Você está na página 1de 30

A ERGONOMIA EM SERVIÇOS

DE SAÚDE
Thais Capeletti
Ft. do Trabalho e Ergonomista
DEFINIÇÃO
A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina
científica relacionada ao entendimento das interações
entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e
à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a
projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o
desempenho global do sistema. Os ergonomistas
contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de
tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e
sistemas de modo a torná-los compatíveis com as
necessidades, habilidades e limitações das pessoas.

(ABERGO - http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia)
DOMÍNIOS DA
ERGONOMIA
FÍSICA COGNITIVA
Relacionada com às Refere-se aos processos mentais,
características da anatomia tais como percepção, memória,
humana, antropometria, raciocínio e resposta motora
fisiologia e biomecânica em sua conforme afetem as interações
relação a atividade física entre seres humanos e outros
elementos de um sistema.
ERGONOMIA

ORGANIZACIONAL
Concerne à otimização dos
sistemas sóciotécnicos,
incluindo suas estruturas
organizacionais, políticas e de
processos.
ANÁLISE ERGONOMICA DO
TRABALHO

* Fonte: adaptado de Santos e Fialho, 1997


O HOSPITAL
O QUE É?
É um local um local destinado ao atendimento de doentes, para
proporcionar o diagnóstico, que pode ser de vários tipos
(laboratorial, clínico, cinesiológico-funcional) e o tratamento
necessário.

QUEM É?
Trabalham em hospital profissionais de limpeza, administração,
diretoria, recepção, e principalmente profissionais de saúde,
como médicos, cirurgiões-dentistas, enfermeiros,
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, etc.
O HOSPITAL
COMO É?

Profissionais envolvidos Profissionais envolvidos


em atividades diretas ao em atividades indiretas
cuidado ao cuidado

Administrativo
Assistencial
Apoio

RISCOS: QUÍMICOS,
BIOLÓGICOS, FÌSICOS ,
ERGONÔMICOS
O HOSPITAL

[...] um cuidador sob constante tensão.


Seu objeto de trabalho é uma pessoa doente. Alguém atingido
na integridade física, psíquica e social; vulnerável na sua auto-
estima. Alguém que expressa sofrimento.
[...] o profissional de saúde, no seu cotidiano, vê-se compelido a
suportar um conjunto de angústias, de conflitos, de obstáculos
diante de cada ato, de cada pessoa com quem se defronta na
prática.

*Campos EP. Quem cuida do cuidador: uma proposta para os profissionais da saúde. 2a ed. Petrópolis: Vozes; 2005.
O HOSPITAL: seus profissionais e
atividades
Levantamento da
problemática/diagnóstico e
recomendações sugeridas
SERVIÇO DE ENFERMAGEM
problemática/diagnóstico
 Posturas estáticas e/ou prolongadas, bem como manipulação e
transporte de pacientes;

Tempo ( em min.) de permanência e posturas pelos trabalhadores de enfermagem para


execução da atividade banho de chuveiro com auxilio.
SERVIÇO DE ENFERMAGEM
problemática/diagnóstico
 Posturas estáticas e/ou prolongadas, bem como manipulação e
transporte de pacientes;

Lombalgias
Cervicobraquialgias
Tendinites
Bursites ...

Tempo ( em min.) de permanência e posturas pelos trabalhadores de enfermagem para


execução da atividade arrumação da cama com paciente acamado.
SERVIÇO DE ENFERMAGEM
problemática/diagnóstico
 Demandas cognitivas excessivas com baixo teor de
autonomia, trabalho em turnos;
 Violência explícita, disfarçada ou ameaças.

Fadiga física e mental


Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Síndrome de Burnout
(exaustão prolongada e desinteresse pelo trabalho, trabalhadores com
sobrecarga física e emocional)
Distúrbios do sono
Distúrbios digestivos
Irritabilidade ....
SERVIÇO DE ENFERMAGEM
recomendações
 Orientações em relação às técnicas adequadas de
levantamento, manuseio e transporte de cargas;
 Orientações em relação à postura e movimentos;
 Orientações em relação aos equipamentos;
 Preparo da equipe;
 Equipamentos que auxiliam na manipulação de clientes;
HIGIENIZAÇÃO
problemática/diagnóstico
 A limpeza é uma tarefa manual e com pouca mecanização;
 Presença de ferramentas inadequadas;
 Repetitividade;
 Posturas inadequadas
 Falta de organização do trabalho ( volume, falta de autonomia
das tarefas, insatisfação, ritmo, pouco descanso etc.)

