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CALCULO DA CAPACIDADE INSTALADA DE USINAS SUCROALCOOLEIRAS

INTEGRADO A GERAÇÃO DE ENERGIA PARA CONSUMO DE INDUSTRIA


QUIMICA ATRAVES DO COMERCIO DE ENERGIA PELO MERCADO LIVRE

Brenno Vinicius de Medeiros Lima – RA:212036

RESUMO

A pesquisa consiste em realizar um estudo do potencial de produção de biogás de 5 usinas


sucroalcooleiras, utilizando como matéria prima vinhaças de 1ª e 2 ª G, e posteriormente sua
conversão em energia elétrica, podendo ser mensurada em termos de capacidade instalada. Além
de abordar o estudo preliminar de uma indústria química, cujo teve a finalidade de fixar um
contrato de consumidor livre, com algumas das 5 usinas existentes, através do mercado livre de
energia. A empresa buscou-se reduzir custos analisando o preço kWh e o potencial de geração
usina sucroalcooleira a partir do biogás gerado para atender sua demanda. O estudo apresenta
uma simulação no LINGO 17.0 e EXCEL da melhor escolha que tratar o menor custo para
indústria química, além do cálculo das capacidades instaladas das 5 usinas Sucoalcooleiras.

Palavras-chave: Biogás, Vinhaça, Digestão Anaeróbica, Energia Elétrica, Mercado Livre.

1.0 INTRODUÇÃO

A vinhaça origina-se a partir do processo produtivo do etanol sendo classificado de 1ª e 2ª


geração. A vinhaça 1°G é um dos resíduos mais importantes durante a produção de etanol, é
gerada após o processo de destilação do caldo, em uma proporção de 10 a 12 litros de vinhaça
para cada 1 litro de etanol produzido. Enquanto a vinhaça de 2°G é proveniente do processo
destilação na produção do etanol lignocelulosico, entretanto a matéria prima é o bagaço da cana,
e não a cana de açúcar (ROCHA, 2012; MORAES, 2015).

Atualmente a vinhaça é utilizada como fertilizante na lavoura de cana de açúcar, devido a


presença de minerais e matéria orgânica, sendo visto como o mais simples processo de reuso viável
economicamente. Porém esse composto quando sofre percolação ou é lixiviado, pode causar
alterações físico químicas no solo. Uma alternativa para esse problema é o tratamento da vinhaça,
por meio de biodigestão anaeróbica, minimizando o teor de contaminantes. Além de produzir
biogás que pode-se converter em energia elétrica (ROCHA, 2012; MORAES, 2015).
A eficiência de conversão de biogás em energia elétrica depende do poder calorifico e da
tecnologia envolvida no processo. (COELHO et al, 2006).

A Comercialização da energia elétrica pode ser realizada em diferentes cenários, sendo


regulado, o mercado livre e o autoprodutor. Mercado livre, se classifica onde o produtor,
caracterizado como produtor de energia independente, negocia o preço diretamente com o
consumidor final (GEHRING, 2014).

2.0 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

Alguns tópicos importantes para a compreensão da pesquisa foram revisados, com a


finalidade de explanar sobre o processo produtivo de biogás, além de abordados tópicos sobre
biorreatores, biogás, temperatura, pH, reator UASB, mercado livre.

2.1 BIODIGESTÃO

A biodigestão em reatores, ocorrem sem o contato com o ar, onde a matéria orgânica contida
é metabolizada por bactérias anaeróbicas. A decomposição da matéria orgânica é realizada por
bactérias em condições favoráveis ou ideais como; temperatura, acidez e homogeneidade.

Para que ocorra a máxima conversão de substrato em biogás é necessário que parâmetros
sejam fixados em valores ótimos, pois o processo depende de diversos fatores além dos nutrientes
requeridos pela população microbiana.

Segundo Chernicharo, 1997, a biodigestão ocorre em uma faixa de temperatura entre 0 a 97º
C. Esta temperatura é importante pois influencia no volume de gás produzido, além de interferir
no tempo do processo de conversão de substrato em biogás, conhecido como tempo de detenção
hidráulica, TDH.

