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Agostinho Cristiano

Análise Química de flavonóides em plantas medicinais usadas para tratamento de


problemas inflamatório na província de Nampula
(Licenciatura em ensino de Química com Habilitação em Gestão de Laboratório)

Universidade Rovuma
Nampula
2022
i

Agostinho Cristiano

Análise Química de flavonóides em plantas medicinais usadas para tratamento de


problemas inflamatório na província de Nampula

Monografia Científica a ser entregue na Faculdade de


Ciências Naturais, Matemática e Estatística, curso de
Ensino de Química com Habilitações em Gestão de
Laboratórios.

Supervisor: Prof. Doutor Lázaro Gonçalves Cuinica

Universidade Rovuma
Nampula
2022
ii

Índice
Lista de Tabelas ......................................................................................................................... iv
Lista de Gráficos ......................................................................................................................... v
Lista de Figuras ......................................................................................................................... vi
Lista de siglas e abreviatura ..................................................................................................... vii
Termos de Submissão ..............................................................................................................viii
Declaração de Honra ................................................................................................................. ix
Agradecimentos .......................................................................................................................... x
Dedicatória................................................................................................................................. xi
Resumo ..................................................................................................................................... xii
Abstract ....................................................................................................................................xiii
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO................................................................................................ 14
1.1. Justificativa ........................................................................................................................ 15
1.2. Problematização................................................................................................................. 16
1.3. Objectivos: ......................................................................................................................... 17
1.3.1. Objectivo geral ............................................................................................................... 17
1.3.2. Objectivo específico ....................................................................................................... 17
1.4. Hipóteses ........................................................................................................................... 17
1.5. Enquadramento da pesquisa .............................................................................................. 17
1.6. Delimitação do tema .......................................................................................................... 17
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 18
2.1. O processo inflamatório e a dor ......................................................................................... 19
2.2. Descrição botânica de plantas medicinais ......................................................................... 21
2.3. Flavonóides: Origem, ocorrência na natureza e função nas plantas. ................................. 25
2.4. Definição e estrutura Química ........................................................................................... 25
2.5. Não-flavonóides ................................................................................................................ 29
2.6.5. Actividade anti - inflamatória e imunomoduladora........................................................ 30
2.7. Outras actividades biológicas ............................................................................................ 33
CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................... 34
3.1. Métodos de pesquisa..........................................................................................................34
3.2. Tipo de pesquisa................................................................................................................34
3.2.1. Quanto a abordagem.......................................................................................................34
3.2.2. Quanto aos procedimentos..............................................................................................34
3.2.3. Quanto aos objectivos.....................................................................................................35
iii

3.3. Técnica de recolha de dados.............................................................................................35


3.3.1. Entrevista........................................................................................................................35
3.3.2. Observação.....................................................................................................................35
3.4. Preparação da droga vegetal de plantas medicinais........................................................... 35
3.5. Preparação do extracto de plantas medicinais ................................................................... 35
3.6. Secagem do extrato............................................................................................................ 36
3.7. Análise química qualitativa de flavonóides ....................................................................... 36
3.8. Análise fitoquímica quantitativa de flavonóides ............................................................... 36
CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 38
4.1. Estudos etnofarmacológico de plantas usadas para o tratamento de problemas
inflamatórios ............................................................................................................................. 38
4.2. Análise química ................................................................................................................. 42
4.2.1. Rendimento de extracção................................................................................................ 42
4.2.2. Análise fitoquímica qualitativa de flavonóides .............................................................. 43
4.2.3. Análise fitoquímica quantitativaflavonóides .................................................................. 44
4.3. Análise Estatística ............................................................................................................. 45
4.4. Verificação e validação de hipótese .................................................................................. 46
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E SUGESTÕES ..................................................................... 47
5.1. Conclusão .......................................................................................................................... 47
5.2. Sugestões ........................................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 48
Apêndices ................................................................................................................................. 56
Anexos ...................................................................................................................................... 59
iv

Lista de Tabelas
Tabela 1 – descrição botânica das plantas. ............................................................................... 24
Tabela 2 – Principais classes e características dos flavonóides ............................................... 27
Tabela 3 – Plantas em estudo actividade anti-inflamatória ...................................................... 31
Tabela 4 – Resultados de estudo etnofarmacológico em Rapale província de Nampula ......... 39
Tabela 5 – Resultado do cálculo de Rendimento de cada extracto etanólico macerado .......... 42
Tabela 6 – Resultados da análise qualitativa de flavonóides.................................................... 43
Tabela 7 – Resultados das análises fitoquímicas quantitativas de flavonóides. ....................... 45
Tabela 8 – teste de probabilidade de significância ................................................................... 45
v

Lista de Gráficos
Gráfico 1 – percentagem do estado civil dos entrevistados...................................................... 38
Gráfico 2 – percentagem do sexo dos entrevistados................................................................. 41
Gráfico 3 – Uso das plantas medicinais em Rapale.................................................................. 41
vi

Lista de Figuras
Figura 1 – Plantas usadas……………………………………………………………………..24
Figura 2 – Estrutura básica dos flavonóides………………………………………………….26
Figura 3 – Principais classes de flavonóide…………………………………………………..26
Figura 4 – Quercentina……………………………………………………………………….29
Figura 5 – kaempferol………………………………………………………………………...29
Figura 6 – Resultados da verificacao de flavonoides…………………………………………44
Figura 7 – Trituração das: cascas de S.siamea, raizes de Z. officinale, folhas de R.communis,
cascas de A. occidentale e cascas de M. oleifera……………………………………………..57
Figura 8 – Processos: de pesagem das amostras e Extracao dos metabolicos secundarios…..57
Figura 9 – Processo de filtragem das amostras e cálculo do rendimento…………………….57
Figura 10 – Secagem dos extractos hidroetanólico para cada espécie e verificação de
flavonóides……………………………………………………………………………………58
Figura 11 – Credencial e Guião de experiência para realização de trabalho no Laboratório de
Biologia e Química da UniRovuma…………………………………………………………..60
Figura 12 – Credencial para realização da pesquisa no campo no distrito de Rapale………..61
vii

Lista de siglas e abreviatura


% Percentagem
(O2-) Anião superóxido
µL/ ml Microgramas por litros
5–HT 5- Hidroxitriptamina
ATP Adenosina Trifosfato
C Carbono
Cm Centímetros
COX Ciclooxigenase
E.coli Escherichia coli
EBV Vírus EpsteinBarr
EtOH Etanol
IL-6 Interleucina 6;
IL-1 Interleucina 1
IL1β Interleucina 1β;
Km Quilómetros
LDL Lipoproteínas de baixa densidade
LDL Lipoproteínas de baixa densidade (Low – density lipoprotein)
M Metros
MRSA Staphylococcusaureus resistentes à meticilina
NK Natural killer
NO Óxido nítrico
OMS Organização Mundial da Saúde
P Significância
PAF Factor Activador de Plaquetas
PGE2 Prostaglandinas E2
PGI2 Prostaciclinas
PGs Prostaglandinas
TH Tripanossomíase Humana
TNFα Factor de Necrose Tumoral α
t-PA Activador tecidual do plasminogéni
UV-VIS Ultravioleta Visível e Visível
VIH Vírus da imunodeficiência humana
VRE Enterococcus resistentes à vancomicina
viii

Termos de Submissão

Monografia apresentada na Universidade Rovuma, a Faculdade de Ciências Naturais


Matemática e Estatística, no Curso de Química com habilitação em Gestão de laboratório,
como requisito para obtenção do grau de Licenciatura em Ensino de Química.

Comissão julgadora:

__________________________________

__________________________________

__________________________________
ix

Declaração de Honra

Declaro que a presente Monografia Científica é fruto de um esforço pessoal, de amigos e


das orientações do meu supervisor. O conteúdo desta, é original e todas as fontes visitadas
estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final.

Declaro ainda que esta Monografia não foi apresentada em nenhuma instituição de ensino
para obtenção do grau académico.

Nampula, Maio de 2022

–––––––––––––––––––––––––––––––––

(Agostinho Cristiano)
x

Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço à Deus todo-poderoso, pois ele é quem faz e deixa acontecer
tudo em ser humano em especial, sem esta bênção nada acontece.
Seguidamente, estendo meus agradecimentos ao meu supervisor, Prof. Doutor Lázaro
Gonçalves Cuinica, pela atenção e paciência que teve durante a supervisão e orientação desta
Monografia.

Quero agradecer os meus familiares especialmente a minha mãe dona Jesuína Alberto e
meu pai senhor Cristiano Eduardo, pela educação e pelo seu esforço incomparável, meu tio
José Ricardo Ndavalomba pelos conselhos, minha esposa Muanaquina Amade pela paciência
e encorajamento, tia Teresa José Mepo, meus irmãos: Daudo, Dinho, Amercanino, Anita,
Naira, Alex, Inês, Carla e amigos: Alido Supete e Delfino João, pelo apoio moral, prontidão e
carinhos depositados durante os meus estudos.

Agradeço também ao Instituto de Bolsa de Estudos (IBE) que ajudaram nas propinas e a
superar as dificuldades financeiras, em especial aos meus docentes que durante o curso,
ensinaram-me como ser, estar e agir, e a usar conhecimentos químicos para interpretar
possíveis problemas e acontecimentos na sociedade. E que tornaram possível a formação que
me transformou no homem que hoje sou.

Sem deixar de lado os meus colegas de turma C-47, Quimica-2017 pela fraternidade e
companheirismo durante este todo processo de formação e consequentemente a realização de
um dos maiores sonhos meus.
xi

Dedicatória

Dedico este trabalho a toda minha família, especialmente aos meus pais Cristiano
Eduardo e Jesuína Alberto que me deram instrumentos suficientes para minha educação e
formação, e ao meu supervisor que foi muito paciente e dedicou seu tempo e conhecimento
para a realização deste sonho.

