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Costa Joaquim Laete

Produção de cartolina a partir de resíduos da bananeira


Licenciatura de Ensino de Química com Habilidades de Gestão de Laboratório

Universidade Púnguè
Chimoio
2022
Costa Joaquim Laete

Produção de cartolina a partir de resíduos da bananeira

Monografia científica a ser entregue a Faculdade


de Ciências Exactas e Tecnológicas, no curso de
Licenciatura em Ensino de Química com
Habilidades em Gestão de Laboratório, para
obtenção do grau de Licenciatura.
Supervisor: MSc. Dário Mário Napoleão Santos.

Universidade Púnguè
Chimoio
2022
ÍNDICE
Lista de figuras................................................................................................................................ii

Lista de abreviaturas, siglas e símbolos.........................................................................................iii

Declaração......................................................................................................................................iv

Dedicatória.......................................................................................................................................v

Agradecimentos..............................................................................................................................vi

Resumo..........................................................................................................................................vii

Abstract........................................................................................................................................viii

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................9

1. Contextualização...................................................................................................................9

1.1. Delimitação do tema...........................................................................................................10

1.2. Enquadramento do tema.....................................................................................................11

1.3. Justificativa do tema...........................................................................................................12

1.4. Relevância do tema.............................................................................................................13

1.5. Problematização..................................................................................................................14

1.6. Hipóteses.............................................................................................................................15

1.7. Objetivos.............................................................................................................................15

CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................16

2.3. Estrutura física da celulose.................................................................................................18

2.3.1. Definição de cristal.............................................................................................................18

2.3.2. Notação cristalográfica da celulose....................................................................................19

2.4. Estrutura química da celulose.............................................................................................20

2.4.1. Estrutura cristalina da celulose...........................................................................................20

2.5. Branqueamento de polpas químicas...................................................................................22

2.5.1. Alvura e branqueabilidade..................................................................................................22

2.5.2. Reagentes e sequências de branqueamento........................................................................23


2.6. Gramatura...........................................................................................................................24

CAPÍTULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS.....................................................................26

3. Metodologia........................................................................................................................26

3.2. Tipo de pesquisa.................................................................................................................26

3.3. Método de estudo................................................................................................................26

3.3.1. Método bibliográfico..........................................................................................................26

3.3.2. Método comparativo...........................................................................................................26

3.3.3. Método experimental..........................................................................................................27

3.4. Produção de cartolina a partir de resíduos de bananeira.....................................................27

3.4.1. Materiais e métodos............................................................................................................27

3.4.2. Etapas de Produção de cartolina a partir de resíduos de bananeira....................................30

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..............................35

5.1.Conclusão................................................................................................................................37

5.2.Recomendações.......................................................................................................................38

Referências bibliográficas.............................................................................................................39
i

Índice de tabelas
ii

Lista de figuras
Figura 1: Materiais necessários
Figura 2: Pré-Tratamento Da Amostra
Figura 3: Lavagem Da Polpa Celulósica
Figura 4: Cozimento dos resíduos da bananeira
Figura 5: Quebra Das Fibras
Figura 6: Descoloração Das Fibras
Figura 7: Branqueamento
Figura 8: Pescagem Das Fibras
Figura 9: Secagem
Figura 10: Cartolina pronta
iii

Lista de abreviaturas, siglas e símbolos

FAO – Food and Agriculture Organization


iv

Declaração
Declaro que esta Monografia Científica, para obtenção do grau de licenciatura, foi resultado da
minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e
todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e nas referências
bibliográficas. Declaro ainda que, este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra
instituição para obtenção de qualquer grau académico.

Chimoio, aos 6 de Outubro de 2022


____________________________________________
(Costa Joaquim Laete)
v

Dedicatória
Dedico este trabalho a minha família, que me sempre esteve do meu lado e prestou-me apoio
financeiro durante os anos da minha formação académica. Dedico também aos intervenientes que
de alguma forma me foram úteis como família, com apoio moral e motivacional para a aquisição
desse grau académico.
vi

Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela dádiva da vida, por ter iluminado os meus passos nesta
longa jornada que sem Ele, sozinho eu não seria capaz de o fazer.
vii

Resumo

A presente pesquisa, intitulada " Produção de cartolina a partir de resíduos da bananeira", surge
no âmbito, no uso de conhecimento científico, para responder as necessidades de comunidades
locais, de acordo com recursos materiais de fácil acesso e que a comunidade não reaproveita.
Portanto a pesquisa baseou-se no método experimental, de modo a produzir algo sustentável. A
pesquisa tem como objectivo geral de analisar as técnicas para o branqueamento da cartolina
produzindo a partir de resíduos da bananeiras e casca de banana e o aumento da sua resistência
mecânica. A pergunta norteadora da pesquisa assenta nas linhas que devem ser adoptadas
adoptar para o branqueamento da cartolina produzindo a partir de resíduos da bananeira e o
aumento da sua gramatura. A hipótese básica, assegura que os resíduos da bananeiras e as cascas
de banana é possível produzir cartolina e também branqueá-lo e a outra, afirma que devido a sua
natureza a casca de banana não é ideal para a produção de cartolina e com resistência mecânica.
Assim, com base das técnicas usadas pelo autor foi possível produzir a cartolina com recurso a
resíduos de bananeiras e branqueá-lo com base de alguns reagentes, com enfoque no javel.

Palavras-chaves: Resíduos de Bananeira, cartolina, branqueamento


viii

Abstract
9

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1. Contextualização

A banana é um fruto que mais é consumido mundialmente devido as suas propriedades de ser um
dos alimentos mais nutritivos, e em Moçambique este não deixa de ser uma boa opção para a
população, pois esta faz parte das frutas mais produzidas. A colheita do cacho é realizada em
média um ano após o plantio, a casca da banana eventualmente descartado no momento do
consumo tem variadas utilizações, uma delas é a produção de papel artesanal, um processo de
grande importância devido ao fato de ser uma alternativa para substituir o uso da madeira como
matéria-prima, além de ser ambientalmente favorável (Rogério et al, 2016). O cultivo da banana
gera muitos resíduos dentre eles os engaços, folhas, pseudocaules e a casca .A casca vêm sendo
estudada para a produção de cartolinas, por sua qualidade, boa área de contato e união das fibras
devido ao alto teor de celulose sendo 62,7%, e baixo teor de lignina em média 12,7%, essas
características configuram uma material (pasta) com alto rendimento e fácil purificação,
características relevantes para uma polpa celulósica (Rogério et al, 2016).

