CONCEITO: Visa impedir a subsistência da eficácia de norma
infraconstitucional contrária à Carta Política, e, assim, assegurar os postulados da supremacia e da rigidez constitucional. NOÇÕES PRELIMINARES - Legislador constituinte originário criou mecanismos por meio dos quais se controlam atos normativos concretos, verificando sua adequação aos preceitos previstos na “Lei Maior”. - É requisito necessário para que haja controle de constitucionalidade: a) CONSTITUIÇÃO RÍGIDA: Aquela que possui um processo legislativo mais solene. Ex: CF/88 (art. 60). A ideia de rigidez pressupõe um escalonamento normativo, ocupando a Constituição o grau máximo (art. 59 da CF). CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
- Princípio da Supremacia da Constituição no dizer de José
Afonso da Silva, reputado por Pinto Ferreira como a “PEDRA ANGULAR”, em que se assenta o edifício do moderno direito político. - Disso resulta o da compatibilidade vertical das normas da ordenação jurídica de um país, no sentido de que as normas de grau inferior somente valerão se forem compatíveis com as normas de grau superior, que é a Constituição. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE a) MATERIAL: O conteúdo da norma viola princípio ou dispositivo da Constituição. Ex: Lei que prevê a pena de morte; a.1) FORMAL: A elaboração da norma possui vício constitucional em razão de iniciativa ou do procedimento sem observar as formalidades. Ex: Aprovar EC sem a observância do quorum de 3/5, em ambas casas Legislativa. b) POR AÇÃO – Edição de uma norma contrária, material ou formalmente à Constituição; b.1) POR OMISSÃO: Não edição de uma norma, exigida pela Constituição. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
a) CONTROLE POLÍTICO (Ex: França, Conselho Constitucional) - É o sistema no qual o controle de constitucionalidade é realizado por órgãos de natureza política, distinto do poder judiciário. No Brasil, o controle político é feito pelas Casas Legislativa, dentro do processo legislativo. A doutrina chama de controle preventivo. Ex.: Comissões – CCJ. b) CONTROLE JURISDICIONAL (Repressivo) (Ex: EUA, denominado de judicial review. Nesse sistema, a tarefa de controlar cabe ao Poder Judiciário. Pode ser difuso ou concentrado. No Brasil, o controle concentrado (Abstrato) cabe ao órgão de cúpula do judiciário, o STF. E os demais órgãos do judiciário cabe o controle difuso. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
c) CONTROLE MISTO (Ex: Suíça) – Há controle político para as leis
de determinadas categorias (Ex: leis federais) e o controle jurisdicional para as normas de outras espécies (ex: leis locais) TIPOS DE CONTROLE I) Quanto à oportunidade a) PREVENTIVO – Realizado antes de a norma entrar no ordenamento jurídico. Ex.: CCJ e Mandado de Segurança. b) REPRESSIVO – Se opera após a norma entrar no ordenamento jurídico. II) Quanto à concentração a) DIFUSO – Quando o controle é exercido por vários órgãos do judiciário. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE b) CONCENTRADO: Nesse caso o controle é feito por um único órgão. No caso do Brasil é o STF. III) Quanto à natureza a) CONCRETO – Existe uma lide, um conflito de interesse, uma pretensão resistida. A teoria de controle nasce do controle concreto nos EUA: CASO HISTÓRICO DA CORTE AMERICANA MARBURY vs. MADISON. O caso era político. Em 1800, o Presidente dos EUA, Jonh Adams, chefe do Partido Federalista, perdeu as eleições para Thomas Jefferson, chefe do Partido Republicano. Pouco antes de sair, Adams nomeou juiz de paz William Marbury, mas não lhe deu investidura, deixando para seu secretário, John Marshall, que não o fez. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Tendo assumido a presidência, Jefferson não reconheceu os
