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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, EP.

CENTRO DE EMPREGO DO MÉDIO AVE – Polo de Formação de Basto

ABORDAGEM GERAL DE NOÇÕES


BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS
(1ª SESSÃO)
Objetivos da Sessão

• Descrever o que é o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)


e quais os seus intervenientes.

• Descrever como ativar o sistema de emergência médica utilizando o


número europeu “112´.
Conteúdos
• O Sistema Integrado de Emergência Médica – SIEM
o Componentes, intervenientes e forma de funcionamento
o Número europeu de socorro 112
Sistema Integrado de Emergência Médica
(SIEM)

• Um conjunto de • Que se completou. • Que ocorre


partes • Que faz parte de… subitamente.
coordenadas • Inesperadamente.
entre si. • Situação de gravidade
• Um conjunto de excecional.
meios para atingir
um fim.
• Combinação de
elementos para
obter um
resultado.
SIEM-Sistema Integrado de Emergência Médica

• “Conjunto de ações coordenadas, de âmbito extra-hospitalar, hospitalar e inter-


hospitalar, que resultam da intervenção ativa e dinâmica dos vários componentes do
sistema de saúde nacional, de modo a possibilitar uma atuação rápida, eficaz e com
economia de meios em situações de emergência médica”.

• “Compreende toda a atividade de urgência/emergência, nomeadamente o sistema de


socorro pré-hospitalar, o transporte, a receção hospitalar e a adequada referenciação
do doente urgente/emergente”.
INEM- Instituto Nacional de Emergência Médica

É o organismo do Ministério da Saúde responsável por coordenar o


funcionamento do sistema integrado de emergência médica (SIEM),
de forma a garantir aos sinistrados ou vítimas de doença súbita a
pronta e correta prestação de cuidados de saúde.
Cadeia de Socorro

PSP ou GNR
Central de
CODU
Emergência (Centro de Orientação de Doentes
Urgentes)

112 Bombeiros
Intervenientes no Sistema Integrado de Emergência
Médica (SIEM)

• Público;
• Operadores das Centrais de Emergência 112;
• Técnicos dos CODU;
• Agentes da autoridade;
• Bombeiros;
• Tripulantes de ambulância;
• Técnicos de ambulância de emergência;
• Médicos e enfermeiros;
• Pessoal técnico hospitalar;
• Pessoal técnico de telecomunicações e de informática.
Fases do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)
Fases do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)

1. Deteção : Quando alguém se apercebe da existência de uma ou


mais vítimas…

2. Alerta: Quando se contacta o 112…

3. Pré-socorro: Conjunto de gestos que podem ser efetuados até à


chegada do socorro.
Fases do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)

4. Socorro: Cuidados de emergência iniciados no local, com o objetivo de


salvar a vida, diminuir a incapacidade e o sofrimento…

5. Transporte: Transporte assistido da vítima desde o local da ocorrência


até à unidade de saúde adequada…

6. Tratamento na Unidade de Saúde: Esta fase corresponde ao tratamento


no serviço de saúde mais adequado ao estado clinico da vítima.
CODU- Centro de Orientação de Doentes
Urgentes

• Compete atender e avaliar no mais curto espaço de tempo os pedidos


de socorro recebidos, com o objetivo de determinar os recursos
adequados a cada situação.
Número Europeu de Socorro -112
- Localização exata da ocorrência e pontos de referência;

- O número do telefone de que se está a ligar/contatar;

- O que aconteceu;

- O número de vítimas;

- As condições em que se encontra(m) a(s) vítima(s);

- Se já se fez alguma coisa;

- E procurar responder ao que lhe for solicitado.


Número Europeu de Socorro -112

ATENÇÃO!

• Seguir sempre as instruções que lhe derem;

• Só desligar o telefone quando lhe for indicado e estar preparado para


ser contactado;
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ABORDAGEM GERAL DE NOÇÕES


BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS
(2º SESSÃO)
Objetivos da Sessão

• Identificar o conceito de cadeia de sobrevivência e identificar os seus


elos.