O objetivo desse trabalho é o emprego da fibra dos residuos da bananeira para produção de
cartolinas artesanais, bem como seu melhoramento estrutural, a fim de produzi-lo de maneira
econômica e, principalmente, é uma forma de promover a educação ambiental a partir de
matéria-prima que seria descartada.

O presente trabalho de pesquisa tem como principal foco Banqueamento da cartolina produzido a
partir de residuos da bananeira e as suas respetivas casacas de banana, com este tenta-se
encontrar desempenho para que este seja empregue como matéria prima para produção de
cartolinas com propriedades iguais ao que é comercializado nos mercados.
10

1.1. Delimitação do tema

A presente monografia terá como a sua área de estudo a cidade de Chimoio na província de
Manica. Este local é tido como referência pelo autor devido a produção elevada de residuos de
bananeira e de cascas de banana nos mercados, visto que a província de Manica é uma das
províncias com maior potencial na produção Agro-pecuária.
11

1.2. Enquadramento do tema

O presente trabalho de pesquisa tem em vista dar respostas aos diferentes campos de actividades
tanto no sector educacional como nos demais sectores que se encontram ligados ao tema. Em
resposta aos sectores referidos podemos enquadrar a pesquisa no Ministério da terra e meio
ambiente.

Na universidade Púnguè enquadra-se na seguinte linha de pesquisa Química e meio ambiente, e


nas cadeiras curriculares da universidade Púnguè curso de Química enquadra-se na cadeira
Química orgânica II no tratamento compostos orgânicos, Química analítica I no uso dos
conhecimentos leis e princípios de análise química para determinação analítica da composição
química residuos de bananeira e da casca de banana, Laboratório I, II, III na aplicação e
manuseamento dos equipamentos laboratoriais, Química ambiental no controlo de contaminantes
do solo, quimica macromolecular no tratamento de macromoleculas (celulose).

No sector econômico enquadra-se na resposta a procura e comercialização de material de uso em


escritórios, escolas e de uso doméstico.
12

1.3. Justificativa do tema

A produção de residuos de cascas de frutas, em grande parte é inevitavel devido o aumento e


crescimento populacional nas zonas urbanas. Com isso grande parte dos residuos da bananeira e
que são descartadas apos a colheita nos campos da producao e as cascas de banana que são
produzidos na sua maioria em mercados, onde os vendedores exercem suas actividades e o
resultados desta actividade é a acumulação das cascas e conseguinte a sua destinação final é nas
lixeiras. Nesse sentido, a utilização de resíduos, efluentes, descartes e coprodutos de alimentos,
que comumente são utilizados em ração animal, compostagem, geração de energia (álcool
e metano) e como adsorventes, podem ser empregados também no desenvolvimento de
revestimentos biodegradáveis, pois estes são compostos basicamente por água, biopolímero e
plastificante. Neste contexto, encontra-se a banana, que apresenta um elevado índice de perdas
na sua comercialização, gerando resíduos orgânicos, tais como, cascas, restos de frutos,
frutos em estágios avançados de decomposição e outros materiais que se degradam rapidamente
na natureza. Estes subprodutos agroalimentares podem ser utilizados de forma sustentável como
matéria-prima para revestimentos, tornando-se uma ferramenta não só para a redução de lixo
orgânico, responsável pela proliferação de doenças e contaminação ambiental. A escolha deste
tema deve-se ao facto das actividades de venda de frutas gerarem residuos não aproveitados
devido a falta de entidades que possam reaproveitar. Nesta perspectiva surge a necessidade de
conhecer as tecnicas de produção e branqueamento de cartolinas apartir de residuos da bananeira
e das casca de banana, que pode ser uma fonte rica em celulose é vista como matéria prima para
a produção de diversos materiais. Sendo assim um mecanismo acessível para produção desse
cartplina com óptima resistência mecânica.
13

1.4. Relevância do tema

O tema em estudo tem grande importância no que concerne as variadas áreas de actividade que
em nosso país podemos encontrar.

Na educação: o desenvolvimento desta pesquisa irá contribuir para o aprimoramento de


conhecimentos dos para a formação de individuos doptados de capacidades de resolução dos
problemas da sua comunidade usando meios locais.

Na saúde: a saúde e o bem estar é uma necessidade que todos devem gozar, no entanto a
pesquisa em estudo irá melhorar a vida da comunidade, pois com o uso dos residuos da
bananeira e as cascas de banana será reduzido o indice de acumulação das mesmas que ao
deteriorarem provocam mau cheiro e libertam substâncias com cheiro desagradavel no meio em
que se encontram.

Na Agricultura: adopção de uma técnica eficiente de controlo e combate das ervas daninhas com
baixo custo e o mínimo impacto ao solo.

Na sociedade: facilitar as pessoas na aquisição de produtos com preços acessíveis.

Na econômica: irá contribuir para o desenvolvimento de mais técnicas que visem o


aproveitamento dos residuos para a produção de mais material de uso nas escolas, escritórios ate
mesmo de uso doméstico.
14

1.5. Problematização

O aumento da taxa de geração de resíduos vegetais nas comunidades é influenciado pelo


crescimento populacional e o desenvolvimento do país, visto que nos maiores centros urbanos o
consumo de frutas como é o caso da banana que é constante e elevado. Porem associado a este
consumo existe a dificuldade de gestão deste resíduo, para tal em moçambique poucas são as
alternativas de aproveitamento de resíduos de bananeira e das cascas da banana.

