dores, tristeza e choros, e apaziguar minha alma com a sua ternura de mãe;
Aos meus Avôs: Francisco Nipaia e Marta Gavilela por terem feito parte daquilo que eu
me tornei hoje.
Meus amados Irmãos: Francisco Nunes e Herança de Ortano pelo conselho e pelas orações
constantes;
Aos meus Tios/as: Nelson Francisco Nipaia, Ricardo Francisco Nipaia, Lina Francisco
Nipaia, Arcanjo Victor Caetano Manecas, Polcarpo Ventura pelo apoio, amizade e alegria
proporcionada durante a realização estudantil;
Ao Supervisor dr. Pedro António Francisco pela orientação, auxílio, paciência ao longo de
todo trabalho, por ter acreditado em minha capacidade e por alguns belos momentos de
reflexão sobre este trabalho;
Aos docentes desta instituição em especial aos do meu curso (Química) que contribuíram
com os seus ensinamentos para a minha formação académica;
Aos meus colegas Natalino Manuel Rapieque, Edgar Asnar Cussape, Sufo Bacar, Salmo
Noémio Albino, Bene Francisco, Luís Avistrong Silvestre e outros que me presentearam
pela amizade sincera e, em especial aos colegas da turma de 2017 de Química pelas horas
disponibilizadas de estudo, e amizade compartilhada;
Resumo
A presente Monografia intitulada “Avaliação do grau de contaminação de etanol caseiro
(Nipa), pelos contaminantes orgânicos: Caso do Município de Montepuez 2020 – 2021”
objectivou Avaliar o grau de contaminação de etanol caseiro pelos contaminantes orgâni-
cos, para, posteriormente, fazer o uso de carvão activado para a remoção dos mesmos. O
estudo localiza-se na linha de pesquisa de Produtos Naturais e Sintéticos e suas Aplicações,
tendo sido necessária a ajuda dos procedimentos experimentais e a aplicação da Colorime-
tria Visual. Foi colectada, em um universo de 20 baldes, uma amostra de 8 baldes corres-
pondentes a 40% do universo onde por cada 2 baldes foram colectados 500 mL de amos-
tras e colocadas em 2 garrafas plásticas do tipo PET de 500 mL correspondente a 8 frascos.
Os parâmetros desejados foram analisados no Laboratório de Química da UR, Extensão de
Cabo Delgado onde foram obtidos os seguintes resultados: Coloração amarela 592 a 578
nm para o álcool metílico antes da filtração com carvão activado, contra variação da cor
castanha intensa a incolor 578 a 500nm após a filtração; Amarela para o álcool n – butílico
antes da filtração, contra variação da cor castanha intensa a incolor 578 a 500 após a filtra-
ção; Amarela escurecida 592 a 578 nm para o álcool sec – butílico antes da filtração contra
formação da cor verde escurecida após a filtração. A pesquisa mostrou que o etanol caseiro
possui índices de contaminação acima dos 95%, podendo ser usado o carvão activado para
a remoção, pela abundância e pelo baixo custo de aquisição.
Abstract
This Monograph entitled “Evaluation of the degree of contamination of homemade ethanol
(Nipa) by organic contaminants: Case of the Municipality of Montepuez 2020 – 2021”
aimed to Assess the degree of contamination of homemade ethanol by organic contami-
nants, to later use activated carbon to remove them. The study is located in the line of re-
search on Natural and Synthetic Products and their Applications, requiring the help of ex-
perimental procedures and the application of Visual Colorimeter. A sample of 8 buckets
corresponding to 40% of the universe was collected in a universe of 20 buckets, where 500
ml of samples were collected for each 2 buckets and placed in 2 500 ml PET type plastic
bottles corresponding to 8 bottles. The desired parameters were analyzed at the UR Chem-
istry Laboratory, extension of Cabo Delgado, where the following results were obtained:
Yellow color 592 at 578 nm for methyl alcohol before filtration with activated charcoal,
against variation of the intense brown color to colorless 578 a 500nm after filtration; Yel-
low for n - butyl alcohol before filtration, against intense brown to colorless variation 578
to 500 after filtration; Darkened yellow 592 at 578 nm for sec - butyl alcohol before filtra-
tion against formation of darkened green color after filtration. Research has shown that
homemade ethanol has contamination rates above 95%, and activated charcoal can be used
for removal, due to its abundance and low acquisition cost.
Introdução
A produção do etanol caseiro em Moçambique e no Município de Montepuez em particu-
lar, tem sido uma pratica bastante concorrida quer na camada Juvenil, quer na camada mais
velha, isto porque o consumo da mesma tem sido de grande afluência, tanto pelos jovens,
quanto para os mais velhos devendo-se ao facto de ser uma bebida de fácil acesso e de bai-
xo custo de aquisição. No seu processo de produção tem se a cana-de-açúcar como maté-
ria-prima básica para a sua obtenção, o processo produtivo do etanol caseiro pode ser re-
sumido nas seguintes etapas: preparação da matéria-prima, extracção do caldo, fermenta-
ção e destilação.
Durante a fermentação alcoólica, ocorre o desdobramento dos açucares de caldo de cana
com a formação de dois produtos principais álcool etílico e dióxido de carbono. Além des-
ses, há normalmente a formação de pequenas quantidades de outros produtos secundários
da formação alcoólica e entre eles estão ácidos carboxílicos, ésteres, aldeídos e álcoois
superiores, alem desses produtos secundários, também se registam no etanol caseiro outros
componentes caracterizados como, contaminantes orgânicos, onde os principais são os
álcoois metílico, n – butílico, e sec – butílico. Após a ingestão desta bebida de carácter
local em alguns casos problemas associados a ela, tais como, dor de cabeça, perda de força
física, dores abdominais, sonolência entre outros são notáveis, facto este que pode estar
associado aos contaminantes orgânicos que emergem nesta bebida durante o seu processo
produtivo.
