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UEN

TRATAMENTO HOSPITALAR
DOENTES COM COMPLICAÇÕES E/OU FRACO APETITE –
INSUCESSO DE RESPOSTA AO TRATAMENTO NO UEN –
CONSENTIMENTO DO ACOMPANHANTE

Admissão e Fase Aguda

Modulo 5
1ª. Parte
Versão 2012 _ baseada no protocolo versão 6.6.2
© Michael Golden & Yvonne Grellety
Os autores preservam o seu direito moral sobre esta matéria. Não pode ser alterada no seu
conteúdo, dividida ou utilizada para a formação de estudantes que pagam propinas de
instrução. Não pode ser mudada ou alterada sem fazer referência prévia aos autores.
Talvez possa ser utilizada gratuitamente na formação das equipas do UNICEF e do
1
Ministério da Saúde, nos países em vias de desenvolvimento.
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
• Descrever as estrutura adaptadas a estes doentes.
• Definir os tipos de critérios de admissão.
• Preencher a ficha de acompanhamento, o registo (N°
DAS se necessário – ficha de transferência).
• Acolher o doente admitido de novo e oferecer-lhe
água com açúcar para beber.
• Tomar as medidas antropométricas (PB, peso, Altura).
• Vigiar o doente: verificar a temperatura, frequência
respiratória, medir o tamanho do fígado, refeições,
fezes, vómitos, etc.).
• Administrar os medicamentos de rotina na Fase
Aguda. 2
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS (1)

• Preparar e administrar o F75 durante a


Fase Aguda (FA)
• Decidir se a colocação de uma Sonda
Naso-Gástrica é necessária.
• Tratar qualquer problema psicológico.

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RASTREIO

TRIAGEM

Admissão Direta no PTPA Admissão no UEN


TESTE DO APETITE MÉDIO E SEM TESTE DE APETITE FRACO OU
COMPLICAÇÕES E EDEMAS + E ++ E COMPLICAÇÕES OU EDEMASS +++ OU E
AUTORIZAÇÃO DO ACOMPANHANTE AUTORIZAÇÃO DO ACOMPANHANTE

Apetite fraco ou UEN


TRATAMENTO Aparição de complicações Fase aguda
AMBULATÓRIO Retorno do apetite e redução
dos edemas

PTPA Retorno do apetite e UEN


diminuição dos Fase de transição
edemas
Bom apetite e sem
edema

UEN
COM ALTA para Fase de Reabilitação
acompanhamento no Sem PTPA
Ambulatorio (CNS)
/SMI/ASC 4
ESTRUTURA
UEN

 Hospital provincial
 Hospital de dia se necessário.
segundo as distâncias, o UEN –
PTPA e a motivação do pessoal.

É necessário um local para a


preparação das refeições e fazer as
Centro de
dia UEN medições.

Os DAS devem estar separados dos


outros doentes no que respeita aos
cuidados.

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AS DIVERSAS ETAPAS
Se um DAS é admitido nas
urgências, há uma forte - APÓS A TRIAGEM no serviço de
possibilidade de ele receber urgência ou consulta externa, Admitir
um mal tratamento.
diretamente na UEN
- FASE AGUDA (FASE 1) : Regime
nutricional – Tratamento sistemático –
Vigilância – Medidas a tomar em caso de
Complicações
- CRITÉRIOS DE PASSAGEM
Fase Aguda Fase de transição
- FASE DE TRANSIÇÃO : Regime
nutricional– Tratamento sistemático -
Vigilância
- ALTA
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PROCEDIMENTOS DE
ADMISSÃO
• Dar água com açúcar e
efetuar o teste de
apetite
• Avaliar as medidas
antropométricas
• Preencher a ficha de
acompanhamento A3 e
de registo (mesmo que
venha do PTPA)
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CRITÉRIOS DE ADMISSÃO
FATOR AOS CUIDADOS DO UEN
Escolha do O acompanhante escolhe iniciar, continuar ou ser transferido
acompanhante para um UEN. O desejo do acompanhante deve ser
(em qualquer altura dos respeitado.
cuidados)
Apetite Teste de Apetite Fraco

Edemas bilaterais Grau 3 (+++)


Edemas bilaterais

Pele Lesões cutâneas expostas


Todas as doenças graves, segundo os critérios do AIDI –
infecções respiratórias agudas (IRA), anemia grave, carência
Complicações médicas
clínica em vitamina A, desidratação, febre, letargia, etc. –
sarampo.
Presença de candidíase grave ou outros sinais de
Candidíase
imunodeficiência grave.
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Acompanhante Acompanhante incapaz ou recusando os cuidados no PTPA.
TIPOS DE ADMISSÕES
• Nova Admissão : doentes que chegam
espontaneamente, ou encaminhados pela
comunidade, ou consulta externa, ou serviço
de urgência.
• Recaída : é uma Nova admissão.

