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AÇÃO MONITÓRIA - ARTS.

700 A 702 CPC


Introdução - Introduzida pela Lei n. 9.079/95. Antes disso,
não era admitida.

É um instrumento processual que permite ao credor de uma


obrigação de pagar, de entregar coisa fungível ou infungível, de
bem móvel ou imóvel ou de obrigação de fazer ou não fazer,
que esteja munido de prova escrita não dotada de força
executiva, obter mais rapidamente o título executivo judicial,
quando o devedor não oferecer resistência
 No procedimento comum, reconhecida a revelia, o juiz
profere sentença, condenando o réu ao cumprimento da
obrigação.
O réu pode recorrer e só quando contra ela não couber
recurso dotado de efeito suspensivo, poderá ser executada.
 Na monitória, é mais simples: pois se o réu não opuser
resistência, o mandado inicial converte-se em executivo.
Passa-se diretamente da fase de conhecimento para a de
execução, sem necessidade de sentença ou qualquer tipo de
decisão.
 O transcurso in albis do prazo de resposta do réu é bastante
para que, de pleno direito, o mandado inicial se converta em
executivo. Se o réu oferecer resistência, a monitória segue pelo
procedimento comum, sendo necessária sentença que examine
as alegações.
 A Monitória é:
 - ação de procedimento especial;
 - ajuizável por quem detenha prova escrita representativa de
crédito;
 - porém, que não constitui título executivo, nos termos da lei.
 A ação monitória é uma modalidade de ação que se situa no
ponto intermediário entre a ação de conhecimento tradicional
(condenatória ao cumprimento de obrigação) e a ação de
execução de título extrajudicial. O Código de Processo Civil
ampliou as hipóteses de cabimento e restringiu o ajuizamento
apenas em face de devedor capaz.
 No CPC/73 podia ser objeto de ações monitórias
 a) o pedido de pagamento de soma em dinheiro;
 b) a entrega de coisa fungível ou
 c) a entrega de móvel.
 O CPC 2015 alargou o rol de obrigações passíveis de
exigibilidade por intermédio da ação monitória, de modo que,
além das hipóteses contempladas no Código velho, a Ação
Monitória poderá ser ajuizada também, para se exigir coisa
infungível, bem imóvel e o cumprimento de obrigação de fazer
e de não fazer.
 O CPC inova ao inserir no conceito de documento monitório a
prova oral documentada (portanto, levada a escrito) em virtude
do ajuizamento da chamada ação probatória autônoma, isto é, a
ação de produção de prova ajuizada para fins de documentação
de determinado fato ou de determinada situação, sem que exista o
requisito da urgência.
 Tal ação, prevista no art. 381 do CPC, serve ao registro
probatório, e se tal registro probatório for de natureza oral
(depoimento pessoal ou testemunhal) levado a escrito e funcionar
como elemento de prova escrita de qualquer das obrigações que
podem ser objeto de ação monitória, esta poderá ser ajuizada.
 A petição inicial, se for ajuizada para fins de cobrança de soma
em dinheiro, deverá conter a expressa indicação da importância
devida, além de memória de cálculo que indique as operações
matemáticas realizadas para se chegar a tal importância.
 Se destinada à exigência de entrega de coisa ou ao
cumprimento de obrigação de fazer, a inicial da ação monitória
deverá obrigatoriamente conter a expressão econômica da
pretensão, vale, dizer, o valor da coisa ou o conteúdo
econômico da obrigação cujo cumprimento se está a demandar.
 O não cumprimento dos requisitos da Petição Inicial e
desacolhendo a determinação judicial para corrigi-los, esta será
indeferida (inciso I, II e II do §2º do art. 700).
 O §5º do art. 700, deixa claro que caso haja dúvida quanto à
idoneidade do documento a possibilidade de emenda da inicial
para adaptá-la ao procedimento comum. O espírito do
CPC/2015 é de máximo aproveitamento dos atos processuais.
 A ação exige (interesse de agir), a presença do documento
comprobatório da dívida desprovido de eficácia executiva.
 Previamente à determinação de citação do réu, o juiz deverá
apurar, de maneira sumária (não se trata de cognição
exauriente), se o documento que instrui a Ação Monitória
comprova o crédito; em sendo positivo o exame, determina-se
a citação do réu para pagamento em 15 dias.
 No sistema monitório do CPC (art. 701, § 1º), o pagamento pelo
réu poderá ocorrer com isenção de custas, porém com honorários
de 5% sobre o valor atribuído à causa.
 Em caso de inércia do réu após citado, decorrente do não
pagamento e da não oposição de embargos à ação monitória,
deverá ser proferida decisão de constituição do título executivo
judicial.
 Trata-se de verdadeira conversão da decisão inicial determinante
de pagamento em título executivo judicial. Esta sentença será a
decisão inicial convertida em título executivo judicial (§ 2º do art.
701).
 Tratando a ação monitória de obrigação de pagar soma em
dinheiro, ó réu, uma vez citado, poderá lançar mão do
parcelamento previsto no art. 916 do Código de Processo Civil,
depositando inicialmente o equivalente a 30% do valor exigido
e requerendo o parcelamento do saldo restante em até seis
vezes (incluídas as custas processuais, honorários advocatícios,
correção monetária e juros de mora).
 Cabe ao réu, citado, se não quiser efetuar o pagamento ou o
cumprimento da obrigação, opor embargos monitórios, que
dispensam garantia do juízo (art. 702).
 Tais embargos são opostos e tem seu desenvolvimento
procedimental nos próprios autos da ação monitória, salvo se
tais embargos forem parciais. Uma vez opostos os embargos
haverá cognição exauriente, podendo o embargante alegar toda
matéria defensiva arguível no processo de conhecimento em
procedimento comum.
 Os embargos à monitória suspendem automaticamente a
decisão referida no art. 701 do Código de Processo Civil e o
autor embargado será intimado para responder aos embargos
no prazo de 15 dias (art. 702, §§ 4º e 5º).
 Se os embargos forem parciais, por exemplo, se se tratar de
excesso de cobrança, poderão, a critério do juiz, ser autuados em
apartado, para processamento e julgamento em separado e a ação
monitória prosseguirá relativamente à parte incontroversa do
crédito do autor, formando-se a propósito desta parcela
incontroversa, título executivo judicial (art. 702, § 7º).
 Caso os embargos sejam rejeitados, há a constituição do título
executivo judicial. Tal sentença desafia o recurso de apelação no
efeito devolutivo.
 Cabe ação monitória contra a Fazenda Pública (§ 6º do art. 700). O
título constituído em face da Fazenda Pública em decorrência da
conversão da decisão inicial em título executivo judicial será
objeto de cumprimento de sentença, a processar-se de
conformidade com o disposto no art. 534 e ss. do Código de
Processo Civil.

OBRIGADO

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