O aproveitamento do resíduo do consumo da banana pode ser dificultado pelo fato de não ser
concentrado em locais determinados (como é o caso dos resíduos urbanos) visto que a maioria
absoluta do fruto é consumida in natura (Silveira et al., 2011) e seu resíduo descartado nas
lixeiras domésticas.

Embora existam muitas possibilidades para aplicação do resíduo da banana, a grande maioria
ainda é descartada ou utilizada como adubo orgânico. As razões pelas quais a compostagem
se mostra uma alternativa interessante são os benefícios ao solo. Este resíduo age como protetor
do solo, aumentando a capacidade de retenção de água e provendo nutrientes necessários
às culturas por longos períodos.

A utilização da casca da banana para produção de bio-etanol é outra forma de aproveitar


este resíduo que vem sendo estudada por vários autores com o objetivo de aproveitamento do
resíduo da industrialização da banana. As cascas da banana também são matéria prima para
extração de nanofibras para diversas aplicações. Tibolla, Pelissari e Menegalli (2014)
realizaram a extração através de processos enzimáticos e químicos. Outra possível aplicação
do resíduo da banana é a alimentação animal. As quantidades de micronutrientes presentes na
casca da banana configuram-na como matéria prima para produção de ração para gado
leiteiro (Mohapatra; Mishra; Sutar., 2010).

Nos tempos actuais os residuos da bananeiras e as casca de banana é vista como uma fonte de
celulose, a qual por meio dela pode se produzir cartolina artezanal para o uso em diferentes
sectores dentro da comunidade. Neste contexto com o intuito de reaproveitar os residuos da
bananeiras nos campos apos a colheita e as cascas de banana encontradas disspersar nos
mercados da cidade de chimoio, e que estas não tem sido aproveitadas para a resolução dos
15

problemas enfrentados pela sociedade. Busca-se as alternativas de melhoria da qualidade do


cartolina produzido apartir das residuos da bananeiras e das cascas de banana.

Diante do exposto surge a seguinte questão:

Que técnicas adoptar para o branqueamento da cartolina produzindo apartir de resíduos da


bananeira e o aumento da sua gramatura?

1.6. Hipóteses

Hipotese primária:

 Com resíduos da bananeiras e as casca de banana é possivel produzir cartolina e também


branquea-lo.

Hipotese secundária:

 Devido a sua natureza a casca de banana não é ideal para a produção de cartolina e com
resistência mecánica.

1.7. Objetivos

Geral

 Analisar tecnicas para o branqueamento da cartolina produzindo apartir de residuos da


bananeiras e casca de banana e o aumento da sua resistência mecánica

Especificos

 Produzir cartolina a apartir de residuos da bananeira e da casca de banana;


 Conhecer as técnicas acessívesi de branqueamento da cartolina e aumento da sua
espessura;
 Identificar os métodos de melhoramento da resistência mecánica do papel produduzido.
16

CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2. Conceitos fundamentais

2.1.Banana

Desde o surgimento dos primeiros homens nas florestas do Sudoeste Asiático, a


banana, em sua forma atual já estava presente e estudos indicam que foi o primeiro
fruto utilizado pelo homem como alimento (Padovani, 1986).

A banana tem uma grande importância comercial no mercado mundial de alimentos. É a


quarta cultura mais importante na agricultura, ficando atrás apenas das culturas de arroz, trigo
e milho. Entre as frutas, a banana é a segunda em produção, representando 16 % do
total de frutas produzidas no mundo. Das diversas variedades de banana, a que representa
maior impacto econômico é a Cavendish (FAO, 2011). O continente asiático é atualmente o
maior produtor de bananas, respondendo por 56 % da produção mundial. Somadas à
produção de Ásia e Américas, estas são responsáveis por 82,6 % de toda a produção,
seguidas pela África, com 15,6 %.

A banana é classificada com pertencente ao gênero Musa da classe das


monocotiledôneas. O termo Musa foi criado pelo botânico Carl Von Linné em uma
suposta homenagem ao médico do imperador Romano Augusto-Antonio Musa. O gênero
Musa pertence à família Musaceae e, morfologicamente, a banana é considerada uma
erva gigante monocotiledônea, não possuindo caule superior (a parte externa é um amontoado
de folhas justapostas), sendo seu caule subterrâneo rizoma a parte vital da bananeira. É
neste rizoma que ocorre a formação de folhas, raízes e inflorescências e também é
onde se encontra o sistema de reprodução vegetativa (a banana não apresenta sementes
férteis nem métodos de reprodução sexuados) (Padovani, 1986). Após a formação no
rizoma das inflorescências, estas percorrem o pseudocaule até a parte superior onde, após a
floração, darão origem ao cacho (Padovani, 1986).

2.2. Celulose

A celulose é o polímero natural mais abundante na natureza. As fibras vegetais


constituem a principal fonte de celulose, sendo anualmente produzidas bilhões de toneladas
desta macromolécula por fotossíntese (Andersson et al., 2003; Zhao et al., 2007) citado
17

por (Azevedo, 2011). Em média, 40% do total de carbono existente em uma planta
encontram-se na estrutura da celulose (Fengel, 1989), sendo a quantidade desta dependente
das características morfológicas de cada espécie (David, 1994; Emsley, 1994) citado por
(Azevedo, 2011).

Na madeira, a celulose encontra-se associada às hemiceluloses (polioses) e à lignina,


sendo esta uma macromolécula formada por um sistema aromático composto de
unidades de fenilpropano (Gullichsen e Paulapuro, 2000) citado por (Azevedo, 2011).

De acordo com a espécie, as madeiras contêm entre 40 e 50% de celulose, 15 e 35% de


lignina e 25% e 40% de hemiceluloses. A separação da celulose dos demais
componentes da madeira pode ser realizada por tratamento químico intenso, denominado
polpação. Polpas com diferentes características podem ser obtidas pela variação do
agente químico de polpação e condições de temperatura e pressão. Dependendo da
aplicação, necessita-se polpa com maior pureza, o que é obtido através de um processo
químico adicional, o branqueamento. Polpa de madeira altamente purificada apresenta entre
95% e 99% de celulose (Fengel, 1989) citado por (Azevedo, 2011).