Outro fator que causa influencia na digestão anaeróbia é o potencial hidrogenionico, pH,
pois em meio ácido a atividade enzimática das bactérias é inativada, em meio alcalino a produção
tende a formação de 𝑆𝑂2 e H. O processo fermentativo pode ocorrer com o pH na faixa de 6,6 e
7,6 (PEREIRA, 2009).

2.2 BIOGÁS
O biogás é uma mistura gasosa, proveniente da fermentação anaeróbica do substrato
orgânico, sua composição é majoritariamente constituída de metano,𝐶𝐻4 , e dióxido de carbono
,𝐶𝑂2, cujo sua formação sofre influência de parâmetros; temperatura, teor de humidade e acidez,
sua utilização é bastante ampla, podendo ser transformada em combustível, calor ou produtos
químicos (BARÉA, 2006).

A quantidade de gás formado formado depende de diversos parâmetros, estrutura do


biorreator, e substrado a ser digerido. Sua composição em níveis de porcentagem pode variar de
55% a 65% de metano, e 35% a 45% de dióxido de carbono. Sua composição sofre influencia da
relação entre carbono e nitrogênio, empregados na matéria; gorduras, carboidratos e proteínas
(BARÉA, 2006).

2.3 TEMPERATURA

Um dos fatores físicos mais importantes na digestão anaeróbia é a temperatura, pois está
relacionada com o crescimento biológico dos microorganismos. A temperatura deve ser controlada
durante todo o processo, isso ocorre devido as alterações que ocorrem nos microorganismos,
afetando principalmente as arqueias formadoras de metano. A faixa de temperatura ideal para o
processo de fermentação ocorre entre 30ºC e 35ºC. Pois nessa faixa as bactérias mesófilicas tem
seu estado ótimo (CHERNICHARO, 1997).

A velocidade de metabolismo é influenciada pela temperatura, um exemplo disso está na


fermentação entre 20ºC e 25ºC a velocidade de consumo do substrato é de apenas medade do que
é obtido para uma temperatura de 35ºC. A velocidade de digestão e maior em temperaturas
termofilicas, 60ºC a 80ºC, quando se comparado as bactérias termofilicas, 30ºC a 35ºC,
entretanto os custos para aquecimentos não viabilizam a utilização de temperaturas altas
(SOUZA, 2011).

2.4 POTENCIAL HIDROGENIONICO

Segundo Lema, 1997, o pH ideal para o processo depende do conssocio bacteriano que será
utilizado no processo. A faixa de pH entre 6,0 e 8,0 é considerada regular, onde a produção de
metano é alta. Porem em meios onde o pH sofre alteração da faixa indicada ocorro uma diminuição
na produção de metano.
2.5 REATOR UASB

O reator upflow anaerobic sludge blanket, UASB, é considerado um avanço muito


importante na tecnologia de biodigestores anaeróbicos, sendo amplamente utilizado no tratamento
de efluentes urbanos, esgotos sanitários e industriais. Sua utilização em processos anaeróbicos tem
uma eficiência superior em relação aos demais reatores (CHERNICHARO, 1997).

2.6 CONVERSÃO ENERGETICA DO BIOGAS

A eficiência de conversão de biogás em energia depende do poder calorifico e da tecnologia


envolvida no processo. Existem diversas tecnologias que convertem biogás em energia, sendo a
abordada neste trabalho: Conversão de biogás em energia elétrica através de ativação de motores
internos de combustão “ciclo Otto” (COELHO et al, 2006).

2.7 REGULAMENTAÇÃO DE GERAÇÃO DISTRIBUIDA

A da reestruturação do setor energético elétrico, necessitou-se a descentralização da


produção de energia elétrica.

Segundo ROMAGNOLI, 2005, existe um esbolço de decretos projetados por leis que
regularizam a geração distribuída e comercialização de energia elétrica de forma descentralizada.

