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Série – Concursos
Mário Sérgio Cortella

A Escola e o Conhecimento:
Fundamentos Epistemoló gicos e
Políticos
Introdução
Na introduçã o, aponta a urbanizaçã o acelerada, que marca a histó ria
recente do Brasil, como um dos fatores determinantes dos
descalabros observáveis em nosso sistema educacional. Associado
à urbanizaçã o (e também por ela responsável), o modelo
econô mico desenvolvimentista, que privilegiou a alocaçã o de
recursos para criaçã o de infraestrutura indispensável à
industrializaçã o do país, contribuiu para a falência do sistema
pú blico de ensino. Por outro lado, lembra que esse modelo
também teve seu aspecto positivo pois contribuiu para a
ampliaçã o do acesso de um grande nú mero de pessoas à
escolarizaçã o. Diante desse cená rio, apresenta a aná lise do papel do
conhecimento na conservaçã o ou transformaçã o da dinâ mica
social como objetivo central do livro.
Capítulo 1 (resumo)
No capítulo 1, retomando a premissa de que nã o há
conhecimento em o ser humano, faz um interessante
"passeio" pela histó ria buscando a (artigo bem definido)
definiçã o do que é ser humano.
Durante o "passeio", vai coletando e relacionando
elementos (para a reflexã o posterior) fundamentais, a
saber: as origens e a evoluçã o bioló gica das espécies; a
cultura que produzimos e que nos produz; a açã o
transformadora do homem sobre a natureza através do
trabalho; o conhecimento e os valores como construçã o
coletiva e balizadores da existência humana; e,
finalmente, a nã o- neutralidade dos processos
educativos.
O Conhecimento
O CONHECIMENTO, OBJETO DA NOSSA ATIVIDADE, NÃO PODE,
SER REDUZIDO À SUA MODALIDADE CIENTÍFICA. NÃO É FÁCIL
ESCAPAR DESSA REDUÇÃO, POIS HOJE, MAIS DO QUE NUNCA O
PRODUTO CIENTÍFICO TEM UM PESO TREMENDO NO DIA-A-
DIA DAS PESSOAS. A CIÊNCIA, É UMA INSTANCIA
RELATIVAMENTE RECENTE NA HISTÓRIA, SE COMPARADA À
PRÓPRIA PRESENÇA DO HUMANO NA REALIDADE.
O resultado da açã o científica nã o atinge o conjunto da humanidade
da mesma forma. Por isso, e para que possamos pensar o tema do
Conhecimento, é necessá rio, inicialmente, caminhar por algumas
aná lises sobre a pró pria presença do ser humano na realidade e,
dentro dela, o lugar do Conhecimento em suas mú ltiplas
dimensõ es.
Qual é o sentido de nossa existência?

QUAL, ENTÃO, O SENTIDO DE EXISTIRMOS?