Dedico ainda este trabalho aos demais desafios e sucessos do dia-a-dia da minha vida,
dependentes do conhecimento já adquirido desta formação.
xii

Resumo

Os flavonóides são compostos encontrados em vegetais com alto potencial anti-inflamatório. Esta
pesquisa tem como objectivo analisar o teor de flavonóides em plantas medicinais usadas para o
tratamento de problemas inflamatório no distrito de Rapale na província de Nampula. Fez-se o
levantamento etnofarmacológico para a colecta das informações do senso como das plantas. A
obtenção dos extractos brutos foi por maceração das suas partes colectadas. Seguiu-se com análise
fotoquímica qualitativa de flavonóides usando reagente específico (cloreto ferrico à 2%) e análise
quantitativa de flavonóides foi através de espectrofotómetro Uv-vis, onde verificou-se a presença de
flavonóides. Conclui-se que os extractos de cada espécie: M. oleífera, A. occidentale, Z. offcinale, R.
communis e S. Siamea são usadas para o tratamento de problemas inflamatório e contêm flavonóides.
Palavra-chave: flavonóides, actividade anti-inflamatória, plantas medicinais.
xiii

Abstract

Flavonoids are compounds found in vegetables with high anti-inflammatory potential. This
research aims to analyze the content of flavonoids in medicinal plants used for the treatment of
inflammatory problems in the district of Rapale in the province of Nampula. An ethnopharmacological
survey was carried out to collect information from both sense and plants. The raw extracts were
obtained by maceration of their collected parts. This was followed by qualitative phytochemical
analysis of flavonoids using a specific reagent (ferric chloride at 2%) and quantitative analysis of
flavonoids was carried out using a UV-vis spectrophotometer, where the presence of flavonoids was
verified. It is concluded that the extracts of each species: M. oleifera, A. occidentale, Z. offcinale, R.
communis and S. Siamea are used for the treatment of inflammatory problems and contain flavonoids.
Keywords: flavonoids, anti-inflammatory activity, medicinal plants.
14

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

Historicamente o uso de plantas medicinais remonta a eras pré-históricas e convivências


do homem com estás é antropológica. Após ingerir determinada planta experimentou melhora
ou piora de algum padecimento que o acometia. Observou, também, esses efeitos entre os
animais do habitat que compartilhavam. E algumas delas, provavelmente, levando até mesmo
a morte devido a uma maior toxicidade. Esse conhecimento foi passado para as próximas
gerações, nascendo assim a fitoterapia enquanto prática terapêutica tradicional (Rossato,
2012).

Planta Medicinal segundo a Agência nacional de vigilância sanitária (ANVISA) é toda


planta ou partes dela que contenham as substâncias ou classes de substâncias responsáveis
pela acção terapêutica (Brasil, 2010). De acordo com a Organização Mundial de Saúde 80%
da população mundial faz uso de algum tipo de erva medicinal (OMS, 1979). O uso dessas
ervas é feito na maioria das vezes por adultos e idosos que buscam complementar o
tratamento de uma doença crónica e geralmente acreditam que as plantas medicinais são uma
alternativa isenta de efeitos colaterais adversos (Brasil, 2005).

As plantas medicinais são uma fonte rica em metabólitos secundários com distintas
funções ecológicas e que podem estar distribuídos de forma taxonómica mais restrita, como
os alcalóides, ou então de forma ampla, em diversa taxa, como os compostos fenólicos
simples, Simões et al. (2017).

A utilização da fitoterapia e das plantas medicinais na terapia humana pode ser


considerada como uma das práticas terapêuticas mais antigas da humanidade que vem sendo
utilizada por muitos séculos. Apresentando origem tanto do conhecimento popular como das
experiências científicas, Ferreira et al. (2014).

De acordo com Ribeiro et al. (2004) uso adequado das plantas com propriedades
farmacológicas traz uma série de benefícios para a saúde, ajudando no combate de doenças
infecciosas, alérgicas, disfunções metabólicas entre outros. Entretanto, se uma planta
medicinal não for utilizada correctamente, poderá comprometer seriamente a saúde do corpo e
causar vários problemas ao organismo humano; dentre eles podemos citar as reacções
alérgicas e os efeitos tóxicos em vários órgãos do corpo humano e até mesmo a morte. A
crença popular de que as plantas por serem naturais não fazem mal está incorrecta. Por isso,
todos os medicamentos, inclusive os “naturais” têm que ser usados com muita prudência,
evitando que se coloque em risco a saúde dos seres humanos (Resende, 2006).
15

Ainda são necessários diversos esclarecimentos sobre o uso de plantas medicinais. A


população deve saber, por exemplo, qual parte da planta deverá ser utilizada em cada caso e a
dosagem correcta. Há também a dificuldade de identificar plantas medicinais, uma vez que
essas plantas podem ser confundidas com outras que possuem características semelhantes,
como tipo de folhas, flores, frutos, caules ou raízes, de acordo com (Resende, 2006).

Na província de Nampula existem várias plantas medicinais, neste presente trabalho de


pesquisa serão abordada às plantas medicinais com propriedade anti-inflamatório. Estas
plantas são de extrema importância, pois para além de uso para fins terapêuticos algumas
delas possuem frutos como alimento, apresentando valor nutritivo considerável, a população
usa seus extractos de várias partes destas plantas para aliviar inflamação (Simões et al, 2017).
Entretanto, ouve a necessidade de desenvolver esta pesquisa científica com objectivo de
verificar a presença de flavonóides nas plantas medicinais usadas para o tratamento de
problemas inflamatório na província de Nampula.

1.1. Justificativa

As plantas medicinais anti-inflamatórias não esteróides ou esteroidais são as drogas


mais utilizadas no tratamento de distúrbios inflamatórios agudos ou crónicos, mas usados em
longo prazo causam efeitos colaterais como ganhos de peso, redução da tolerância aos
carbohidratos e irritam a mucosa gastrointestinal (Wei et al., 2019 como citado em Leal et al.,
2019).

De acordo com a OMS, as plantas medicinais são todas aquelas, silvestres ou cultivadas,
que se utilizam como recurso para prevenir, aliviar, curar ou modificar um processo
fisiológico normal ou patológico, ou como fonte de fármacos e de seus precursores (Arias,
1999).

Ribeiro et al., (2004), constataram que as plantas medicinais apresentam muitas


substâncias químicas com propriedades terapêuticas que actuam no organismo humano
causando-lhes algum efeito. Profissionais especializados transformam substâncias
encontradas em ervas medicinais, chamadas princípios activos, em medicamentos adequados
ao tratamento de diversas doenças que acomete os seres humanos e os animais. No entanto,
alguns princípios activos podem ser prejudiciais ao organismo e ocasionar algum efeito
colateral.

A constatação da veracidade dessas afirmativas foi um dos aspectos que levaram à


realização do presente trabalho de pesquisa. Inicialmente, pretendeu-se orientar a população
16

da província de Nampula quanto ao uso correcto destas plantas; mas observou-se que o
conhecimento que a população trazia era baseado em senso comum e não científica, contudo o
trabalho teve um novo direccionamento, ampliando o seu nível de abrangência (Ribeiro et al.,
2004), Tal redireccionamento mostrou-se necessário ao ser constatado que a população do
distrito de Rapale província de Nampula possuem apenas os conceitos quotidianos em relação
às plantas medicinais, muitas vezes incorrectos (Autor, 2021).

Levantamentos etnobotânicos de vegetais com potencial anti-inflamatório podem


contribuir para divulgar aquelas amplamente utilizadas na medicina popular, descobrir novas
espécies e ainda, eleger um grupo de plantas que chamem mais atenção para pesquisa de
metabólitos secundários com acção anti-inflamatória (Sousa et al., 2019 como citado em Leal
et al., 2019).Com está citação o autor sentiu-se motivado e curioso em fazer um estudo para
verificação de flavonóides nas plantas medicinais usadas para o tratamento de problemas
inflamatórios na cidade de Nampula.

Esse estudo deveu-se o facto de flavonóides serem os principais compostos de plantas


medicinais que tem actividades anti-inflamatórias.

Em aspectos académicos a pesquisa servirá de consulta para futuros trabalhos de


pesquisas da mesma temática, sendo que este é um tema muito pouco falado em nível dos
trabalhos académicos nacionais.

1.2. Problematização

As plantas medicinais vêm sendo usado há muito tempo por nossos antepassados e são
conhecidas por terem um papel importante na cura e tratamento de algumas doenças. Em
algumas comunidades, essas plantas simbolizam a única forma de tratamento de determinadas
patologias. Estima-se que aproximadamente 80% da população do planeta já tenha feito uso
de algum vegetal para aliviar sintomas de alguma doença. Isso se deve ao facto destas as
plantas medicinais serem uma alternativa, pois oferecem como vantagens o baixo custo, o
acesso fácil e poucos efeitos colaterais (Tungmunnithum et al., 2018 como citado em Leal, et
al., 2019).

A população do distrito de Rapale tem usado de forma recorrente várias plantas


medicinais para o tratamento de problemas inflamatórios, como M. oleífera, A. occidentale, Z.
offcinale, R. communis e S. siamea, (Autor, 2021).

Por tanto, foram desenvolvidos trabalhos científicos que comprovaram a acção anti-
inflamatória do extracto etanólico de várias partes da planta A. Occidentale apresenta acção
17

terapêutica de processos infecciosos, inflamatórios e cicatrizantes (Melo, et al., 2006). Por


tanto, (Queiroz & Trendafolova, 2014 como citado em Cavalcante Jeremias A. Gomes.,
2017), salientam que a actividade antiflamatória nas plantas esta associada com a presença de
flavonóides, de entre outras funções farmacológicas. Entretanto levou o autor colocar a
seguinte questão: Será que as plantas medicinais usadas para o tratamento de problemas
inflamatórios no distrito de Rapale na província de Nampula contêm flavonoides?

1.3. Objectivos:
1.3.1. Objectivo geral

 Verificar a presença de flavonóides em plantas medicinais usadas para o tratamento de


problemas inflamatórios no distrito de Rapale na província de Nampula.

1.3.2. Objectivo específico

 Fazer estudos etnofarmacológico de plantas usadas para o tratamento de problemas


inflamatórios usado no distrito de Rapale na província de Nampula
 Preparar a droga vegetal e extractos hidroetanólico de M. oleífera, A. occidentale, Z.
offcinale, R. communis e S. siamea.
 Fazer análise fitoquímica qualitativa e quantitativa de flavonóides em plantas
medicinais usadas para o tratamento de problemas inflamatórios no distrito de Rapale
na província de Nampula.

1.4. Hipóteses

No extracto hidroetanólico de plantas medicinais usadas para o tratamento de problemas


inflamatórios no distrito de Rapale província de Nampula, há presença de flavonoides.

1.5. Enquadramento da pesquisa

A pesquisa enquadra-se na linha de pesquisa: Valorização de produtos naturais. Há


necessidade de se valorizar esta linha de pesquisa e criar novas pesquisas para a valorização
dos produtos naturais, em especial no caso das plantas medicinais com potencial terapêutica
usadas para o tratamento de problemas inflamatório.

1.6. Delimitação do tema

Esta pesquisa foi realizada no distrito de Rapale na província de Nampula,


em Moçambique, com sede na povoação de Rapale. Têm limite, a norte com os distritos
de Muecate e Mecubúri, a oeste com o distrito de Ribáuè, a sudoeste com o distrito
de Murrupula, a sul com o distrito de Mogovolas e a leste com o distrito de Meconta.
18

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

O pesquisador observou que é muito importante que numa pesquisa científica se faça um
estudo etnofarmacológica, pós além de obter os dados sobre o censo comum, sobre o uso das
plantas medicinais, serve também como uma forma de conservar a cultura, informações
tradicionais destas plantas destacadas.