Segundo Badorato e Duran (2000) citado Por Santiago (2013), O metanol é um ál-
cool indesejado na bebida devido a sua alta toxicidade. Sua ingestão, mesmo em
quantidades reduzidas, por longos períodos de consumo, pode ocasionar cegueira
ou mesmo até a morte. (p.45).
Em vista dos argumentos acima apresentados e com enfoque a minimizar está problemáti-
ca, o presente estudo, tem como finalidade avaliar o grau de contaminação de etanol casei-
ro (Nipa), pelos contaminantes orgânicos.
O trabalho apresenta três capítulos sem a menção dos elementos pré-textuais e pós-
textuais. Assim o trabalho está ordenado do seguinte modo: introdução, delimitação do
tema, enquadramento do tema, problematização, justificativa, objectivos da pesquisa, ques-
tões de pesquisa, hipóteses da pesquisa.
Capitulo I: Fundamentação teórica. Neste capítulo descreve-se os conceitos principais que
possibilitam compreender o tema em estudo.
18
de custo benéfico e barato tendo em conta que estamos diante de contaminantes bastante
nocivos ao organismo humano.
Mediante este conjunto de situações, leva-nos a colocar a seguinte questão de partida:
Qual é o grau de contaminação do etanol caseiro (Nipa) pelos contaminantes orgânicos?
Justificativa
A escolha do tema deveu-se ao facto de haver problemas no seio da comunidade do pes-
quisador, nos Bairros de Nacate e Matutu 3, ambos pertencentes ao Município de Monte-
puez, visto que após a ingestão desta bebida de carácter local em alguns casos problemas
associados a ela, tais como, dor de cabeça, perda de força física, dores abdominais, sono-
lência entre outros são notáveis. Por ela ter maior afluência, isto por ser tipicamente da
comunidade local, e por possuir custos baixos para a sua aquisição, e ser adquirida muito
pelos Munícipes desta urbe, incumbiu ao pesquisador a necessidade de levar a cabo esta
pesquisa com o intuito de avaliar o grau de contaminação pelos contaminantes orgânicos
desta bebida de carácter caseiro e trazer uma proposta de solução do problema pelo uso do
adsorvente carvão activado para posterior remoção dos mesmos e dar desta forma um con-
sumo saudável da bebida por parte dos consumidores e para a comunidade local.
A motivação pela pesquisa é de querer minimizar o problema no Município trazendo uma
proposta de um ensaio de uma prática laboratorial para redução/remoção de contaminantes
orgânicos pelo uso do adsorvente carvão activado, para mudanças de cor, odor, cheiro,
sabor entre as outras características. Havendo necessidade de encontrar estratégias básicas
para garantir o bem-estar dos consumidores da mesma, surge a necessidade de se pesquisar
para dentro das possibilidades do proponente deste trabalho dar o seu contributo para a
melhoria da saúde da população consumidora.
No contexto social esta pesquisa trará para a comunidade novas medidas para o melhora-
mento do bem-estar na saúde da população produtora e consumidora de bebidas que não
tem um tratamento adequado, acima de tudo criar as condições de implementação nos bair-
ros de Nacate e Matutu 3 para que essa população consumidora viva de uma maneira sau-
dável.
Didacticamente está pesquisa trará contribuições significativas para o enquadramento na
10a classe, 1a Unidade: Carbono e os elementos do IV A grupo, concretamente na aula so-
bre Tipos de carvão, Obtenção de carvão de madeira, e como aula pratica Experiência
química sobre o poder adsorvente do carvão vegetal.
20
Objectivos da pesquisa
Objectivo geral
Avaliar o grau de contaminação de etanol caseiro (Nipa), pelos contaminantes or-
gânicos.
Objectivos específicos
Determinar o grau de contaminação de etanol caseiro (Nipa) pelos contaminantes
orgânicos;
Identificar os contaminantes orgânicos no etanol caseiro (Nipa), produzido no Mu-
nicípio de Montepuez;
Comparar os resultados das amostras antes e depois de adsorção com carvão acti-
vado;
Fazer o uso de carvão activado como adsorvente para a remoção de contaminantes
orgânicos no etanol caseiro.
Questões de pesquisa
Qual é o grau de contaminação de etanol caseiro (Nipa) pelos contaminantes orgâ-
nicos?
Quais são os contaminantes orgânicos no etanol caseiro (Nipa) produzido no Muni-
cípio de Montepuez?
Haverá diferença significativa entre os resultados das amostras?
Qual é o carvão activado usado como adsorvente para a remoção de contaminantes
orgânicos no etanol caseiro?
Hipóteses
O grau de contaminação do etanol caseiro pelos contaminantes orgânicos é aquele
cujo a qual esta em 95% de contaminação orgânica.
Os contaminantes orgânicos no etanol caseiro (Nipa) são os seguintes: metanol, ál-
cool n – butílico e álcool sec – butílico.
Os resultados das amostras antes e depois de adsorção com Carvão Activado dife-
rem significativamente num nível de confiança de 95%.
O Carvão Activado usado como Adsorvente para a remoção de contaminantes or-
gânicos no etanol caseiro è aquele que reduz o índice de contaminação orgânico em
95 %.
21
Sob o meu ponto de vista, o álcool caseiro produzido na base de cana-de-açúcar, obtém se
através de uma serie de reacções chamadas de fermentação, que por processos químicos, e
durante algum intervalo de tempo ele fermenta e depois é submetido a altas temperaturas
para que possa se obter o álcool destilado denominado Nipa.
Para Hoffmann (2001),
Etanol e álcool etílico são sinónimos, O etanol (CH3CH2OH), também chamado ál-
cool etílico na linguagem popular, simplesmente álcool é uma substância orgânica
obtida da fermentação de açúcares, hidratação do etileno ou redução a acetaldeído,
encontrado em bebidas como cerveja, vinho e aguardente, bem como na indústria
de perfumaria.
