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CURSO PREPARATÓRIO

PARA CONCURSO PÚBLICO

Andréa Pereira de Souza


Denise de Almeida Prado
Elisabete Jacques Urizzi Garcia
CURSO PREPARATÓRIO
PARA CONCURSO PÚBLICO

Ler e escrever na escola: o real, o


possível e o necessário.
Andréa Pereira de Souza
andrea.pereirasouza@gmail.com
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

CAPÍTULO I
LER E ESCREVER NA ESCOLA: O REAL, O
POSSÍVEL E O NECESSÁRIO

FUNÇÃO DA ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA -


ensinar a ler e escrever

DESAFIO DA ESCOLA ATUAL – incorporar todos os


alunos à cultura do escrito.

PARTICIPAÇÃO DA CULTURA ESCRITA – apropriar-


se de uma tradição de leitura e escrita, assumir uma
herança cultural que envolve o exercício de diversas
operações com os textos.
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

O NECESSÁRIO...
... é fazer da escola um âmbito onde leitura e escrita
sejam práticas vivas e vitais, onde ler e escrever sejam
instrumentos poderosos que permitem repensar o mundo
e reorganizar o próprio pensamento...é preservar na
escola o sentido que a leitura e a escrita têm como
práticas sociais.

O REAL...
... é que levar à prática o necessário é uma tarefa difícil
para a escola. Antes de desdobrar o POSSÍVEL, é preciso
enunciar e analisar as dificuldades.
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

-DIFICULDADES ENVOLVIDAS NA
ESCOLARIZAÇÃO DAS PRÁTICAS – questões
paradoxais quanto à tendência à mudança e à tendência à
conservação; entre a função explícita de democratizar o
conhecimento e a função implícita de reproduzir a ordem
social estabelecida.

- TENSÕES ENTRE OS PROPÓSITOS ESCOLARES E


EXTRAESCOLARES DA LEITURA E DA ESCRITA –
se a escola ensina a ler e escrever com o único propósito
de que os alunos aprendam a fazê-lo, eles não aprenderão
a ler e escrever para cumprir outras finalidades; se a
escola abandona os propósitos didáticos e assume os da
prática social, estará abandonando ao mesmo tempo sua
função ensinante.
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

RELAÇÃO SABER-DURAÇÃO VERSUS


PRESERVAÇÃO DO SENTIDO
Se se tenta parcelar as práticas, é impossível
preservar sua natureza e seu sentido para o aprendiz; se
não as parcelamos é difícil encontrar uma distribuição
dos conteúdos que permita ensiná-las.

TENSÃO ENTRE DUAS NECESSIDADES


INSTITUCIONAIS: ENSINAR E CONTROLAR A
APRENDIZAGEM
Se se põe a ensinar em primeiro plano, é preciso
renunciar a controlar tudo; se se põe o controle das
aprendizagens em primeiro plano, é preciso renunciar a
ensinar aspectos essenciais das práticas de leitura e
escrita;
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

O POSSÍVEL...
... é fazer o esforço de conciliar as necessidades inerentes
à instituição escolar com o propósito educativo de formar
leitores e escritores;

O POSSÍVEL...
... é gerar condições didáticas que permitam por em cena
uma versão escolar da leitura e da escrita mais próximas
da versão social dessas práticas.
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

CAPÍTULO II
PARA TRANSFORMAR O ENSINO DA LEITURA E DA
ESCRITA

O desafio é formar praticantes da leitura e da escrita e


não apenas sujeitos que possam “decifrar” o sistema de
escrita. Formar leitores que saberão escolher o material escrito
adequado para buscar a solução de problemas que devem
enfrentar e não alunos capazes apenas de oralizar um texto
selecionado por outro.

O desafio é que os alunos tornem-se produtores da


língua escrita e não meros copistas. Que as crianças manejem
com eficácia os diferentes escritos que circulam na sociedade
e não que se tornem especialistas no gênero escolar
composição ou redação. Que a escrita se constitua num objeto
de ensino e não somente de avaliação.
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

Assumir este desafio significa:

1)abandonar as atividades mecânicas;


2)incorporar leituras significativas para desenvolvimento
de projetos;
3)produzir o verdadeiro prazer da leitura;
4)entender que a escrita é um processo complexo
constituído por operações recorrentes de planejamento,
textualização e revisão;
5)promover a descoberta e a utilização da escrita como
instrumento de reflexão sobre o próprio pensamento.
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

A instituição escolar sofre uma verdadeira tensão entre


dois pólos contraditórios: a rotina repetitiva e a moda
(inovação). Para manter o inovacionismo permanente, é
necessário mostrar sempre o fracasso da inovação anterior.