De acordo com Andrade e Casali (2002),

concluem que o resgate dos conhecimentos tradicionais junto à população pela


pesquisa Etnofarmacológica e Etnobotânica tem merecido atenção especial nos
últimos anos devido aos seguintes factores: aceleração no processo de aculturação e
perda de valiosas informações populares, desaparecimento de espécies ainda não
estudadas, ampliação do mercado de plantas devido à preferência de muitos
consumidores por produtos de origem natural, o difícil acesso da grande maioria da
população ao medicamento tradicional, a assistência médica, e o crescente interesse
das indústrias na busca por novos fármacos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 80% das pessoas nos países em
desenvolvimento ainda dependem de plantas medicinais locais para satisfazerem as suas
necessidades primárias de saúde. Como a maioria dos países africanos, Moçambique é um
repositório importante de diversidade biológica. Esta diversidade é usada por cerca de 90% da
população do país maioritariamente das zonas rurais para satisfazer as suas necessidades de
saúde (Ribeiro et al., 2010).

Em Moçambique cerca de 15% do total dos recursos genéticos vegetais (estimado em


cerca de 5.500 espécies de plantas) são usados pelas comunidades rurais para fins medicinais
e desempenham um papel fundamental nos cuidados de saúde básicos (Krog et al., 2006).

Os produtos derivados de fontes naturais são muito importantes para o desenvolvimento


de novos medicamentos ao passo que muitos deles são capazes de tratar diversas
enfermidades humanas agindo como antibacterianos, anti-inflamatória, anticoagulante,
antiparasitários, imunos supressores e anticancerígenos, (Caetano, 2016).

As plantas medicinais são amplamente utilizadas na medicina popular para cuidar da


saúde e prevenir afecções. Diversas plantas já foram testadas empírica ou laboratorialmente
para doenças parasitárias (Melo et al., 2017 como citado em Leal et al., 2019), transtornos do
sistema gastrointestinal (Gois et al., 2016 como citado em Leal et al., 2019), para alívio de
dores (Haeffner et al., 2012 como citado em Leal et al., 2019), controle da hipertensão arterial
(Farias et al., 2016 como citado em Leal et al., 2019), hipoglicemiantes (Santos & Vilanova,
2017 como citado em Leal et al., 2019) e com acção anti-inflamatória (Santos et al., 2013
como citado em Leal et al., 2019).
19

As plantas medicinais podem ser classificadas por categorias, de acordo com sua acção
sobre o organismo: estimulantes, plantas medicinais de uso caseiro calmantes, emolientes,
fortificantes, de acção coagulante, diuréticas, sudoríferas, hipotensoras, de função reguladora
intestinal, colagogas, depurativas, remineralizastes e reconstituintes (Armous, Santos &
Beinner, 2005).

Os compostos de origem vegetal na medicina moderna são de grande importância, pois


entre os anos de 1984 e 1994, dos medicamentos aprovados pelo Ministério da Saúde, 6%
foram extraídos directamente de espécies vegetais, 24% foram produzidos a partir de produtos
derivados de vegetais e 9% foram desenvolvidos por meio de modelagem molecular de
estruturas químicas de compostos vegetais que serviram como protótipos. Metade dos 25
medicamentos de maior utilização no mundo foi originada de metabólicos secundários de
vegetais (Alves, 2005).

2.1. O processo inflamatório e a dor

A inflamação encontra-se no centro de muitas doenças comuns, incluindo artrite


reumatoide, osteoartrite, aterosclerose, diabetes mellitus, neurodegeneração, infecção, alergia
e câncer. Várias vias de sinalização formam uma rede pró-inflamatória e imunomoduladora,
que assim definem a interacção, os aspectos fisiológicos e fisiopatológicos da inflamação
(Medzhitov, 2008 como citado em Diorge J. Marmitt et al, 2015, pag 130).

Os processos inflamatórios são necessários para a vigilância imunológica, reparação e


regeneração após a lesão (Vodovotz et al., 2008 como citado em Diorge J. Marmitt et al,
2015). São controlados por mediadores químicos, cada um com seu papel específico, os quais
podem desencadear conduzir, controlar e extinguir a inflamação, actuando em estágios
definidos da reacção inflamatória (Teixeira et al., 2003 como citado em Diorge J. Marmitt et
al, 2015). Muitas destas moléculas são produzidas localmente e possuem participação
comprovada na inflamação dos tecidos, e são, portanto, alvos fundamentais para a intervenção
terapêutica em uma variedade de doenças (Medzhitov, 2008 como citado em Diorge J.
Marmitt et al, 2015).

Os estágios iniciais da inflamação envolvem mudanças locais no fluxo sanguíneo


(vasodilatação, aumentando a permeabilidade das vénulas, extravasamento de fluidos e
formação de edema) combinando a migração de várias células inflamatórias (neutrófilos,
eosinófilos, células detríticas, mastócitos e linfócitos) no local do tecido injuriado. As
alterações no fluxo sanguíneo são desencadeadas por diferentes mediadores que se originam
20

do plasma ou de células locais, e este processo pode ser amplificado ou modificado por
produtos liberados das células inflamatórias que migraram para o local da inflamação
(Henson, 2005). Os mediadores químicos agem juntos ou em sequência, amplificando a
resposta inflamatória inicial e influenciando sua evolução por regular as subsequentes
respostas vascular e celular (Tracey & Warren, 2004). Os principais mediadores envolvidos
nas alterações vasculares são histamina, factor activador de plaquetas (PAF), prostaglandinas
E (PGE2) e prostaciclinas (PGI2) ou ainda o sistema de cininas (como a bradicinina), factores
do complemento (C3a e C5a), factores do sistema de coagulação ou fibrolítico (derivados do
plasma), (Vane & Botting, 1998; Henson, 2005).

A bradicinina é um mediador inflamatório liberado imediatamente após a lesão tecidual,


esta exerce efeito sinérgico sobre as prostaglandinas (PGs) e 5-HT ou serotonina, por actuar
no neurónio simpático pós-ganglionar, causando liberação de ácido araquidônico, proveniente
da membrana fosfolipídea e sua conversão em PG’s (Markenson, 1996).

O mesmo autor relata que em relação a 5-HT sabe-se que ela é liberada logo apósalesão
tecidual, através de uma degranulação dos mastocitos e da consequente liberação de histamina
e do factor activador de plaquetas (PAF). Além disso, a 5-HT potencializa a dorinduzida por
outros mediadores, actuando em receptores 5-HT2. Outro mediador inflamatório muito
estudado é a histamina, que aparece para intermediar o efeito de outros mediadores. Quando
estimulados pela substância P, os mastocitos degranulam e liberam histamina, que produziria
a sensação de dor e ardência local (Markenson, 1996).

A interleucina-1 (IL-1) também promove a liberação de histamina, podendo potencializar


seu efeito estimulatório para liberação de PG’s e outros eicosanóides das células endoteliais
(Falus & Meretey, 1992). As PGs são uns dos principais mediadores da inflamação, edema,
dor e febre (Vane & Botting, 1998) e são originadas pela oxidação do ácido araquidônico e
pela acção das enzimas ciclooxigenase (COX-1 e COX-2) (Vane & Botting, 1998).

Vários mediadores produzidos ou liberados localmente no tecido danificado ou inflamado


podem activar as terminações nervosas sensoriais periféricas, podendo agir directamente (H+,
ATP, glutamato, serotonina, histamina, bradicinina) ou sensibilizando as terminaıes nervosas
(prostaglandinas, prostaciclina, citocinas como IL 1β, IL 2, IL 6, IL 8,TNFα) para a acção de
outros estímulos. Alguns mediadores que activam neurónios sensoriais fazem tanto pela
activação directa nos canais de cálcio (H+, ATP, glutamato) ou pela acção em receptores
acoplados a proteína G ou ainda activando proteínas quinases (AMPc, Ca2+, IP3) (Rittner et
al., 2005; Kellie & Vasko, 2005).
21

Finalmente, o papel dos neutrófilos, que são as primeiras células efectoras a aparecerem
em sítios de inflamação. Além disso, neutrófilos acumulados podem causar dor. Algumas
classes de leucotrienos, células bacterianas ou fragmentos destas, atraem e activam neutrófilos
que liberam eicosanôides que, por sua vez, desencadeiam o processo inflamatório
(Markenson, 1996).

O recrutamento de leucócitos no foco inflamatório é um fenómeno complexo que


depende da natureza do estímulo, dos mediadores quimiotácticos liberados e da expressão de
moléculas de adesão (Tedgui & Mallat, 2001; Luster et al.,2005). Dentre os factores
quimiotácticos podem-se citar os quimioatractantes para neutrófilos e eosinófilos que podem
ser derivados de fosfolipídeos de membrana como o leucotrieno (LTB4) e o PAF. Os factores
quimioatraentes também podem ser proteicos como o factor de necrose tumoral alfa (TNFα),
interleucina-1 e 8 (IL1, IL8), fragmento C5a do complemento e as quimiocinas que são
importantes agentes quimioatraentes para eosinófilos, sendo importantes alvos terapêuticos
em doenças alérgicas e respiratórias (Oliveira & Lukacs, 2003).

2.2. Descrição botânica de plantas medicinais

Segundo Rangel e Bragança (2009), vieram se desenvolvendo o conhecimento a respeito


das plantas e suas utilizações. Essa descoberta influencia significativamente na ciência de
novos fármacos e, consequentemente, na cura de várias doenças. As plantas medicinais foram
utilizadas com fins terapêuticos por muitos anos, e hoje servem como subsídio de interesse
farmacêutico (Leitão et al., 2014).

1) M.oleifera é uma planta pertencente à família das Moringaceae e conhecida


popularmente como “lírio branco”, “quiabo de quina” ou “moringa”. (Barreto et
al., 2009 & Gallão et al., 2006).

Todas as partes desta planta apresentam utilidade, segundo Barreto et al., (2009)
apresenta em sua constituição sementes que são ricas em proteínas (que apresentam alta
densidade e que podem ser usados para floculação de resíduos na água), lipídeos, ácidos
graxos saturados, especialmente o oleico sendo o palmítico e o behênico que são altamente
importantes para a nutrição humana e animal. Outro ponto interessante a ressaltar é que essa
planta apresenta um alto teor de sais minerais nas folhas, compostos fenólicos e compostos
carotenoides nas sementes e folhas (Barreto et al., 2009) tendo com isso sua aplicação em
variados ramos como a alimentação, medicina, indústria. Ela disseminou-se da Índia para
este, para o sul da China, sudeste asiático, e ilhas do Pacífico, mas também se disseminou
22

para oeste, para o Egipto, corno de África e finalmente para as Índias Ocidentais na América
(Almeida, 2018). Por sua vez apresenta diversas vantagens relacionadas à questão da
coagulação, uma vez que apresenta boa adaptação aos climas secos e também é extremamente
eficaz na questão de eliminação de suspensões sólidas que afectem a qualidade da água
(Barreto, 2009).