1.4.1. Etapas do processo de produção
Há dois tipos de produção da bebida: a industrial, que é destilada em colunas de aço inox,
características de empresas de médio e grande porte, com produção em larga escala, e a de
alambique (artesanal), destilada em alambique de cobre, e produzida em pequena escala.
Segundo Aquarone (2005); Cardoso (2013), citado por Santiago (2013),
Dentro de cada tipo, é construído um conceito de qualidade próprio, atrelado a sua
estrutura produtiva e organizacional. A grande vantagem do etanol artesanal sobre
a industrial é o aroma e o flavour característicos, enquanto a vantagem da industrial
sobre a artesanal é a padronização do produto. (p.28).
O processo de produção do etanol caseiro pode ser dividido em três etapas fundamentais:
obtenção do mosto, fermentação e destilação.
1.4.1.1. Matéria-prima para a produção do etanol caseiro
1.4.1.2. Cana-de-açúcar
De acordo com Nóbrega (2003),
A Sacchanarum officinarum (cana de açúcar), é uma planta da família poaceae, re-
presentada pelo milho, sorgo, arroz e muitas outras gramíneas. As principais carac-
terísticas dessa família são a forma da inflorescência (espiga), o crescimento do
caule em colmos, e as folhas com lâminas de sílica em suas bordas e bainha aberta.
(p.21)
Sob o meu ponto de vista, a cana-de-açúcar, matéria-prima para a produção do etanol ca-
seiro produzido no Município de Montepuez, é uma planta que faz parte das famílias do
milho, arroz entre outros.
A cana-de-açúcar desenvolve-se sob a forma de touceiras, cuja parte aérea é for-
mada por colmos, folhas, inflorescências e sementes, enquanto a parte subterrânea
é composta por raízes e rizomas. De uma maneira geral, as diferentes variedades
diferenciam-se pelo comprimento do intermédio, pelo diâmetro do colmo, pela ri-
gidez e pela coloração. (Andrade, 2013).
1.4.1.3. Preparação do caldo
De acordo com Mota e Luís (2010),
Após a obtenção da matéria-prima (cana de açúcar), ela é levada para a moagem,
etapa na qual se faz a extracção do caldo, com o auxílio das moendas. A extracção
24
Crispim (2000), citado por Corrêa (2020) Essa substância é danosa à saúde, pois,
no organismo o metanol é oxidado a ácido fórmico e depois a CO2 causando uma
acidose grave (diminuição do pH sanguíneo), afectando o sistema respiratório, po-
dendo levar a morte. (p.39)
De acordo com Cardoso (2013), citado por Corrêa (2020), “A intoxicação por metanol tem
como principais sintomas, distúrbios visuais, cefaleias, vómitos e dores abdominais”.
(p.39)
Segundo Maia (2015) “O metanol é o mais tóxico dos álcoois. Ingerido, mesmo em peque-
nas doses, causa cegueira e até morte”.
O metanol é um álcool indesejável na bebida, devido a sua alta toxicidade. Ele origina-se
da degradação da pectina, um polissacarídeo presente na cana-de-açúcar, durante o proces-
so de fermentação.
1.5.2. 1-Butanol ou n-butanol
Na luz de Miranda e Alcarde (2008), O álcool n-butílico (1-butanol) é um contami-
nante orgânico cujo os seus elevados índices de contaminação no etanol artesanal
trazem justificados efeitos a saúde humana, bactérias anaeróbicas ao fermentar de-
terminados carbohidratos podem produzir o 1-butanol. (p.56).
1.5.3. 2-Butanol ou sec-butanol
De acordo com Boscolo (2001), “O sec-butanol é um álcool superior classificado como
contaminante, pois sua toxicidade é relativamente alta quando comparada ao etanol”.
(p.87).
Na visão de Aquarone, Lima, e Borzani (2001), “2-Butanol, ou sec-butanol, é um compos-
to orgânico cuja fórmula é CH3CH(OH)CH2CH3”.
1.6. Reacções de Oxidação e Redução no etanol caseiro
De acordo com Santiago (2013),
Após a adição de KMnO4no etanol, e posterior resfriamento, a determinação do
metanol baseia – se na sua oxidação a formaldeído o qual reage com o acido cro-
motrópico na presença do H2SO4 formando um composto com coloração amarela –
clara.
Estudos realizados por Tomé (2018),
26
1.8.2.Propriedades do Adsorvente
A natureza físico-química do adsorvente é factor determinante, pois a capacidade e
a taxa de adsorção dependem da área superficial específica, porosidade, volume
específico de poros, distribuição do tamanho de poros, dos grupos funcionais pre-
sentes na superfície do adsorvente e da natureza do material precursor (Domingues,
2005).
1.8.3. Tratamento de Efluentes
O carvão activado é muito utilizado em tratamento de água, tendo um papel fun-
damental na purificação, para fins de potáveis ou industriais. Ele elimina cor, odor,
mau gosto e substâncias orgânicas dissolvidas através do mecanismo de adsorção.
(Stella, 2010).
Segundo Jorge (2004), “O carvão activado pode actuar como barreira de bactérias e vírus,
sendo muito utilizado como pré-tratamento da água utilizada em indústrias”. (p.8).
1.9. Filtração
“A filtração é uma das aplicações mais comuns do escoamento de fluidos através de leitos
compactos. A operação industrial é análoga às filtrações realizadas em um laboratório que
utilizam papel de filtro e funil.” (Andrade, 2003).
Na luz de Lima e Franco (2002),
“O termo filtração pode ser utilizado para processos de separação dos sólidos de suspen-
sões líquidas e, também para separação de partículas sólidas de gases, como por exemplo,
a separação das poeiras arrastadas pelos gases utilizando tecidos”.