Principais segmentos corpóreos


acometidos:
Mãos
Membros superiores
Cervical...
HIGIENIZAÇÃO
problemática/diagnóstico
HIGIENIZAÇÃO
recomendações
 Orientações em relação às técnicas adequadas de
levantamento, manuseio e transporte de cargas;
 Programa de reeducação postural;
 Rodízio de atividades estruturado;
 Pausas para recuperação da fadiga;
 Capacitação continuada quanto ao produtos e demais
equipamentos utilizados durante o desenvolvimento de suas
tarefas;
 Equipamentos leves, flexíveis e ajustáveis.
SERVIÇO CIRÚRGICO
problemática/diagnóstico
 O aumento da complexidade dos procedimentos cirúrgicos e a
tecnologia necessária, associada ao alto custo do pessoal e do
tempo da sala de cirurgia;

 Aumento da fadiga dos músculos do antebraço em cirurgias


vídeo- endoscopia e perda do benefício tátil motor;

 Postura de trabalho estática;

 Grande nível de estresse tanto física como mentalmente;

 Quantidade excessiva e gradativamente crescente, dos


equipamentos da sala cirúrgica;
SERVIÇO CIRÚRGICO
problemática/diagnóstico
SERVIÇO CIRÚRGICO
problemática/diagnóstico

Principais segmentos corpóreos


acometidos:
Mãos
Membros superiores
Cervical...
SERVIÇO CIRÚRGICO
recomendações
 Oferecer equipamentos que possibilitem posições de conforto
aos cirurgiões;

 Adequação antropométrica dos equipamentos, principalmente


ao que refere-se a área de alcance existente;

 Adequado níveis de iluminamento;

 Constante treinamentos e capacitações técnicas;

 Treinamentos físicos procuram preparar o indivíduo para as


demandas ocupacionais;
SETORES
ADMINISTRATIVOS
problemática / diagnóstico
 Postura estática sentada;

 Constante integração com o computador e demais


equipamentos simultaneamente;

 Demandas cognitivas excessivas;

 Ausência de preparo para lidar com as cargas psico-sociais


inerentes a rotinas hospitalares;

 Monotonia e repetitividade.
SETORES
ADMINISTRATIVOS
problemática / diagnóstico

Lombalgias
Cervicobraquialgias
Tendinites
Bursites
Síndrome do Túnel do Carpo....
SETORES
ADMINISTRATIVOS
 Orientações posturas erecomendações
capacitação de uso dos equipamentos
disponíveis;
 Treinamentos e capacitações para a liderança;
 Orientações quanto ao gerenciamento do tempo e rotinas;
 Equipamentos de trabalho com possibilidades de ajustes;
PROCESSAMENTO DE
ROUPA
 Trabalho noturno; problemática / diagnóstico

 Temperaturas excessivas e deficiente níveis de iluminação;

 Levantamento e transporte manual de peso em posturas


inadequadas;
 Número de colaboradores insuficientes;

 Insuficiente quantidade de equipamentos /ou com problemas de


manutenção;

 Falta de organização do trabalho ( volume, falta de autonomia das


tarefas, insatisfação, ritmo, pouco descanso etc.)
PROCESSAMENTO DE
ROUPA
problemática / diagnóstico

Lombalgias
Cervicobraquialgias
Tendinites
Bursites ...
PROCESSAMENTO DE
ROUPA
 Orientações em relação às técnicas adequadas de levantamento,
problemática / diagnóstico
manuseio e transporte de cargas;

 Orientações em relação à postura e movimentos;

 Orientações em relação aos equipamentos;

 Preparo da equipe;

 Manutenção corretiva e preventiva dos equipamentos;

 Quantidade de colaboradores e equipamentos suficientes frente a


demanda existente

 Pausas para recuperação das fadigas musculares;


ERGONOMIA x LER/DORT
Acompanhamento e Controle
Controle estatístico para verificação da eficácia e
gerenciamento das ações multiprofissionais;
checklist_escritorio (couto 2007).pdf , Cópia de mooregarg.xls , Cópia de nioshcalc.xls , Cópia de suerodgers.xls, Cópia de rula.xls

Proceder a análise crítica das metodologias já existentes,


direcionadas para explicitação dos fatores de risco para
LER/DORT;
Exemplo - tratamento estatístico das informaçoes dos check lists.xls