diplomas de investidura e o novo secretário de Estado, James Madison, recusou-se a entregar os diplomas. Marbury pediu que fosse confirmada a sua investidura propondo um writ of mandamus perante a Suprema Corte Americana, que estava sendo chefiada pelo antigo Secretário de Estado, John Marshall. Marshall convenceu a corte a indeferir o pedido com fundamentação constitucional, alegando falta de competência em razão de inconstitucionalidade da lei lhe atribuía essa competência. Essa decisão teve duas vantagens: 1) A Suprema Corte evitou o conflito com o governo federal, aceitando a decisão de não entregar o diploma de investidura a Marbury; 2) A Corte confirmou seu poder perante o Executivo e o Legislativo. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
b) ABSTRATO – Nesse caso não há uma lide propriamente dita, e
sim o processo objetivo, que ataca uma lei ou ato em tese, sem discussão de situações individuais subjetivas. Surgiu com a proposta de KELSEN, dentro de uma visão de pirâmide jurídica (origem Austríaca) Breve análise evolutiva do Sistema de Controle Brasileiro I) Constituição de 1824: A Constituição imperial não estabeleceu qualquer sistema de controle, consagrando o dogma da soberania do Parlamento e, principalmente, a existência do Poder Moderador. II) Constituição de 1891: A partir da Constituição de 1891, sob a influência do direito norte-americano, consagra-se, no direito brasileiro, a técnica de controle, até a CF/88 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Trata-se do controle difuso, repressivo, posterior ou aberto,
pela via de exceção ou defesa. III) Constituição de 1934: A Constituição de 1934, mantendo-se o sistema de controle difuso, estabeleceu-se, além da ação de inconstitucionalidade interventiva (Só o procurador Geral da Republica), a denominada cláusula de reserva de plenário, declarava a inconstitucionalidade só poderia ser pela maioria absoluta e a atribuição ao Senado Federal de competência para suspender a execução, no todo ou em parte, de lei ou ato declarado inconstitucional por decisão definitiva. IV) Constituição de 1937: A denominada POLACA, já que foi elaborada sob a inspiração da Carta ditatorial polonesa de 1935, muito em embora tenha mantido o sistema difuso, CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE o Presidente da Republica poderia influenciar as decisões do Poder Judiciário. V) Constituição de 1946: Fruto do movimento de redemocratização e reconstitucionalização instaurado no País, flexibilidade a hipertrofia do Executivo, restaurando a tradição do sistema de controle de constitucionalidade. Através da EC n° 16/65, criou-se uma nova modalidade de ação direta de inconstitucionalidade, de competência originária do STF, para processar e julgar originariamente a representação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, federal ou estadual, a ser proposta, exclusivamente, pelo Procurador-Geral da República. Estabeleceu-se ainda a possibilidade de controle concentrado em âmbito estadual. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
VI) Constituição de 1967 e a EC n° 1/69. Esta última regra foi
retirada pela Constituição de 1967, embora a EC n° 1/69 tenha previsto o controle de constitucionalidade de lei municipal, em face da Constituição Estadual, para fins de intervenção no Município. VII)Constituição de 1988: Trouxe quatro principais novidades no sistema de controle de constitucionalidade: Em relação ao controle concentrado em âmbito federal, ampliou a legitimação para a propositura da representação de inconstitucionalidade, acabando com o monopólio do PGR; Estabeleceu-se, a possibilidade de controle de constitucionalidade das omissões legislativas, seja de forma concentrada (ADO, art. 103, §2°), seja de modo incidental,MI CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Inova com a previsão da Arguição de descumprimento de
preceito fundamental – ADPF, com fulcro no Parágrafo Único, do art. 102, da CF/88; e posteriormente, com a EC n° 3/93, estabeleceu-se a Ação declaratória de constitucionalidade _ ADC , parágrafo único, do art. 102, da CF/88; por fim, com a EC 45/2004 (Reforma do Judiciário) ampliou a legitimação ativa para ajuizamento da ADC e ADI, alinhados ao art. 103 da CF/88.