As propriedades físico-químicas e mecânicas da celulose estão relacionadas com a sua


constituição química. Este polissacarídeo é formado por unidades de β-D-glicopiranose
unidas por ligações glicosídicas do tipo β-(1→4). A unidade repetitiva é a celobiose ou
anidro glicose sindiotática. Os grupos terminais são diferentes quanto à reatividade; o grupo
C1 OH é derivado da formação do anel através de ligação hemiacetal intramolecular. Por esta
razão este grupo possui propriedades redutoras, enquanto que, o grupo C4-OH é um
grupo alcoólico, portanto, não redutor (Azevedo, 2011). Os anéis de glicose adotam
conformação mais estável na forma de cadeira com os grupos hidroxila na posição
equatorial; a formação de ligações de hidrogênio entre átomos adjacentes de oxigênio
e hidrogênio forçam o arranjo linear da macromolécula (David, 1994; Emsley, 1994)
citado por (Azevedo, 2011).
18

Fonte: (Azevedo, 2011).

O grau de polimerização (DP) da celulose é o número de unidades repetitivas de β


Dglicopiranose, cuja massa molar é 162 g/mol. A massa molar é calculada multiplicando-se
DP por 162, entretanto, este é um valor médio porque a fibra de celulose consiste em uma
mistura de macromoléculas de vários tamanhos. Valores de grau de polimerização
encontram-se na faixa de 1.000 a 15.000 para a celulose nativa da madeira (D’almeida,
1988) citado por (Azevedo, 2011), o que corresponde a massas molares de 162.000 a
2.430.000 g/mol. Este parâmetro contribui fundamentalmente para as propriedades físico-
químicas do material celulósico, quer como fibra, como filme ou em qualquer outra
forma. A origem e a degradação da amostra, bem como o método empregado para
determinação do DP têm influência marcante sobre o valor obtido.

2.3. Estrutura física da celulose

2.3.1. Definição de cristal


A estrutura da celulose é essencialmente cristalina. As estruturas cristalinas são formadas por
uma série de células unitárias, como representado na Figura 2. A estrutura cristalina ocorre
como resultado das forças atrativas que existem entre cada uma das células unitárias
(Azevedo, 2011). Designa se por célula unitária a menor estrutura química que
apresenta as mesmas características (composição, propriedades químicas, físicas e
ópticas) que o composto na sua totalidade. As várias células unitárias dispõem-se no
espaço formando um retículo tridimensional em que todas as células unitárias têm a mesma
vizinhança. O retículo é tridimensional e por isso é definido no espaço por três direções com
as respectivas distâncias, que localizam cada um dos retículos em relação à estrutura, na
totalidade, e em relação ao seu posicionamento espacial relativo às restantes células
unitárias (Archela, 2005; Snyder, 1999; Silva, 2005) citado por (Azevedo, 2011).
19

Fonte: (Azevedo, 2011).

2.3.2. Notação cristalográfica da celulose


No caso do sistema em estudo, a celulose, este pertence à classe dos cristais monoclínicos
sendo que α = γ = 90° ≠ β e a ≠ b ≠c (Figura 3). Possui três eixos cristalográficos (a, b e c)
todos com o mesmo comprimento. Dois eixos formam um ângulo obtuso e o terceiro eixo
forma um ângulo reto com o plano gerado pelos outros dois eixos anteriores. Os
cristais com sistema monoclínico têm apenas um plano de simetria, ou seja, existe apenas
um plano imaginário que divide o cristal em duas partes simetricamente iguais (Azevedo,
2011).

Fonte: (Azevedo, 2011).

De acordo com a localização dos pontos reticulares obtêm-se variantes dos sistemas de
cristalização. No caso da celulose trata-se de um sistema monoclínico P. A designação P
indica que se trata de uma célula unitária simples, em que todos os pontos reticulares se
20

encontram nos vértices do paralelepípedo que constitui a célula, como se pode ver na Figura
4 (Azevedo, 2011).

Fonte: (Azevedo, 2011).

A partir da rede de Bravais procede-se a uma série de operações de simetria, que


dependem da rede em questão e que originarão o resto da rede cristalina. No caso da celulose
a rede monoclínica sofre uma rotação de 180º e uma translação de 1/2 da unidade celular ao
longo da direção do eixo de rotação. Assim, representa-se o grupo espacial como P21
(Azevedo, 2011).

2.4. Estrutura química da celulose


2.4.1. Estrutura cristalina da celulose

Os grupos hidroxilas presentes na molécula de celulose são capazes de interagir uns com os
outros, formando ligações de hidrogênio de dois tipos, as ligações intramoleculares (entre os
grupos hidroxila da mesma molécula), que são responsáveis pela rigidez das cadeias,
e as ligações intermoleculares (entre os grupos hidroxila de moléculas adjacentes),
responsáveis pela formação da estrutura supramolecular (D’almeida, 1988; Fengel, 1989)
citado por (Azevedo, 2011). como mostra a Figura 5. A existência de ligações de
hidrogênio entre O-3-H e O-5’ e entre O-2-H e O-6’ (Figura 5) justificam a
conformação de duas hélices entrelaçadas no material fibroso, sendo igualmente
responsável pela elevada rigidez do mesmo (Azevedo, 2011).
21

Fonte: (Azevedo, 2011).

Cada um dos monômeros possui grupos hidroxila nas posições C-2, C-3 e C-6, capazes de
reagir como álcoois primário e secundário (Figura 5). A maior parte das
características químicas da celulose é consequência da interação destes grupos (Nevell
e Zeronian, 1985) citado por (Azevedo, 2011). A estrutura supramolecular cristalina que
constitui a celulose deve-se a estes grupos hidroxila e aos átomos de oxigênio
existentes, quer no anel de piranose, quer nas ligações glicosídicas (Santos, 2006,
Klemm e Schumauder, 2003) citado por (Azevedo, 2011).

