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ORIENTAÇÕES CONAETE

ORIENTAÇÃO N. 01: “Os Membros do Ministério Público do Trabalho, quando participarem de


operações para erradicação do trabalho escravo, deverão atuar de forma coordenada com os
demais parceiros, realizando prévia reunião com os representantes dos demais órgãos para
definição das prioridades, da forma de abordagem, das atribuições, da divulgação de informações
e demais procedimentos a serem adotados na operação”.

ORIENTAÇÃO N. 02: “Os Membros do Ministério Público do Trabalho, quando participarem de


operações para erradicação do trabalho escravo, deverão elaborar, no prazo de até quinze dias do
término da operação, o relatório correspondente, enviando o original assinado com os documentos
respectivos à Procuradoria em cuja circunscrição ocorreu a diligência e cópia em meio magnético à
Coordenação Nacional”.

ORIENTAÇÃO N. 03: Jornada de trabalho exaustiva é a que, por circunstâncias de intensidade,


frequência, desgaste ou outras, agrida a dignidade humana do trabalhador, causando prejuízos a
sua saúde física ou mental, e decorra de situação de sujeição que, por qualquer razão, torne
irrelevante sua vontade. A previsão de jornada especial em instrumento coletivo não impede a
caracterização da jornada exaustiva. (Atualizada a redação da orientação na I Reunião Nacional
da Conaete, dia 21 de junho de 2018). (Link para a ata de reunião).

ORIENTAÇÃO N. 04: “Condições degradantes de trabalho são as que configuram desprezo à


dignidade da pessoa humana, pelo descumprimento dos direitos fundamentais do trabalhador, em
especial os referentes a higiene, saúde, segurança, moradia, repouso, alimentação ou outros
relacionados a direitos da personalidade, decorrentes de situação de sujeição que, por qualquer
razão, torne irrelevante a vontade do trabalhador”.

ORIENTAÇÃO N. 05: “Trabalho em condições análogas às de escravo. Violação à dignidade da


pessoa humana e ao patrimônio ético-moral da sociedade, ensejando danos morais individuais e
coletivos. Responsabilização do explorador. A exploração do trabalho em condições análogas às de
escravo ofende não somente a direitos individuais do lesado, mas também e, fundamentalmente,
aos interesses difusos de toda a sociedade brasileira. Tratando-se de grave violação à dignidade
da pessoa humana e ao patrimônio ético-moral da sociedade, o Membro do Ministério Público
Trabalho, observadas as peculiaridades do caso concreto, promoverá a responsabilização do
explorador mediante a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta e /ou a propositura de
Ação Civil Pública, ambos os instrumentos contendo obrigação de ressarcimento dos danos morais
individuais e/ou coletivos”.

ORIENTAÇÃO N. 06: "Recomenda-se que se evite, na celebração de termos de ajuste de conduta


e de acordos judiciais relacionados a trabalho análogo ao de escravo, aliciamento e tráfico de
pessoas, cláusulas ou condições que estabeleçam que, no caso de descumprimento das obrigações
assumidas no título, não incidirá imediatamente sanção pecuniária, por facultar-se ao
compromissário a possibilidade de comprovar a adoção de providências corretivas, posteriores ao
descumprimento cometido, isentando-se de multa o infrator se apresentada tal comprovação".

ORIENTAÇÃO N. 07: "O permissivo legal contido no art. 4º-A da Lei n. 6.019/74 (contratação de
empresa prestadora de serviços, inclusive para a execução da atividade principal da contratante)
não elide a responsabilização de todos os componentes da cadeia de produção que se utilizem ou
se beneficiem diretamente da exploração de trabalho escravo contemporâneo, atraindo-se, neste
caso, a aplicação dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos ratificados pelo
Brasil". (Aprovada a orientação na I Reunião Nacional da Conaete, dia 21 de junho de 2018). (Link
para a ata de reunião).

ORIENTAÇÃO N. 08: "A caracterização do tráfico de pessoas, ilícito previsto no art. 149-A do
Código Penal, atrai a atribuição do Ministério Público do Trabalho em razão dos efeitos nas esferas
cível e trabalhista, para apurar as lesões a direitos coletivos e individuais indisponíveis dos
trabalhadores". (Aprovada a orientação na I Reunião Nacional da Conaete, dia 21 de junho de
2018). (Link para a ata de reunião).

