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Derivadas de

funções reais
de variável real
e aplicações
Taxa média de variação de uma função

 
Dada uma função real de variável real e dados dois pontos e do
respetivo domínio, designa-se por taxa média de variação de
entre e o quociente .

Exemplo:

 
Seja a distância, em metros, de uma bola relativamente ao chão, segundos
após ter sido atirada ao ar.
A velocidade média da bola no intervalo é:

 h ( 2,3 ) − h ( 1 )  − 12,95− 2
𝑡  . 𝑚 . 𝑣 .[ 1 ;2,3 ] =¿
2,3 − 1
¿
1,3
¿  −11,5
Derivada de uma função num ponto

 
Dada uma função real de variável real e dado um ponto do respetivo
domínio, designa-se por taxa instantânea de variação de no ponto o
limite quando este existe e é finito.
Neste caso, designa-se por derivada de no ponto e representa-se por .
A função diz-se derivável ou diferenciável no ponto .

 
Nota:
Exemplo 1
 
Considera a função definida por .
Recorrendo à definição de derivada de uma função num ponto,
determina .

Sugestão de resolução:

       
 

 𝟎
 
( 𝟎 )       8
Interpretação geométrica da taxa média de
variação

  𝑓 ( 𝑥 ) − 𝑓 ( 𝑥0 )
𝑚 𝑠=
𝑥 − 𝑥0

 
Dada uma função real de variável real e dados dois pontos e do
respetivo domínio, tem-se que o declive da reta secante ao gráfico
de nos pontos e é igual à taxa média de variação de entre e .
Interpretação geométrica da derivada de
uma função num ponto

  𝑓 ( 𝑥 ) − 𝑓 ( 𝑥0 )
𝑚 𝑡 = lim
𝑥→𝑥 0
𝑥 − 𝑥0

 
Dada uma função real de variável real , diferenciável em , e dado
um referencial ortonormado, a reta tangente ao gráfico de no ponto
é a reta de declive que passa por .
Exemplo 2
 
De uma função , de domínio , sabe-se que:
e
Escreve uma equação reduzida da reta , tangente ao gráfico de no ponto
de abcissa .

Sugestão de resolução:

 8

  𝑡 =𝑓 ( 3 ) =¿ 
𝑚

Assim,  

  Como o ponto de coordenadas pertence à reta , vem que:

1=8×
  3+𝑏 ⇔
  𝑏=−23

∴𝑡
  : 𝑦=8 𝑥 − 23
Aplicação da noção de derivada à cinemática
do ponto

 
Se uma função indica a distância percorrida por um móvel, que se
desloca num percurso linear, em função do tempo:
• a taxa média de variação de , no intervalo , é a velocidade média do
móvel entre os instantes e ;
• a derivada de em é a velocidade do móvel em , caso exista.
Diferenciabilidade e continuidade num
ponto
 
Dada uma função real de variável real e dado um ponto do respetivo
domínio, se é diferenciável em , então é contínua em .

 
Notas:
1. Uma função pode ser contínua num ponto e não ser diferenciável
nesse ponto.
Exemplo: é contínua em mas não existe.

2. Se uma função não é contínua num ponto , então não é diferenciável


em .
Função derivada

 
Dada uma função real de variável real , designa-se por função derivada
de a função de domínio é diferenciável em que a cada faz
corresponder

 
Nota:
Uma função real de variável real diz-se diferenciável num conjunto
quando é diferenciável em todos os pontos de .
Regras de derivação
   
 ,
 ,

 ,

 , Deves saber
estes
resultados
de memória!
 
Teorema da derivada da função composta:
Exemplo 3
Determina a expressão da função derivada de cada uma das funções
definidas pelas seguintes expressões:
 
1. ’
   
¿0+1
 

  2′ 2 ′ 
¿ ( 3 𝑥 ) × √ 𝑥+3 𝑥 × ( √ 𝑥 )
   
  =

′ ′
 ( 3 𝑥 ) × (5 𝑥 − 1 ) − 3 𝑥 × ( 5 𝑥 −1 )   3 ( 𝑥 )′ × (5 𝑥 − 1 ) − 3 𝑥 × [ ( 5 𝑥 )′ −1′ ]
¿ ¿
( 5 𝑥−1 ) ² (5 𝑥 − 1) ²
  3×1× (5 𝑥− 1 ) − 3 𝑥 ×(5− 0)  15 𝑥− 3− 15𝑥   −3
¿ ¿ ¿
2.
( 5 𝑥 −1 ) ² ( 5 𝑥−1 ) ² ( 5 𝑥− 1 ) ²
   

   

 
Sinal da derivada, sentido de variação e
extremos
 
Sendo uma função real de variável real, diferenciável num conjunto :

 
• se é crescente em sentido
lato nesse conjunto, então,
para todo o ;

 
• se é decrescente em sentido
lato nesse conjunto, então,
para todo o ;
Sinal da derivada, sentido de variação e
extremos
 
Teorema
Sendo uma função real de variável real, com domínio contendo um
intervalo , e diferenciável em :
se atinge um extremo local em , então .

 
Nota:
O recíproco deste teorema pode não se verificar, ou seja, uma função
com derivada nula num ponto pode não ter extremo nesse ponto.

Exemplo:

e não admite extremo em .


Sinal da derivada, sentido de variação e
extremos

 
Teorema de Lagrange
Dada uma função real de variável real , contínua em , e diferenciável
em então existe tal que:

 
Interpretação geométrica:
Nas condições enunciadas, o teorema
de Lagrange afirma, assim, que existe
pelo menos um ponto do gráfico no
qual a tangente é paralela à secante .
Sinal da derivada, sentido de variação e
extremos

 
Seja uma função real de variável real, contínua num dado intervalo de

extremo esquerdo e extremo direito , diferenciável em , se:

 , então é estritamente crescente no intervalo ;

 , então é estritamente decrescente no intervalo ;

 , então é crescente em sentido lato no intervalo ;

 , então é decrescente em sentido lato no intervalo ;

 , então é constante no intervalo .


 Método para estudar o sentido de variação e a
existência de extremos relativos de uma função
diferenciável
 
1.º passo: Determina o domínio da função .
2.º passo: Determina a expressão da função derivada .
3.º passo: Determina os zeros da derivada, ou seja, resolve .
4.º passo: Estuda o sinal de .
5.º passo: Constrói um quadro, no qual se estabelece a relação entre o
sinal e os zeros da derivada com a monotonia e os extremos
relativos da função:
Divide o domínio da função em intervalos através dos
zeros da derivada.
Sinal de Preenche com o sinal da derivada.
Preenche com o sentido de variação da função e
Variação de
extremos relativos.

6.º passo: Indica os intervalos de monotonia da função e os extremos


relativos, caso existam.
Exemplo 4
 Considera a função definida por .

Estuda a função quanto aos intervalos de monotonia e extremos relativos.


Sugestão de resolução:
 

 

  𝑥=−1 ∨ 𝑥=3

Sinal de −
   0 +¿
   0 −
 
   
Variação de Máx
Mín

𝑓  ( − 1 )=− 9   e
 
é estritamente decrescente em e em .
é estritamente crescente em .
é um máximo relativo em e é um mínimo relativo em .

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