• Transferência Interna do UEN

• Readmissões após abandono de < 2 meses

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N° DAS..................................................................... Ficha de acompanhamento UEN Data da Admissão___/___/___ Data de Alta___/___/___
N° de Registo ……………………………………………………. Cod. UEN........................... Maior Problema hora………………. Tratado com com sucesso □
Folha N°………………………….……………………………………. Nome UEN……………....... Nova Admissão □ Morreu □ Causa…………
Apelido 24 h / Centre Jour /Pédiatrie Recaída □ Transf. Int. para PTPA □
Nome Idade…….....mm/aa Readmissão abandono <2 mesesSe
□ Sim, Cod. PTPA……….
Direção Data de Nasc. ___/___/____ (dd/mm/aa) Transf. Interna do PTPA □ Referência Médica □
Tel..........................................................................................
Sexo……………………………. Amamentação S / N Se S, Cod. do PTPA………..... Abandono □ Causa…………
Referência: Espontâneo □ Comunidade □ CS/Hospital □ Suplementação alimentar………………………..………………..
Nome PTPA …………………………..............
Causa da Admissão : 1) Falha no Teste do Apetite : S / N se S ATPU .....gr - 2) Complicações S / N se S ....................... - 3) Edemas S / N - 4) Não resPTPA S / N
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Data
Antropometria

Altura (cm)
Peso (Kg,g)
P/A (Z / %)
PB (mm)
Edema (0 à +++)

Peso Alvo
...........kg......g Ficha de
PB Alvo acompanhamento
.................mm
UEN A4 cenário
Gráfico do Peso por Dia

ficha 1 rosto

10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Data
Fase Aguda/Trans/Recuperação

F75/F100/F100D
Nº refeições/dia
ml/refeição
Dose de Ferro adicional
ATPU
Tratamento nutricional

nº refeições/dia
Saquetas/dia
Teste do Apetite:Bom/Médio/Fraco
Hora refeição
A=Ausente 1
V=vómitos
2
R=recusa
SNG= Sonda Naso-Gastrica.
3
IV=Perfusão IV
4

Volume ingerido
5
X X
100% X X 6

X X
3/4 X
7

1/2
X
X
8 Ficha de acompanhamento
1/4
X
9 UEN A4 cenário ficha
10
2 rosto sob a ficha 1
....ml=extra

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Ativo/Letárgico (A/L)
Fezes (0 a IIII)
Vómitos (0 a IIII)
Desidratado (0 a +++)
Tosse (0 a +++)
Choque (0 a +++)
Vigilância

Recoloração capilar (sec)

Resp/min
Conj. Pâle (0 a +++)
Temp. Matinal Ax/Rec
Temp. A.M. Ax/Rec
Rebordo do Fígado cm

Outros 11
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Tratamento Sistemático DATA
antibiotico 1
x

antibiotico 2

anti-paludico

anti-fungico

Antibiotico 3

Ficha de acompanhamento UEN A4


cenário ficha 3 verso

Antibiotico 4
Tratamento Especifico

Resomal ml
IV Perf/Transf
SNG

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Hb
Exames Lab.

Paludismo
TB
RX Pulmões
Outros

OBSERVAÇÕES:

12
Ficha de
acompanhamento
UEN A4 Cartão Data da Vacinação

S □ N □
vista Nasc. 1 2 3 4

Sob a ficha 3 verso BCG

POLIO

DT Coq

Extra Extra
Sarampo

ALTA
EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE DATAS ASSINATURA
Causas de desnutrição
Diarreia, IRA, Febre
Doenças Sexualmente Transmissíveis
Jogos e Estimulação
Nutrição das Crianças Pequenas
Cuidados para as Crianças
Higiene
Amamentação
Planeamento Familiar
Outros …………………..

Vacinação em Dia S N
Amamentado na Alta S 13 N
FASE AGUDA
Atividades :
• Dar o leite nutricional.
• Administrar os medicamentos de rotina.
• Vigiar o doente.
• Prevenir, diagnosticar e tratar as
complicações e os insucessos de resposta
ao tratamento.
• Estimular o doente assim que o seu estado
melhore.
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F75
• F75 (75 kcal/100ml) é um leite terapêutico especifico para
doentes com DAS com complicações/edema generalizado
(funções hepática e renal comprometidas.)

