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Filosofia da

Educação
Brasileira

Aula 3

Viviane da Costa
Lopes
Objetivos desta aprendizagem
Analisar a relação entre trabalho e educação;
Elucidar a relação entre educação, alienação e

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ideologia e suas implicações para o campo da
educação.

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Trabalho e educação

Atividades especificamente humanas;

Apenas o ser humano trabalha e educa.

De um modo geral, trabalho consiste na


“atividade através da qual o homem modifica
o mundo, a natureza, de forma consciente e
voluntária, para satisfazer suas necessidades
básicas”.
(JAPIASSÙ; MARCONDES, 2008, p. 269)

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• Se a existência humana não é garantida pela
natureza, não é uma dádiva natural, mas tem de
ser produzida pelos próprios homens, sendo,
pois, um produto do trabalho, isso significa que o
homem não nasce homem. Ele forma-se homem.
Ele nasce sabendo produzir-se como homem. Ele
necessita aprender a produzir sua própria
existência. Portanto, a produção do homem é, ao
mesmo tempo, a formação do homem, isto é, um
processe educativo. A origem da educação
coincide, então, com a origem do homem mesmo.
(SAVIANI, 2007, p. 154)

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Separação entre educação e trabalho

• trabalho e educação foram historicamente


dissociados pelas experiências dos homens.
• a partir do escravismo antigo surge duas
modalidades distintas de educação: trabalho
intelectual e trabalho manual.

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• Desde sua origem, a escola esteve relacionada ao
lado do trabalho intelectual.
• Com o surgimento da produção capitalista, a
separação entre escola e trabalho atinge novos

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patamares. A escola, por sua
vez, torna-se o “instrumento
por excelência para viabilizar
o acesso a
esse tipo

de cultura”
(SAVIANI, 2007, p. 158).

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Alienação: De acordo
com Japiassú e
Marcondes (2008, p. 6),
condição na qual o

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indivíduo “não mais se
pertence, que não detém
o controle de si mesmo ou
que se vê privado de seus
direitos fundamentais,
passando a ser
considerado uma coisa”.

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• Produção capitalista acentuou a dicotomia
entre trabalho intelectual e trabalho
operário.

• Esse processo acabou por limitar a


“espontaneidade, a iniciativa e, portanto, a
liberdade dos indivíduos, submetendo-os a
uma homogeneização em nome do controle
e da eficiência”
(ARANHA, 2006, p. 78).

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Alienação e ideologia
• De um modo geral, entendemos por ideologia “um
conjunto de ideias, opiniões, crenças sobre algum

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ponto sujeito a
discussão, bem
como normas
estabelecidas a
partir de valores”

(ARANHA, 2006, p. 80).

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Trabalho e ideologia
• Para Marx, o rumo da
filosofia tradicional contribuiu
para preservar uma

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sociedade desigual e ensejar
a ideologia, ou seja, uma
forma de dominação que
gera uma consciência
ilusória sobre a realidade.
Caberia à filosofia crítica
revelar o processo ideológico
e desfazer suas ilusões.

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Quando o trabalho se torna alienado?
• Para Marx, quando acarreta a negação da própria
existência humana.
• Ideologia “é uma representação ilusória da
realidade”, uma vez que as ideias que são
propagadas “leva os indivíduos a pensarem,
sentirem e agirem de acordo com os interesses da
classe que detém o poder”; camuflando o “conflito”
que existe na sociedade dividida, “apresentando-a
como uma e harmônica, como se todos
partilhasses dos mesmos interesses e ideais”
(ARANHA, 2006, p. 80).

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Função da ideologia

“Ocultar as diferenças de classe”, facilitando


“a continuidade da dominação de uma classe
sobre outra”, ao assegurar “a coesão entre os
indivíduos e a aceitação sem críticas das
tarefas mais penosas e pouco
recompensadoras, simplesmente como
decorrentes da ‘ordem natural das coisas’”
(ARANHA, 2006, p. 81).