Compostos Químicos: β-caroteno, vitamina A, C e D, minerais, potássio, cálcio,


aminoácidos essenciais e flavonóides (Daniela et al., 2019).

2) R. communis pertence à família das euphorbiacea, cuja origem é dada ora sendo
asiática, ora africana e, até mesmo, como planta nativa da América. Esta planta
foi introduzida em quase todo o mundo, principalmente nas regiões tropicais e
subtropicais (Oliveira; Gimmenez, & Godoy, 2007; Friedman et al., 2010)

R. communis é um arbusto com altura por volta de 2,5 metros, mas pode alcançar 12
metros. Suas folhas são grandes, com coloração verde- avermelhada, podendo variar a
tonalidade, possui entre 15 e 30 cm de largura, formato de palma com 5 a 11 lóbulos serrados
(Oliveira, Gimmenez & Godoy, 2007; Friedman et al., 2010). Possui na mesma inflorescência
flores masculinas (amarelas), localizadas na porção inferior da inflorescência e flores
femininas (vermelhas), situadas na porção superior da inflorescência (Oliveira; Gimmenez, &
Godoy, 2007; Friedman et al., 2010). Os frutos são cápsulas espinhosas, cujo diâmetro varia
de 1,27 cm a 2,54 cm e a coloração se transforma de amarelo para azul-esverdeado e,
posteriormente, para marrom à medida que amadurece.

Cada cápsula possui 3 casas contendo sementes tóxicas que se assemelham a carrapatos
(Friedman et al., 2010). Estas sementes são lisas, pretas com manchas brancas (Oliveira,
Gimmenez, & Godoy, 2007). Há séculos seu óleo vem sendo utilizado por suas propriedades
lubrificante e laxante (Doan, 2004), além de diversos outros usos, como matéria-prima na
fabricação de detergentes, cosméticos, produtos farmacêuticos (Gowda et al., 2008),
revestimento de tecido, tintas, vernizes, ceras, giz de cera, pomadas (Friedman et al., 2010); e
produção de biodiesel (Visser et al., 2011), é o principal resíduo da cadeia produtiva da R.
communis, muito utilizada em todo o mundo como adubo orgânico (Zuchi et al., 2007).
Composição química: Ricina (glicoproteica), ricinina (alcaloide), glicoproteínas (Gouveia &
Simionato, 2018), salina e ácidos: ricinoleico e graxos (Shaalan et al., 2005)

3) A. occidentale, conhecida popularmente como cajueiro, pertence à família


Anacardiaceae e possui uma copa que pode atingir diferentes portes. Apresenta
23

folhagem simples de 8 à 14 cm de comprimento e pequenas flores perfumadas


(Lorenzi & Matos, 2008). É uma planta originária do Brasil e está amplamente
distribuída pelo Nordeste Brasileiro (Silva et al., 2007; Ferreira, 2016).

Os índios situados nessa região já faziam uso do cajueiro desde a era pré-colombiana, da
qual extraiam subprodutos como farinhas, preparadas com as amêndoas assadas e junto com a
polpa da fruta já dessecada (Lorenzi & Matos, 2008).

Compostos Químicos: É composto de taninos, ácido fenólico, flavonoides, saponinas,


terpeno, vitaminas C e E, e entre outros (Daniela et al., 2019).

4) Z. officinale, descrito em 1807 por William Roscoe, é especiaria muito utilizada


no mundo que pertence à família Zingiberaceae, cuja denominação latina é
Zingiber officinale e grega: Zinziberi (Vasala, 2004; Palatty, et al., 2013)

É uma planta herbácea de origem asiática que pode chegar a 1,50 m de altura. Possui
caule articulado, rizoma horizontal, comprido lateralmente, com ramificações situadas no
mesmo plano. É especiaria cujo rizoma é amplamente comercializado em função de seu
emprego alimentar e industrial, especialmente como matéria-prima para fabricação de
bebidas, perfumes e produtos de confeitaria como pães, bolos, biscoitos e geléias (Embrapa,
2011 & Elpo, 2004).

Várias propriedades do gengibre foram comprovadas em experimentos científicos,


citando-se as actividades: anti-inflamatória, antiemética e antináusea, antimutagênica,
antiúlcera, hipoglicêmica, antibacteriana, entre outras. Além de propriedades terapêuticas, o
gengibre é de uso corrente na culinária, como condimento (Camargo & Beal, 2006).

Para Silva et al. (2017), há a acção de substâncias químicas específicas do gengibre como
o 6-gingerol, impedindo a acção de compostos que são altamente inflamatórios. De modo
geral, o gengibre actua nas inflamações de garganta e em outras patologias que possuem o
mecanismo de inflamação envolvido.

Compostos Químicos: Óleo volátil, como o β-bisaboleno, zingibereno, gingiberol,


zingiberenol, ar-curcumeno, β-sesquifelandreno, β-sesquifelandrol, felandreno, canfeno,
geraniol, neral, linalol e o d-nerol, amido, proteínas, ácido palmítico, oleico, linoleico,
caprilico, cáprico, láurico, mirístico, pentadecanoico, heptadecanoico, esteárico, linolênico e
araquidico,ácido fosfatídico, lecitinas, gingerglicolipideos A, B, e C, ácidos orgânicos, sais
minerais, resina e ginger (Daniela et al., 2019).
24

5) S. siamea ou Cassia siamea L - é uma espécie arbórea exótica, de origem da


Tailândia, conhecida popularmente como cássia-do-sião, acácia, a qual se adaptou
bem às condições do semiárido nordestino, tendo muitas utilidades, com destaque
para a arborização urbana (Dutra et al., 2007). De acordo com Forestry (1994),
em regiões áridas, a planta atinge cerca de 5 m de altura, raramente excedendo 20
m e, com 50 cm de diâmetro à altura do peito. Além da sua utilização na
arborização, a mesma tem sido amplamente utilizada para o controle de erosão,
quebra-ventos, obtenção de etanol celulósico a partir de sua biomassa (Mund et
al., 2016).

Suas folhas, vagem e casca apresentam substâncias e nutrientes que são exploradas para
fins medicinais e alimentícios (Hassan et al., 2015).

A composição química da S. siamea é diversificada. Entre os compostos já conhecidos:


polióis, alcaloides, flavonóides, esteróides, estilbenos e triterpenos, sendo que antraquinonas e
cromenos nas formas livres e glicosiladas são relatados com maior frequência (Macedo et al.,
2016).

Figura 1 – Plantas usadas

Fonte: Autor, 2021


Tabela 1: Descrição botânica das plantas.
Zingiber Moringa Senna siamea Ricinus Anacardium
offcinale R oleífera L L communis L occidentale L
Divisão Magnoliophyta Magnoliophyta Magnoliophyta Magnoliophyta Magnoliophyta
Classe Liliopsida Magnoliopsida Magnoliopsida Magnoliopside Magnoliopsida
Ordem Zingiberales Capparidales Fabales Malpighiales Sapindales
Família ZingiberaceaeLi Moringaceae Fabaceae Euphorbiacea Anacardiácea
ndl
Género Zingiber Moringa Senna Ricinus Anarcardium
Espécie Z.officinale M. oleiferaLam. Senna siamea R. communis A. Occidentale
Fonte: Stevens, 2017; Silva Jackson A. 2020;
25

2.3. Flavonóides: Origem, ocorrência na natureza e função nas plantas.

Em 1930, o cientista húngaro Albert Szent - Gyorgyi isolou uma nova substância química
proveniente de laranjas. Inicialmente classificou-a de vitamina P, embora mais tarde tenha
verificado que de facto se tratava de um flavonóide, a Rutina. Esta descoberta garantiu – lhe
um prémio Nobel (Ghiasi et al., 2010; Lakhanpal & Rai, 2007; Nijveldt et al., 2001 como
citado em Afonso, D. F. & Flambó L. P, 2013).

Os flavonóides representam um dos grupos mais importantes e diversificados de origem


vegetal que se encontram geralmente em folhas, flores, raízes e frutos das plantas (Cowan,
1999 como citado em Afonso, D. F. & Flambó L. P, 2013). O mesmo composto pode ainda
apresentar diferentes concentrações dependendo do órgão vegetal em que se encontra. Estas
concentrações podem ser influenciadas por diversos factores naturais como radiação solar,
raios-UV, estações do ano e ainda outros factores como poluentes que podem alterar o
metabolismo da planta (Nijveldt et al., 2001como citado em Afonso, D. F. & Flambó L. P,
2013).

Nas Plantas, os flavonóides exercem diversas funções destacando-se a protecção da


radiação UV, a protecção contra microrganismos, acção antioxidante, inibição enzimática,
entre outras (Nijveldtet al., 2001 como citado em Afonso, D. F. & Flambó L. P, 2013).

2.4. Definição e estrutura Química

Os flavonóides são compostos polifenólicos e estão presentes em diversas plantas, sendo


encontrados, principalmente, em sementes, frutos, cascas, raízes, folhas e flores (Feldman,
2001). São metabólicos secundários biossintetizados a partir da fenil alanina e do ácido
acético, (Huber & Rodriguez-Amaya, 2008) sendo o ácido chiquímico o precursor da
fenilalanina (Karam et al., 2013).

Os flavonóides são definidos quimicamente como substâncias compostas por um núcleo,


o qual é constituído por três anéis fenólicos (Tapas et al., 2008 como citado em Afonso, D. F.
& Flambó L. P, 2013).

Flavonóides são constituintes químicos de biossíntese mista derivados das vias


chiquimato e acetatos presentes nos vegetais. Esses metabólitos secundários apresentam em
sua estrutura um ou mais anéis aromáticos com a presença de hidroxilas ou outros grupos
como, por exemplo, ésteres e éteres. Uma grande parte dos flavonoides possui sua estrutura
fundamental composta por 15 carbonos com a presença de dois grupamentos fenila associados
26

por uma cadeia de três carbonos como mostra a Figura 2 (Simões et al., 2007 como citado em
Cavalcante Jeremias A. Gomes., 2017).

Figura 2– Estrutura básica dos flavonóides


Fonte: Simões et al., 2007; Teixeira et al., 2013.
De acordo com Afonso D.F (como citado em Beecher, 2003; Sandhar et al., 2011),̋ o
primeiro anel benzeno (anel A) é condensado com o sexto carbono do terceiro anel (anel C),
que na posição 2 carrega um grupo fenil como substituinte (anel B)̏. Devido ao facto deste
terceiro anel apresentar-se na forma de um anel pirona é responsável pela formação da
maioria das diferentes classes destes compostos, recebendo a denominação de núcleo 4 – oxo
– flavonoide (Fig.2) (Sandhar et al., 2011, como citado em Afonso, D. F. & Flambó L. P,
2013).