• Explicar a importância da cadeia de sobrevivência e qual o princípio


subjacente a cada elo.
Conteúdos
• Cadeia de Sobrevivência
o Conceito e importância
o Elos e princípios subjacentes
Cadeia de Sobrevivência

Consiste numa sequencia de quatro passos/elos cujo o seu


funcionamento adequado e articulado com o funcionamento do
passo/elo seguintes contribuem para uma vida salva.
Elos da Cadeia de Sobrevivência

Reconhecimento precoce e pedido de ajuda - 1º elo


da Cadeia de Sobrevivência

Pedir ajuda acionando de imediato os serviços de


emergência através do 112

Cada minuto sem chamar socorro reduz a possibilidades


de sobrevivência
Elos da Cadeia de Sobrevivência

Suporte Básico de Vida (SBV) precoce - 2º elo da


Cadeia de Sobrevivência

O inicio precoce do SBV permite ganhar tempo


mantendo alguma oxigenação e circulação até à
chegada do Suporte Avançado de Vida (SAV).
Elos da Cadeia de Sobrevivência

Desfibrilhação precoce- 3º elo da Cadeia de


Sobrevivência

O único tratamento eficaz para a fibrilhação ventricular


(FV) é administração de choque elétrico (desfibrilação).

A possibilidades de sucesso diminui drasticamente com


o tempo.
Elos da Cadeia de Sobrevivência

Cuidados pós reanimação - 4º elo da Cadeia de


Sobrevivência

Objetivo recuperar a qualidade de vida.


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ABORDAGEM GERAL DE NOÇÕES


BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS
(3ª SESSÃO)
Objetivos da Sessão

• Reconhecer os riscos potenciais para o reanimador.


• Identificar as medidas adotar para garantir a segurança do
reanimador e da vitima.
• Identificar as medidas universais de proteção e reconhecer a sua
importância.
Conteúdos
• Riscos para o Reanimador
o Riscos para o Reanimador e para a vítima
o Condições de segurança e medidas de proteção universais
Atenção!!!

Antes de abordar qualquer vitima deve avaliar as


CONDIÇÕES DE SEGURANÇA
RISCOS PARA O REANIMADOR

AMBIENTAIS

TOXICOLOGICOS

INFECCIOSOS
RISCOS AMBIENTAIS

DERROCADAS
CHOQUE ELÉTRICO

EXPLOSÃO
ACIDENTES DE VIAÇÃO
ACIDENTE DE VIAÇÃO

1. Posicionar o seu carro para que este o proteja funcionando como escudo;

2. Sinalizar o local com o triângulo de sinalização à distância adequada;

3. Ligar as luzes de presença ou emergência;


4. Usar roupa clara para que possa mais facilmente ser identificado;
5. Desligar o motor para diminuir a probabilidade de incêndio.
RISCOS TOXICOLOGICOS

GASES TÓXICOS FUMOS PRODUTOSTÓXICOS

Identificar o produto e forma como este se apresenta (em pó, liquido ou gasoso);

Contactar o INEM/CIAV para obter informação especializada;


Vitimas de Intoxicação

O reanimador/socorrista não se expor aos vapores e fumos libertados;

O local deverá ser arejado ou deverá ser retirada do local a vítima;

Numa situação de tóxicos corrosivos ou que possam ser absorvidos pela


pele, além de arejar o local, deve usar-se luvas e roupas de proteção bem
como mascaras para evitar o contacto ou inalação do produto;

Se houver necessidade de ventilar a vítima deverá ser sempre usada


máscaras ou outro dispositivo com válvula unidirecional;

Nunca efetuar ventilação boca- boca a vitimas de intoxicação;


RISCOS INFECCIOSOS

Durante a reanimação tente evitar o contacto com sangue ou outros


fluidos corporais como: secreções respiratórias, secreções nasais, suor,
lágrimas, vómito, outros.

O dispositivo “barreira” mais utilizado é a máscara facial (máscara de


bolso e/ou insuflador manual).
Medidas Universais de Protecção

• Luvas
• Máscara
• Bata
• Óculos
IMPORTANTISSIMO!!!

