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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

HOSPITAL DAS CLÍNICAS


RESIDÊNCIA UNIPROFISSIONAL EM NUTRIÇÃO

ARGININA NO PACIENTE CRÍTICO

Residente 1° ano: Jéssica Ribeiro


Preceptora: Renata Pererira
ARGININA
A arginina é um aminoácido condicionalmente essencial em situações de alta demanda como trauma e cirurgias
de grande porte.

Em uma alimentação equilibrada a ingestão oral de arginina é cerca de 5- 6g, porém também ocorre uma sintetize
endógena no rim à partir da citrulina.

Arginina

Citrulina Arginina
Glutamina

Freire, T. C., & Araújo, M. L. D. (2012). Costa, N. D. E., & Romero, A. (2017).
ARGININA
A arginina participa da síntese de poliaminas (crescimento e proliferação celular).

Participa no ciclo da ureia e é o único substrato para produção de óxido nítrico (NO) pela enzima
óxido nítrico sintetase.

Arginina Prolina Colágeno

Costa, N. D. E., & Romero, A. (2017). McCarthy, M. S., & Martindale, R. G. (2018)
PACIENTE CRÍTICO
• Paciente crítico/grave é aquele que se encontra em risco iminente de perder a vida ou função
de órgão/sistema do corpo humano, bem como aquele em frágil condição clínica decorrente de
trauma ou outras condições relacionadas a processos que requeiram cuidado imediato clínico,
cirúrgico, gineco-obstétrico ou em saúde mental.

FLUXO COMPROMETIMENTO
SEPSE MEDIADORES METABOLISMO QUEBRA DE
SANGUÍNEO E DISFUNÇÃO DE
AUMENTADO HOMEOSTASE
INFLAMATORIOS
INADEQUADO ÓRGÃOS

Freire, T. C., & Araújo, M. L. D. (2012 );Ministério da Saúde, 2011;


McCarthy, M. S., & Martindale, R. G. (2018)
Freire, T. C., & Araújo, M. L. D. (2012 )
ARGININA NO PACIENTE CRÍTICO

Injúria ou cirurgia

Células imaturas da linhagem


mieloide - arginase

Deficiência de arginina

Costa, N. D. E., & Romero, A. (2017); Waele, E., Malbrain, M. L., & Spapen, H. (2020).
RECOMENDAÇÕES
Quais pacientes podem se beneficiar com a suplementação de arginina?

ASPEN, 2016.
Atualmente a suplementação de arginina, entregue por meio de produtos comerciais
imunomoduladores, com uma dose não superior a 15-30 gramas / dia, é recomendado para uso
pré e pós-operatório
ESPEN 2017 na UTI cirúrgica, em pacientes com trauma grave e Traumatismo
cranioencefálico.
Peri ou, pelo menos, a administração pós-operatória de fórmula enriquecido com imunonutrientes
(arginina, ácidos graxos ômega-3, ribonucleotídeos) devem ser administrados em pacientes
desnutridos2019.
BRASPEN, submetidos a cirurgia de câncer de grande porte.

Dietas enterais suplementadas com nutrientes específicos (arginina, ácidos graxos ω-3 e
nucleotídeos) melhoraram significativamente o desfecho em curto prazo (taxa de infecção e o
tempo de internação hospitalar) em pacientes com câncer submetidos a cirurgia do trato
gastrointestinal.  quantidade mínima de 500ml/dia no período perioperatório, iniciando 5 a 7
dias antes da cirurgia
RECOMENDAÇÕES
Existe alguma vantagem em fornecer imunidade ou formulações entéricas de modulação metabólica
(arginina com outros agentes, incluindo EPA, DHA, glutamina e ácido nucléico) na sepse?

ASPEN, 2016.
Sugerimos que as fórmulas imunomoduladoras não deve ser usado rotineiramente em pacientes
com sepse grave.

BRASPEN, 2018.
Nestes pacientes sépticos, o uso de arginina presente nas fórmulas imunomoduladoras não pode
ser recomendado sob o risco (não muito bem fundamentado) de aumento da mortalidade. Isso se
baseia no fato de que a arginina (presente nas fórmulas imunomoduladoras) eleva a liberação de
citocinas pró-inflamatórias e óxido nítrico, elevando assim a resposta inflamatória, causando
hipotensão temporária, aumento do débito cardíaco e redução da resistência vascular.
CONCLUSÃO

A adição de arginina mesmo em doses recomendado como terapêutico para uma fórmula de
alimentação enteral pode aumentar ou ser um fator de risco para pacientes críticos apresentam
maiores eventos de tendência à hipotensão e quando administrar doses superiores às
terapêuticas, tendo a necessidade de agentes vasopressores.

