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A era geológica do Antropoceno

versus a do Ecoceno

AULA PSICOPEDAGOGIA CURATIVA


O Antropoceno é o nome de um novo intervalo de tempo geológico proposto
(provavelmente uma época) que pode logo entrar na Escala de Tempo Geológico oficial

• É definido pela influência humana na Terra, onde nós nos tornamos


uma força geológica a moldar a paisagem global e a evolução do nosso
planeta.
• De acordo com esta teoria, a presente época – ainda conhecida como o
Holoceno, que começou há 11 mil anos atrás – teria terminado em
algum momento entre o final do século XVIII e os anos de 1950
(quando o Antropoceno começou).

• O limite de tempo mais antigo considera o aumento da quantidade de


dióxido de carbono e outros gases estufa na atmosfera da Terra que
são na maioritariamente devidos à queima de combustíveis fósseis por
energia para abastecer nossa tecnologia industrial crescente.
• Que explodindo, pode pôr em risco todo o sistema-vida, a vida humana
e a nossa civilização.
• Coloca-se a pergunta: que fazemos coletivamente para desarmá-la?

• Aqui é importante identificar o que fizemos para que se constituísse


esta nova era geológica.
Escreve Leonardo Boff, filósofo, teólogo e
Aqui é importante escritor.
o que fizemos . Eis o artigo cronológico:
para que se O primeiro a elaborar uma ecologia da Terra como
um todo, ainda nos anos 20 do século passado,
identificasse e foi o geoquímico russo Vladimir Ivanovich
constituísse esta Vernadsky (1963-1945). Ele conferiu caráter
nova era científico à expressão “biosfera” criada em 1875
por um geólogo austríaco Eduard Suess. Nos
geológica anos 70, com James Lovelock, se desenvolveu a
teoria de Gaia, a Terra que se comporta como um
super-organismo vivo que sempre produz e
reproduz vida.
Gaia, nome grego para a Terra viva, mas não é
tema da New Age mas o resultado de minuciosa
observação científica.
O imperativo Não dá mais para considerá-la um balcão de recursos que
categórico é que podemos dispor ao nosso bel-prazer, mormente, visando a
acumulação privada de bens materiais. A Terra é pequena e seus
urge mudar a bens e serviços limitados.
• Cumpre produzir tudo o que precisamos,
nossa relação • não para um consumo desmedido mas com Uma sobriedade
para com a compartida, respeitando os limites da Terra e pensando nas
demandas dos que virão depois de nós. A Terra pertence a eles
natureza e a e a tomamos emprestado deles para devolve-la enriquecida.
Terra. • Como se depreende, releva enfatizar que temos que inaugurar
o contra-ponto à era do Antropoceno que é a era do Ecoceno.
Quer dizer: a preocupação central da sociedade não será mais
o desenvolvimento/crescimento sustentável mas a ecologia, o
Ecoceno, que garantem a manutenção de toda a vida. A isso
deve servir a economia e a política.
O Antropoceno tornar-se- • que explodindo, pode pôr em risco todo o sistema-vida, a vida
á é numa espécie de humana e a nossa civilização.
bomba-relógio sendo
• Coloca-se a pergunta: que fazemos coletivamente para
montada ao qual
desarmá-la? Aqui é importante identificar o que fizemos para
O imperativo que se constituísse esta nova era geológica?", escreve
categórico urgiu e Leonardo Boff, filósofo, O primeiro a elaborar uma ecologia da
quase ruiu mudar a Terra como um todo, ainda nos anos 20 do século passado, foi
nossa relação para o geoquímico russo Vladimir Ivanovich Vernadsky (1963-1945).
com a natureza e a Ele conferiu caráter científico à expressão “biosfera” criada em
Terra. 1875 por um geólogo austríaco Eduard Suess.
• Nos anos 70, com James Lovelock, se desenvolveu a teoria de
Gaia, a Terra que se comporta como um super-organismo vivo
que sempre produz e reproduz vida. Gaia, nome grego para a
Terra viva, não é tema da New Age mas o resultado de
minuciosa observação científica. teólogo e escritor.
A compreensão da Terra como Gaia

• oferece a base para políticas globais, como por exemplo, o controle do


aquecimento da Terra. Se ultrapassar dois graus Celsius, (estamos
próximos a isso) milhares de espécies vivas não terão capacidade de se
adaptar e de minimizar os efeitos negativos de tal situação mudada.
Desapareceriam. Se ocorrer, ainda neste século, um “aquecimento
abrupto”(entre 4-6 graus Celsius) como prevê a sociedade científica norte-
americana, as formas de vida que conhecemos não subsistiriam e grande
parte da Humanidade correria grave risco em sua sobrevivência.
• Vários cientistas, especialmente o prémio Nobel em química, o holandês
Paul Creutzen, e o biólogo Eugene Stoemer se deram conta, já no ano
2000, das mudanças profundas ocorridas na base físico-química da Terra e
cunharam a expressão antropocenteno. A partir de 2011 a expressão já
ocupava páginas nos jornais.
Com o Antropoceno se quer sinalizar o facto