O polímero de celulose que constitui os nanocristais de celulose é formado por unidades de


glicose que contém três grupos hidroxilas livres ligadas aos carbonos 2, 3 e 6, os quais são
responsáveis pelas interações intermoleculares. A partir dessas interações sucessivas
estruturas são formadas, dando origem à parede celular da fibra: micelas, agrupamento
das cadeias em feixes; microfibrilas, agregados em micelas; e fibrilas, agregados de
microfibrilas que também podem ser denominados de macrofibrilas (Eichhorn et al.,
2001; Samir et al., 2005; Habibi et al., 2007) citado por (Azevedo, 2011). As
microfibrilas são constituídas de regiões ordenadas tridimensionalmente (cristalitos) que
se alternam com regiões desordenadas (regiões não cristalinas). Na região cristalina a
fibra tem maior resistência à tração, ao alongamento e à solvatação. A razão entre
regiões ordenadas e desordenadas varia conforme a origem da celulose.

Como consequência da estrutura das fibras e da intensidade das ligações de


hidrogênio, a celulose é insolúvel na maioria dos solventes (Gullicshen e Paulapuro, 2000)
citado por (Azevedo, 2011).
22

2.5. Branqueamento de polpas químicas

Os processos químicos de produção de polpa celulósica incluem como uma primeira


etapa o cozimento, durante o qual se promovem as reações de degradação da lignina pela
ação do licor de cozimento a temperaturas e pressões elevadas. A dissolução da lignina no
licor permite a separação das fibras, obtendo-se a polpa marrom constituída por
celulose, uma fração de hemiceluloses e lignina residual (Azevedo, 2011).

Após a polpação química a polpa celulósica apresenta uma coloração marrom, por conter
ainda lignina residual e também estruturas cromóforas (estruturas contendo ligações
duplas conjugadas) e ainda extrativos residuais. A absorção da luz visível pela polpa marrom
é devida principalmente à presença destes compostos, que acarretam numa coloração
escura, que é intensificada com o tempo (Dence e Reeve, 1996). O processo químico
de polpação mais empregada na produção de polpa celulósica é o processo Kraft (Azevedo,
2011).

O branqueamento pode ser definido como um processo que visa branquear a polpa
celulósica por meio da remoção e/ou modificação de substâncias químicas capazes de
proporcionar cor à polpa. O objetivo principal do branqueamento é melhorar as
propriedades ópticas da polpa celulósica, considerando-se os seguintes parâmetros: a)
mínima danificação da fibra; b) mínina formação de grupos carbonila, devido à oxidação de
carboidratos; c) reduzida perda de rendimento; d) baixo custo e e) mínino impacto ao meio
ambiente (Azevedo, 2011).

2.5.1. Alvura e branqueabilidade

Defini-se como alvura a reflectância da amostra quando comparada com a reflectância de


uma superfície padrão, por exemplo, (MgO) utilizando luz com comprimento de onda de
457 nm. A alvura exigida depende da finalidade da polpa celulósica, sendo 90% ISO para
uma polpa a ser comercializada no mercado internacional e 60-70% ISO no caso de
uma polpa semibranqueada (Dence e Reeve, 1996) citado por (Azevedo, 2011). Além da
alvura e a quantificação do teor de lignina através da determinação do número kappa,
outras características das polpas branqueadas são também importantes, conforme a
finalidade da mesma. Um parâmetro importante é a limpeza, ou seja, a ausência de partículas
que possam causar manchas na superfície de impressão do papel, ou que possam de alguma
23

forma afetar a qualidade visual do produto final. Outra característica importante é a


resistência mecânica da folha de papel, para a qual contribuem todos os fatores do processo
de cozimento e também a extensão da degradação da celulose durante o
branqueamento. Esta degradação tem como consequência a diminuição do grau de
polimerização da celulose. A extensão de degradação pode ser quantificada pela
viscosidade, que frequentemente é usada como parâmetro de controle do branqueamento
(Dence e Reeve, 1996) citado por (Azevedo, 2011).

Uma vez que, genericamente, no branqueamento, a reação de deslignificação é mais


rápida do que as reações de degradação dos polissacarídeos, assim o processo de
branqueamento é seletivo para a lignina, desde que esta esteja presente em quantidade
mínima, que assegure o consumo do agente de branqueamento e assim os polissacarídeos
sejam protegidos. No entanto, após este efeito protetor inicial, pode ocorrer degradação
dos polissacarídeos, influenciando a resistência físico-mecânica das polpas (Dence e Reeve,
1996) citado por (Azevedo, 2011).

A branqueabilidade de uma polpa é a aptidão da polpa para atingir um valor estabelecido de


alvura sendo traduzida pela quantidade de reagente consumido. A branqueabilidade pode ser
apresentada como equivalentes de oxidação (quantidade de substância oxidante que recebe
um mol de elétrons, OXE) por quantidade de polpa e por unidade de número kappa
reduzido, permitindo assim efetuar estudos comparativos independentemente do tipo de
oxidante e do grau de deslignificação da polpa. Quanto maior for o valor do consumo
específico de reagentes químicos de branqueamento, menor será a branqueabilidade das
polpas (Azevedo, 2011).

2.5.2. Reagentes e sequências de branqueamento

Os compostos responsáveis pela cor das polpas não podem ser eliminados
simultaneamente em uma única etapa devido a sua diferente reatividade e localização ,
ouseja, acessibilidade (Dence e Reeve, 1996) citado por (Azevedo, 2011). Por isso, o
processo de branqueamento é dividido em diferentes estágios para maximizar a eficiência
do processo. Os agentes de branqueamento correspondentes a cada estágio incluem
oxidantes (cloro (C), dióxido de cloro (D), oxigênio (O), ozônio (Z) e peróxido de hidrogênio
(P)) e uma etapa de extração alcalina (E). Geralmente, duas etapas oxidantes em meio ácido
(C, D ou Z) são intercaladas por uma etapa de extração alcalina (E). Os reagentes são
24