PUEBLAS R. E. ,(2020)
Arginina x Sepse

A arginina pode fornecer benefícios na sepse, promovendo a perfusão de tecidos e aumento do


débito cardíaco. Em um estudo multicêntrico de 176 pacientes sépticos que receberam uma
fórmula contendo ácidos graxos ômega-3 (ω-3), arginina e ácidos nucleicos a mortalidade,
incidência de bacteremia e infecção nosocomial foram reduzidos.

O resultado benefícios, foram vistos apenas em pacientes com moderada grau de doença crítica
(APACHE II pontua 10-15), que limita a aplicação mais ampla desses resultados a todos os
pacientes com sepse

SEMICYUC, 2020
A administração de arginina no paciente é sugerida séptico (Nível de evidência: baixo. Grau de
recomendação: baixo)

ALONSO, C. V. et al , (2020);MCCLAVE, Stephen A. et al (2016 )


CONCLUSÃO

● Devido ao pequeno número de estudos envolvendo a arginina no paciente crítico com


sepse, as principais diretrizes trazem como recomendação a não suplementação por falta
de evidências cientificas favoráveis, sendo necessário então mais estudos para
comprovação da sua maleficência.
REFERÊNCIAS
Freire, T. C., & Araújo, M. L. D. A utilização da arginina em pacientes com sepse. Rev Bras Nutr Clin, v. 27, n. 1, p. 36-42, 2012.
COSTA, N. D. E; ROMERO, A. Utilização de imunonutrientes em pacientes críticos sépticos: uma revisão de evidências científicas.  Revista Educação em
Saúde, v. 5, n. 2, p. 112-120, 2017.
MCCARTHY, M. S.; MARTINDALE, R. G. Immunonutrition in critical illness: what is the role?. Nutrition in Clinical Practice, v. 33, n. 3, p. 348-358, 2018.
MCCLAVE, Stephen A. et al. Guidelines for the provision and assessment of nutrition support therapy in the adult critically ill patient: Society of Critical Care
Medicine (SCCM) and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN). Journal of Parenteral and Enteral Nutrition, v. 40, n. 2, p. 159-211,
2016.
MINISTERIO DA SAÚDE; PORTARIA Nº 2.338, DE 3 DE OUTUBRO DE 2011, BRASIL.
PUEBLAS R, E. Efecto de una fórmula comercial (Perative) de alimentación enteral adicionada con arginina en el paciente crítico con estabilidad
hemodinámica en eventos de tendencia a hipotensión en una Unidad de Cuidados Intensivos en el Instituto Nacional de Ciencias Médicas y Nutrición
“Salvador Zubirán” durante el periodo 2006-2012. 83f. Dissertação (Licenciatura em Nutriçãp)- UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DEL ESTADO DE MÉXICO,
Amecameca, Estado de México, 2018.
ALONSO, C. V. et al. Recomendaciones para el tratamiento nutrometabólico especializado del paciente crítico: introducción, metodología y listado de
recomendaciones. Grupo de Trabajo de Metabolismo y Nutrición de la Sociedad Española de Medicina Intensiva, Crítica y Unidades Coronarias
(SEMICYUC). Medicina Intensiva, v. 44, p. 1-14, 2020.
CASTRO, M. G. et al. Diretriz brasileira de terapia nutricional no paciente grave. Braspen J, v. 33, n. Supl 1, p. 2-36, 2018..
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO PARENTERAL E ENTERAL et al. Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no paciente com
câncer. BRASPEN J, v. 34, n. Supl 1, p. 2-32, 2019.
WEIMANN, Arved et al. ESPEN guideline: clinical nutrition in surgery. Clinical nutrition, v. 36, n. 3, p. 623-650, 2017. WAELE, E; MALBRAIN, M. L. N.
G; SPAPEN, H. Nutrition in sepsis: A bench-to-bedside review. Nutrients, v. 12, n. 2, p. 395, 2020.

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