SOMOS, ANTES DE MAIS NADA, CONSTRUTORES DE SENTIDO,
PORQUE, FUNDAMENTALMENTE, SOMOS CONSTRUTORES DE
NÓS MESMOS, A PARTIR DE UMA EVOLUÇÃO NATURAL.
Capítulo 2 (resumo)
No capítulo 2, é a histó ria da civilizaçã o grega- mais especificamente
da sua produçã o de conhecimento, que possibilita a reflexã o sobre
a construçã o da ideia de verdade como "descoberta", e sobre a
origem da escola dissociada da prá tica produtiva, pois é fruto do
ó cio (tempo livre) e riqueza da aristocracia. Sendo assim, a
vivência e os conhecimentos adquiridos na escola/ ó cio
possibilitavam o domínio da arte de falar e argumentar bem, e
esse era um fator decisivo nas assembleias e nos debates políticos,
definindo, portanto, com quem ficava o poder. Finalmente, situa
sua concepçã o de conhecimento. Opondo-se a ideia de verdade,
como algo a ser "descoberto" pelo sujeito sobre o objeto, ela é
concebida como uma dimensã o fundamental do conhecimento,
mas com cará ter social- constró i-se a partir da relaçã o entre o
sujeito e o objeto, na vivência do coletivo - e histó rico.
Capítulo 3 (resumo)
No capítulo 3, ao tratar da mitificaçã o da ciência e dos cientistas-
como mundo e seres fantá sticos, respectivamente - na atualidade,
lembra o quanto os professores contribuem para tanto quando
deixam de situar as reais condiçõ es de produçã o do
conhecimento. Essa mitificaçã o atinge vá rios campos do
conhecimento, desde a matemá tica e a física, até a histó ria e a
geografia. Ela interfere na compreensã o de conceitos e fatos, mas
mais ainda determina um distanciamento entre o aprendiz e o
conhecimento, respaldado pelo senso comum de que ciência é
coisa para "gênios". Mas o que fazer com anos de mitificaçã o? E
com as estó rias de descobertas "fantá sticas" que nos foram
contadas e que, por considerá -las interessantes, contamos aos
nossos pupilos??? O professor CorteIla sugere: revalorizar o
prazer e desvelar a luta pelo poder que envolve o conhecimento.
Capítulo 4 (resumo)
No capítulo 4, mostra um panorama com as concepçõ es sobre a
relaçã o entre a escola e a sociedade. Chama atençã o para trê s
delas que alteram doses de otimismo, pessimismo, ingenuidade e
criticidade. Destaca o que denomina otimismo crítico, como a
concepçã o que considera "a natureza contraditó ria das
instituiçõ es sociais". Nela, apesar de estar contida uma dimensã o
conservadora, há também o espaço para inovaçã o. Para que seja
possível criar, é necessá rio revermos nossa maneira de avaliar,
nossas concepçõ es prévias sobre a criança, nossos métodos e
tantas outras questõ es que se apresentam cristalizadas. Só assim
é possível vislumbrar o fim do vício do circulo vicioso, aquela
atitude, pouco edificante, de atribuir nosso fracasso a tudo que
está em volta e que vem antes de nossa açã o.
Reflexões para a Contemporaneidade
TRÊS IDÉIAS SÃO PARTICULARMENTE CARAS E INSTIGADORAS
DE REFLEXÕES FUNDAMENTAIS PARA A
CONTEMPORANEIDADE.
A PRIMEIRA RETOMA A IMPORTÂNCIA DAS MÍDIAS NA
CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO SOCIAL: A PROPAGANDA
PROMOVE NOSSO CONSUMO DE MERCADORIAS, OU ELA
MESMA NOS CONSOME? ONDE FICA A SUBJETIVIDADE EM
MEIO AO DUELO E IMPÉRIO DAS MARCAS QUE NOS INVADEM
PELOS OUVIDOS E OLHOS, EM CASA OU FORA DELA, COM OU
SEM CONSENTIMENTO?
Reflexões para a Contemporaneidade
A SEGUNDA E A TERCEIRA, DISTANCIADAS NO TEXTO, MAS PROFUNDAMENTE
PRÓXIMAS, TRATAM DA SUBSTITUIÇÃO DO EMBATE HOMEM VERSUS
MUNDO, PELO EMBATE HOMEM VERSUS HOMEM E DA TÃO "GASTA" E
QUESTIONADA LIBERDADE. NO ÚLTIMO SÉCULO, APESAR DO TRAUMA DE
DUAS GRANDES GUERRAS (E, CONSEQÜENTEMENTE, O REPÚDIO A ELAS),
ASSISTIU-SE À PROLIFERAÇÃO DE VÁRIOS CONFLITOS INCOMPATÍVEIS
COM QUALQUER IDÉIA DE CIVILIDADE. RELIGIÃO, ETNIA E ECONOMIA
FORAM ALGUNS DOS MOTIVOS ANUNCIADOS PARA O QUE MAIS
IMPRESSIONAVA: O EMBATE HOMEM VERSUS HOMEM, RESULTANTE DE
SUA AINDA INCAPACIDADE DE ENCONTRAR SOLUÇÕES PACIFICAS E
DIPLOMÁTICAS. DIFÍCIL JULGAR QUEM TEM RAZÃO, AFINAL SÃO TANTOS
E VARIADOS ARGUMENTOS DE AMBAS AS PARTES... ENTRETANTO, É
POSSÍVEL CONSTATAR QUE ACEITAR, RESPEITAR E CONVIVER COM AS
DIFERENÇAS CONTINUA SENDO UM GRANDE DESAFIO.
Conclusão

AO TRATAR DA LIBERDADE E DE NOSSA CAPACIDADE SINGULAR DE DIZER


NÃO, APRESENTA UMA IDÉIA PRECIOSA: SER HUMANO É SER JUSTO. A
PARTIR DELA, CONSTRÓI UM OLHAR RADICAL SOBRE QUESTÕES COMO
VIOLÊNCIA, INJUSTIÇA E MISÉRIA. OU SE UNIVERSALIZA A
DETERMINAÇÃO DE PÔR UM FIM A ESSAS MAZELAS – INDEPENDENTE DE
RELIGIÃO, ETNIA OU VALOR DO PIB, OU SEJA, DESCARTANDO-SE
QUALQUER ARBITRARIEDADE - OU COMO ACREDITAR QUE EXISTA
HUMANIDADE? Sendo assim, pensar, como sugere o autor, talvez ajude a
encontrar soluçõ es para os impasses que afetam desde pequenos grupos até
naçõ es e a redefinir o papel da escola, uma vez que ela continua sendo o espaço
legítimo de formaçã o do cidadã o.

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