De acordo com Feltre (2004),
O objectivo da operação é separar mecanicamente as partículas sólidas de uma sus-
pensão líquida com o auxílio de um leito poroso. Quando se força a suspensão
através do leito, o sólido da suspensão fica retido sobre o meio filtrante, formando
um depósito que se denomina torta e cuja espessura vai aumentando no decorrer da
operação. O líquido que passa através do leito é chamado de filtrado.
1.10. Definição e importância da cor
A percepção humana sobre as cores as tornam de carácter altamente subjectivo e
pessoal, fazendo com que a sensação da cor seja única após complexas operações
de recebimento registado pela retina e processamento de estímulos recebidos pelo
cérebro (Camargos & Gonçalez, 2001).
1.10.1. Colorimetria
Em prática analítica, é necessário frequentemente determinar quantidades muito pequenas
(traços) de substâncias presentes como impurezas em diversos materiais, Quantidades pe-
quenas são quase impossíveis de serem determinadas pelos métodos gravimétricos e/ou
titulométricos convencionais, assim, são empregados outros especiais como é o caso da
colorimetria.
De acordo com Petter e Gliese (2000),
28
Nas determinações colorimétricas, as cores das soluções padrão e problema são compara-
das tanto visualmente como por instrumentos, portanto, dependendo do tipo de observação,
tem-se a colorimetria visual e a fotocolorimetria.
1.10.3. A luz e a cor
Segundo Gonçalez e Macedo (2003),
Cor é a propriedade que têm os corpos, naturais ou artificiais, de absorver ou re-
flectir a luz em maior ou menor grau. É a característica de uma radiação electro-
magnética visível, de comprimento de onda situado num pequeno intervalo de es-
pectro electromagnético (380 a 750 nm).
“A palavra cor designa tanto a percepção do fenómeno (sensação) como também as radia-
ções luminosas, directas ou reflectidas pelos corpos (matiz ou coloração) que o provocam.”
(Pedrosa, 1989).
1.10.4. Métodos de avaliação por colorimetria
1.10.5. Métodos Visuais
De acordo com (Gonçalez et al., 2001),
É indiscutível a eficiência e qualidade das medições instrumentais de cor, sejam
elas executadas em colorímetros, ou melhor, em espectrofotômetros. No entanto o
observador humano não pode ser totalmente substituído no controle de reprodução
de cores e na avaliação final de imagens complexas, ou nos limites de aceitabilida-
de ou quando se comparam cores em amostras de materiais com texturas diferen-
tes.
1.10.6. Determinação de cor por meio do colorímetro lovibond
De acordo com Sampaio, França e Braga, (2007), os valores de cor de uma ampla
variedade de líquidos e sólidos podem ser determinados com exactidão. Esse méto-
do pode ser aplicado não apenas na indústria de bebidas, mas também em indús-
trias de tecidos, siderurgia, fabricação de azeites, moinhos de farinha, torradores de
malte, além de ser aplicado na medicina para análise de amostras de sangue e água.
A medida das cores é feita por meio de comparações entre a cor da amostra analisada e a
escala de cores Lovibond, que contempla medidas de cor para vermelho, amarelo, azul e
neutro, com valores que variam conforme ilustrado na tabela abaixo:
Tabela 1. Valores teóricos da literatura na escala de cores do colorímetro Lovibond
Cores/Escalas
Vermelho Amarelo Azul Verde
0,1 – 0,9 0,1 – 0,9 0,1 – 0,9 0,1 – 0,9
1,0 – 9,0 1,0 – 9,0 1,0 – 9,0 1,0; 2,0;3,0
10,0 – 70,0 10,0 – 70,0 10,0 – 40,0 10,0 – 70,0
Fonte. Braga, França e Sampaio (2007, p.545).
30
Colecta da amostra
Identificação da amostra
Embalagem
Registo da Amostra
Tratamento da amostra
Filtração
Resultado do teor de Álcool metílico, Álcool n – butílico, Álcool sec – butílico no etanol caseiro
Material Reagentes
Erlenmeyer de250 ml Ácido sulfúrico a 95% (H2SO4)
Seringa Agua destilada
Copo de Becker
Fonte: Autor, 2020
Procedimentos
Introduziu-se em um erlenmeyer 5 mL de H2SO4 a 95%, adicionou-se água destilada até a
marca de 100mL; agitou-se a solução e deixou-se em repouso por 30 minutos.
Tabela 3: Materiais e Reagentes Usados na preparação e diluição do Permanganato de Potássio
(KMnO4)
Material Reagentes
Copo de Becker Permanganato de Potássio (KMnO4)
Balança analítica Agua destilada
Espátula
Placas de petri
Fonte: Autor, 2020
Procedimentos
Pesou-se 10g de KMnO4 e transferiu-se para o Becker; adicionou-se 100mL de água desti-
lada, agitou-se a solução até a dissolução completa do KMnO4 e deixou-se em repouso por
30 minutos.
Tabela 4: Materiais e Reagentes Usados na preparação e diluição do NaOH
Material Reagentes
Erlenmeyer de 250Ml Hidróxido de sódio granulado (NaOH)
Copo de Becker Agua destilada
Balança analítica
Espátula
Placas de petri
Fonte: Autor, 2020.
33
Procedimentos
Pesou-se 10g de NaOH em triplicata e transferiu-se para o erlenmayer, de seguida adicio-
nou-se 100mL de água destilada, agitou-se a solução até a dissolução completa do NaOH e
deixou-se em repouso por 30 minutos.
Figura 2: Imagem (A) Momento de diluição das soluções. Imagem (B) Soluções já preparadas.