O reanimador não deve expor-se a si, nem a terceiros, a riscos que possam
comprometer a sua integridade
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ABORDAGEM GERAL DE NOÇÕES


BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS
(4ª SESSÃO)
Objetivos da Sessão

• Explicar o conceito de Suporte Básico de Vida (SBV) de acordo com


algoritmo vigente.
• Explicar o conceito de avaliação inicial, vias aéreas, respiração e
circulação.
• Aplicar a sequência de procedimentos que permitam executar o SBV de
acordo com algoritmo vigente.
• Identificar os problemas associados à execução de manobras de SBV.
Conteúdos
• Manobras de Suporte Básico de Vida
o Conceito de acordo com o algoritmo vigente
o Procedimentos e sequência
o Insuflações e compressões torácicas
o Problemas associados
Suporte Básico de Vida (SBV)
• É um conjunto de procedimentos e metodologias padronizadas com o
objetivo de:

 Reconhecer as situações de perigo de vida iminente;


 Saber como e quando pedir ajuda corretamente;
 Saber iniciar de imediato, sem qualquer tipo de equipamento,

manobras que contribuam para preservar a circulação e a oxigenação

até à chegada de ajuda diferenciada.


Suporte Básico de Vida (SBV)
• Etapas do SBV:  Avaliação Inicial
Manutenção das via aérea permeável
Ventilação com ar expirado e Compressões torácicas

• Sequencia após AVALIAÇÂO INICIAL : A – Via Aérea; (Airway)


B – Ventilação; (Breathing)
C – Circulação; (Circulation)
POSICIONAMENTO DA VÍTIMA E DO
REANIMADOR
• As manobras de SBV devem ser executadas com a vítima em decúbito
dorsal, no chão ou num plano duro.

• Se a vítima se encontrar em decúbito ventral, se possível, deve ser rodada


em bloco, isto é, mantendo o alinhamento da cabeça, pescoço e tronco.

• O reanimador deve posicionar-se junto da vítima para possa fazer


insuflações e compressões sem ter que fazer grandes deslocações.
Condições de Segurança

Avaliar Consciência
ALGORITMO DE
Gritar por Ajuda
SBV Adulto
Permeabilizar Via Aérea

Respiração Normal?

Ligar 112
30 Compressões Torácicas

2 Insuflações

Manter SBV 30:2


• Avaliar as condições de segurança
CONDIÇÕES implica a aproximar-se da vítima com
DE cuidado, assegurando-se que não existe
SEGURANÇA perigo posara si, para a vítima ou para
terceiros.
• Depois de se aproximar da vítima abana-
se com cuidado e pergunta-se em voz
AVALIAR O ESTADO alta: “Sente-se bem?”
DE CONSCIÊNCIA • Se a vítima não responder gritar por
AJUDA.
Se a vítima não responde, para tal:

GRITAR POR AJUDA Gritar por ajuda;


Iniciar a avaliação da respiração.
Se vítima está inconsciente é possível que a
queda da língua tenha bloqueado a VA.
VA poderá ser desbloqueada através da
extensão do pescoço/cabeça provocada pela
elevação do queixo o que projeta a língua para a
PERMEABILIZAR frente.
VIA AÉREA
ATENÇÃO!!!

Mas se tiver ocorrido trauma ou houver


suspeitas de trauma a extensão do
pescoço/cabeça está contraindicada.
Neste caso tomam-se medidas de proteção da
coluna e procedesse à subluxação da mandíbula.
AVALIAR A VENTILAÇÂO/RESPIRAÇÂO
Mantendo a VA permeável, verifica-se se a
vítima respira NORMALMENTE, realizando o
VOS durante 10 segundos:
Respiração NORMAL? VER os movimentos torácicos;
Ouvir os sons respiratórios saídos da boca e
nariz;
Sentir o ar expirado na face do reanimador
Locais onde se pode avaliar o pulso
Como avaliar o pulso carotídeo
• Se houver mais alguém no local pede-se para
ficar junto da vítima, enquanto pede ajuda.
LIGAR 112 • Se se estiver sozinho grita-se alto para chamar
atenção, mas não se abandona a vítima.

Se a vítima não respond


ajuda de imediato, para
30
• Fazer 30 compressões a uma frequência de
Compressões pelo menos 100 por minuto
Torácicas
COMPRESSÕES
TORÁCICAS
Colocar a base de uma mão no centro do peito
Colocar a outra por cima
Entrelaçar os dedos
Comprimir o peito
• Ritmo 100 min-1
• Pressão 4-5 cm
• Igual compressão : refluxo
VENTILAÇÕES

Fechar o nariz da Vítima;


Inspirar normalmente;
Colocar os lábios sobre a boca da
vítima;
Soprar até o peito da vítima expandir;
Demorar 1 segundo;
Deixar o peito baixar;
Repetir.
2 Ventilações • Fazer 2 Ventilações após as 30 compressões
• Manter 30 compressões alternando com 2
ventilações.
Manter SBV 30:2 PARAR apenas se:
• Chegar ajuda (profissionais diferenciados);
• Estiver fisicamente exausto;
• A vítima recomeçar a ventilar normalmente.