• O grande ameaçador da biosfera que é o habitat natural de todas as formas de vida, é a


agressão sistemática dos seres humanos sobre todos os ecossistemas que, juntos, formam o
planeta Terra.
• O Antropoceno é uma espécie de bomba-relógio sendo montada, que explodindo, pode pôr
em risco todo o sistema-vida, a vida humana e a nossa civilização. Coloca-se a pergunta: que
fazemos colectivamente para desarmá-la? Aqui é importante identificar o que fizemos para
que se constituísse esta nova era geológica?
• Alguns a atribuem à introdução da agricultura há 10 mil anos quando começamos a interferir
nos solos e no ar. Outros acham que foi nos meados do século 18 quando iniciou o processo
industrialista que implica numa sistemática intervenção nos ritmos da natureza, com a
ejecção de poluentes nos solos, nas águas e no ar. Estoutros colocam a data de 1945 com a
explosão de duas bombas atómicas sobre o Japão e os posteriores experimentos atómicos
que espalharam radioactividade pela atmosfera. E nos últimos anos, as novas tecnologias
tomaram conta da Terra, exaurindo seus bens e serviços naturais mas também causando o
lançamento na atmosfera de toneladas de gases de efeito estufa e bilhões e bilhões de litros
de fertilizantes químicos nos solos que causam o aquecimento global e outros eventos
extremos.
O imperativo
categórico é que
urge mudar a nossa
relação para com a
natureza e a Terra.

Não dá mais para considerá-la um balcão de recursos que podemos dispor ao nosso
bel-prazer, mormente, visando a acumulação privada de bens materiais. A Terra é
pequena e seus bens e serviços limitados.
• Cumpre produzir tudo o que precisamos,
• não para um consumo desmedido mas com Uma sobriedade compartida,
respeitando os limites da Terra e pensando nas demandas dos que virão depois
de nós. A Terra pertence a eles e a tomamos emprestado deles para devolve-la
enriquecida.
• Como se depreende, releva enfatizar que temos que inaugurar o contra-ponto à
era do Antropoceno que é a era do Ecoceno. Quer dizer: a preocupação central
da sociedade não será mais o desenvolvimento/crescimento sustentável mas a
ecologia, o Ecoceno, que garantem a manutenção de toda a vida. A isso deve
servir a economia e a política.
ou seja, uma era em que haja harmonia entre todas as espécies
vivas da Terra, com a eliminação da exploração e da dominação de
uma espécie sobre as demais. Para tanto, é preciso superar a
É urgente maneira de pensar antropocêntrica e adotar e respeitar os princípios
ecocêntricos.
substituir o Holoceno e Antropoceno – Eco Debate.
Antropoceno peloNão dá mais para considerá-la um balcão de recursos que podemos
Ecoceno urge dispor ao nosso bel-prazer, mormente, visando a acumulação privada
de bens materiais. A Terra é pequena e seus bens e serviços
mudar a nossa limitados.
relação para com• Cumpre produzir tudo o que precisamos,
• não para um consumo desmedido mas com Uma sobriedade
a natureza e a compartida, respeitando os limites da Terra e pensando nas
Terra. demandas dos que virão depois de nós. A Terra pertence a eles e a
tomamos emprestado deles para devolve-la enriquecida.
• Como se depreende, releva enfatizar que temos que inaugurar o
contra-ponto à era do Antropoceno que é a era do Ecoceno. Quer
dizer: a preocupação central da sociedade não será mais o
desenvolvimento/crescimento sustentável mas a ecologia, o
ecoceno, que garantem a manutenção de toda a vida. A isso deve
servir a economia e a política.
Para preservar a vida é importante

• A tecnociência mas igualmente, a razão cordial e sensível. Nela se


encontra a sede da ética, da compaixão, da espiritualidade e do cuidado
fervoroso pela vida. Esta ética do cuidado imbuída de uma espiritualidade
da Terra nos comprometerá com a vida contra o Antropoceno.
• Portanto, faz-se propósito construir uma nova óptica que nos abra para
uma nova ética, colocar sobre nossos olhos uma nova lente para fazer
nascer uma nova mente. Temos que reinventar o ser humano para que
seja consciente dos riscos que corre, mas mais que tudo, que desenvolva
uma relação amigável para com a Terra e se faça o cuidador da vida em
todas as suas formas.
Portanto, faz-se necessário construir
• Uma nova óptica que nos abra para uma nova ética, colocar sobre
nossos olhos uma nova lente para fazer nascer uma nova mente.
Temos que reinventar o ser humano para que seja consciente dos
riscos que corre, mas mais que tudo, que desenvolva uma relação
amigável para com a Terra e se faça o cuidador da vida em todas as
suas formas.
• Há 65 milhões de anos caiu um meteoro de 9,6 km de extensão na
Península de Yucatán no México. Seu impacto foi o equivalente a 2
milhões de vezes a força da uma ponderosa bomba nuclear. Três
quartos das espécies vivas desapareceu e junto com elas todos os
dinossauros depois de terem vivido por 133 milhões de anos sobre
a face da Terra. O nosso ancestral, pequeno mamífero, sobreviveu.
Exemplos de sobrevivência