Essas substâncias fenólicas podem ser agrupadas em classes específicas de flavonóides de


acordo com suas estruturas e grupamentos presentes nas suas substituições. Como, por
exemplo, as flavonas e os flavonóis, que podem apresentar como substituintes hidroxilas,
metoxilas, acilas, isoprenos dentre outros. Dessa forma, os flavonóides são classificados em
flavonas, flavonóis, antocianos, chalconas, auronas, di-hidro-flavonóis, flavanonas,
isoflavonóides, neoflavonóides dentre outras classes, como mostrado na fig. 3 (Simões et al.,
2007 como citado em Cavalcante Jeremias A. Gomes., 2017).

Figura 3– Principais classes de flavonóide


Fonte: www.scielo.br
27

Tabela 2 - Principais classes e características dos flavonóides


Subclasses Ligação Grupos
de do anel B funcionais Exemplos Presença nos
Flavonoides ao anel C no anel C alimentos
3-Hidroxi Quercetina, Mircetina, Vegetais, maioria dos
Flavonóis 2 4-Oxo Rutina e Kampferol frutos. A quercetina é a
principal representante
da classe.
Flavonas 2 4-Oxo Luteolina e Apigenina Especiarias, cereais,
frutos.
Flavanonas 2 4-Oxo Hesperidina e Frutos cítricos.
Naringenina
Flavanas 2 3-Hidroxi Catequina, Epicatequina, Chás, uvas, vinho tinto
Teaflavina e água de coco.
Isoflavonoid 3 4-Oxo Daidzeína e Genisteína Maioria dos legumes,
es principalmente soja.
Antocianina 3-Hidroxi Cianidina, Delfinidinae
s 2 Peonidina Frutos Vermelhos
Fonte: (Beecher, 2003); De Oliveira. (2011)

Flavonóis e flavonas têm uma dupla ligação entre C2 e C3 na estrutura de F e um átomo


de oxigénio na posição C4. Além disso, flavonóis também têm um grupo hidroxilo (OH) na
posição C3 (Erlund, 2004 como citado em Júnior, Mário M. Ussevane., 2014).

Dihidroflavonóis têm a mesma estrutura que os flavonóis sem a dupla ligação entre C2 e
C3. Flavanonas são representadas pela cadeia saturada de três C e um átomo de oxigénio na
posição C4 (Erlund, 2004 como citado em Júnior, Mário M. Ussevane., 2014).

Isoflavonas também têm uma estrutura difenilpropano em que o anel B está localizado na
posição C3. Elas têm estruturas análogas a estrogénios, tais como estradiol, com grupos OH
nas posições C7 e C4 (Erlund, 2004 como citado em Júnior, Mário M. Ussevane., 2014)

Antocianinas são baseadas na estrutura do sal flavilium e são pigmentos das plantas
solúveis em água. Elas são encontradas na forma de glicósidos em plantas e alimentos das
respectivasagliconas, chamadas antocianidinas. Os açúcares mais comuns encontrados são
glucose, ramnose, xilose, arabinose e fructose, os quais estão ligados principalmente na
posição C3 como glucosídeos e nas posições C3, C5como diglucosídeos. Foi também
observada uma glicosilação nas posições C7, C3, e C5 (Erlund, 2004 como citado em Júnior,
Mário M. Ussevane., 2014)
28

Flavan-3-ois ou flavanóis têm uma cadeia saturada de três C com um grupo OH na


posição C3. Nos alimentos eles estão presentes como monómeros ou como proantocianidinas,
que são flavanóis poliméricos (4 à 11 unidades) conhecidos também como taninos
condensados. Nos alimentos eles nunca estão glicosilados (Erlund, 2004; Shier et al. 2001 &
De la Rosa, 2010 como citado em Júnior, Mário M. Ussevane., 2014).

A confecção de alimentos pode por vezes resultar na perda destes compostos, em maior
ou menor grau, variando de acordo com o tipo de alimento e a preparação a que é sujeito. No
entanto, os flavonoides são compostos relativamente estáveis, pois podem resistir à oxidação,
temperaturas elevadas e variações de acidez (Havsteen, 2002) como citado em Afonso, D. F.
& Flambó L. P, 2013).

A extracção dessas substâncias é realizada por meio do uso de solventes com polaridade
crescente. Em primeiro momento são retirados os óleos, pigmentos e gorduras por solventes
apolares e em seguida inicia-se a extracção dos flavonóides. Podem ser utilizados solventes
tais como clorofórmio, diclorometano, acetona, metanol e água que variam em relação a
polaridade. A caracterização dos flavonóides pode ser feita por meio da realização de
cromatografias, espectrofotometria e espectroscopia (Simões et al., 2007 como citado em
Cavalcante Jeremias A. Gomes., 2017).

Essas substâncias apresentam várias funções importantes para o vegetal, tais como
atracção de polinizadores, protecção contra microrganismos, antioxidantes, pigmentação das
flores, dentre várias outras funções (Rodrigues da Silva, 2015 como citado em Cavalcante
Jeremias A. Gomes., 2017). Devido à grande variedade de flavonóides existentes bem como
suas importantes acções farmacológicas já descobertas tais como acção antitumoral, anti-
inflamatória, antiviral, antioxidante dentre outras, esses compostos têm-se destacado como um
forte alvo para estudos farmacológicos (Simões et al., 2007 como citado em Cavalcante
Jeremias A. Gomes., 2017).

A quercetina é um flavonóide que pode ser sintetizado em laboratório e que apresenta


uma boa actividade antioxidante sendo bastante utilizada para a produção de medicamentos.
Essa substância actua promovendo a captura dos radicais livres e formando complexos com
iões metálicos, nos processos oxidativos (Bianchi & Antunes, 1999; Kahraman, 2003; Duarte-
Almeida et al.,2006 como citado em Cavalcante Jeremias A. Gomes., 2017).
29

Figura 4 – Quercentina
Fonte:www.scielo.br

Além disso, a quercetina em associação a outro flavonóide conhecido como


kaempferol apresenta uma boa acção anti-inflamatória. Esses compostos atuam modificando o
processo inflamatório promovendo uma alteração na acção do sistema imunológico como, por
exemplo, interferindo na produção de interleucinas e factor de necrose tumoral alfa, que são
mediadores importantes no desenvolvimento da inflamação (Queiroz & Trendafolova, 2014
como citado em Cavalcante Jeremias A. Gomes., 2017).

Figura 5–kaempferol
Fonte: www.apexbt.com

Outra aplicação terapêutica dos flavonóides é na prevenção do processo cancerígeno,


pois como essas substâncias possuem o poder de capturar radicais livres, as mutações
genéticas nos genes envolvidos no processo de morte e crescimento da célula provocados
pelas espécies reactivas acontecem em menor intensidade e assim o processo de
carcinogéneas química é reduzido (López -Lázaro, 2002 como citado em Cavalcante Jeremias
A. Gomes., 2017).

As flavonas e as catequinas demonstraram serem os flavonóides mais poderosos na


protecção do corpo contra espécies de radicais livres que são produzidos durante o
metabolismo normal do oxigénio (Tapas et al., 2008 como citado em Afonso, D. F. & Flambó
L. P, 2013).

Em diversos estudos realizados, os flavonóides revelaram possuir capacidade de inibir


enzimas importantes como a NADH oxidase na respiração mitocondrial (Nijveldt et al.,
2001como citado em Afonso, D. F. & Flambó L. P, 2013).

2.5. Não – flavonóides


Os não-flavonóides são classificados de acordo com o número de carbonos que eles
apresentam e compreendem os seguintes subgrupos: fenóis simples, ácidos benzóicos, taninos
hidrolisáveis, acetofenonas e ácidos fenilacéticos, ácidos cinâmicos, benzofenonas,
30

cumarinas, xantonas, estilbenos, chalconas e lignanos (Cheynier, 2013 & De la Rosa et al,
2010 como citado em Júnior, Mário M. Ussevane., 2014).

2.6. Actividade anti - inflamatória e imunomoduladora

O processo inflamatório é complexo, possui diversos mecanismos de resposta podendo os


mesmos agir isoladamente ou em conjunto. A capacidade anti-inflamatória de um composto
está associada à capacidade de bloquear ou minimizar um ou mais mecanismos de resposta
inflamatória. (Rahmani et al., 2014)

O sistema imune integra um grupo de células complexas reguladas intrinsecamente e cuja


função é essencial para a saúde. As células do sistema imune podem interagir entre si ou
responder a estímulos intracelulares tais como hormonas, citoquinas e autacóides. Por outro
lado, a actividade do sistema imune pode ainda ser modificada através de agentes
farmacológicos, factores ambientais e químicos naturais provenientes da alimentação como,
por exemplo, flavonóides e vitaminas (García et al., 2009; Middletonet al., 2000) como citado
em Afonso, D. F. & Flambó L. p, 2013).

O efeito dos flavonóides em linfócitos B e T, macrófagos, células natural killer (NK),


basófilos, neutrófilos, eosinófilos e monócitos tem sido muito investigado nos últimos anos
(Cerqueira et al., 2003; Chirumbolo et al.,2010; Middletonet al., 2000) como citado em
Afonso, D. F. & Flambó L. p, 2013).

Segundo Havsteen (2002), têm sido realizadas diversas pesquisas que dizem respeito à
actividade dos flavonóides na activação de linfócitos T (CD8) e células NK citotóxicas. No
entanto, não se conhece nenhum mecanismo de acção simples que possa explicar este
fenómeno, embora se pense ser devido a uma inibição da ciclooxigenase (COX), uma vez que
as prostaglandinas (PGs) são capazes de eliminar os linfócitos T. Como citado em Afonso, D.
F. & Flambó L. p, 2013).

O mecanismo de inibição exercido por alguns flavonóides em enzimas como a


ciclooxigenase e lipoxigenase tem revelado algum interesse. A quercetina e apigenina
possuem actividade anti-inflamatória pela inibição das enzimas COX –2 e óxido nítrico
sintetase (Havsteen, 2002 citado em Afonso, D. F. & Flambó L. P, 2013). A quercetina e a
luteolina demonstraram também actividade na activação do sistema complemento,
diminuindo assim a chamada das células inflamatórias ao endotélio e por consequência,
reduzindo a resposta inflamatória (Sandhar et al., 2011 como citado em Afonso, D. F. &
Flambó L. p, 2013).
31

Middleton e colaboradores (2000) como citado em Afonso, D. F. & Flambó L. P, (2013)


relataram que a fisetina e a quercetina constituem potentes inibidores da modificação de
macrófagos de lipoproteínas de baixa densidade (LDL). Embora os flavonóides modulem
macrófagos estimulantes da oxidação de LDL, possivelmente isto ocorre através da inibição
de hidroperóxidos lipídicos (Middleton et al.,2000 como citado em Afonso, D. F. & Flambó
L. P, 2013). Este mecanismo de oxidação ainda não é totalmente conhecido, mas sabe-se que
os flavonóides podem reduzir a formação e libertação de radicais livres nos macrófagos ou
proteger o α – tocoferol de LDL (García et al., 2009; Middleton et al., 2000) como citado em
(Afonso, D. F. & Flambó L. P, 2013).