.
Suporte Básico de Vida com Dois Reanimadores

Vantagens:
1. Reduzir perdas de tempo em manobras de SBV;
2. Troca de Reanimadores em manobras de SBV;
Reduzir perdas de tempo em manobras de SBV

• Iniciar as compressões logo que esteja feita a segunda insuflação;

• As mãos devem ser mantidas sempre em contacto com o tórax,


mesmo durante as insuflações;

• O reanimador que está a fazer as insuflações deverá preparar-se para


iniciar as mesmas logo após a 30ª compressão, com o mínimo de
perda de tempo possível.
Troca de Reanimadores em manobras de SBV

• A troca de reanimador deve ser efetuada perdendo o mínimo de


tempo possível a cada 2 minutos de SBV (5 ciclos de 30:2).

• Logo que complete a 5ª série de 30 compressões o mesmo


reanimador deve efetuar de seguida as duas insuflações, para que
outro se possa para iniciar as compressões.
Problemas Associados ao SBV

• Problemas com a ventilação:


- Insuflação de ar para estomago: o que pode provocar a saída do
conteúdo gástrico para via aérea, provocado a elevação do diafragma
dificultando os movimentos respiratórios tornando a ventilação ineficaz
• Problemas com as compressões ventilação:
- Fraturas (ex. articulação das costelas com esterno);
- Lesões dos órgãos internos (ex. rotura do pulmão,do coração ou do figado)
Síntese…
• O SBV é uma medida de suporte que permite manter a vítima viável
até à chegada do Suporte Avançado de Vida;
• A sequência de ações baseia-se na metodologia ABC: Via Aérea,
Ventilação, Circulação;
• É fundamental saber como e quando pedir ajuda e iniciar
precocemente as manobras de SBV.
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BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS
(5ª SESSÃO)
Objetivos da Sessão

• Identificar como e quando colocar uma vítima em posição lateral de


segurança

• Identificar as contra-indicações para a posição lateral de segurança.


Conteúdos
• Posição Lateral de Segurança
o Como e quando a sua utilização
Posição Lateral de Segurança - PLS

A Posição lateral de segurança (PLS) é a posição em


que se coloca a vítima se respira normalmente mas
está inconsciente.
Vantagens da Posição Lateral de Segurança -
PLS

 Manter a permeabilidade da Via Aérea (VA);


 Previne que aqueda da língua obstrua a (VA);
 Permite a drenagem de fluidos pela boca.
Princípios a respeitar pela PLS
• Ser uma posição o mais ‘lateral’ possível para que a cabeça fique numa posição em
que a drenagem da cavidade oral se faça livremente;

• Ser uma posição estável;

• Não causar pressão no tórax que impeça a respiração normal;

• Possibilitar a observação e acesso fácil à via aérea;

• Ser possível voltar a colocar a vítima em decúbito dorsal de forma fácil e rápida;

• Não causar nenhuma lesão à vítima.


Técnica para Colocar uma Vítima em PLS

Ajoelhar-se ao lado da vítima:

• Remover corpos estranhos do corpo da vítima, que ao posicionar a


vítima possam eventualmente causar lesões ;

• Assegurar de que as pernas da vítima estão estendidas;

• Colocar o braço mais perto (do seu lado) em

ângulo reto com o corpo, e com o cotovelo dobrado

e a palma da mão virada para cima.


Técnica para Colocar uma Vítima em PLS

Segure o outro braço (mais afastado)


cruzando o tórax e fixe o dorso dessa mão
na face do seu lado.
Técnica para Colocar uma Vítima em PLS

Com a outra mão levantar a perna do lado oposto


acima do joelho dobrando-a, deixando o pé
pousado no chão.
Técnica para Colocar uma Vítima em PLS
Rolar a vítima:

• Enquanto uma mão apoia a cabeça a outra puxa a perna do lado oposto
rolando a vítima para o seu lado;

• Estabilizar a perna para que a anca e joelho formem ângulos retos;

•Efetuar a inclinação da cabeça para trás assegurando a permeabilidade da VA;

• Ajustar a mão debaixo do queixo, para manter a extensão;


Atenção!!!