escolhidos considerando diversos fatores como a seletividade e capacidade de


branqueamento ou eficácia (sem prejuízo das características das polpas), custo e
impacto ambiental (Dence e Reeve, 1996) citado por (Azevedo, 2011). Este último fator
tem merecido particular atenção nas últimas décadas o que levou à eliminação
progressiva do cloro elementar do processo de branqueamento devido à formação de
dioxinas e compostos organoclorados não biodegradáveis (Voss et al., 1981) citado por
(Azevedo, 2011). Surgiram então as sequências de branqueamento livres de cloro elementar
(ECF) e, mais recentemente, as sequências totalmente livres de cloro (TCF) (Daneault et al.,
1994; Zhu et al., 2001; Mcdonough, 1995) citado por (Azevedo, 2011), onde se utilizam
oxidantes como o oxigênio, o ozônio e o peróxido de hidrogênio ou mesmo enzimas.
Estes agentes de branqueamento têm como principal desvantagem a degradação mais
intensa dos polissacarídeos e o consequente prejuízo das propriedades das polpas
(Dence e Reeve, 1996) citado por (Azevedo, 2011). No caso do branqueamento com
oxigênio, este efeito é notório para porcentagens de deslignificação superiores a 50%
(Gellerstedt, et al., 1986) citado por (Azevedo, 2011). Têm, por isso, surgido numerosos
estudos visando um melhor conhecimento das reações da lignina com estes agentes
(Argyropoulos, 2003; Xiaoqi, et al.,1994; Gellerstedt e Heuts, 1997) citado por (Azevedo,
2011). e alterações do processo de branqueamento no sentido de aumentar a eficiência e
seletividade deste.

2.6. Gramatura

As propriedades e qualidade das polpas e papéis estão estritamente relacionadas com as


características morfológicas das fibras e suas resistências intrínsecas (Hortal 1988)
citado por (Azevedo, 2011). Dinwoodie 1965 citado por (Azevedo, 2011), cita que, de
uma forma geral, as características morfológicas das fibras parecem ser mais importantes
do que as variáveis químicas. Entretanto, para polpas químicas de folhosas, devido aos altos
teores de hemiceluloses e pentosanas presentes nas polpas, não se deve desprezar a
influência destes parâmetros químicos sobre a resistência do papel. O autor ainda
acrescenta que os três principais fatores que controlam a resistência do papel são: densidade
da fibra (espessura da parede celular ou percentual de madeira juvenil), comprimento e
resistência da fibra. A resistência da fibra depende de sua composição, cristalinidade,
25

grau de polimerização, área de secção transversal, entre outros, e pode ser estimada através
da medida de zero-span, conforme relata Demuner et al (1991) citado por (Azevedo, 2011).

A resistência pode ser muito afetada durante as diversas operações unitárias dos processos
de fabricação de polpas e papéis, em que as fibras são submetidas a tratamento químicos e/ou
mecânicos que podem ocasionar degradações severas em seus componentes estruturais ou
mudanças importantes em sua morfologia (Azevedo, 2011).
26

CAPÍTULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS


Neste capítulo, apresenta-se a descrição das actividades de campo desenvolvidas e
experimentais, bem como as metodologias adoptadas nas análises das amostras de água e
sedimentos.

3. Metodologia
3.2. Tipo de pesquisa

Para a realização desta pesquisa recorreu-se a pesquisa qualitativa. Esta pesquisa consiste na
integração do pesquisador com o objecto que está sendo investigado, contribuindo bastante
na formulação das hipóteses da pesquisa e também permitiu ao pesquisador deste trabalho
escolher as técnicas mais adequadas para decidir sobre questões que necessitarão de maior
atenção durante a investigação.

3.3. Método de estudo

Diante das metodologias irá se recorrer aos três (3) métodos. Método bibliográfico,
experimental e comparativo.

3.3.1. Método bibliográfico

“A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram, permitiu salientar a
contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar comportamento e
atitudes” (Lakatos & Marconi, 2010). O método bibliográfico, centra-se na recolha de
informações nos artigos, teses, dissertações, livros e na internet relacionados com a produção
e branqueamento do papel. Com intuito de obter uma visão sobre a concepção de outros
autores em torno do tema da pesquisa que possui como bases para fundamentar a
interpretação dos dados das amostras colectadas no campo da pesquisa.

3.3.2. Método comparativo

Gil (2008) comenta que o método comparativo procede pela investigação de indivíduos,
classes, fenómenos ou fatos, com vistas a ressaltar as diferenças e as similaridades entre eles.
“Sua ampla utilização nas ciências sociais deve-se ao fato de possibilitar o estudo
comparativo de grandes grupamentos sociais, separados pelo espaço e pelo tempo.” (GIL,
2008).
27

Este método permitiu comparar os resultados obtidos na análise com diferentes papeis
disponiveis no mercado.

3.3.3. Método experimental

O método experimental consiste, especialmente, em submeter os objetos de estudo à


influência de certas variáveis, em condições controladas e conhecidas pelo investigador, para
observar os resultados que a variável produz no objeto (GIL, 2008).

Este método serviu de base para a obtenção de resultados confiáveis para a produção do papel
com propriedades mecânicas e físicas desejadas.

3.4. Produção de cartolina a partir de resíduos de bananeira

Procedimentos da experiencia

A pesquisa foi realizada na cidade de Chimoio , elaborada de forma bibliográfica e


qualitativa, sendo desempenhada a partir de registros científicos disponíveis a exames.
Refere-se a uma análise experimental, visto que o objetivo de estudo foi determinado e
selecionada possíveis variáveis com intuito de chegar à meta estabelecida que consiste em
produzir cartolina a partir de resíduos de bananeira foram realizados três experimentos, e o
terceiro foi o que apresentou características ideais para a realização do objetivo de estudo,
devido a sua confeção , onde houve o acréscimo de produtos que melhorassem as falhas
dos experimentos anteriores. Existem dois tipos de processos para a produção do papel: o
mecânico e o químico. O primeiro faz a utilização de prensas mecânicas e o segundo faz uso
de produtos químicos. Esta experiência desfrutou do segundo processo.