A B
Fonte: autor/2020
Material Reagentes
Tubos de ensaio Álcool Caseiro
Seringa Permanganato de Potássio diluído (KMnO4)
Copo de Becker Ácido sulfúrico diluído (H2SO4)
Conta gota Agua destilada
Fonte: Autor, 2020
Procedimentos (antes da filtração do Álcool Caseiro com carvão activado)
Introduziu-se em cada tubo de ensaio 1ml da bebida alcoólica (Álcool Caseiro); juntou-se
uma gota de (KMnO4) diluído e deixou-se em repouso a temperatura ambiente durante 5
minutos e com os tubos introduzidos num banho de gelo adicionou-se 5ml de H2SO4 dei-
tou-se pela parede, e anotaram-se as observações.
34
A B
Fonte: autor/2020
2.3.5.3.3. Determinação do teor de Álcool n – butílico
2.3.5.3.3.1. Identificação antes da filtração com carvão activado
Tabela 6: Materiais e Reagentes Usados na identificação do Álcool n – butílico
Material Reagentes
Tubos de ensaio Álcool Caseiro
Seringa Permanganato de Potássio diluído (KMnO4)
Copo de Becker Ácido sulfúrico diluído (H2SO4)
Fogão Agua destilada
Fonte: Autor, 2020
Material Reagentes
Algodão Álcool Caseiro
Copo de Becker Carvão activado
Funil de vidro
Erlenmayer
Seringa
Balança analítica
Espátula
Placas de petri
Fonte: Autor, 2020
Procedimentos
1. Cada solução de etanol caseiro e carvão activado foi preparada em um Becker utilizando
2g de carvão activado e 15mL de etanol caseiro para cada amostra.
36
2-Adaptou-se o funil de vidro e o seu fundo foi preenchido com o respectivo algodão e por
baixo adaptou-se o erlenmayer para a recolha da respectiva solução filtrada;
3- No funil de vidro com o respectivo algodão, introduziu-se a solução preparada de etanol
caseiro e carvão activado e deixou-se repousar até que a uma total filtração;
Figura 5: Ilustração do processo de filtração do etanol caseiro com carvão activado
2.3.5.3.2. Identificação do Metanol no Álcool Caseiro após a filtração com carvão ac-
tivado
Tabela 9: Materiais e Reagentes Usados na identificação do Metanol após a filtração com carvão activado
Material Reagentes
Tubos de ensaio Álcool Caseiro
Seringa Permanganato de Potássio diluído (KMnO4)
Copo de Becker Ácido sulfúrico diluído (H2SO4)
Conta gota Agua destilada
Fonte: Autor, 2020
Procedimentos
Introduziu – se em três tubos de ensaio 1ml do Álcool Caseiro filtrado com carvão activa-
do em seguida Juntou – se uma gota de KMnO4 diluído e deixou – se em repouso a tempe-
ratura ambiente durante 5 minutos e depois os tubos de ensaio foram introduzidos num
banho de gelo e adicionou – se 5ml de H2SO4 deitou – se pela parede; anotaram – se as
observações e depois compararam – se os resultados obtidos antes e depois da filtração.
37
Figura 6: Identificação do álcool metílico no álcool caseiro após a filtração com carvão activado.
A B
Material Reagentes
Tubos de ensaio Álcool Caseiro
Seringa Permanganato de Potássio diluído (KMnO4)
Copo de Becker Ácido sulfúrico diluído (H2SO4)
Conta gota Agua destilada
Fonte: autor 2020
Procedimentos
Introduziu – se em três tubos de ensaio 2ml da bebida alcoólica filtrada com carvão activa-
do em seguida juntou – se a cada tubo 2 ml de solução concentrada de KMnO4 e 1 ml de
H2SO4 diluído e Aqueceu-se em banho-maria durante 2-3 minutos em seguida anotaram-se
as observações e depois compararam-se os resultados obtidos antes e depois da filtração
com carvão activado.
Figura 7: identificação do álcool n – butilico no Álcool Caseiro após a filtração com carvão activado.
2.3.5.4.2. Identificação do Álcool sec – butílico no Álcool Caseiro após a filtração com
carvão activado
Tabela 11: Materiais e Reagentes Usados na identificação do Álcool sec – butílico após a filtração com car-
vão activado
Material Reagentes
Tubos de ensaio Álcool Caseiro
Seringas Permanganato de Potássio diluído (KMnO4)
Copo de Becker Hidróxido de sódio diluído (NaOH)
Fogão Agua destilada
Fonte: autor 2020
Procedimentos
Introduziu – se em cada tubo de ensaio 2ml da bebida alcoólica filtrada com carvão acti-
vado em seguida juntou – se, a cada tubo 2 ml de solução diluída de KMnO4 e 1 ml de Na-
OH diluído Aqueceu – se em banho-maria durante 2-3 minutos anotaram-se as observações
e depois comparam-se os resultados obtidos antes e depois da filtração com carvão activa-
do.
Figura 8: identificação do álcool sec – butílico no Álcool Caseiro após a filtração com carvão activado.
2.4. Universo
O universo para o presente estudo foi de 20 baldes de Álcool Caseiro (5 de centro de venda
de Nacate, 5 de centro de venda de Matuto 3, 5 de centro de venda de Ncoripo e 5 de cen-
tro de venda de Mirige).
2.4.1. Amostra
Foram seleccionados aleatoriamente 8 baldes (2 do centro de venda de Nacate, 2 do centro
de venda de Matuto 3, 2 do centro de venda de Ncoripo e 2 do centro de venda de Mirige)
correspondentes a 40% do universo. Por cada 2 baldes foram colectados 500mL de amos-
39
tras e foram repartidos em 250mL e colocadas em 2 garrafas plásticas do tipo PET, corres-
pondente a 8 frascos respectivamente.
2.5. Técnicas e instrumentos de colecta de amostra
O autor foi ao campo identificado para realizar as actividades de colecta de amostra, co-
lheu as suas amostras em quantidades pretendidas.