 Lei 9.074, 20 de julho de 1995: Caracteriza que o produtor independente de energia, também
tem acesso aos sistemas de transmissão e distribuição.
 Decreto n° 2003, 10 de dezembro de 1966: Regulamenta a produção de energia por
autoprodutores.
 Decreto n° 2655 de 02/07/1998: Regulamento do mercado atacadista de energia e operador
nacional do sistema (ONS)
 Lei n° 10438, de 26 de abril de 2002: criado o programa de incentivo as fontes alternativas
de energia elétricas (PROINFA).
2.8 COMERCIALIZAÇÃO DA ENERGIA

Segundo GHERING, 2014, a Comercialização da energia elétrica pode ser realizada em


diferentes cenários, sendo regulado, o mercado livre e o autoprodutor.
Mercado livre, se classifica onde o produtor, caracterizado como produtor de energia
independente, negocia o preço diretamente com o consumidor final.

A negociação não é regulamentada diretamente por nenhum órgão, mas o contrato de venda
e compra deve ser registrado na CCEE. As fontes de geração de biogás e biomassa devem ser
registradas nos contratos como; compra de energia incentivada.

No mercado livre as taxas de uso dos sistemas de transmissão e distribuição serão cobradas
pelo ONS e pela concessionaria local. O ICMS é aplicado diretamente.

A tabela 1, representa as diretrizes para o comercio de energia no mercado livre.

Tabela 1 – Comercio de energia no mercado livre.

Fonte: TAHAN, 2013.

3 ESTUDO DE CASO
Esse estudo consiste em realizar um estudo do potencial de produção de biogás de 5 usinas
sucroalcooleiras, utilizando como matéria prima vinhaças de 1ª e 2 ª G, e posteriormente sua
conversão em energia elétrica. Inicialmente será calculado o potencial de produção de etanol a
partir de uma quantidade pré-determinada de cana-de-açucar simulando o período sazonal para 5
industrias sucroalcooleiras, logo depois será convertida essas quantidades de etanol em margens
de produção de vinhaça. Logo após será demostrado como é realizado os cálculos para a conversão
de biogás em energia elétrica em termos de capacidade instalada. Após este estudo será realizado
a simulação no LINGO 17.0 onde irá apresentar quais das industrias iram fornecer energia elétrica
para a indústria química com uma demanda de 50kWh, que irá escolher a usina/usinas de forma a
reduzir o custo compra do kWh o máximo possível. Também será realizado o cálculo das
capacidades instaladas das usinas sucroalcoleiras pelo software EXCEL.

3.1 DETERMINAÇÃO DE QUANTIDADE PRODUZIDA DE ETANOL E VINHAÇA

Para efeito de cálculo do potencial de produção de biogás entre a vinhaça 1ªG e 2ªG que
posteriormente será convertido em energia elétrica, É necessário determinar uma quantidade de
cana-de-açúcar a ser utilizada como matéria prima, desta forma foi escolhido através de dados de
indústrias reais das safras de 2012/2013 e 2013/2014 e alimentados na 5 industrias
sucroalcooleiras fictícias, assim as quantidades de cana-de-açúcar que serão estipuladas para suas
safras são respectivamente, para as 5 usinas temos; 12000 toneladas, 15000 toneladas, 14000
toneladas, 20000 toneladas, 10000 toneladas.

Dentre as usinas existem 3 usinas que produzem etano de 1°G e 2 usinas que produzem
etanol 2°. Para cada tonelada de cana moída pode-se produzir 85L de etanol 1º G. Em relação ao
etanol de 2º G, 28% da cana-de-açúcar moída é convertida em bagaço, em contrapartida utilizando
esse bagaço são produzidos 158 litros de etanol a por tonelada de bagaço, os cálculos das
conversões de cana de açúcar e bagaço de cana em etanol estão a seguir, logo (CARPIO, 2018;
MORAEIS, 2015);