3.4.1. Materiais e métodos

Para a confecção de cartolina , utilizou-se resíduos da bananeira, que é descartada assim que
os cachos da banana são colhidos. Nesse experimento foram utilizadas os resíduos da
bananeira (casaca da banana e pseudecaule da bananeira, que é a mais comum na provincia
de Manica.
28

O experimento escolhido para produção da cartolina ou papel grosso utiliza os seguintes


materiais:

Pseudocaule da bananeira, em um tamanho de 1.5 metros;

cascas da banana;

Soda cáustica;

Tesoura;

Peneira;

Luvas;

Água sanitária;

Bacia com capacidade para 5L;

Peneira 25 cm x 15 cm;

Madeira prensada 22,5 cm x 12,5 cm;

Recipiente de zinco com capacidade para 12L;

Peneira 45 cm x 40 cm;

Liquidificador com capacidade para 1,5L;

Bacia com capacidade para 15L;

Faca.

Figura 1: Materiais necessários


29

Fonte: o autor, 2022


3.4.2. Etapas de Produção de cartolina a partir de resíduos de bananeira

1ª Etapa: Pré-Tratamento Da Amostra

Na primeira etapa da experiência utilizaram-se o pseudocaule da bananeira e cascas da


banana, que foram extraídas, limpas e cortadas com o auxílio de uma tesoura e uma faca em
pequenos pedaços . Nesta etapa são usadas apenas pseudocaule e as cascas de bananas que
são descartadas, excepto as raízes e as folhas.

Figura 2: Pré-Tratamento Da Amostra

Fonte: o autor, 2022

2ª Etapa: Lavagem Da Polpa Celulósica

Após o cozimento deu-se início a III etapa, que abrange os processos de lavagem da polpa
celulósica. Depois de cozidas, elas são retiradas e colocadas em uma peneira, lavadas em
água corrente para ser retirada a soda cáustica, e em seguida, espremidas e colocadas numa
bacia. Repetir o processo duas vezes.

Figura 3: Lavagem Da Polpa Celulósica

Fonte: o autor, 2022

3ª Etapa: Cozimento dos resíduos da bananeira

Compreende a parte de cozimento dos resíduos da bananeira. Em um recipiente de zinco, são


adicionados 8L de água (capacidade para submergir todos os residuos), ½ colher de
sobremesa de soda cáustica aplicada para ajudar no amolecimento das fibras, 8 colheres de
carbonato de sodio (1 colher para cada litro de água) para controlar o pH da polpa, pois sem o
bicarbonato de sódio, ao final do cozimento a água ficará com um pH muito alto e pode
agredir ao meio ambiente se for descartada de forma incorreta. Em seguida adicionam-se as
folhas cortadas.

Nessa etapa é importante a utilização de máscaras e luvas devido à soda cáustica que é um
produto tóxico. O cozimento é realizado em fogo alto, aproximadamente 280°. Após começar
a ferver, é necessário ficar mexendo o conteúdo para que não derrame. Leva-se em torno de 2
a 5 horas de cozimento, e sabe-se que está pronta quando o pseudocaule e as cascas começa a
se desmanchar.

Figura 4: Cozimento dos resíduos da bananeira


Fonte: o autor, 2022

4ª Etapa: Quebra Das Fibras

Na IV etapa realizou-se a quebra das fibras. Após serem lavadas, os pedaços da pseudocaule
e as cascas da banana são colocadas em pouca quantidade no liquidificador com 250 mL de
água e processadas por cerca de 2 minutos. As fibras devem estar bem finas e separadas.
Após o processamento é necessário repetir a etapa III, utilizando a peneira mais fina, já que
as fibras agora estão em um tamanho menor.

Figura 5: Quebra Das Fibras

Fonte: o autor, 2022

5ª Etapa: Descoloração Das Fibras

Na V etapa efetua-se a descoloração das fibras. Em uma bacia adiciona-se 2,5L de água e 4
colheres de sopa de água sanitária, após a mistura pronta acrescentam-se as fibras já lavadas e
deixa em repouso por cerca de 2h. Após a solução agir sobre as fibras, elas são retiradas e
repete-se a etapa III. A coloração das fibras ocorre na VI etapa.

Figura 6: Descoloração Das Fibras

Fonte: o autor, 2022


6ª Etapa: Branqueamento

Em uma bacia são adicionados 2L de água e diluída 1 colher de chá de anilina em gel. Após a
diluição da anilina acrescentam-se as fibras e deixa em repouso por 5h. Durante esse período
é importante mexer, para que as fibras não se unam e absorvam melhor a cor. Em outro
recipiente prepara-se a cola CMC. Para cada 1,5L de água é colocada 1 colher de sopa do pó
CMC, liquidificada por no mínimo 1 minuto, e posta em repouso por 6 horas.

Figura 7: Branqueamento

Fonte: o autor, 2022

7ª Etapa: Pescagem Das Fibras

Para dar início a VII etapa, onde ocorre a pescagem das fibras, acrescenta-se 1 copo de 250
mL de cola CMC a mistura que estava em repouso na etapa anterior. Efetua-se a pescagem
com o auxílio de uma peneira. Após as fibras estarem bem distribuídas na peneira coloca-se a
madeira prensada e com a ajuda de um pano sob o chão prensa-se a peneira para retirar ao
máximo o excesso de água.

Figura 8: Pescagem Das Fibras


Fonte: o autor, 2022

8ª Etapa: Secagem

Na VIII etapa ocorre a secagem. As peneiras são colocadas para secar ao sol, até que sequem
totalmente. Não é recomendado retirar o papel da peneira antes da secagem, podendo ocorrer
o encolhimento ou engilhamento do papel. Após a secagem, o papel estará pronto para uso.
Na Figura 1 encontra-se o fluxograma com todas etapas envolvidas para a fabricação do
papel.