A quercetina também revelou ter um efeito imunossupressor sobre o funcionamento das


células dendríticas. Por sua vez, a baicaleína isolada de raízes de Scutellaria baicalensis
demonstrou actividade anti-inflamatória ao mesmo tempo em que, inibe os factores
activadores do plasminogénio afectando a fibrinólise (Chirumbolo et al.,2010) como citado
em (Afonso, D. F. & Flambó L. P, 2013).

Tabela 3– Plantas em estudo actividade anti-inflamatória


Planta Argumentação Autor e Ano
Chá de cascas e folhas é utilizado para tratar diabetes
mellitus, infecções de pele, inflamações, entre outros usos. (Taylor,2005).
As cascas e folhas do cajueiro são bastante utilizadas com
fins terapêuticos para alívio de dores dentais, como anti- (Silva et al.,
inflamatório, no tratamento de artrite, cólicas intestinais, 2007).
contra asma, e até como um medicamento afrodisíaco.
Actividade inibitória média de 88% contra um tumor sólido Mothé et al.
de sarcoma 180 implantado em camundongos. (2008).
Inibição tumoral significativa in vivo, com cerca de 36,9 a Barros et al.
43% de redução na massa tumoral, sem toxicidade para os (2020)
A. occidentale órgãos.
Acção Anti-inflamatória. (Santos et al.,
2009)
Efeitos terapêuticos, tais como: aliviar dor de dente, anti- (Mota, 2004;
inflamatório para gengiva e garganta, bronquites, artrites, Morais et al.,
cólicas intestinais, icterícia, contra diabetes, asma e até 2005; Agra et al.,
mesmo usado como afrodisíaco. 2007).
Na literatura encontram-se actividades farmacológicas (Olajide et al.,
comprovadas, como sendo o A. occidentale uma planta 2004; Falcão et
anti-inflamatória. al., 2005).
Acção anti-inflamatória, cicatrizante. (Silva & Andrade
2005); Almeida et
al. (2006).
Tratamento de doenças pulmonares, anti-inflamatórias, e
estomacais com tem-se tornado cada vez uma opção (Kumar, 2018).
fitoterápica principalmente as raízes que são compostas de
32

taninos e alcaloides.

Redução da inflamação e estresse oxidativo. Rani et al. (2011).


Considerado pela FDA (Food and Drugs Administration),
como um alimento geralmente seguro, apresenta seus Stanisiere et al.
benefícios contra náusea e vomito na gravidez precoce. (2018).
Z. officinale O Z. officinale possui componentes que possuem Rahmani et al.
capacidade de bloquear diversos mecanismos de resposta (2014).
inflamatória.
Suas propriedades terapêuticas são resultado da acção de Zarate et al.
várias substâncias, como gingerol, canfeno, felandreno, (1992); Beal,
zingibereno e zingerona. (2006).
Possui ação anti-inflamatória, antitumoral, antioxidante, Nagendra Chariet
bactericida e antiviral. al, (2013).
Utilizado como condimento e matéria-prima para Beal, (2006);
fabricação de bebidas, perfumes e produtos de confeitaria (Francisco &
como pães, bolos, biscoitos e geleias, do preparo de Francisco, 2007).
bebidas, como o ginger ale, gingerbeer, quentão e chás.
As suas folhas, flores, frutos, sementes e raízes vêm sendo
estudadas, mostrando grande potencial de cicatrização de (Bezerra et al.,
ferimentos. As raízes são usadas para tratamento de gota, 2004); Kuete,
asma, reumatismo, inflamações internas, o hormônio da (2017).
tireoide, reduz os níveis sanguíneos de radicais livres.
Várias partes desta planta, como as folhas, raízes,
sementes, casca, frutas, flores e vagens imaturas agem
como estimulantes cardíacos e circulatórios, possuem (Kuete, 2017;
M. oleífera propriedades antitumoral, antipirético, antiepiléptico, anti- Fahey et al., 2009
inflamatório, antiulceroso, antiespasmódico, actividades & Lima, 2010).
diuréticas, anti-hipertensiva, antioxidante, antidiabética,
hepatoprotetor, antibacteriana e antifúngica, usadas mais de
300 tipos de doenças.
Entre suas acções encontram- se um potencial anti-
inflamatório. Os efeitos actuam no sistema nervoso,
exercendo actividades anticonvulsivas e ajudam no Ribeiro, (2015).
tratamento de pessoas com diabetes, embora os estudos
ainda não sejam concretos.
R. communis Acção anti-inflamatória. (Vieira et al.,
2001).
O óleo pode ser utilizado no processo industrial de
medicamentos, cosméticos (perfume e sabonete), produção
de plástico, tintas, lubrificante para motores de alta rotação,
vidro à prova de balas e próteses ósseas, além disso, é
indispensável para anti-congelamento de combustíveis de (Souza et al.,
aviões, aeronaves e foguetes espaciais. 2009).
S. siamea Administrado em pacientes com febre tifoide. (Kwada e Tella,
2009)
(Kamagaté et al.,
Bioactividade como antioxidante, antibacteriano e 2014;
33

antidiabético. Poovendran,
Ramanathan &
Prabhu, 2014).
Acção anti-inflamatória. (Cuellar et al,
2001).
Acção anti-inflamatória no extracto de casca do tronco. (Abatan, 1998,
Nsonde Ntandou
et al., 2010)
Fonte: Farias, B. Kercya da Silva, et al., 2018; Sousa, Luiz F. B. & Adriana de Melo., 2019;
Medeiros, R. de Oliveira N. Bettencourt., 2017; Silva e Almeida., 2013

2.7. Outras actividades biológicas

Os flavonóides são muito estudados devido às suas inúmeras propriedades biológicas e


medicinais, como por exemplo: actividade antioxidante, actividade vascular, actividade
citotóxica e antitumoral (Nijveldt et al., 2001como citado em Afonso, D. F. & Flambó L. P,
2013).
34

CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA

Para a realização desta pesquisa inicialmente fez-se o levantamento etnofarmacológico


das plantas usadas para o tratamento de problemas inflamatório no distrito de Rapale.
Colocando-se as seguintes perguntas: Nome popular, a parte usada, formas de preparação
do remédio, dosagem e vias de administração, duração do tratamento, efeitos colaterais,
indicação terapêutica. Para esta actividade usou-se uma amostra 15 moradores escolhidas
aleatoriamente, dos quais 9 foram homens. E a idade dos entrevistados corresponde18 á 40
anos.

3.1. Métodos de pesquisa

Realizou-se uma consulta de várias obras bibliográficas, seguido de um procedimento


instrumental, tendo em vista a verificação da presença de flavonóides em M. oleífera, A.
occidentale, Z. offcinale, R. communise S. siamea, Laboratório de Química e Biologia da
Faculdade de Ciências Naturais, Matemática e Estatística da Universidade Rovuma-Nampula
e por último usou-se método estatístico para leitura, análise e interpretação dos dados
apresentados, que permitiu aferir estatisticamente o nível de aceitabilidade dos resultados.

3.2. Tipo de pesquisa

3.2.1. Quanto a abordagem

Foi uma pesquisa qualitativa, em que fez-se uma abordagem relacionada a qualidade ou
verificação do metabólico secundário (flavonóides) em extracto de M. oleífera, A.
occidentale, Z. offcinale, R. communise S. siamea, usadas para o tratamento de problemas
inflamatório no distrito de Rapale província de Nampula

3.2.2. Quanto aos procedimentos

A pesquisa foi experimental, as actividades foram realizadas em um laboratório de


Química e Biologia da Faculdade de Ciências Naturais, Matemática e Estatística da
Universidade Rovuma-Nampula. Na recolha de informações baseou-se em pesquisa
bibliográfica, onde houve levantamento de várias referências bibliográficas como: livros,
revistas científicas, artigos científicos, páginas da web sites, que desenvolveram conteúdos
relacionados com o tema em estudo.
35

3.2.3. Quanto aos objectivos

Além de verificar a presença de flavonóides em M. oleífera, A. occidentale, Z. offcinale,


R. communis e S. siamea, definiu-se e descreveu-se as características de cada composto que
compõe o extracto vegetal.

3.3. Técnica de recolha de dados

3.3.1. Entrevista

Nessa fase, por meio de uma entrevista o pesquisador interagiu com a população de
Rapale na província de Nampula, colheu informações em forma de perguntas simples aos
utentes dessas plantas para fins terapêuticas. Com o resultado da entrevista o pesquisador teve
a noção e uma orientação sobre aplicabilidade do extracto vegetal das plantas medicinais
destacadas.

3.3.2. Observação

Essa técnica ajudou no uso dos sentidos para a apreensão de determinados aspectos da
realidade, consistiu em ver, ouvir e examinar os factos referentes ao conhecimento e uso de
M. oleífera, A. occidentale, Z. offcinale, R. communise S. siamea pela população apresentam
actividades terapêuticas.

3.4. Preparação da droga vegetal de plantas medicinais

Colectou-se as folhas de R. communis e, cascas do caule de M. oleífera, A. occidentale, S.


seamea e raiz de Z. Offcinale) em uma quantidade média com as mãos, posteriormente a
matéria vegetal foi seca por 7 dias à temperatura ambiente. Depois triturou-se a matéria
vegetal produzindo a droga vegetal (vide apêndices 1, 2, 3, 4 e 5 ), em seguida está foi levada
para um estudo no laboratório de Química e Biologia da Faculdade de Ciências Naturais
Matemática e Estatística da UniRovuma no Campos Universitário de Napipine Nampula.

3.5. Preparação do extracto de plantas medicinais

A extracção foi feita por maceração em mistura hidroetanólica (70% EtOH), na proporção
de 1g da droga vegetal seca para 10 mL do solvente extractor, Pesou-se 50g de droga vegetal
de cada planta num vidro de relógio com ajuda da balança analítica, Introduziu-se a droga
vegetal já pesada num balão do fundo chato de 2000mL, Mediu-se 500mL do etanol numa
proveta depois introduziu-se num balão do fundo chato de 2000mL contendo a droga, obteve
uma solução hidroetanólica sob agitação da mistura, envolveu-se papel de alumínio ao
recipiente de modo a evitar a exposição da luz e deixou-se a mistura durante 7 dias para
36

separar, ou seja, extrair as substâncias químicas. Filtrou-se a mistura de cada 5 plantas por
meio de algodão e papel de filtro, após a filtração mediu-se 1mL do fluido, introduziu-se num
cadinho de porcelana, previamente tarado numa balança analítica, secou-se numa estufa por
2:30 min à 70℃, deixado a esfriar e pesado com a finalidade de quantificar o princípio activo
no extracto seco de cada planta e calculou-se o rendimento de cada planta usando a seguinte
formula:

𝐦𝐚𝐬𝐬𝐚 𝐝𝐨 𝐞𝐱𝐭𝐫𝐚𝐜𝐭𝐨 𝐬𝐞𝐜𝐨


% 𝐑𝐞𝐬𝐢𝐝𝐮𝐨 𝐒𝐞𝐜𝐨 = 𝐗𝟏𝟎𝟎
𝐦𝐚𝐬𝐬𝐚 𝐝𝐨 𝐞𝐱𝐭𝐫𝐚𝐜𝐭𝐨 𝐟𝐥𝐮𝐢𝐝𝐨
Por ultimar, foi secado o restante extracto fluido na estufa por 48há 70℃.