Acompanhamento in loco das mudanças e execução das


tarefas:
▫ Em posição ergonomicamente correta
▫ Acompanhar de perto o trabalhador, estando atento para detectar
precocemente recidivas ou agravamentos do quadro clínico
▫ Ficar atento às condições psicológicas do trabalhador
REFERENCIA
1. BIBLIOGRÁFICA
ABERGO, O que é ergonomia: domínios de especialização da ergonomia.
Disponível em: http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia.
Acesso em 12 de outubro de 2011.
2. Couto, Hudson de Araújo. Ergonomia aplicada ao trabalho: manual técnico da
máquina humana. Belo Horizonte: ERGO. 1995. Vol. 1. 353p.
3. IEA - Internacional Ergonomics Association (P.O. Box, Santa Mônica, CA
90406-1369, USA, Site: http//ergonoics-iea.org
4. Pavani, Ronildo Aparecido. Estudo ergonômico aplicando o método
Occupational Repetitive Actions (OCRA): Uma Contribuição para a Gestão de
Saúde no Trabalho. São Paulo: Pioneira, 2007.
5. Vidal, M. C. Ergonomia na Empresa: Útil, Prática e Aplicada, segunda edição -
Rio de Janeiro: Editora Virtual Científica, 2002
6. Pereira, Vanda Cristina Galvão. A contribuição da ergonomia no registro e
prevenção das LER/DORT em centrais de atendimento: um estudo de caso
7. Santos, Neri dos; Fialho, F. Manual de análise ergonômica do trabalho. Segunda
Ed. Curitiba: Gênesis, 1997.
8. Hendrich, H. W. Boa Ergonomia é Boa Economia, Boa economia é Boa
ergonomia. Human Factors Ergonomics Society. 1996: ABERGO, 2003
9. Moore, J.; Garg, A. The strain index: a proposed method to analyse jobs for risk
of distal upper extremity disorders. American Industrial Hygiene Association
Journal, United States, v. 56, p. 443-458, 1995
REFERENCIA
BIBLIOGRÁFICA
10. Colombini, D.; Occhipinti,E.; Fantini,M. II Método Ocra per l’analisi e la prenzione
Del rischio da movimenti ripetuti. Manuale per la valutazione e la gestione Del rischio.
Milão: FrancoAngeli, 2005.
11. Serranheira, F.; Uva, A. Avaliação do risco de LMEMSLT: aplicação dos métodos
RULA e SI. Revista Portuguesa de Saúde Pública, n. 6, p. 13-36, 2006. Volume Temático.
12. Serranheira, F.; Uva, A.LER/DORT: Que métodos de avaliação dos riscos? Revista
Brasileira de Saúde Ocupacional, n.35, p. 314-326, 2010
13. Waters, T. R. ; Putz Anderson, V.; Garg,A.; Fine,L. J. Revised NIOSH equation for the
desing and evalution os the manual lifting tasks. Applied Ergonomics; v. 36, p.749-776,
1993
14. Oliveira,B. R. G. , Morufuse, N. T. Acidentes de Trabalho e Doença Ocupacional:
estudo sobre o conhecimento do trabalhador hospitalar dos riscos à saúde de seu trabalho.
Revista Latino Americana Enfermagem, vol. 09 n.01, Ribeirão Preto, jan. 2001
15. Muzel, J. Estatística sobre LER/DORT. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S0102-88392003000100003&script=sci_arttext>. Acesso em: 19/08/2010 às 11:46
16. Oliveira, C. R. de (org). Manual Prático de LER. Belo Horizonte: Health, 1998
17. Santos, S. F. dos. Avaliação da demanda ergonômica e o absenteísmo em unidades de
terapia intensiva: estudo de caso. Porto Alegre, 2004
REFERENCIA
BIBLIOGRÁFICA
19. Alexandre, N. M. C. Ergonomic and postural aspects and the health workers.
Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 28, n. 2, p. 109-118, jul./dez. 2007
20. Gallasch, C. H., Alexandre, N. M. C. Avaliação dos Riscos Ergonômicos Durante
a Movimentação e Transportes de Pacientes em Diferentes Unidades Hospitalares.
R Enferm UERJ 2003; 11:252-60
21. Rocha, C.S. Analise ergonômica de uma equipa de limpeza em uma universidade
particular. Porto Alegre, 2003.
22. Diniz, R.L., Moraes, A. de. Aplicação da intervenção ergonomizadora: o caso do
trabalho em cirurgias eletivas gerais. Ação Ergonômica, Vol.1, no 2.
23. Diniz, R.L., Moraes, A. Atuação da ergonomia em prol do trabalhador cirúrgico.
IX Congresso Brasileiro de Ergonomia. ABERGO, 1999
24. Marziale, M. H. P., Carvalho, C. C. Condições Ergonômicas do Trabalho da
Equipe de Enfermagem em Unidade de Internação Cardíaca. Rev. Latino-Am.
Enfermagem vol.6 no.1 Ribeirão Preto Jan. 1998.
25. Santos, P. R. , Saúde do Trabalhador no trabalho hospitalar: metodologias
integradas de avaliação de experiências nos espaços de intervenção em hospitais
no estado do Rio de Janeiro,
OBRIGADA !
thaiscapeletti@hotmail.com
thscapeletti@gmail.com

Você também pode gostar