Para tal, dispôs – se de 8 garrafas plásticas tipo PET de 500 mL, e uma caixa para posterior
conservação das amostras.
Figura 9: (A) -Recolha das amostras de etanol caseiro. (B) -Tratamento e conservação das amostras
A B
Fonte: autor 2020.
2.5.1. No laboratório
Depois das amostras serem etiquetadas, foram encaminhadas ao laboratório de Química da
Universidade Rovuma Extensão de Cabo Delgado, para posterior análises dos contaminan-
tes orgânicos no etanol caseiro, nomeadamente: Álcool Metílico, álcool n – butílico, e ál-
cool sec – butílico. Neste procedimento experimental vários foram os instrumentos de me-
dição usados. Ver o roteiro dos procedimentos de análise no apêndice I.
Figura 10: Imagem ilustrativa ao processo de recepção das amostras no laboratório
no Município de Montepuez, não foge muito do processo produtivo de outras regiões, en-
volve a mesma matéria – prima e os mesmos ingredientes, divergindo apenas nas formas e
os meios de armazenamento, os produtores afirmam que o etanol caseiro pode se armaze-
nar tanto em tambores, quanto em panelas de barro.
3.1.2.Apresentação dos resultados do Questionário
Questionário dirigido aos consumidores da bebida alcoólica caseiramente obtida.
4. A quanto tempo consome o etanol caseiro?
( X ) entre 6 a 10 anos
5. Quais são as dores que sentes Após consumir o etanol caseiro (Nipa)?
As dores são variadas, desde dores de cabeça, dores abdominais, perda de força física, so-
nolência, vómitos, diarreias, náuseas entre outras.
3.1.2.1. Interpretação dos resultados do Questionário
Questionário dirigido aos consumidores da bebida alcoólica caseiramente obtida.
De acordo com o que foi descrito na apresentação dos resultados do questionário dirigido
aos consumidores do etanol caseiro, encontraram – se semelhança no que tange as manifes-
tações das dores logo apôs a ingestão do etanol caseiro, estando esses resultados de acordo
com o que está descrito na literatura.
3.2. Apresentação e discussão de resultados
3.2.1. Apresentação de resultados do álcool metílico
3.2.1.1. Apresentação dos resultados do álcool metílico (Metanol), antes da filtração
com carvão activado
Para a concretização do teste de metanol antes da filtração com carvão activado, foi possí-
vel com reacções de Oxi – Redução, e com a ajuda da colorimetria onde a partir dela foi
possível obter comprimentos de onda que serviram de base para a quantificação das cores.
De acordo com Braga, França e Sampaio (2007), “A faixa de comprimento de onda na qual
a substância reflecte pode facilmente ser relacionada às cores do espectro da luz visível
(400 a 700 nm)”(p.543), como ilustra na tabela a seguir:
Tabela 12: Cores do espectro da luz visível e seus respectivos comprimentos de onda.
Os valores do comprimento de onda (nm) no Espectro visível, para a cor castanha variam
de 500 a 578 nm, determinou-se a média dos valores de comprimento de onda das amostras
em nm da qual obteve – se o valor de 500 a 578 nm.
3.2.2. Apresentação dos resultados do álcool n-butílico
3.2.2.1.Apresentação dos resultados do álcool n-butílico, antes da filtração com car-
vão activado
No teste do álcool n – butílico antes da filtração com carvão activado houve aparição da
cor amarela para ambas as amostras, entretanto a formação da cor amarela clara indica a
existência do álcool n – butílico no etanol caseiro, e a variação da cor castanha intensa a
incolor indica a inexistência do álcool n – butílico. No espectro visível o comprimento de
onda para a cor amarela corresponde de 578 – 592 nm.
44
Tabela 14. Valores instrumentais do teste do álcool sec – butílico após a filtração com carvão activado
Padrões Concentração (mg.L-1) Absorbância
1 1,000 0,199
2 2,000 0,303
3 3,000 0,567
4 4,000 0,665
4 5,000 0,58
Fonte: Trindade (2017, p.44).
Tabela 15. Valores das estimativas das concentrações e Absorbância para o álcool sec-butilico após a filtra-
ção com carvão activado
46
trando uma boa regressão linear ou seja a figura representa uma regressão linear muito
forte, com o índice de correlação próximo de 1,0 (R2 = 0,996).
3.3.1. Interpretação dos coeficientes de correlação e de determinação
3.3.1.1. Coeficiente de correlação r
A partir dos valores obtidos da estimação dos valores teóricos a partir dos valores instru-
mentais efectuou-se o cálculo do coeficiente de correlação e ditou o valor de r = 0,998.
3.3.1.2. Coeficiente de determinação
O valor do coeficiente de determinação a partir dos valores obtidos da estimação dos valo-
res teóricos a partir dos valores instrumentais ditou para R2 = 0,996, considerando que o
do houve a aparição da cor amarela, o que comprova a sua existência, estando em concor-
dância com o que os autores afirmam.
3.4.2. Discussão dos resultados do álcool metílico (metanol) após a filtração com car-
vão activado
De acordo com Juang e Da Silva Guilarduci (2006) citado por Balarini (2015),
O carvão activado é o material mais utilizado nos processos de adsorção, pois suas
propriedades como área de superfície, distribuição dos tamanhos de poros e capa-
cidade de adsorção faz desse material um adsorvente único que pode ser usado no
tratamento de efluentes tanto em líquidos como em gases. (p.13).
Estudos feitos por Lima et al (2006), citado por Balarini (2015), Estudos com car-
vão activado vêm sendo realizados para a redução de contaminantes na cachaça,
tanto de compostos inorgânicos como o cobre, como compostos orgânicos prejudi-
ciais à saúde e a qualidade sensorial. (p.13).