3.6. Secagem do extracto

Os extractos foram secos em estufa com circulação ar à 70oC. Os extractos secos obtidos
foram conservados em recipientes de polietileno opacos com tampas, devidamente
identificados e selados, protegido da luz e da humidade, à temperatura ambiente, para
minimizar possíveis mudanças no material, como aglomeração causada pela absorção de água
e oxidação.

3.7. Análise química qualitativa de flavonóides

Adicionou-se 2mL de água destilada num tubo de ensaio contendo 1ml de extracto
etanólico em seguida adicionou-se pela parede do tubo de ensaio duas gota de cloreto férrico a
2%, o mesmo processo para cada planta. Nesta reacção, verificou-se a presença de cor que
varia entre verde, amarelo, amarelo-castanho e violeta, indicando a presença de flavonóides
baseando-se no método de Barbosa (2004).

3.8. Análise fitoquímica quantitativa de flavonóides

a) . Solução padrão

Preparou-se a solução estoque de padrão rutina (400 μg/mL) em metanol, que foi diluída
em etanol (70%) para 50, 75, 100, 125, 150, 175 e 200 μg/mL. Usou-se como reagente a
solução metabólica de Cloreto de Alumínio Hexahidratado (2%). Procedeu-se com a medição
de volume de todas as amostras com a solução de etanol (70%). O branco foi composto pela
solução de Cloreto de Alumínio e Etanol. As leituras foram realizadas no espectrofotómetro
UV/VIS á 415 nm após 20 min da reacção. Todas as análises foram realizadas em triplicata e
a curva padrão foi estabelecida com a média de dados de três gráficos nas concentrações
estabelecidas.
37

b) . Solução extractiva

Preparou-se a solução do extracto (8 mg/mL) em Etanol (70%), que foi diluída 1 mL da


solução do extracto em 10 mL de etanol por 4 vezes. Em seguida usou-se a solução de cloreto
de ferro III como reagente. O branco foi etanol 70%. Após 20 min da reacção as leituras
realizaram-se no espectrofotómetro UV/VIS á 415 nm. Todas as análises foram realizadas em
triplicata.
38

CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Estudo etnofarmacológicos de plantas usadas para o tratamento de problemas


inflamatórios

Os moradores entrevistados no distrito de Rapale, relataram o uso das seguintes plantas


medicinais para o tratamento de prolemas inflamatórios: Zingiber offcinale R, Moringa
oleífera L,Senna siamea L, Ricinus communis L e Anacardium occidentale L.

A espécie mas usada é Ricinus communis L, visto que apresentou maior percentagem dos
utentes (30%) e a espécie menos usada é Senna siamea L (10%), vide o Gráfico 1.

Gráfico 1: Uso das plantas medicinais em Rapale

Plantas com maior uso

Anacardium occidentale L
15% Zingiber offcinale R
25%
10%
Ricinus communis L
30% 20% Senna Siamea L
Moringa oleífera L

Fonte: Autor, (2021)

O estudo etnofarmacológico de uma região pode apontar aspectos de sua história, dos
costumes trazidos por outros povos, da miscigenação das raças. Isso se vê quando são
encontradas espécies nativas e exóticas numa mesma comunidade (Giraldi & Hanazaki,
2010).

A massagem é a via de administração mais destacada nessas espécies com 14


entrevistados e a via oral menos destacada com 5 entrevista dos tal como ilustra Tabela 4.

A compressa é a forma de preparação do remédio com mas destaque pela população de


Rapale, seguida de infusão com menos destaque, vide Tabela 4.

De acordo com a população do distrito de Rapale muitas das vezes recorrem a casca do
tronco e as vezes folhas das plantas medicinais para o tratamento de problemas inflamatório,
vide Tabela 4.
39

Tabela 4 – Resultados de estudo etnofarmacológico colectados em Rapale província de Nampula.


Formas de
Nome popular Nome científico Actividade Parte preparação Vias de Duração de Efeitos Indicação Fonte
farmacológica Usada do remédio administr Tratament colaterais terapêutica
ação o
Moringa Moringa oleífera Casca Depende da Não Reumatismo, E1
(Munhenquere) L Anti-inflamatória. do Decocção Massagem gravidade relatados inflamações interna.
tronco
Gengibre Zingiber offcinale Anti-inflamatória. Raiz Decocção Oral ou 7 dias Não Inflamação, cólicas, E2
R Massagem relatados dores de garganta.
Senna siamea L Casca Massagem Não Inflamação externa. E3
Acácia(Namporea) Anti-inflamatória do Infusão Depende da relatados
tronco gravidade
Ricinus communis Decocção Oral 1dias Não Dores de Barriga. E4
Rícino(Mkura) L Anti-inflamatória Folhas relatado Inflamação
Anacardium Casca Infusão Massagem Depende da Não Combate a infecção, E5
Cajueiro(Mukachu) occidentale L Anti-inflamatória do gravidade relatados inflamação e
tronco diarreia.
Zingiber offcinale Anti-inflamatória Raiz Decocção Oral ou 7 Dias Não Enjoos em geral, E6
Gengibre R Massagem relatados gripe e inflamação.
Senna siamea L Anti-inflamatória Casca Compressa Massagem Depende da Não Inflamação e febres E7
Acácia (Namporea) do e Dococção gravidade relatados (bafo).
tronco
Rícino (Mkura) Ricinus communis Folhas Compressa Massagem 2 Dias Não E8
L Anti-inflamatória relatado Caspas e inflamação
Cajueiro (Mukachu) Anacardium Casca Compressa Massagem Não Tratamento da E9
occidentale L Anti-inflamatória do Depende da relatados inflamação, tosse,
tronco gravidade diabetes.
Rícino (Mkura) Ricinus communis Folhas Compressa Massagem 7 dias Alergia Inflamação e E10
L Anti-inflamatória e Docaccao. e Limpeza da barriga
Oral. de bebes recém
40

nacidos(oleo).
Moringa Moringa oleífera Casca Compressa Massagem Depende da Não Asma, inflamações E11
(Munhenquere) L Anti-inflamatória do gravidade relatados internas/externa.
tronco
Rícino (Mkura) Ricinus communis Folhas Infusão Massagem 3 dias Alergia Inflamações externa. E12
L Anti-inflamatória
Gengibre Zingiber offcinale Anti-inflamatória Raiz Decocção Oral ou 7 dias Não Asma, resfriados e E13
R Massagem relatados reumatismo.
Cajueiro (Mukachu) Anacardium Casca Infusão Massagem Depende da Não Inflamação, micoses, E14
occidentale L Anti-inflamatória do gravidade relatados diarreia, gastrite e
tronco hemorroida.
Rícino (Mkura) Ricinus communis Anti-inflamatória Folhas Compressa Massagem 5 dias Alergia Inflamações externa. E15
L
Fonte: Autor (2021)

Lengenda: E-entrevistado
41

Dos 15 moradores entrevistados, 9 entrevistados eram do sexo masculino, totalizando


60% e 6 do sexo feminino, totalizando 40%. O estado civil predominou uma maioria de 12
entrevistados (80%) solteiros e os casados (20%) que correspondia apenas 3 entrevistados
(Vide Gráficos 2 e 3).
Gráfico 2: Percentagem do estado civil dos entrevistados.
Estado civil

20%

Solteiros
80% Casados

Fonte: Autor 2021.

Gráfico 3: Percentagem do sexo dos entrevistados.

Sexo

Masculino Feminino

40%
60%

Fonte: Autor 2021


42

4.2. Análise química


4.2.1. Rendimento de extracção

Para a obtenção do rendimento de extracção efectuou-se extracções de droga vegetal


de casca do tronco, raiz, folha das seguintes plantas: (Moringa oleífera L, Anacardium
occidentale L, Zingiber offcinale R, Ricinus communis L e Senna siamea L), pelo método de
maceração, usando etanol a 70% com o solvente em cada planta. O processo de extracção
durou 7 dias, sendo o tempo ideal para retirar o metabólito de interesse na droga vegetal. Tal
como Silval et al. (2013), elaborou extractos de folhas de pereira (Aspidosperma pyrifolium) à
frio com os solventes hexano e etanol por 7 dias e obtiveram percentual do extracto etanólico
de 31%. Assemelhando-se ao presente trabalho de pesquisa.

Tabela 5 – Resultado do cálculo de Rendimento de cada extracto etanólico macerado


Medias Zingiber Moringa Senna Ricinus Anacardium
offcinale oleífera siamea communis occidentale
M.f 1,257g 1,422g 0,985g 0,636g 1,142g
M.e.s 0,049g 0,036g 0,018g 0,016g 0,057g
R% 3,912 2,573 1,818 2,579 4,992
Fonte autor: 2021

Legenda: M.f – massa de fluido; M.e.s – massa de extracto seco; R% – rendimento percentual.

Nos extracto preparado a partir das cascas, raízes e folhas em plantas medicinais
(Zingiber offcinale R, Moringa oleífera L, Senna siamea L, Ricinus communis L e
Anacardium occidentale L) verificaram-se os seguintes rendimentos percentuais de (3,911%;
2,572%; 1,818%, 2,579% e 4,992%) em cada extracto etanólico obtidos por maceração, vide
Tabela 5.

Willcox e Bodeker (2004), sustentam que a mistura hidroetanólica resulta da associação


de etanol e água. A combinação destes constituintes contribui uma acção sinérgica
coordenada para um objectivo comum podendo ter um valor superior ao valor de conjunto
desses agentes se actuassem individualmente. Por isso, os extractos hidroetanólico
apresentaram maior percentagem de rendimento comparativamente aos aquosos. Justificando
assim o presente estudo.

A diferença entre os valores de rendimento encontrados nesta pesquisa deveu-se a parte


usada em cada planta e às condições em que o processo de extracção é realizado. Todavia, a
temperatura, a escolha do solvente, o tempo e o material submetido à extracção são variáveis
importantes.
43

O extracto da casca de cajueiro obteve maior selectividade com etanol, apresentando


maior rendimento que outros extractos. O estudo com resultados semelhantes realizado por
(Sousa et al., 2007), por maceração com etanol à temperatura ambiente de folhas de quatro
plantas medicinais amêndoa-brava (Terminalia brasiliensis), cachaporra-do-gentio
(Terminalia fagifolia), caneleiro (Cenostigma macrophyllum) e pau-terra (Quale a
grandiflora) obtiveram teores de extractos de 5; 8; 22; 13,7 e 9,8%, respectivamente.