ORIENTAÇÃO N. 09: "Nos casos que envolverem tráfico de pessoas, o membro do Ministério
Público do Trabalho atuará de forma a garantir os direitos sociais dos trabalhadores e não
criminalizar a vítima do tráfico. Inteligência do título II do Protocolo de Palermo". (Aprovada a
orientação na I Reunião Nacional da Conaete, dia 21 de junho de 2018). (Link para a ata de
reunião).
ORIENTAÇÃO N. 10: "A NR 31 (segurança e saúde do trabalhador a agricultura, pecuária,
silvicultura, exploração florestal e aquicultura) não é objeto de negociação coletiva, por se tratar
de requisitos técnicos mínimos à garantia da segurança e saúde do trabalhador, exceto se for para
garantir maiores direitos indo ao encontro do inciso XXII do art. 7º da Constituição
Federal". (Aprovada a orientação na I Reunião Nacional da Conaete, dia 21 de junho de
2018). (Link para a ata de reunião).

ORIENTAÇÃO N. 11: "O relatório circunstanciado decorrente da operação em que constatado o


trabalho escravo ou outro ilícito penal deve conter descrição fática detalhada que permita,
inclusive, a análise das circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do Código Penal". (Aprovada a
orientação na I Reunião Nacional da Conaete, dia 21 de junho de 2018). (Link para a ata de
reunião).

ORIENTAÇÃO N. 12: "O trabalhador migrante, independentemente de sua situação migratória,


quando resgatado de situação de trabalho em condições análogas à escravidão, possui direito a
receber as parcelas de seguro-desemprego, nos termos do art. 2º C da Lei n. 7.998/90 e IN
91/SIT/MTE". (Aprovada a orientação na I Reunião Nacional da Conaete, dia 21 de junho de
2018). (Link para a ata de reunião).

ORIENTAÇÃO N. 13: "Encontrando vítima de trabalho escravo ou tráfico de pessoas de


nacionalidade estrangeira, o membro do Ministério Público do Trabalho representará ao Ministério
da Justiça, na forma prevista em regulamento, pela concessão da autorização de residência por
prazo indeterminado (art.158, § 2º, do Decreto 9199/2017)". (Aprovada a orientação na I Reunião
Nacional da Conaete, dia 21 de junho de 2018). (Link para a ata de reunião).

ORIENTAÇÃO N. 14: "Nas demandas coletivas envolvendo situações de trabalho análogo a de


escravo e de tráfico de pessoas propostas na Justiça do Trabalho, os Procuradores do Trabalho
incluirão pedido declaratório de submissão dos trabalhadores às situações previstas nos art. 149 e
art. 149-A, ambos do Código Penal". (Aprovada a orientação na II Reunião Nacional da Conaete,
dia 18 de outubro de 2018). (Link para a ata de reunião).

ORIENTAÇÃO N. 15: "Conforme previsto no Protocolo Suplementar à Convenção 29 da OIT, bem


como na Resolução 60/147 da ONU, aprovada em 2005 pela Assembleia Geral, que enuncia
“Princípios e Diretrizes Básicas sobre o Direito a Recurso e Reparação para Vítimas de Violações
Flagrantes das Normas Internacionais de Direitos Humanos (...)”, deve ser promovida interlocução
interinstitucional para assegurar que às vítimas de trabalho análogo ao escravo e/ou de tráfico de
trabalhadores não recaiam processos ou sejam impostas penas por seu envolvimento em
atividades ilegais que tenham sido compelidas a realizar como consequência direta de estarem
sujeitas a trabalho forçado ou obrigatório". (Aprovada a orientação na II Reunião Nacional da
Conaete, dia 18 de outubro de 2018). (Link para a ata de reunião).

ORIENTAÇÃO N. 16: "Recomenda-se que, quando da propositura de ação civil pública tratando
de trabalho escravo, seja averiguado se o empregador/empreendimento econômico possui
financiamento bancário de um dos bancos demandados pelo MPT quanto ao descumprimento de
deveres de responsabilidade socioambiental (ACPs disponíveis na página do GT na intranet) e, em
caso positivo, que se inclua pedido de condenação solidária da instituição financeira pelo dano
moral coletivo". (Link para a ata de reunião).

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