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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

I PARTE

Prof. Dr. Douglas Fukunaga Surco

UTFPR -CAMPO MOURÃO


Código de Hamurabi

Na Mesopotâmia, há quatro mil anos, o Código


de Hamurabi já assinalava cinco regras para
prevenir defeitos nos edifícios, sendo pois o
primeiro tratado conhecido sobre Patologia na
Construção.
As cinco regras básicas a que se refere o citado
Código, pelo drástico de seu conteúdo, devem
ter tido, naquela época, uma grande
repercussão na qualidade da construção.Essas
regras eram:
Código de Hamurabi

1. Se um construtor faz uma casa para um


homem e não a faz firme e seu colapso causa a
morte do dono da casa, o construtor deverá
morrer.
Código de Hamurabi

2. Se causa a morte do filho do dono da casa, o


filho do construtor deverá morrer;
Código de Hamurabi

3. Se causa a morte de um escravo do


proprietário da casa, o construtor deverá dar ao
proprietário um escravo de igual valor.
Código de Hamurabi

4. Se a propriedade for destruída, ele deverá


restaurar o que foi destruído por sua própria
conta.
Código de Hamurabi

5. Se um construtor faz uma casa para um


homem e não a faz de acordo com as
especificações e uma parede desmorona, o
construtor reconstruirá a parede por sua conta.
PARA QUE ESTUDAR PATOLOGIA NA CONSTRUÇÃO
CIVIL?
• Construções existentes (Feedback): diagnóstico dos problemas
para realimentar o sistema preventivo das futuras obras: atualizar
normas técnicas.
• Preparar os profissionais ligados a Construção Civil para o
mercado de reparos, manutenção e reforço de estruturas.
• Melhorar técnicas de reparos ou uso de novos sistemas de
recuperação.
• Prevenir para as futuras construções

• Enfocar na fase de projetos.


• Pesquisas em materiais de reparo.
• https://globoplay.globo.com/v/6532214/
PARA QUE ESTUDAR PATOLOGIA NA CONSTRUÇÃO
CIVIL?
• Acidentes divulgados pela mídia.
• Imagem tradicional de que a qualidade da industria da construção
é inferior a industria tradicional.
• Patrimônio já construído com vida útil menor do que a
esperada originalmente.
•Concreto não precisava da manutenção?
•Pressão política nas obras públicas?
•Alteração do meio ambiente ao redor da construção?
•Novas técnicas construtivas e materiais?
•Estruturas mais esbeltas, sem alvenaria, etc.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
• INTRODUÇÃO
Conceitos básicos
Na medicina:
Patologia: Parte da Medicina que se ocupa das doenças, origens,
sintomas e naturezas, em seres humanos.
Terapia: Parte da medicina que se ocupa da cura e tratamento das
doenças em seres humanos.
Na construção civil:
Patologia das construções: Ciência que estuda as origens, causas,
mecanismos de ocorrência, manifestações e conseqüências das
situações em que os edifícios ou suas partes deixam de apresentar
um desempenho mínimo preestabelecido.
Em resumo: “ESTUDO DAS DOENÇAS NAS CONSTRUÇÕES”
Terapia das construções: Ciência que trata da correção dos
problemas patológicos apresentados nas construções
CONCEITOS BÁSICOS: DURABILIDADE

• Capacidade de um material de resistir as mudanças em suas


propriedades, ou seja, resistir a degradação.

• Capacidade de um material de manter o seu desempenho acima


dos níveis especificados, de maneira a atender as necessidades
dos usuários em cada situação específica.

• Capacidade de um produto manter suas propriedades ao


longo do tempo, sob condições normais de uso.

• conservação do desempenho por tempo apropriado.


CONCEITOS BÁSICOS:
• Durabilidade é o resultado da interação entre a estrutura de
concreto, o ambiente de uso e as condições de uso, de
operação e manutenção. Não é uma propriedade que depende
apenas do concreto e de sua armadura; - O conceito de
durabilidade já era previsto desde o início da década de 1980
em normas como a ISO 6241: 1984 e a ASTM E 632, mas no
Brasil foi incorporado às normas de estruturas de concreto
apenas com a ABNT NBR 6118: 2003 introduzindo as
Classes de Agressividade Ambiental (I a IV). - Segundo a
ISO 13823: 2008, vida útil é o período efetivo de tempo
durante o qual uma estrutura ou qualquer um de seus
componentes satisfazem os requisitos de desempenho do
projeto, sem ações imprevistas de manutenção ou reparo;
CONCEITOS BÁSICOS:
• A ABNT NBR 6118:2003 dá definição semelhante de vida
útil e sugere ainda a elaboração de um Manual de
Manutenção da estrutura, que explique de forma clara e
sucinta os requisitos básicos para utilização e manutenção
preventivas, necessárias para garantir a vida útil prevista; -
Entretanto, as normas brasileiras ainda não definem um
período em anos para vida útil de estruturas, exceto pela
ABNT NBR 155575: 2010, que especifica período de 40
anos para edificações de até 5 andares. Assim, em âmbito
nacional, a aplicação prática dos conceitos de durabilidade e
vida útil ainda fica sujeita ao subjetivismo; - No exterior já
existem normas que descrevem períodos e funções
matemáticas de previsão da vida útil, como a ACI 365.1 R-00
(tempo em anos entre a data de concretagem e a data de
despassivação da armadura mais 6 anos) e a BS7543: 2003
(60 anos para edifícios e 120 anos para pontes, estádios,
CONCEITOS BÁSICOS: VIDA UTIL

• Tempo em que é mantida a capacidade de serviço, dentro das


exigências mínimas de desempenho

• Período de tempo durante o qual as propriedades do produto


permanecem acima dos limites mínimos admissíveis, quando
submetidos aos serviços normais de manutenção.