Reconhecer que a capacitação não é condição suficiente


para a mudança na proposta didática porque esta não depende
só das vontades individuais dos professores – por melhor
capacitados que eles estejam -, significa aceitar que, além de
continuar com os esforços de capacitação, será necessário
estudar os mecanismos ou fenômenos que ocorrem na escola e
impedem que todas as crianças se apropriem dessas práticas
sociais que são a leitura e a escrita (sem correrem o risco de
caírem posteriormente no analfabetismo funcional). Ao
conhecê-los, se tornará possível vislumbrar formas de
controlar sua ação, assim como precisar algumas questões
relativas à mudança curricular e institucional.
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

ABISMO SEPARADOR DA PRÁTICA ESCOLAR DA


PRÁTICA SOCIAL DA LEITURA E DA ESCRITA.

A escola tem a finalidade de comunicar às novas


gerações o conhecimento elaborado pela sociedade. Para
tornar realidade este propósito, o objeto de conhecimento
– o saber científico ou as práticas sociais que se tenta
comunicar – se transforma em objeto de ensino. Ao se
transformar em objeto de ensino se modificam: é
necessário selecionar, privilegiar e determinar uma forma
de organizar conteúdos.
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

DESAFIOS

• Relação TEMPO\CONTEÚDO

•FRAGMENTAÇÃO DOS OBJETOS A ENSINAR:


1. Contornar a complexidade dos objetos de conhecimento e
exercer o controle restrito sobre a aprendizagem.
2. A transposição didática é inevitável, mas deve ser
controlada.
3. A versão escolar da leitura e da escrita não deve afastar-se
demasiado da versão social não-escolar.

O contrato didático sofre efeitos de uma assimetria


institucional: O PROFESSOR autoridade de quem sabe mais
e autoridade institucional; O ALUNO passa por duplo
processo: interpretar o texto ao mesmo tempo que tem que
interpretar o que o professor entende e solicita.
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

ALGUMAS SÃO AS FERRAMENTAS PARA TRANSFORMAR O ENSINO

-MODIFICAÇÕES NO CURRÍCULO: 1) A necessidade de estabelecer objetivos por ciclo,


em vez de estabelecer por grau (série); 2) A importância de atribuir aos objetivos gerais
prioridade absoluta sobre os objetivos específicos; 3) A necessidade de evitar o
estabelecimento de uma correspondência termo a termo entre objetivos e atividades; 4) A
necessidade de superar a tradicional separação entre “alfabetização em sentido restrito” e
“alfabetização em sentido amplo”; 5) É necessário sustentar as propostas nas contribuições
das ciências da linguagem e nas da psicologia.

-ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL: 1) A necessidade de promover o trabalho em equipe; 2)


A importância de se elaborar projetos; 3) A democratização da estrutura tradicionalmente
autoritária do sistema educacional; 4) Findar com o mito da homogeneidade.

- CRIAÇÃO DE CONSCIÊNCIA NA OPINIÃO PÚBLICA: o novo e o velho.

-INVESTIGAÇÃO DIDÁTICA NA ÁREA DA LEITURA E ESCRITA – necessidade de investir


não somente em diagnósticos (já sabidos), mas sim em estudar as situações didáticas
possíveis de promover transformações.

- RECOLOCAÇÃO DAS BASES DA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES e PROMOVER A


VALORIZAÇÃO SOCIAL DE SUA FUNÇÃO – 1) Conciliação de profundidade e extensão
(capacitação); 2) Obrigatoridedade-voluntariado.
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

CAPÍTULO III
APONTAMENTOS A PARTIR DA PERSPECTIVA CURRICULAR

Idéias subjacentes à perspectiva curricular:


1) Todos os problemas que se enfrentam na produção curricular são problemas
didáticos;
2) Ao se propor uma transposição didática, faz-se necessário levar em conta a
natureza da instituição e as pressões e restrições que lhes são inerentes;
3) O problema didático fundamental é o da preservação do sentido do saber ou das
práticas que se estão ensinando.

A seleção de conteúdos é complexa. Supõe-se privilegiar alguns objetos de


ensino em detrimento de outros e, mais intrigante ainda, ocorrer uma substituição
do objeto de ensino por outra mais nova. Sair da gramática oracional para as
superestruturas textuais.