12000000𝑘𝑔𝑐𝑎𝑛𝑎𝑑𝑒𝑎ç𝑢𝑐𝑎𝑟 . 85𝐿/1000 𝑘𝑔𝑐𝑎𝑛𝑎𝑑𝑒𝑎ç𝑢𝑐𝑎𝑟 = 1020000𝐿 𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜 1º𝐺 (USINA 1)

15000000𝑘𝑔𝑐𝑎𝑛𝑎𝑑𝑒𝑎ç𝑢𝑐𝑎𝑟 . 85𝐿/1000 𝑘𝑔𝑐𝑎𝑛𝑎𝑑𝑒𝑎ç𝑢𝑐𝑎𝑟 = 1275000𝐿 𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜 1º𝐺 (USINA 2)

14000000𝑘𝑔𝑐𝑎𝑛𝑎𝑑𝑒𝑎ç𝑢𝑐𝑎𝑟 . 85𝐿/1000 𝑘𝑔𝑐𝑎𝑛𝑎𝑑𝑒𝑎ç𝑢𝑐𝑎𝑟 = 1190000𝐿 𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜 1º𝐺 (USINA 3)

20000000𝑘𝑔𝑐𝑎𝑛𝑎𝑑𝑒𝑎ç𝑢𝑐𝑎𝑟 . 0,28 = 560000𝑘𝑔𝑏𝑎𝑔𝑎ç𝑜 . 158𝐿/1000 𝑘𝑔𝑐𝑎𝑛𝑎𝑑𝑒𝑎ç𝑢𝑐𝑎𝑟 = 884800𝐿 𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 2º𝐺 (USINA 4)


10000000𝑘𝑔𝑐𝑎𝑛𝑎𝑑𝑒𝑎ç𝑢𝑐𝑎𝑟 . 0,28 = 280000𝑘𝑔𝑏𝑎𝑔𝑎ç𝑜 . 158𝐿/1000 𝑘𝑔𝑐𝑎𝑛𝑎𝑑𝑒𝑎ç𝑢𝑐𝑎𝑟 = 442400𝐿 𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 2º𝐺 (USINA 5)

Para cada 1 L de etanol produzido são gerados aproximadamente 10 L de vinhaça, equação


3 e 4 para as vinhaças de 1º e 2º G, respectivamente (MORAES, 2015):

1 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙1𝐺 10𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎1𝐺
= => 𝑋 = 10200000𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎1𝐺 USINA 1
1020000 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙1𝐺 𝑋𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎1𝐺

1 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙1𝐺 10𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎1𝐺
= => 𝑋 = 12750000𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎1𝐺 USINA 2
1275000 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙1𝐺 𝑋𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎1𝐺

1 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙1𝐺 10𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎1𝐺
= => 𝑋 = 11900000𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎1𝐺 USINA 3
1190000 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙1𝐺 𝑋𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎1𝐺

1 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙2𝐺 10𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎2𝐺
= => 𝑋 = 8848000 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎2𝐺 USINA 4
884800 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙2𝐺 𝑋𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎2𝐺

1 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙2𝐺 10𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎2𝐺
= => 𝑋 = 4424000 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎2𝐺 USINA 5
442400 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙2𝐺 𝑋𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎2𝐺

Estes dados de quantidade de vinhaça serão utilizados para alimentar o software LINGO, para
informar as quantidades de vinhaça de cada usina.

3.2 POTENCIAL BIOQUIMICO TEORICO DO METANO (PBTM)

Segundo Chernicharo, 2007, a produção de metano tomando como base a DQO degradada
deve-se levar em conta Reação 1, consumo de metano necessário para retirar a quantidade
oxigênio da mistura liquida.

𝐶𝐻4 + 2𝑂2 → 𝐶𝑂2 + 2𝐻2 𝑂 (Reação 1)

A cada 1 mol de metano são necessários dois moles de oxigênio para a completa formação
em dióxido de carbono e água. Levando para termos de massa moleculares são necessários 𝑑𝑒
𝐶𝐻4 em matéria para retirar 64𝑔/𝑚𝑜𝑙 de DQO da Vinhaça.