Entretanto, o rendimento da extracção dos extractos nessa pesquisa foi maior em cascas
de A. Occidentale, na raiz de Z. Offcinale em comparação com as folhas de R. communis e
cascas de S. siamea. Estes resultados estão de acordo com os relatados encontrados num
estudo realizado por (Hassan et al, 2007) em que os extractos das raízes de diferentes
solventes apresentaram maior percentagem de rendimento em relação aos das folhas.

4.2.2. Análise fitoquímica qualitativa de flavonóides

Os resultados de análises fitoquimica qualitativas, verificação de flavonóides nos


extractos de Z. Offcinale, M.oleífera, S. siamea, R. communis e A.occidentale estão ilustrados
na Tabela 6.

Tabela 6 – Resultados da análise qualitativa de flavonóides.

Planta Resultados
Zingiber offcinale +
Moringa oleífera +
Senna siamea +
Ricinus communis +
Anacardium occidentale +++
Fonte: Autor (2021)

Legenda:+ baixa concentração;++concentração moderada;+++alta concentração; - ausência.

Verificaram-se os resultados positivos das análises qualitativas, realizadas em


extractos de plantas medicinais acima descritas, verificou-se que toda planta em estudo
possuem flavonóides (vide a Tabela 6), em alguns casos com concentrações iguais, e em
particular em A. occidentale possui maior concentração que outras plantas (vide a Tabela 7).
44

Figura 6: Resultados da verificação de flavonóides.

A. occidentale R. communis S. siamea M. oleífera Z. offcinale

No entanto, os resultados demostrados (ver Tabela 6), com baixa coloração ou baixa
concentração nesta pesquisa, devido à baixa quantidade dos metabólitos secundários em
particular flavonóides nos extractos das plantas. Estudo semelhante realizado pelo (Brumet
al.,2011), extracto bruto etanólico da casca de A. Occidentale, relata por queda baixa
quantidade de metabólitos secundários.

Segundo Mouco et al. (2003), reacção positiva a coloração varia entre verde, amarelo-
castanho e violeta indica a presença de flavonóides, justificando assim os resultados
encontrados nessa pesquisa.

Estudos fitoquímicos realizados em diferentes partes do A. occidentale demonstram a


presença de diversos metabólitos secundários como taninos, flavonóides, alcaloides, terpenos,
saponinas, dentre outros (Santos, 2011).

Os flavonóides estão presentes em relativa abundância entre os metabólitos secundários


de plantas e são responsáveis por inúmeras funções. Podem-se mencionar a protecção contra
raios ultravioleta, contra insectos, fungos, vírus e bactérias, e a capacidade de proporcionarem
a atracção de animais polinizadores (Simões et al.,2007 como citado em Cavalcante Jeremias
A. Gomes., 2017).

4.2.3. Análise fitoquímica quantitativa de flavonóides

A quantificação de flavonóides nas cinco plantas medicinais mencionadas foi através do


padrão Rutina e a equação da curva de calibração de 𝑦 = 0,0129𝑋 + 0,1781, conforme
ilustra aTabela 7.

Para Viegas (2002), a capacidade da mistura hidroetanólica de extrair maiores


quantidades de extractos pode ser devido a bipolaridade e a sua fraca densidade, estas
propriedades facilitam o solvente a entrar nos capilares da matéria-prima que dissolvido.
45

Tabela 7: Resultados das análises fitoquímicas quantitativas de flavonóides.


Amostras /Absorvȃncias (415nm)
Z. offcinale R. communis S. siamea M.oleífera A.occidentale
1ª Réplica 0,844 0,848 0,856 0,925 0,980
2ªRéplica 0,841 0,846 0,859 0,922 0,981
3ªRéplica 0,840 0,843 0,853 0,926 0,983
Média 0,842 0,846 0,856 0,924 0,981
Dpa 0,002 0,003 0,003 0,002 0,002
CV (%) 0,247 0,298 0,350 0,225 0,156
Concentração
(µg/mL) 51,387 51,775 52,550 57,821 62,240

Fonte: Autor (2021)

Legenda: CV (%) – Coeficiente de variação percentual; Dpa–Desvio padrão amostral.

Os experimentos foram efectuados em triplo para cada planta como ilustra na Tabela 7 de
resultados das análises fitoquímicas quantitativas de flavonóides acima estabelecida, por sua
vez obteve-se os resultados positivo, em que estão apresentados em médias. Usou-se os
mesmos resultados para calcular o desvio padrão e coeficiente de variação das absorvȃncias,
para indicar-se qual seria em média, o erro ou desvio cometido ao tentar substituir cada
observação pela medida resumo do conjunto dos dados das médias.

A probabilidade de significância por sua vez determinou-se através dos valores de desvio
padrão para cada planta, como forma de estabelecer uma previsão relativa às quantidades de
(concentração/teor) de flavonóides esperado, se seriam quantidades significativas ou não.

4.3. Análise Estatística

Usou-se o teste estatístico anova: factor único, para a comparação e obtenção de aceitação
dos dados e interpretação de probabilidade estatística, ou seja, valor-p.

Tabela 8: Teste de probabilidade de significância

Teste de Significância
Z. offcinale R. R. S. S. siamea M. oleífera M. oleífera A. occidentale
communis communis siamea
P 0,101191507 0,010255 0,000005401 0,000002794
Legenda: P – Probabilidade estatística.
46

Quanto ao teste de significância feito há um nível de confiança 95%, em todas as


plantas em estudo, com base nas concentrações (vide a Tabela 7) de Z.officinale e
R.communis, não apresenta uma diferença significativa, as médias dos tratamento iguais são,
pois a sua probabilidade estatística é maior (P=0,101191507), aceitando-se a hipótese nula.
Este resultado está de acordo com (Dancey & Reidy, 2006),consideram resultados não
significantes quando o valor de probabilidade de significância (valor-p) observado é maior
que o nível de significância (P> 0,05), definido para o estudo geralmente fixado em 0,05 ou
menos. Dizer que a probabilidade estatística, ou seja, o valor - p do efeito for maior que o
nível de significância, pode-se concluir que a amostra reflecte características semelhantes em
todas variáveis, podendo aceitar a igualdade dos resultados.

Com base nas concentrações (ver na Tabela 7) de R.communis e S. siamea, apresenta


uma diferença significativa, as médias não são iguais, a sua probabilidade estatística é menor
(P=0,010255), rejeitando-se a hipótese nula. Concordando com (Paes, 1998), salienta que
quando o valor-p é menor que 0,05 (P <0,05) rejeitam-se as suas igualdades.

Para as concentrações (ver na Tabela 6) de S. siameae M. oleífera, apresenta uma


diferença significativa, as médias não são iguais, a sua probabilidade estatística é menor
(P=0,000005401), rejeitando-se a hipótese nula. Concordando com (Paes, 1998), salienta que
quando o valor-p é menor que 0,05 (P <0,05) rejeitam-se as suas igualdades.

Para as concentrações (ver na Tabela 6) de M. oleífera e A. occidentale, apresenta uma


diferença significativa, as médias não são iguais, a sua probabilidade estatística é menor
(P=0,000002794), rejeitando-se a hipótese nula. Assemelhando com (Paes, 1998), salienta
que quando o valor-p é menor que 0,05 (P <0,05) rejeitam-se as suas igualdades.

4.4. Verificação e validação de hipótese

A hipótese do estudo é válida, pois foi verificado que as plantas medicinas usadas para o
tratamento de doenças anti-inflamatórias no distrito de Rapale na província de Nampula
contêm flavonóides.
47

CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E SUGESTÕES


5.1. Conclusão

Com base no estudo feito em Rapale, as espécies: M. oleífera, A. occidentale, Z.


Offcinale, R. communis e S. siamea usadas no tratamento de problemas inflamatório
apresentam flavonóides na sua composição química.

5.2. Sugestões

A importância das plantas medicinais, que têm sido amplamente usadas como fonte
alternativa para a obtenção de medicamentos curativos, e que a elucidação dos compostos
responsáveis pela sua actividade ainda é muito reduzida com isso sugere- se:

 A Faculdade de Ciências Naturais Matemática e Estatística, em especial no Curso de


Química, o melhoramento acrescido das condições e aparelhos cruciais para um
melhor estudo das mesmas e faça estudos mais aprofundados destas plantas, que
posteriormente possam servir como linha de introdução de novos fármacos para o
combate das doenças, em particular as inflamatórias.
 A Faculdade de Ciências Naturais Matemática e Estatística, em especial no Curso de
Química realização dum estudo de toxicidade destas plantas, com vista a definir as
doses seguras para uso nos seres humanos, particularmente para tratamento de dor e
febres.
 A Faculdade de Ciências Naturais Matemática e Estatística, em especial no Curso de
Química extracção de óleos essenciais presentes nestas plantas e usar-se os mesmos
para análises antimicrobianas;
 A Faculdade de Ciências Naturais Matemática e Estatística, em especial no Curso de
Química isolar o tipo de flavonóides e outros metabólitos secundários.
48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Afonso, D. F. & Flambó L. P, (2013). Actividades Biológicas dos Flavonoides:


Actividade Antimicrobiana, Porto.
2. Almeida, MSM, (2018). Moringa oleiferaLam. Seus benefícios medicinais,
nutricionais e avaliação de toxicidade. Dissertação de Mestrado, Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal.
3. Alves, I. et al. (2005). Características de Crescimento e Valor Forrageiro da Moringa
(Moringa oleiferaLam.). Submetida a Diferentes Adubos Orgânicos e Intervalos de
Corte. Revista Científica de Produção Animal, v. 7, n. 1.
4. Andrade, F.M.C.; Casali, V. W. D (2002). Etnobotanica e estudo de plantas
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56

Apêndices
57

Apêndices 1, 2, 3, 4 e 5

Figura 7 – Trituração das: cascas de S.siamea, raízes de Z. officinale, folhas de R.communis,


cascas de A. occidentale e cascas de M. oleifera.
Apêndice 6

Figura 8 – Processos: de pesagem das amostras e Extracção dos metabólicos secundários.


Apêndice 7

Figura 9 – Processo de filtragem das amostras e cálculo do rendimento.


58

Apêndice 8

Figura 10 – Secagem dos extractos hidroetanólico para cada espécie e verificação de


flavonóides.
59

Anexos
60

Anexo 1

Figura 11 – Credencial e Guião de experiência para realização de trabalho no Laboratório de


Biologia e Química da UniRovuma.
61

Anexo 2

Figura 12 – Credencial para realização da pesquisa no campo no distrito de Rapale, Província


de Nampula.

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