• Economia verde é uma economia que encontra caminhos para reduzir suas cotas de emissão
de poluentes na atmosfera.
• É uma economia de baixo carbono, a qual emprega tecnologia sustentável, Ou seja, o sistema
de produção segue etapas que atendem a processos justos, economicamente viáveis e
ambientalmente adequados.
• Dessa forma, a economia verde garante um futuro saudável para as novas gerações.
• Baixo carbono significa inovar processos produtivos e criar soluções tecnológicas que
resultem em menor emissão de gases poluentes na camada de ozônio do planeta.
Segundo Thomas Heller, consultor de políticas ambientais e prêmio Nobel:

• "É preciso elevar a produtividade a novos patamares, de modo a gerar mais riqueza,
dependendo menos do ambiente. Só assim é possível olhar para a economia e o verde
simultaneamente".

• Economia mais Limpa com a busca por uma economia mais limpa vem despertando a
consciência e o debate público desde 1970, quando o efeito estufa entrou em discussão.

• Em 1997, na conferência de Kyoto, a respeito de mudanças climáticas, foi adotado um


protocolo para adoção de limites às emissões de gases poluidores durante o inverno,
principalmente nos países ricos. Ficou conhecido como Protocolo de Kyoto.
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• Em 1997, na conferência de
Kyoto, a respeito de mudanças
climáticas, foi adotado um
protocolo para adoção de limites
às emissões de gases poluidores
durante o inverno, principalmente
nos países ricos. Ficou
conhecido como Protocolo de
Kyoto.

• Trinta e nove países se


comprometeram a limitar suas
emissões durante o período de
2008-2012. A meta de redução
mundial seria de 5,2%.
J.M.W. Turner "Snow Storm: Hannibal and his Army Crossing the Alps", 1812.
Por onde é a saída?

• Resenha de dois livros¹ de marxistas norte-americanos sobre os


desafios do Antropoceno:

• Ian Angus, Facing the Anthropocene. Fossil Capitalism and the Crisis of
the Earth System. New York: Monthly Review Press, 2016, 277 pp.,
• Richard Smith, Green Capitalism. The God that Failed. World Economics
Associations Book Series, vol 5, 2016, 172 pp.
• As publicações de ecologia crítica encontram nos Estados Unidos um
público crescente, como o sucesso do último livro de Naomi Klein (This
Changes Everything) pode atestar. No interior desse campo se
desenvolve também, cada vez mais, uma reflexão ecossocialista de
inspiração marxista, a qual pertencem os dois autores aqui resenhados.
Prêmio Nobel por suas descobertas sobre a destruição da
Camada de Ozónio

• A partir dos trabalhos do químico Paul Crutzen – Prêmio Nobel por suas
descobertas sobre a destruição da Camada de Ozónio – do geofísico Will
Steffen, e de outros, a conclusão de que entramos numa nova era
geológica, distinta do Holoceno, começa a ser amplamente admitida. O
termo “Antropoceno” é o mais utilizado para designar essa nova época,
caracterizada por profundas mudanças no sistema-terra, resultante da
atividade humana. A maioria dos especialistas concorda em datar o início
do Antropoceno em meados do século XX, quando se desencadeia uma
“Grande Aceleração” de mudanças destrutivas: ¾ das emissões de CO2
foram produzidas a partir de 1950. O emprego do termo “Antropo” não
significa que todos os seres humanos são igualmente responsáveis por essa
mudança dramática e preocupante: os trabalhos dos pesquisadores
mostram claramente a esmagadora responsabilidade dos países mais ricos,
os países da OCDE.
Conhecemos também as consequências de tais transformações,
principalmente a mudança climática:

• O nível dos oceanos subiu mais rapidamente ao longo do século XX do que nos três
últimos milênios, devido às alterações climáticas, indica um estudo publicado na
segunda-feira.

• A reportagem foi publicada por Agência Lusa, 24-02-2016.

• Entre 1900 e 2000, os oceanos e os mares do planeta subiram cerca de 14


centímetros, por causa do degelo, principalmente no Ártico, revelaram os autores
de estudos publicados na revista científica norte-americana Proceedings of the
National Academy of Sciences (PNAS).

• Os climatólogos estimaram que, sem a elevação da temperatura do planeta


observada desde o início da era industrial, a subida do nível dos oceanos teria
correspondido a menos da metade observada nos últimos cem anos.
O século passado “foi excepcional em comparação com os
últimos três milénios

• A elevação no nível dos oceanos acelerou nos últimos 20 anos”,


disse Robert Kopp, professor do departamento de Ciências da Terra
da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, Estados Unidos.

• Segundo este estudo, feito a partir de uma nova abordagem


estatística concebida pela Universidade de Harvard, em
Massachusetts, nos Estados Unidos, o nível dos oceanos baixou
cerca de oito centímetros entre o ano 1000 e 1400, período
marcado por um arrefecimento planetário de 0,2 graus Celsius (°C).

• Actualmente, a temperatura mundial média está um grau acima do


que a do final do século 19.

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