Trabalhos como os de Zacaroni et al. (2011) e Kunigk et al. (2011), citados por Carreiro
(2015), “abordam a contaminação por metanol no etanol caseiro como prejudiciais à saú-
de”. (p.32).
Tendo como enfoque as referencias acima mencionadas, Importa salientar que os resulta-
dos da pesquisa em posse, ditaram que para o teste de metanol após a filtração com carvão
activado foi notório a variação de cor castanha intensa a incolor para ambas as amostras,
diferindo-se dos resultados obtidos antes da filtração, comprovando-se, entretanto, a ine-
xistência do metanol no etanol caseiro, e concluímos que o carvão activado pode ser usado
como adsorvente para a remoção do contaminante orgânico metanol, pois demonstrou efi-
ciência no concernente a filtração e remoção do metanol no etanol caseiro.
3.4.3. Discussão dos resultados da identificação do álcool n-butílico antes da filtração
com carvão activado
Na determinação do álcool n-butílico, obtendo-se a cor amarela.
Estudos realizados por Tomé (2018), O KMnO4 é um oxidante bastante empregado
em determinação de etanol em bebidas alcoólicas. O KMnO4 em concentrações
maiores que 1% mantêm uma solução transparente de coloração amarelo intenso,
que permite a passagem de luz sendo adequado para testes de metanol em bebidas
alcoólicas.
Baseando-se nessas referências, e incorporando os resultados obtidos nesse estudo, no que
concerne ao álcool n-butílico, concluímos que o etanol caseiro contêm o álcool n-butílico,
pois, apôs a análise antes da filtração houve a aparição da cor amarela, o que comprova a
sua existência, em concordância com o que os autores afirmam.
3.4.4. Discussão dos resultados da identificação do álcool n-butílico após a filtração
com carvão activado
49
Para a determinação do álcool n-butílico, foi possível com reacções de Oxi-redução, ob-
tendo uma coloração castanha intensa para ambas as amostras, em concordância com o que
os autores abaixo afirmam:
Santiago (2013), na análise do n – butanol no álcool caseiro a cor amarela, indica –
nos simplesmente traços do álcool n – butílico, ou seja a presença do álcool n – bu-
tílico mesmo que em traços é um grande risco a saúde humana, pelo que, sendo ne-
cessário com isso aplicar o processo de remoção ou filtração com carvão activado.
Estudos feitos por Lima et al. (2009), citado por Carreiro (2015), em seu trabalho
intitulado avaliação do efeito da filtração em carvão activado sobre a composição
química da cachaça avaliaram o álcool n – butílico apresentando a cor amareala no
etanol caseiro como estando em quantidades não desejáveis para a aceitação e con-
sumo do mesmo. (p.32)
Importa ainda salientar que o teste do álcool n-butílico tendeu para a aparição da cor ama-
rela antes da filtração com carvão activado, o que tornou necessário a filtração, pois os
simples traços fazem com que seja necessário o teste após filtração.
Os resultados da pesquisa em posse, ditaram que para o teste de álcool n-butílico após a
filtração foi notório a variação de cor castanha intensa a incolor para ambas as amostras,
diferindo-se dos resultados obtidos antes da filtração, comprovando-se a inexistência do
álcool n-butílico no etanol caseiro, e concluímos que o carvão activado pode ser usado
como adsorvente para a remoção do contaminante orgânico álcool n-butílico, pois demons-
trou a sua eficiência no concernente a filtração e sua remoção no etanol caseiro.
3.4.5. Discussão dos resultados do álcool sec-butílico antes da filtração
Com uso de reacções de Oxi-redução, foi possível obter os resultados concernentes ao ál-
cool sec-butílico antes da filtração, a qual observou-se a aparição da cor amarela escureci-
da, tendendo para a presença do álcool sec-butilico no etanol caseiro, tal como afirmam os
autores abaixo:
Santiago (2013), Diferentemente do teste do metanol, no teste do álcool sec – butí-
lico, após a adição de KMnO4 no etanol, e na presença do NaOHe posterior aque-
cimento, a determinação do álcool sec – butílico baseia – se na sua oxidação for-
mando um composto com coloração amarela.
Hipótese 3
Os resultados das amostras antes e depois de adsorção diferem significativamente num
nível de confiança de 95%.
51
Conclusões
A partir da pesquisa feita da Avaliação do grau de contaminação de etanol caseiro (Nipa),
pelos contaminantes orgânicos, seguindo-se metodologias adequadas, iniciando com a co-
lecta de amostra e terminando com a realização das experiências laboratoriais no laborató-
rio de Química da Universidade Rovuma, extensão de Cabo Delgado, usando materiais e
procedimentos laboratoriais para determinar os parâmetros de caracterização do grau de
contaminação de etanol caseiro (Nipa), pelos contaminantes orgânicos, e tendo como base
para a quantificação numérica os valores obtidos da estimação dos valores teóricos a partir
dos valores instrumentais pode-se concluir que:
O etanol caseiro (Nipa), produzido no Município de Montepuez, apresenta um grau
de contaminação pelos contaminantes orgânicos acima dos 95%;
As respostas do teste de regressão e correlação linear a partir dos valores obtidos da
estimação dos valores teóricos a partir dos valores instrumentais levam nos a crer que
o carvão activado remove com grande confiabilidade os contaminantes orgânicos e
leva nos a admitir que este pode ser usado como adsorvente para a remoção dos mes-
mos, contribuindo portanto para um consumo seguro da bebida alcoólica tradicional-
mente obtida, evitando, os riscos de contaminação pelo metanol, álcool sec – butílico
e álcool n – butílico;
O carvão activado mostrou – se eficiente no concernente a sua aplicação em proces-
sos de adsorção, na remoção de produtos indesejáveis na bebida alcoólica tradicio-
nalmente obtida, sendo este benéfico pois é de grande abundância e possui custo be-
néfico.