• O F75 não é F100 diluído. Ele tem menos sódio, proteínas,


matérias gordas, baixa osmolaridade e densidade energética
em relação ao F100.

• Os doentes não ganham peso com o F75.

• Ele permite o restabelecimento e o equilíbrio das funções


bioquímicas, fisiológicas e imunológicas, sem o stress
adicional de refazer novos tecidos.
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PREPARAÇÃO DO F75
• Desde 2017 é apresentado em lata metalica preta
contendo:
– 400 g de pó de F75 ao qual se adiciona 2200 ml
de agua a 70°C
– Um doseador (colher) de F75 rasa ao qual se
adiciona 25 ml de agua potavel a 70°C para obter
28 ml de F75 reconstituido.

∆ ! UNICEF, Product Update for Therapeutic Milk F-75 and


F-100, Technical Bulletin, No.23, UNICEF, Copenhagen,
August 2017
QUANTIDADE DE F75 A SER
ADMINISTRADA

• A quantidade a administrar é de cerca de


100kcal/130ml/kg/dia. (utilizar a tabela)

• Pedir às mães para amamentarem as crianças antes


destas receberem o F75.

• Dar 6 (ou 8 refeições se os doentes não toleram as 6


refeições) com uma caneca e um pires (ou SNG).

Nunca 17
Quantidades de F75 INTERVA 8 6 5 REFEIÇÕES
Por intervalo de peso e LO DE REFEIÇÕES / REFEIÇÕES POR /DIA
PESO DIA /DIA ML /
Numero de refeições por dia
(KG) ML ML / REFEIÇÃO
Fase Aguda (Fase 1) /REFEIÇÃO REFEIÇÃO
2,0 a 2,1 40 ml/ 50 ml / 65 ml
kg refeição refeição /refeição
2,2 - 2,4 45 60 70
2,5 - 2,7 50 65 75
2,8 – 2,9 55 70 80
3,0 - 3,4 60 75 85
3,5 – 3,9 65 80 95
4,0 – 4,4 70 85 110
4,5 – 4,9 80 95 120
5,0 – 5,4 90 110 130
5,5 – 5,9 100 120 150
6 – 6,9 110 140 175
7 – 7,9 125 160 200
8 – 8,9 140 180 225
9 – 9,9 155 190 250
10 – 10,9 170 200 275
Nunca apertar Ele deve
o nariz ou sentar-se na
alimentar a vertical
criança
O pires permite
deitada
recolher o F75
que escorre de
lado e de o
recolocar no
copo

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SONDA NASO-GÁSTRICA (SNG)

Quando colocá-la ?
 Se o doente toma menos de 75% da quantidade
prescrita na fase aguda.
 Pneumonia com uma frequência respiratória
acelerada.
 Quando houver lesões bocais.
 Quando o doente tem lábio leoporino ou outra
deformidade física.
 Quando tiver perturbações de consciência.

20
TRATAMENTO DIETETICO PARA OS
PACIENTES EDEMACIADOS
• A OMS em 2003 recomenda que o regime para as
crianças severamente edemaciadas seja reduzido para
30%.
• Isso é um erro de interpretação sobre um comentário
de uma observação não documentada do prof
Waterlow que diz que «Podemos ter até 30% de
deficiência do peso corporal máximo devido à
presença de edemas.»
• O comentário de Waterlow não é falso – mas esta
deficiência é BASTANTE RARA e não deve ser a base
de um tratamento rotineiro para todas as crianças
com edemas +++.
A PERDA DE PESO DURANTE A PERDA DOS
EDEMAS SEVEROS NÃO É SUPERIOR A 10%
Perda de peso Perda de Perda de
% N peso edemas DS
Marasmo 3948 1.6 0.00 3.0
Kwash + 1066 4.3 2.7 5.4
Kwash ++ 1319 5.9 4.3 6.6
Kwash +++ 459 10.0 8.4 8.2

África do África
Oeste Sahel Austral
(n=2613) (n=1988) (n=829)
Marasmo 0.00 0.00 0.00
Kwash + 2.87 1.37 3.2
Kwash ++ 4.27 2.45 4.7
Kwash +++ 8.37 6.99 11.1
Grellety Y Management of severe malnutrition in Africa PhD thesis Aberdeen 2000
OS CLÍNICOS INEXPERIENTES TÊM A TENDÊNCIA A
SUBESTIMAR OS EDEMAS, PARTICULARMENTE OS
EDEMES +++