As práticas de leitura podem ser caracterizadas em: intensivas ou extensivas;


públicas ou privadas; coletiva ou solitária. É notório que independente da
característica da leitura e da escrita há a necessidade de interação para comentar,
recomendar, intercambiar...
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

Aprende-se a ler, lendo; aprende-se a escrever, escrevendo. O que se aprende


ou se ensina ao ler ou ao escrever?

Há a necessidade de se estabelecer que:


1) os comportamentos do leitor e do escritor são conteúdos e não tarefas;
2) O conceito de “comportamentos do leitor e do escritor” não coincide com o de
“conteúdos procedimentais”. Eles reúnem os três conteúdos no ato da leitura e da
escrita: conceitual, atitudinal e procedimental.

Os conteúdos podem estar entre conteúdos em ação ou conteúdos objeto de


reflexão. Necessidade de lutar contra a tentação de transmitir conteúdos
verbalmente.

A leitura e a escrita são atos globais e indissociáveis. Necessidade de lutar


contra a relação fragmentação do tempo\fragmentação do saber.

Duas questões paradoxais se revelam: a obrigatoriedade da leitura e escrita


assumida pela escola faz com que afastem os alunos da beleza de ler e se escrever
e a necessidade de se controlar o que lê para facilitar a prática docente e não
priorizando o gosto do aluno.

Não se aprende a ler textos difíceis lendo textos fáceis.


Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

CAPÍTULO IV
É POSSÍVEL LER NA ESCOLA?

Fazer da escola um âmbito propício para a leitura é abrir para todos as portas
dos mundos possíveis, é inaugurar um caminho que todos possam percorrer para
chegar a ser cidadãos da cultura escrita.

O que impede que a escola torne-se um lugar possível de ser ler?


1) quebra do contrato didático;
2) relação tempo\conteúdo;
3) ambiente controlador;
4) práticas que abraçam o objeto de ensino e não o objeto social muito menos o
objeto de aprendizagem.

O que facilitaria a escola ser um lugar possível de se ler?


1) situações “a-didáticas”;
2) a leitura e a escrita ser percebida conforme a diversidade de modalidades de
leitura, de propósitos, diversidade de textos e diversidade de combinações entre
eles.
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

A gestão do tempo sempre foi um fator de peso na instituição


escolar. Como trabalhar leitura e escrita sem fragmentá-las em
pedacinhos em detrimento ao tempo?
1) Projetos (agenda inversa);
2) atividades habituais (hora de contadores de história...ou boletim
informativo);
3) sequências de atividades (1ª semana: poema – 2ª semana: contos
– 3ª semana: fábulas);
4) situações ocasionais (texto trazido pelo aluno);
5) situações de sistematização (características de uma fábula).

A avaliação precisa favorecer o controle coletivo e o autocontrole.


O professor continua tendo a última palavra, mas é importante
que seja a última e não a primeira, que o juízo de validade do
docente seja emitido, depois que os alunos tenham tido
oportunidade de validar por si mesmos suas interpretações, de
elaborar argumentos...
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

CAPÍTULO V
O PAPEL DO CONHECIMENTO DIDÁTICO NA
FORMAÇÃO DO PROFESSOR

Quando muitos professores apresentam os mesmos problemas, o


mínimo que tem que fazer o capacitador é se perguntar por que os
apresentam e tentar entender quais são e em que consistem os
problemas que estão enfrentando.

FATORES PARA PROGRESSÃO NO TRABALHO DE


CAPACITAÇÃO
a conceitualização da especificidade do conhecimento didático e a
reflexão sobre nossa própria prática como capacitadores.

FOCO DE PREOCUPAÇÃO DE PROFESSORES E


CAPACITADORES:
COMO FAZER e não por que fazer – (fazer didático).
Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.
LERNER, Delia.
Artmed. Porto Alegre, 2001.

PROPOSTA ATUAL AOS PROBLEMAS APRESENTADOS


- as situações de classe que é mais produtivo analisar são as
que podem ser caracterizadas como “boas”.
- tomar como objeto de análise registros de classes
coordenadas pelos participantes.
- levar em conta que as possibilidades e limitações dos
registros de classe permitem ampliar seu papel no processo de
capacitação.

 
O capacitador tem que se esforçar para entender os
problemas que os professores apresentam, para
compreender por que pensam o que pensam, ou por que
decidem adotar uma proposta e rejeitar outra; por outro
lado, os professores tem que se sentirem autorizados a atuar
de forma autônoma, que tenham razões próprias para tomar
a assumir decisões.

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