• Se a vítima tiver que permanecer em PLS por um longo período de tempo,


recomenda-se que ao fim de 30 minutos seja colocada sobre o lado
oposto, para diminuir o risco de lesões resultantes da compressão sobre o
ombro.

• A PLS é contraindicada se à suspeita de trauma ou trauma confirmado.


Síntese…

As vítimas inconscientes que respiram devem ser colocadas em PLS,


desde que não haja suspeita de trauma;

A colocação em PLS permite manter a permeabilidade da via aérea e


evitar a entrada de conteúdo gástrico na via aérea.
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ABORDAGEM GERAL DE NOÇÕES


BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS
(6ª SESSÃO)
Objetivos da Sessão

• Identificar as situações de obstrução parcial e total da via aérea.

• Identificar as causas e os tipos de obstrução da via aérea (OVA).

• Aplicar a sequência de atuação perante uma vítima com obstrução da


via aérea (OVA).
Conteúdos
• Obstrução da via Aérea
o Situações de obstrução parcial e total
o Tipos e causas de obstrução
Classificação da obstrução da Via Aérea Quanto à
Gravidade:
GRAVE
LIGUEIRA • Incapacidade de chorar (lactente);
• Vítima reativa;
• Ruído agudo alto à inspiração ou
• Eventual ruído expiratório
ausência total de ruído;
na inspiração;
• Mantém trocas gasosas; • Cianose,
• Mantém reflexo de tosse • Incapacidade de falar;
eficaz. • Agarra pescoço com as mãos;
• Incapacidade de movimentar o ar;
• tosse ineficaz ou ausente.
Algoritmo de Desobstrução da Via Aérea:
adulto e criança (com mais de 1ano de idade)
Execução da Pancada Inter-escapulares

1. Coloque-se ao lado e ligeiramente por detrás da vítima, com uma das


pernas encostadas de modo a ter apoio;

2. Passe o braço por baixo da axila da vítima e suporte-a a nível do tórax com
uma mão, mantendo-a inclinada para a frente, numa posição tal que se algum
objeto for deslocado com as pancadas possa sair livremente pela boca;
3. Aplique até 5 pancadas com a base da outra mão, na parte superior das
costas, ao meio, entre as omoplatas, isto é, na região inter-escapular;

4. Cada pancada deverá ser efetuada com a força adequada tendo como
objetivo resolver a obstrução;

5. Após cada pancada deve verificar se a obstrução foi ou não resolvida,


aplicando até 5 pancadas no total
Pancada Inter-escapular
Execução das Compressões Abdominais
(Manobra de Heimilich)

1. Fique por trás da vítima e circunde o abdómen da vítima com os seus braços;

2. Feche o punho de uma mão;

3. Posicione o punho acima da cicatriz umbilical, com o polegar voltado contra


o abdómen da vítima;

4. Sobreponha a 2ª mão à já aplicada;


Execução das Compressões Abdominais
(Manobra de Heimilich)
5. Aplicar uma compressão rápida para dentro e para cima;

6. Repita as compressões até que o objeto seja expelido da VA;

7. Aplique cada nova compressão (até 5) como um movimento separado e


distinto.
Compressões Abdominais
(Manobra de Heimilich)

COM A VÍTIMA SENTADA


COM A VÍTIMA DE PÉ
Exceções à manobra de Heimilich
• Há 2 exceções:
- Gravidas no final da gravidez;
- Vitimas francamente obesas;

• Nestes casos aplicam-se as compressões técnica de compressões


torácicas
Desobstrução da Via Aérea numa Vítima
Inconsciente
• No caso de uma vítima de obstrução da via aérea ficar inconsciente
durante a tentativa de desobstrução da via aérea o reanimador deve:

Amparar a vítima até ao chão para que esta não se magoe;

Ativar o sistema de emergência médica ligando 112;

Iniciar compressões torácicas, seguindo o algoritmo de SBV;

Pesquisar a cavidade oral antes de efectuar as insuflações.