Golden MH The clinical assessment of oedema implications for feeding the malnourished child. Eur J
Clin Nutr 1989 43 581-2
RELAÇÃO ENTRE O APORTE ENERGETICO E A PERDA OU O
GANHO DOS EDEMAS.
REFEIÇÕES PARA AS CRIANÇAS COM EDEMAS
SEVEROS
• O volume de F75 está baseado na assumpção de 10%
de perda e 10% de mal-absorção – isso provém da
regressão do ganho de peso em relação ao aporte
extrapolado a partir de 0 ganho de peso.
• A margem de erro é de menos de 10% - isso é a média
do volume dos edemas para as crianças com edemas
severos.
• Se o aporte dietético é reduzido em 30%, o
desnutrido severo estará subnutrido – e os seus
edemas não vão-se reabsorver, isto é falso!
• Retitem esta instrução e tabela nos vossos protocolos.
• Isso também simplifica o protocolo !
UTILIZAÇÃO DE OUTROS ALIMENTOS
• Não Misturar outros alimentos com F75 ( taxa elevadas
de sódio, anti-nutrientes)

• Um protocolo aconselhava para a Fase de Reabilitação de


dar 3 refeições de F100 e 3 refeições de “comida
familiar”.
O diapositivo seguinte mostra a mudança no ganho de
peso quando adicionamos uma refeição familiar ao
regime alimentar da criança desnutrida.
UTILIZAÇÃO DE OUTROS ALIMENTOS
Outro exemplo.
•Se as crianças mais velhas pedirem para comer o seu prato
familiar, podem ser dados de forma separada quando toda
a refeição de F100/ATPU seja administrada durante o dia.

•Esta é a principal razão que no PTPA, as crianças têm um


ganho de peso bem inferior aos pacientes aos pacientes na
UEN! Mas isto atrasa a recuperação no entanto pode
piorar a mortalidade.
300

250 Top no family plate Cada linha


representa
Andobac

Middle 1 family plate um PTPA


Cumulative weight gain (g/ kg)

200 As hwa
diferente e
média de
El Salam
150 peso
Five
acumulado
Forlanini

porGao
cerca de
100
200 crianças
Bottom – unknown problem Mao
50
Mondo

0 W ad el Bechir
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Day
REFEIÇÕES À NOITE
• A maioria das crianças internadas com DAS não
necessitam de refeições durante a noite para
prevenir a hipoglicemia.

– Excepto:
– Aquelas que permaneceram em jejum todo dia (ex.
admissão no hospital depois de um longo trajecto, etc.).
- Aqueles com diarreia de realimentação (má absorção).
- Crianças alimentadas com F75 pela sonda nasogastrica.

29
A ALDEIA DE TUBMANBURG, LIBERIA
• Quando Tubmanbourg foi ocupada durante a guerra, um terço da
população tinha falecido devido a fome

• Após a desocupação, foram instalados 2 centros terapeuticos que


admitiram 900 DAS

• Foi administrado o tratamento nutricional 2xdia (8H-16H) devido a


insegurança.

• Os pacientes recusavam a refeição da noite devido aos ataques


de rebeldes durante a noite.
Não foi administrado refeições durante a noite, nenhuma
hidratação e uso limitado de resomal ao longo do dia!!
• BAIXOU A MORTALIDADE!!!
RESULTADOS DE TUBMANBURG
Categoria Aband Transf Alta 95 % IC
Obitos Obitos Letalidade
Observados Esperados
11.1- 27.8
Lactente 16 1 48 4 17.6
(n=69) 5.7
8.1- 22.9
Pré-escolar 55 0 234 4 13.7
(n=295)
1.3
Juveniles 36 2 224 3.1-13.7
2 6.9 0.8
(n=264)
-
Adolescentes 11 0 47 0 **
(n=58) 0.0
-
Adultes (n=232) 45 1 180 6 ** 2.5
28.1-52.7
Total (n=918) 163 4 735 16 1.7
A HIPOGLICEMIA É RARA!
• A experiencia de Tubmanburg foi confirmada em
muitos programas: Os centros dia tem geralmente
uma baixa letalidade!
• As biopsias mostram uma taxa elevada de glicogeneo
no figado e musculo.
• Os estudos de glicose isotopico mostraram que não
toleram (como o diabético), mas mantem o processo de
gluconéogenèse pelo que a hipoglicemia acontece
depois de um jejum prolongado.
• As glicemias consecutivas medidas na admissão
mostram que 1% tem uma hipoglicemia – e não apos
admissão.
TRATAMENTO
SISTEMÁTICO