3.3 CALCULO DA DQO DA VINHAÇA DE 1ªG E 2ªG

De acordo com os dados obtidos, para o caso em estudo. As quantidades mensuradas em


DQO para vinhaça 1°G, para as usinas 1 a 3, são de; 33𝑔/𝐿 , 30𝑔/𝐿 , 23𝑔/𝐿 , enquanto as usinas 1
e 2 trabalhando com vinhaça 2°G corresponde a 75𝑔/𝐿 , 109𝑔/𝐿 , respectivamente. Para efeito de
estudo é necessário adotar uma eficiência de remoção de DQO que depende do Biodigestor de
cada indústria, Os Biodigestores utilizados pelas industrias são do modelo UASB, para cada
indústria, respectivamente, possuindo suas eficiências de remoção de DQO em 76,00%, 80,00%,
58,00%, 20,00% e 40,80% de remoção de DQO para vinhaças as 1°G e 2°G. utilizando os
volumes de vinhaças, aplicando os valores de DQO e eficiência de remoção pode-se calcular a
DQO total para cada uma das usinas, pela equação a seguir (GLORIA, 2015; GAMBOA, 2012 ;
MORAES, 2015; NETO, 2016; SILVEIRO, 2017);

𝐷𝑄𝑂𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑉𝑖𝑛ℎ𝑎ç𝑎 . 𝐷𝑄𝑂/𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑛𝑛ℎ𝑎ç𝑎 . 𝜂𝑟𝑒𝑚𝑜ç𝑎𝑜𝐷𝑄𝑂

3.3 CALCULO DO POTENCIAL BIOQUIMICO TEORICO DO METANO

Dada a Reação 1, temos como obter o PBTM, seguindo as proporções molares podemos
determinar o potencial bioquímico teórico do metano para a vinhaça 1ªG e 2ªG, de cada uma das
usinas, é dada pela equação a seguir;

16 𝑔/𝑚𝑜𝑙 𝐶𝐻4 64 𝑔/𝑚𝑜𝑙 𝐷𝑄𝑂


= => 𝑋𝐶𝐻4
𝑋𝑔 𝐶𝐻4 𝑔𝐷𝑄𝑂𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Convertendo em valores em gramas para mols;

16 𝑔𝐶𝐻4 1 𝑚𝑜𝑙 𝐶𝐻4


= => 𝑛 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝐶𝐻4
𝐶𝐻4 𝑋 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝐶𝐻4

Para estimar a o volume de metano produzido, utiliza-se a lei universal dos gases. Para 1
mol de qualquer gás a 273K e pressão 101325 Pa, o mesmo ocupa um volume de 22,4 litros/mol,
como representa as equações 6 e 7; (SOUZA, 2011):

𝑛 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑥 22.4 𝐿/𝑚𝑜𝑙 (𝑚3 )


𝑃𝐵𝑇𝑀 = = C 𝑁𝑚3 𝐶𝐻4
(103 𝐿)

Segundo PECORA, 2008, a partir da estimativa de geração de metano (CH4), em um ano


é possível calcular a capacidade instalada. Para parâmetros operacionais adotou-se que o 𝐶𝐻4
possui poder calorifico inferior de 35.8MJ/Nm³CH4 (10 kWh), em a eficiência energética para
motores ciclo Otto com potência de geração de 40%. Para a determinação da capacidade instalada
de cada uma das usinas sucroalcooleiras e dada pela equação a seguir (LOURENÇO, 2013;
SILVA, 2015);

𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 = 𝑄𝐵𝑖𝑜𝑔𝑎𝑠 . 𝑃𝐶𝐼 . 𝜂


3.4 FATOR DE CAPACIDADE E PREÇO EM KWH DAS USINAS

Após ser determinada a capacidade instalada deve-se converter em termos de energia


gerada, para cada indústria o fator de capacidade é de; 57%, 45%, 26%, 76%, 55%. Os valores de
capacidades foram retirados de usinas reais situadas no estado do RJ, divulgado pelo Ministério
de Minas e Energia. Os períodos de operação das usinas são sazonais podendo operar durante o
período de safra, ou seja, 6 meses então convertendo para h temos, 4320h de operação. Segundo,
GEHRING, 2014, Preço de tarifa kWh os valores analisando todos os custos; manutenção,
operação, construção e faturamento é de R$ 0.17040kWh para a configuração de biorreator
similar ao utilizado no estudo. Desta forma devido à ausência de estudos analise de geração de
energia elétrica será estipulado valores para as usinas seguindo uma variação de 3% para mais ou
para menos nas usinas a partir de vinhaça de 1°G e 10% para as usinas de vinhaça de 2°G, do
valor referente. Para a vinhaça de 2°G sofre uma maior variação devido a biodegrabilidade do
bagaço e sua baixa eficiência de remoção, além de não haver estudos referente a construção de
biorreatores para vinhaça de 2°G. Desta forma para as 5 usinas os preços kWh serão de; R$
0.17040 kWh, R$ 0.175512kWh, R$ 0.165288kWh, R$ 0.15336 kwh, R$ 0.18744kWh
(MME,2013).

3.5 SIMULAÇÃO DO PROBLEMA

Com os dados antes demonstrados para quantidades de; vinhaça, DQO, Conversão, Fator
de capacidade, além das equações que fornecem a conversão total de vinhaça em capacidade
instaladas, pode-se inseri-los no software LINGO 17.0. Os dados correspondentes, com suas
programações, utilizados nos cálculos do LINGO estão representados na figura 1. A constante
0.000000157 representa o valor de conversão de DQO total em capacidade instalada;

Figura 1- Programação do LINGO do Problema.


Fonte: Autoria Própria.

A configuração do problema proposto pode ser representada pela figura 2.

Figura 2 – Modelo Representado pelo Display Modo.

Fonte: Autoria Própria.


Logo após realizar a simulação no LINGO 17.0, foi realizada a simulação no EXCEL para
comparar os valores de capacidade instaladas das usinas, as capacidades são representadas pela
tabela 2.

Tabela 2 – Capacidades instaladas das industrias.

Fonte: Autoria Própria.

3.6 RESULTADO

Os resultados obtidos logo após realizada a simulação no software LINGO 17.0 estão sendo
representados na figura 3. Como verificamos o menor custo possível para a indústria química
pagar será firmando contrato com as usinas 1, 2 e 3 respectivamente. Através da análise de
custo por kWh pode-se mensurar que para uma quantidade de 50kWh consumida pela indústria
firmando o contrato com as 3 usinas irá pagar R$ 37, 870.88 durante o período estipulado no
contrato.

Através do software EXCEL pode-se determinar a capacidade instalada das usinas cujo
consultando a tabela 2, temos;

Para usina 1 uma capacidade instalada de aproximadamente 40kW;

Para usina 2 uma capacidade instalada de aproximadamente 48 kW;

Para usina 3 uma capacidade instalada de aproximadamente 25kW;

Para usina 4 uma capacidade instalada de aproximadamente 21kW;

Para usina 5 uma capacidade instalada de aproximadamente 30kW;


Figura 3 – Resultados do LINGO.

Fonte: Autoria Própria.


4 CONCLUSÃO

Diante do cenário apresentado na pesquisa, pode-se determinar a capacidade instalada das


5 usinas sucroalcooleiras obtendo os valores aproximadamente de (40kW, 48kW, 25kW, 21kW
e 30kW), respectivamente para as 5 usinas. Outro fator que foi observado temos que para a
indústria química com consumo energético de 50kWh, obteve o menor custo para o suprimento
energético simulado contratar a prestação energética com 3 usinas, as quais são; usina 1, usina 2
e usina 3, verificando que o valor a ser pago para sua necessidade energética é de R$ 37, 870.88.
Um fator a ser considerado nessa analise são outras variáveis que não foram implementadas no
problema como; distância das usinas para indústria, taxas de adesão de contratos, investimento
inicial e outros custos adicionais que são pertinentes para a tomada de decisão.

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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