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Características da ideologia

• Abstração- uma vez que o discurso


ideológico não faz referência ao concreto,
mas ao “aparecer social”;

• Universalização- Já que os ideais e os


valores da classe dominante são estendidos
por todos;

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• Lacuna- já que nem tudo pode ser dito “sob a pena
de desmascarar” os processos ideológicos;
• Inversão- por explicar a realidade apresentado
como causa dos fatos as consequências; por
exemplo, “se o filho de um operário não consegue
melhorar seu padrão de vida, o insucesso é
atribuído à sua incompetência, quando na verdade
esta é efeito de outras causas, tais como as
condições precárias a que se acha submetido”.
 

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Educação, trabalho alienado e
ideologia
• A Escola não é um espaço neutro.
• No decorrer da sua história, a escola
“sempre serviu ao poder, não oferecendo
oportunidades iguais de estudos a todos,
indistintamente”
(ARANHA, 2006, p. 82).

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• A escola pode favorecer a propagação da
ideologia dominante, por isso, deve estar atenta
para não representar apenas os valores da classe
dominante.
• É tarefa da educação “desvendar os
mascaramentos ideológicos de sua própria
atividade”, evitando, sobretudo, sua instauração
“como mera força de reprodução social” e
tornando-se “força de transformação da
sociedade, contribuindo para extirpar do tecido
desta todos os focos da alienação”
(SEVERINO, 2000).
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Referências
• ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São
Paulo: Moderna, 2006.
• CHAUI, Marilena. O que é ideologia? São Paulo: Brasiliense,
1980,
• DUARTE, Newton. Formação do indivíduo, consciência e
alienação: o ser humano na psicologia de A. N. Leontiev. Cad.
Cedes, Campinas, vol.24, n.62, p.44-63, abril 2004.
• FLORENZANO Modesto. Sobre as origens e o
desenvolvimento do estado moderno no ocidente. Lua Nova,
São Paulo, n.71, p.11-39, 2007.
• FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo
real. 5edição. São Paulo: Cortez, 2003.  
• GADOTTI, Moacir. Marx: transformar o mundo. São Paulo:
FTD, 1989.

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Filosofia da
Educação
Brasileira

Atividade 3

Viviane da Costa
Lopes
(ENADE 2011) Muitas vezes, os próprios
educadores, por incrível que pareça, também vítimas
de uma formação alienante, não sabem o porquê
daquilo que dão, não sabem o significado daquilo
que ensinam e quando interrogados dão respostas
evasivas: “é pré-requisito para as séries seguintes”,
“cai no vestibular”, “hoje você não entende, mas
daqui a dez anos vai entender”. Muitos alunos
acabam acreditando que aquilo que se aprende na
escola não é para entender mesmo, que só
entenderão quando forem adultos, ou seja, acabam
se conformando com o ensino desprovido de sentido.
VASCONCELLOS, C. S. Construção do conhecimento em sala de aula. 13ª ed.
São Paulo: Libertad, 2002, p. 27-8.

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Com base no texto, avalie as afirmações a seguir.
•O processo de conhecimento deve ser refletido e
encaminhado a partir da perspectiva de uma prática
social.
•Saber qual conhecimento deve ser ensinado nas
escolas continua sendo uma questão nuclear para o
processo pedagógico.
•O processo de conhecimento deve possibilitar
compreender, usufruir e transformar a realidade.
•A escola deve ensinar os conteúdos previstos na
matriz curricular, mesmo que sejam desprovidos de
significado e sentido para professores e alunos.
•Os projetos curriculares devem desconsiderar a
influência do currículo oculto que ocorre na escola
com caráter informal e sem planejamento.
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É correto apenas o que se afirma em:

a)I e III.
b)I e IV.
c)II e IV.
d)I, II e III.
e)II, III e IV.

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Alternativa D
I.O processo de conhecimento deve ser refletido e
encaminhado a partir da perspectiva de uma prática
social.
II.Saber qual conhecimento deve ser ensinado nas
escolas continua sendo uma questão nuclear para
o processo pedagógico.
III.O processo de conhecimento deve possibilitar
compreender, usufruir e transformar a realidade.

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