Síntese…

• A obstrução da via aérea é uma situação emergente que pode levar à


morte da vítima em poucos minutos;

• Reconhecer a situação e iniciar de imediato medidas adequadas pode


evitar aparagem cardio-respiratória e salvar uma vida.
SITUAÇÕES ESPECIAIS EM SBV
• Afogamento;
• Eletrocussão;
• Gravidez;
• Hipotermia;
• Intoxicações;
• Outras situações especiais;
Afogamento

Este termo é utilizado para designar a submersão num líquido,


provocando sufocação
PARTICULARIEDADES:

1. Tirar a vítima do líquido em que se encontra submerso para


garantir a segurança do reanimador.

2. A vítima deve ser retirada na horizontal considerando sempre a


possibilidade de trauma.

3. No caso de suspeita trauma deve manter-se o alinhamento da


cabeça – pescoço – tronco e, se for preciso, rodar a vítima em
bloco.
PARTICULARIEDADES:

4. Devem adequar-se as manobras de permeabilização da via aérea à


situação de suspeita de trauma.

5. Não devem ser efetuadas manobras de desobstrução da via aérea,


pois vai atrasar o inicio do SBV.

6. A reanimação tem a particularidade de deverem ser efetuadas 5


insuflações antes de iniciar as compressões torácicas.
Eletrocussão
• As consequências de um choque elétrico dependem de vários fatores,
nomeadamente, do tipo de corrente, da sua intensidade e do tempo de
contacto com a fonte de energia.

• As lesões causadas pela corrente de alta tensão são

habitualmente mais graves.


PARTICULARIEDADES:
• Primeiro desligar sempre a fonte de energia antes de abordar a
vítima.

• Iniciar SBV logo que possível, considerando sempre a possibilidade de


existência de traumatismo da coluna cervical e adequando as
manobras a essa situação.

• É fundamental garantir a segurança de quem socorre.


Gravidez

• É uma situação especial pela existência simultânea de duas vítimas – a mãe


e o feto.

• As probabilidades de sobrevivência do feto dependem do sucesso da


reanimação da mãe.
PARTICULARIEDADES:

No último trimestre da gravidez, pelas dimensões que o útero atinge,


o retorno de sangue ao coração pode estar comprometido, pela
compressão que o útero faz sobre a veia cava inferior.

Se não existir retorno de sangue ao coração, não é possível manter


circulação.
PARTICULARIEDADES:

• A descompressão da veia cava inferior consegue-se colocando uma


almofada (ou algo equivalente) debaixo da anca direita da vítima,
para que o útero seja deslocado para a esquerda.

• As manobras de SBV não sofrem qualquer outra alteração.


Hipotermia

• Define-se pela presença de uma temperatura central < 35º C.

• Ocorre quando a vítima fica exposta, durante um período prolongado de


tempo, ao frio.

• Os indivíduos que ingerem álcool ou drogas, ou que

ficam inconscientes são mais suscetíveis à hipotermia.

.
PARTICULARIEDADES:

• Aquecer a vítima e coloca-la num local abrigado;

• Retirar roupas frias ou molhadas;

• Caso não exista paragem respiratória é fundamental


manter a permeabilidade da via aérea e evitar
movimentos bruscos porque podem desencadear
arritmias e levar à PCR.
Intoxicação
Particularidades

 Só abordar a vítima se existir condições de segurança para o


reanimador;

 O uso de medidas de proteção universais;

 Tentar saber com exatidão o que aconteceu;

 Há quanto tempo ocorreu a intoxicação e por que via;


PARTICULARIEDADES:

 Procure embalagens vazias, restos de medicamentos ou outros produtos,


cheiros característicos, seringas ou agulhas ou, ainda, sinais de corrosão
da pele ou da boca de forma a esclarecer a situação

 As ventilações se necessárias, só se efetuam através de máscara facial ou


outro dispositivo com válvula unidirecional.
PARTICULARIEDADES:

• Deve conectar uma fonte de oxigénio, sempre que disponível, em


concentrações elevadas, EXCEPTO na suspeita de intoxicação com
paraquato (Gramoxone) na qual NUNCA deve ser administrado
oxigénio.
Síntese

• A regra geral de abordagem das situações especiais é a mesma de


todas as situações que requerem suporte básico de vida;

• Conhecer as pequenas modificações necessárias em função de cada


situação otimiza o suporte básico de vida;

• A maioria das vítimas de PCR por situações especiais é jovem, o que


lhes confere melhor probabilidade de recuperação.

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