• Período de tempo durante o qual um produto atende as


necessidades dos usuários.
CONCEITOS BÁSICOS: MANUTENÇÃO:

• Combinação de ações destinadas a manter um edifício ou suas


partes em condições de uso.
TRABALHOS DE RECUPERAÇÃO:

• PRESERVAÇÃO: Manter a estrutura nas suas condições atuais e


evitar progresso na sua deterioração.
• REABILITAÇÃO: Reparar ou modificar uma estrutura para um
fim específico de utilização.
• REPARO: Substituir ou corrigir materiais, componentes ou
elementos estruturais deteriorados, danificados ou falhos.
• RESTAURAÇÃO: Restabelecer os materiais, forma e
aparência de uma estrutura que existiam na estrutura numa
determinada época.
• REFORÇO: Aumentar a capacidade de carga de uma
estrutura ou parte dela. RECUPERAÇÃO? É a correção dos
problemas patológicos
CAUSAS DOS PROBLEMAS PATOLÓGICOS EM
ESTRUTURAS DE CONCRETO
FONTES DE PESQUISA CONCEPÇÃO MATERIAIS EXECUÇÃO UTILIZAÇÃO
E PROJETO E OUTRAS
Edward Grunau 44% 18% 28% 10%
D.E. Allen (Canadá) 55% => 49% <=
C.S.T.C (BÉLGICA) 46% 15% 22% 17%
C.E.B. Boletim 157 50% => 40% 10%
FAAP - Verçoza (BR) 18% 6% 52% 24%
B.R.E.A.S. (Reino Unido) 58% 12% 35% 11%
Bureau securitas => 88% <= 12%
E.N.R. (USA) 9% 6% 75% 10%
S.I.A (Suiça) 46% 44% 10%
Dov Kaminetzky 51% => 40% 16%
Jean Blevot (França) 35% 65%
L.E.M.I.T. (Venezuela) 19% 5% 57%

Fonte: Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto -


Vicente C.M. Souza e Thomas Ripper.
ORIGEM DAS FALHAS EM EDIFICAÇÃO EM DIVERSOS PAISES

Origem das Bélgica Bélgica Grã-BretanhaAlemanha Dinamarca Romênia


falhas 1974/75 1976/77 1970/77 1970/77 1972/77 1971/77
Projeto 49% 46% 39% 37% 36% 37%
Execução 22% 22% 29% 30% 22% 19%
Materiais 15% 15% 11% 14% 25% 22%
Uso 9% 8% 10% 11% 9% 11%
Diversos 5% 9% 1% 8% 8% 11%

Fonte: Impermeabilização de coberturas: Falvio Augusto Picchi


NATUREZA DAS FALHAS EM DIVERSOS PAISES

Natureza das falhas Bélgica Grã-Bretanha Suiça


Umidade 27 53 10
Deslocamento 16 14 28
Fissuração 12 17 27
Instalações 12 - 17
diversos 33 16 18
ORIGEM DAS PATOLOGIAS

60

50

40 Projeto
Material
30
Execução
20 Uso

10

0
BEL. G.BR. ALEM. DIN ROM BRA
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
NA BÉLGICA

Umid.
17% Desloc.
27%
6% Fissuras
Deg. Sup.
11%
I.H.
16%
11% Corr.
12%
Outras
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
SUIÇA

10%
18%

Umidade
fissuras
27%
Desloc.
17%
IH
outras

28%
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
INGLATERRA

16%
Umidade
14% fissuras
53% Desloc.
outras
17%
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
BRASIL - TERREAS>8ANOS

FONTE: IOSHIMOTO, E - IPT

35% 37% Umidade


Fissuração
Revest.

28%
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
BRASIL - APARTAMENTOS>8ANOS

FONTE: IOSHIMOTO, E - IPT

6%
12%
Umidade
Fissuração
Revest.
82%
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
BRASIL - RIO GRANDE DO SUL

Dal Molin, D. Norie - UFRGS/CIENTEC

8%
18%
8% Umidade
Fissuração
Deslocam.
Outras
66%
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
BRASIL - PERNAMBUCO

ANDRADE J, - ESC. POLT. DE PERNAMBUCO

Corrosão
1%8% Prob. Estr
2%
2%
2% Detalhes Const.
5%
Desag. Concreto
18% Ataque Quím.
62%
Recalque Dif.
Infiltração
Outros
INTERFERENCIA NO CUSTO
PROCESSO

PLANEJAMENTO PROJETO EXECUÇÃO USO

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