O trabalho de pesquisa traz uma contribuição valiosa no que concerne a sua utilidade
na comunidade científica, pôs este usou – se de métodos certificados e criativos para
poder interpretar os seus resultados, servindo este de base para o estímulo de mais pes-
quisas do género.
Foi possível comprovar e validar todas as hipóteses, visto que, existem evidências ex-
perimentais que mostram não haver muita disparidade dos resultados experimentais
com as informações dos diversos autores que defendem sobre grau de contaminação do
etanol caseiro.
Com esta pesquisa torna – se socialmente útil para a sociedade produtora e consumido-
ra do etanol caseiro, visto que o carvão activado pode ser utilizado para remover os
contaminantes emergentes nesta bebida.
53
Limitações
A maior limitação em que o autor se deparou na elaboração do trabalho foi o uso de méto-
dos clássicos de análise, pôs, estes influenciaram imprecisamente na decisão dos resultados
obtidos.
Sugestões
Das constatações verificadas no que tange a Avaliação do grau de contaminação de etanol
caseiro (Nipa), pelos contaminantes orgânicos: Caso do Município de Montepuez, sugere –
se que:
Para a comunidade produtora desta bebida de carácter local adira ao uso do carvão ac-
tivado para a remoção dos contaminantes orgânicos emergentes nesta bebida de carác-
ter caseiro, pós, este é um método barato e encontra-se em grande abundância e baixo
custo de aquisição, proporcionando um consumo seguro da bebida alcoólica tradicio-
nalmente obtida;
Melhorem – se as formas de produção desta bebida, pôs, os métodos de produção e
conservação inadequados podem induzir para a contaminação por contaminantes or-
gânicos;
Que se realizem estudos de género, com o uso de métodos instrumentais de analise;
Em próximas pesquisas sejam feitas análises de contaminantes inorgânicos tais como:
Cu, Pb, Zn, visto que nalgumas vezes o etanol caseiro é armazenado em tambores ob-
tidos na base desses metais, e alguns estudos apontam para a contaminação com esses
metais que são um atentado a saúde do consumidor.
54
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Brasil.
39. Miranda, M. Alcarde, A. R. (2008). Perfil físico-químico de aguardente durante enve-
lhecimento em tonéis de carvalho. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas.
40. Moreira, R. F. A., Neto, C. C., & Maria, C. A. B. (2012). A fracção volátil das
aguardentes de cana produzidas no Brasil. Química Nova.
41. Mori, C. L. S. Lima, J. T. Colorimetria aplicada a determinação da cor da madeira
de Eucalyptus spp. In: Encontro Brasileiro. 2004.
42. Mota, D., Luís, A. Teores de metanol em aguardentes vínicas e bagaceiras
portuguesas. 2010.
43. Nascimento, R.F. (2000). Influência do material do alambique na composição
química das aguardentes de cana-de-açúcar. Química Nova.
44. Nóbrega, I.C.C. (2003). Análise dos compostos voláteis da aguardente de cana por
concentração dinâmica do “Headspace” e cromatografia gasosaespectrometriade
massas. Ciências e Tecnologia de Alimentos, Campinas.
45. Ribeiro, J.C.G.M. (2002). Fabricação artesanal da cachaça mineira. Belo
Horizonte.
57
Apêndices
LIX
Caro Produtor!
1. Nome do produtor/a
R: Filomena Ali
2. Sexo
( ) Masculino ( X ) Feminino
3. Faixa etária
( ) 18 anos ( ) 18 anos
Caro Consumidor!
Este é um instrumento de recolha de dados relativo as dores que sentes Após consumir o
etanol caseiro (Nipa), que servira para culminação do curso de Licenciatura em Ensino
de Química com Habilitações em Gestão de Laboratórios pela universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado, e será composto por 5 perguntas abertas e fechadas que po-
derá responder livremente, agradecia a colaboração!
1. Nome do consumidor/a
R: Cássimo André
2. Sexo
( x ) Masculino ( ) Feminino
3. Faixa etária
( ) 18 anos ( ) 18 anos
5. Quais são as dores que sentes Após consumir o etanol caseiro (Nipa)?
R: As dores são variadas, desde dores de cabeça, dores abdominais, perda de força física,
sonolência, vómitos, diarreias, náuseas entre outras.
LXII
Massa da solução = d V
C=
C= = 17,68mol/L
Diluições
Lei da volumetria
n1= n2
V2 = Vbalão= Solução final = 100mL
Vsolução final = Vpipetar + V(H2O) destilada
C1 V1 = C2 V2
V1 =
V1 =
V1 = 0,005L
Preparação do KMnO4
C=
C=
m = C MM V
C=
C=
LXIII
C = 0,63 mol/L
m = C MM V
m = 0,63mol/L 158,04g/mol 0,1L
m = 9,95g 10g
Diluições
n1= n2
V2 = Vbalão= Solução final = 100mL
Vsolução final = Vpipetar + V(H2O) destilada
C1 V1 = C2 V2
V1 =
V1 =
V1 = 0,15L
Cálculos para o NaOH
C=
C=
m = C MM V
C=
C=
C = 2,5 mol/L
Diluições
n1= n2
V2 = Vbalão= Solução final = 100mL
Vsolução final = Vpipetar + V(H2O) destilada
C1 V1 = C2 V2
V1 =
V1 =
V1 = 0,04L
LXIV
3,688%
Cálculo de Grau de Adsorção para o álcool n – butílico
3,688%
Cálculo de Grau de Adsorção para o álcool sec – butílico
3,780%
Cálculo da média
= 3,72
Xm
3,72
3,72
3,72
3,72 0,12
3,72+0,12=3,84
3,72-0,12=3,6
Determinou – se então que a media das determinações deve estar entre os valores 3,84 e
3,6 com 95% de confiança
LXVI
Anexos
LXVII
Anexo I. Credencial