Introdução - Introduzida pela Lei n. 9.079/95. Antes disso, não era admitida.
É um instrumento processual que permite ao credor de uma
obrigação de pagar, de entregar coisa fungível ou infungível, de bem móvel ou imóvel ou de obrigação de fazer ou não fazer, que esteja munido de prova escrita não dotada de força executiva, obter mais rapidamente o título executivo judicial, quando o devedor não oferecer resistência No procedimento comum, reconhecida a revelia, o juiz profere sentença, condenando o réu ao cumprimento da obrigação. O réu pode recorrer e só quando contra ela não couber recurso dotado de efeito suspensivo, poderá ser executada. Na monitória, é mais simples: pois se o réu não opuser resistência, o mandado inicial converte-se em executivo. Passa-se diretamente da fase de conhecimento para a de execução, sem necessidade de sentença ou qualquer tipo de decisão. O transcurso in albis do prazo de resposta do réu é bastante para que, de pleno direito, o mandado inicial se converta em executivo. Se o réu oferecer resistência, a monitória segue pelo procedimento comum, sendo necessária sentença que examine as alegações. A Monitória é: - ação de procedimento especial; - ajuizável por quem detenha prova escrita representativa de crédito; - porém, que não constitui título executivo, nos termos da lei. A ação monitória é uma modalidade de ação que se situa no ponto intermediário entre a ação de conhecimento tradicional (condenatória ao cumprimento de obrigação) e a ação de execução de título extrajudicial. O Código de Processo Civil ampliou as hipóteses de cabimento e restringiu o ajuizamento apenas em face de devedor capaz. No CPC/73 podia ser objeto de ações monitórias a) o pedido de pagamento de soma em dinheiro; b) a entrega de coisa fungível ou c) a entrega de móvel. O CPC 2015 alargou o rol de obrigações passíveis de exigibilidade por intermédio da ação monitória, de modo que, além das hipóteses contempladas no Código velho, a Ação Monitória poderá ser ajuizada também, para se exigir coisa infungível, bem imóvel e o cumprimento de obrigação de fazer e de não fazer. O CPC inova ao inserir no conceito de documento monitório a prova oral documentada (portanto, levada a escrito) em virtude do ajuizamento da chamada ação probatória autônoma, isto é, a ação de produção de prova ajuizada para fins de documentação de determinado fato ou de determinada situação, sem que exista o requisito da urgência. Tal ação, prevista no art. 381 do CPC, serve ao registro probatório, e se tal registro probatório for de natureza oral (depoimento pessoal ou testemunhal) levado a escrito e funcionar como elemento de prova escrita de qualquer das obrigações que podem ser objeto de ação monitória, esta poderá ser ajuizada. A petição inicial, se for ajuizada para fins de cobrança de soma em dinheiro, deverá conter a expressa indicação da importância devida, além de memória de cálculo que indique as operações matemáticas realizadas para se chegar a tal importância. Se destinada à exigência de entrega de coisa ou ao cumprimento de obrigação de fazer, a inicial da ação monitória deverá obrigatoriamente conter a expressão econômica da pretensão, vale, dizer, o valor da coisa ou o conteúdo econômico da obrigação cujo cumprimento se está a demandar. O não cumprimento dos requisitos da Petição Inicial e desacolhendo a determinação judicial para corrigi-los, esta será indeferida (inciso I, II e II do §2º do art. 700). O §5º do art. 700, deixa claro que caso haja dúvida quanto à idoneidade do documento a possibilidade de emenda da inicial para adaptá-la ao procedimento comum. O espírito do CPC/2015 é de máximo aproveitamento dos atos processuais. A ação exige (interesse de agir), a presença do documento comprobatório da dívida desprovido de eficácia executiva. Previamente à determinação de citação do réu, o juiz deverá apurar, de maneira sumária (não se trata de cognição exauriente), se o documento que instrui a Ação Monitória comprova o crédito; em sendo positivo o exame, determina-se a citação do réu para pagamento em 15 dias. No sistema monitório do CPC (art. 701, § 1º), o pagamento pelo réu poderá ocorrer com isenção de custas, porém com honorários de 5% sobre o valor atribuído à causa. Em caso de inércia do réu após citado, decorrente do não pagamento e da não oposição de embargos à ação monitória, deverá ser proferida decisão de constituição do título executivo judicial. Trata-se de verdadeira conversão da decisão inicial determinante de pagamento em título executivo judicial. Esta sentença será a decisão inicial convertida em título executivo judicial (§ 2º do art. 701). Tratando a ação monitória de obrigação de pagar soma em dinheiro, ó réu, uma vez citado, poderá lançar mão do parcelamento previsto no art. 916 do Código de Processo Civil, depositando inicialmente o equivalente a 30% do valor exigido e requerendo o parcelamento do saldo restante em até seis vezes (incluídas as custas processuais, honorários advocatícios, correção monetária e juros de mora). Cabe ao réu, citado, se não quiser efetuar o pagamento ou o cumprimento da obrigação, opor embargos monitórios, que dispensam garantia do juízo (art. 702). Tais embargos são opostos e tem seu desenvolvimento procedimental nos próprios autos da ação monitória, salvo se tais embargos forem parciais. Uma vez opostos os embargos haverá cognição exauriente, podendo o embargante alegar toda matéria defensiva arguível no processo de conhecimento em procedimento comum. Os embargos à monitória suspendem automaticamente a decisão referida no art. 701 do Código de Processo Civil e o autor embargado será intimado para responder aos embargos no prazo de 15 dias (art. 702, §§ 4º e 5º). Se os embargos forem parciais, por exemplo, se se tratar de excesso de cobrança, poderão, a critério do juiz, ser autuados em apartado, para processamento e julgamento em separado e a ação monitória prosseguirá relativamente à parte incontroversa do crédito do autor, formando-se a propósito desta parcela incontroversa, título executivo judicial (art. 702, § 7º). Caso os embargos sejam rejeitados, há a constituição do título executivo judicial. Tal sentença desafia o recurso de apelação no efeito devolutivo. Cabe ação monitória contra a Fazenda Pública (§ 6º do art. 700). O título constituído em face da Fazenda Pública em decorrência da conversão da decisão inicial em título executivo judicial será objeto de cumprimento de sentença, a processar-se de conformidade com o disposto no art. 534 e ss. do Código de Processo Civil.