Figura 9: Secagem
Pescagem Das Fibras
Fonte: o autor, 2022

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Com base dos materias e procedimentos experimentais, apresentados na metodologia de
pesquisa, com incidencia no método experimental, foi possivel produzir a cartolina a partir de
resíduos da bananeira, em que baseou-se na busca dos recursos materiais, seleção,
manuseamento, corte em porções menores, sua lavagem, cozedura, coamento, sua coloração,
a secagem nas peneiras e colocadas para secar ao sol, até que sequem totalmente. Após a
secagem, o papel estará pronto para uso.

Portanto, essas foram as técnicas adaptadas para a produção e o branqueamento da cartolina


produzindo a partir de resíduos da bananeira e o aumento da sua gramatura.

Os processos químicos de produção de polpa celulósica incluem como uma primeira


etapa o cozimento, durante o qual se promovem as reações de degradação da lignina pela
ação do licor de cozimento a temperaturas e pressões elevadas. A dissolução da lignina no
licor permite a separação das fibras, obtendo-se a polpa marrom constituída por
celulose, uma fração de hemiceluloses e lignina residual (AZEVEDO, 2011).

De acordo com Azevedo (2011), afirma que o objetivo principal do branqueamento é


melhorar as propriedades ópticas da polpa celulósica, considerando-se os seguintes
parâmetros: a) mínima danificação da fibra; b) mínina formação de grupos carbonila,
devido à oxidação de carboidratos; c) reduzida perda de rendimento; d) baixo custo e e)
mínino impacto ao meio ambiente.

Por isso, o processo de branqueamento é dividido em diferentes estágios para maximizar a


eficiência do processo. Os agentes de branqueamento correspondentes a cada estágio
incluem oxidantes (cloro (C), dióxido de cloro (D), oxigênio (O), ozônio (Z) e peróxido de
hidrogênio (P)) e uma etapa de extração alcalina (E). Geralmente, duas etapas oxidantes em
meio ácido (C, D ou Z) são intercaladas por uma etapa de extração alcalina (E). (DENCE e
Reeve, 1996) citado por (Azevedo, 2011).

Para o branqueamento nesta pesquisa usou-se o detergente Jave e gel.

Portanto a pesquisa tinha como finalidade, produzir cartolina com base dos residuos da
bananeira e o seu branqueamento com recurso a corantes, como ilustra a figura 9, abaixo:

Figura 10: Cartolina pronta

Fonte: o autor, 2022

Por outro lado analisando a durabilidade da cartolina produzida com base dos resíduos da
bananeira, da saliental que é menos resistente em relação a de derivados de madeira.
De acordo com Demuner et al (1991) citado por (Azevedo, 2011), consideram que
resistência da fibra depende de sua composição, cristalinidade, grau de polimerização,
área de secção transversal, entre outros, e pode ser estimada através da medida de zero-span.

A resistência pode ser muito afetada durante as diversas operações unitárias dos processos
de fabricação de polpas e papéis, em que as fibras são submetidas a tratamento químicos e/ou
mecânicos que podem ocasionar degradações severas em seus componentes estruturais ou
mudanças importantes em sua morfologia (AZEVEDO, 2011).

CAPÍTULO V: CONCLUSOES E RECOMENDACOES

5.1.Conclusão
Com base deste trabalho de pesquisa pode-se concluir que foi possivel branquear a cartolina
produzindo apartir de residuos da bananeira e o aumento da sua gramatura. Previligiou-se o
método experimental, que serviu de base para a obtenção de resultados confiáveis para a
produção do papel com propriedades mecânicas e físicas desejadas.

Na experiência da produção da cartolina e seu branqueamento, foi descrita os materiais


necessários, os procedimentos metodológicos, ou seja, as etapas, o pré-tratamento da amostra,
cozimento dos resíduos da bananeira, a lavagem da polpa celulósica, a quebra das fibra,
descoloração das fibras, o seu branqueamento, pescagem das fibras e o processo de secagem
e o produto acabado.

As hipóteses da pesquisa foram comprovadas, afirmando que com resíduos da bananeiras e as


casca de banana é possivel produzir cartolina e e possivel tambem branquea-lo. E também
devido a sua natureza a casca de banana não é ideal para a produção de cartolina e com
resistência mecánica.

Os objectivos foram alcançados que era de analisar analisar as técnicas para o


branqueamento da cartolina produzindo apartir de residuos da bananeiras e casca de banana e
o aumento da sua resistência mecánica.

Em suma pode concluir que existem muitas técnicas de produzir cartolinas com base de
resíduos de bananeira, seu branqueamento e a sua gramatura, as técnicas adoptadas neste
trabalho são algumas delas.
5.2.Recomendações
Aos pesquisados e iniovadores:
 Que se faça a divulgação e exposição dessa inovação de produção de cartolinas e
papel com recurso a resíduo de bananeira;
 Que aprofunde com mais investigações de produzir as cartolinas com recursos a
resíduos de bananeira e usando os reagentes de baixo custo e localmente existente nas
nossas comunidades;
 Que produzam cartolinas mais resistentes com recurso a residuos de bananeiras,
empregado mais recursos materiais de fácil acesso nas comunidades;
 Que compare a durabilidade deste tipo de cartolina em relação aos convencionais.
Ao UniPungué:
 Que haja atribuição de título de propriedade, a cada inovação descoberto ou
aprofundado pelos estudantes.
Referências bibliográficas
Azevedo, M. A. B. (2011). Diferentes processos de branqueamento da celulose e seus
efeitos nas propriedades físicas e cristalinidade. Belo horizonte

FAO. (2011). Banana estatistics 2011. Rome.

Gil. (2008). Metodologia cientifica.

Lakatos, E. M & Marconi M. A. (2003). Fundamentos de metodologia Científica, 5ª Edição,


Editora Atlas, São Paulo.

Padovani, M. I. (1986). Banana um Mercado Crescente para este Alimento Milenar. 1°. ed.
São Paulo: Ícone, Editora.

Rogério, L. C et al. (2016). Produção de papel a partir da fibra de bananeira. Revista


Científica Univiçosa. Volume 8, n. 1,Viçosa-MG.

Andre, P. (2012). O papel produzido com base de Madeira. Rio de Janeiro

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