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Dissonância cognitiva

O termo dissonância cognitiva é usado para descrever as sensações de


desconforto que resultam de duas crenças contraditórias. Quando há uma discrepância
entre as crenças e comportamentos, algo tem de mudar, a fim de eliminar ou reduzir a
dissonância.

O psicólogo Leon Festinger propôs uma teoria da dissonância cognitiva centrada


em como as pessoas tentam alcançar consistência interna. Ele sugeriu que as pessoas
têm uma necessidade interior para garantir que as suas crenças e comportamentos são
consistentes. Crenças inconsistentes ou conflitantes levam a desarmonia, que as pessoas
se esforçam para evitar.
Em seu livro A Teoria da Dissonância Cognitiva (A Theory of Cognitive
Dissonance), Festinger explicou:

“A dissonância cognitiva pode ser vista como uma condição antecedente


que leva a atividade orientada para a redução de dissonância assim como a
fome leva parea a atividade orientada para a redução da fome.”

A quantidade de experiência de dissonância cognitiva nas pessoas pode


depender de alguns fatores diferentes, incluindo o quão valorizamos uma crença
particular e o grau em que as nossas crenças são inconsistentes.

A força total da dissonância pode ser influenciada por vários fatores. Cognições
que são mais pessoais, tais como crenças sobre o self (si mesmo), tendem a resultar em
maior dissonância. A importância das cognições também desempenha um papel. Coisas
que envolvem altas valorizações normalmente resultam em dissonância mais forte.

A relação entre os pensamentos dissonantes e pensamentos consoantes também


pode desempenhar um papel no quão forte os sentimentos de dissonância são. Quanto
maior for a força da dissonância, mais pressão existe para aliviar as sensações de
desconforto.

Dissonância cognitiva pode muitas vezes ter uma forte influência sobre os
nossos comportamentos e ações. Vamos começar por olhar para alguns exemplos de
como isso funciona.
Exemplos de dissonância cognitiva
Dissonância cognitiva pode ocorrer em muitas áreas da vida, mas é
particularmente evidente em situações onde o comportamento de um indivíduo entra em
conflito com as crenças que são essenciais para a sua autoidentidade.
Por exemplo, considere uma situação em que um homem que coloca um valor
em ser ambientalmente responsável acaba de comprar um carro novo que ele descobre
mais tarde que gasta muita gasolina.

O conflito: É importante para o homem cuidar do meio ambiente. Ele está


dirigindo um carro que não é ambientalmente amigável.

A fim de reduzir essa dissonância entre crença e comportamento, ele tem


algumas opções.

Ele pode vender o carro e comprar um outro que ‘faz mais por litro (de
gasolina)’, ou ele pode reduzir sua ênfase na responsabilidade ambiental. No caso da
segunda opção, a sua dissonância poderia ainda ser minimizada por se envolver em
ações que reduzam o impacto da condução de um veículo com alto consumo de
gasolina, tal como utilizar o transporte público com mais frequência ou andar de
bicicleta para o trabalho.

Um exemplo mais comum de dissonância cognitiva ocorre nas decisões de


compra que fazemos regularmente. A maioria das pessoas quer manter a crença de que
fazem boas escolhas. Quando um produto ou item que compramos é ruim, ele entra em
conflito com a nossa crença já existente sobre as nossas capacidades de tomada de
decisão.
Mais exemplos de dissonância cogntiva
Em seu livro de 1957 A Teoria da Dissonância Cognitiva, Festinger oferece um
exemplo de como um indivíduo pode lidar com a dissonância relacionada a um
comportamento de saúde. Indivíduos que fumam podem continuar a fazê-lo, mesmo que
eles saibam que é ruim para a sua saúde. Por que alguém iria continuar a se envolver em
comportamentos que sabem que não são saudáveis? De acordo com Festinger, uma
pessoa pode decidir que valoriza mais fumar do que a própria saúde, considerando que o
comportamento “vale a pena” em termos de riscos e recompensas.
Outra forma de lidar com esta dissonância cognitiva é minimizar as
desvantagens potenciais. O fumante pode convencer-se de que os efeitos negativos para
a saúde têm sido exagerados. Ele também pode aliviar suas preocupações com a saúde,
dizendo a si mesmo que ele não pode evitar todos os riscos possíveis. Finalmente,
Festinger sugeriu que o fumante pode tentar convencer-se de que, se ele parar de fumar,
então ele vai ganhar peso, que também apresenta riscos para a saúde. Ao utilizar tais
explicações, o fumante é capaz de reduzir a dissonância e continuar o comportamento.
Como reduzir a dissonância cognitiva
De acordo com a teoria da dissonância cognitiva de Festinger, as pessoas tentam
procurar uma coerência em seus pensamentos, crenças e opiniões. Então, quando há
conflitos entre cognições, as pessoas vão tomar medidas para reduzir a dissonância e os
sentimentos de desconforto. Essas são 3 diferentes estratégias-chave para reduzir ou
minimizar a dissonância cognitiva:

1. Concentre-se em crenças mais favoráveis que superam a crença ou


comportamento dissonante.
Por exemplo, pessoas que aprendem que as emissões de gases com efeito de provocar o
aquecimento global podem experimentar sentimentos de dissonância se conduzirem um
veículo com alto consumo de gasolina. A fim de reduzir essa dissonância, elas podem
procurar novas informações que contestam a conexão entre gases de efeito estufa e
aquecimento global. Esta nova informação pode servir para reduzir o desconforto e
dissonância que a pessoa experimenta.
2. Reduzir a importância da crença em conflito.
Por exemplo, um homem que se preocupa com sua saúde pode ser perturbado ao saber
que ficar sentado por longos períodos de tempo durante o dia está ligado a uma vida útil
encurtada. Uma vez que ele tem que trabalhar o dia todo em um escritório e passa
grande parte do tempo sentado, é difícil mudar o seu comportamento, a fim de reduzir
seus sentimentos de dissonância. A fim de lidar com os sentimentos de desconforto, ele
poderia, em vez encontrar alguma maneira de modificar o seu comportamento, passar
a acreditar que seus outros comportamentos saudáveis compensam o seu estilo de vida
sedentário.
3. Mudar a crença conflitante de modo que seja consistente com outras
crenças e comportamentos.
Alterar a cognição conflitante é uma das maneiras mais eficazes de lidar com a
dissonância cognitiva, mas é também uma dos mais difíceis. Particularmente no caso de
valores e crenças mais profundas, a mudança pode ser extremamente difícil.
Por que a dissonância cognitiva é importante?
Dissonância cognitiva desempenha um papel em muitos julgamentos de valor,
decisões e avaliações. Tornar-se consciente de como as crenças conflitantes impactam o
processo de tomada de decisão é uma ótima maneira de melhorar a sua capacidade de
fazer escolhas mais rápidas e precisas.
A existência de dissonância, sendo psicologicamente desconfortável, vai motivar
a pessoa a tentar reduzir a dissonância e alcançar consonância
Quando a dissonância está presente, além de tentar reduzi-la, a pessoa vai evitar
ativamente situações e informações que provavelmente aumentariam a dissonância. ”
(Festinger, 1957)

https://psicoativo.com/2016/06/dissonancia-cognitiva-teoria-exemplos.html

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