• Terapia sistemática com antibióticos


• Tratamento do Paludismo
• Vacinação contra o Sarampo

33
TERAPIA PADRÃO COM ANTIBIÓTICOS
SE NÃO HOUVER RESISTÊNCIA À AMOXICILINA

Duração do tratamento :
• Fase Aguda + 4 dias ou
• até à transferência do doente para o PTPA
1ª Proposta: (sem sinais clínicos de infecção)
 Amoxicilina oral 50-100 mg/kg/dia ou Ampicilina oral
 ou Combinação de Amoxicilina-ácido clavulânico
 e/ou metronidazole (10mg/kg/dia)
2ª Proposta : (quaisquer que sejam os sinais de infecção)
 juntar Gentamicina IM 5mg/kg uma vez por dia durante a
Fase Aguda.
 Metronidazole (10mg/kg) pode juntar-se 34
DOSAGEM DE GENTAMICINA E
AMOXICILINA
Amoxicilina
Gentamicina
Intervalo de (50-100 mg/kg/dia)
Dosagem uma
peso Dosagem – 2 vezes por
vez por dia
dia

Kg mg mg Cap/tab
<5kg 125 mg * 2 ½ cap.*2
5 – 10 250 mg * 2 1 cap * 2
5 mg/kg a dar uma
10 – 20 500 mg * 2 2 cap * 2
vez IM
20 - 35 750 mg * 2 3 cap * 2
35

> 35 1000 mg * 2 4 cap * 2


TERAPIA PADRÃO COM ANTIBIÓTICOS
SE RESISTENTE À AMOXICILINA/AMPICILINA

 1ª Proposta :
Cefotaxima ou Ceftriaxone injecção IM durante 2 dias
(50 mg/kg)

 2ª Proposta :
– Cefotaxima (50 mg/kg) injeção IM +
Ciprofloxacina oral (10 a 30 mg/kg/dia : 2 vezes/dia)
recomendado especialmente nos casos de septicemia
ou de choque séptico.
– Se há suspeita de infecções com Estafilococos :
juntar cloxacilina (100 à 200 mg/kg/d : 3 vezes/dia)
36
SE HOUVER PROLIFERAÇÃO
BACTERIANA NO INTESTINO DELGADO
E RESISTÊNCIA À AMOXICILINA

• Dar metronidazole 10mg/kg/d oral ou retal


• NÃO utilizar as doses padronizadas pediátricas
(30mg/kg/dia) pois existe aumento da vida ativa do
metronidazole nos DAG :
as doses padronizadas são tóxicas para estes
doentes.
Risco de anorexia – utilizar durante o máximo de 4 dias
para DAS em fase aguda – parar em face de uma
deterioração do estado geral. 37
ANTIFÚNGICOS
1) No caso de candidíase oral e de modo
sistemático, no contexto de alta prevalência de
candidíase (20%) ou de VIH/SIDA.
Nystatina 100.000 UI por via oral 4 x ao dia
2) No caso de septicemia ou sinais de infecções
grave, choque séptico ou candidíase sistemática:
Fluconazol (3mg/kg 1 x ao dia)
(efeitos secundários: insuficiência hepática – utilizar com
prudência; não utilizar kétoconazol nos DAG)
3) Para lesões da pele (tinha/candidíase, etc.) utilizar
pomada/creme à base de miconidazol a 2%
38
PALUDISMO EM FASE AGUDA

Tratamento anti palúdico :


Coartem (artéméther-luméfantrine) :
1 cp. a T 0h - T 8h e depois 2 cp./ dia / 2 dias
(de manhã e à noite) ou seja um total de 6 cp.
Para o paludismo complicado :
Se não houver diarreia :
Artemisina ou Artesunate em supositórios
Se houver Diarreia :
Artesonate ou Arthéméter IM.
Nota : NÃO UTILIZAR quinino: perigo de sobrecarga líquida, de
hipoglicemia e de toxicidade. Utilizar o arthéméter amodiaquine
se não houver coartem, efeitos secundários de insuficiência
hepática. 39
PERIGO DOS ANTIBIÓTICOS INTRAVENOSOS E DA
INTRODUÇÃO DE CATETERES
• Porta de entrada direta de bactérias resistentes aos antibióticos
nos doentes imunodeprimidos; os pensos e os cateteres sujam-se
rapidamente. Eles são rapidamente colonizados pelas Cândida:
podem provocar uma septicemia fúngica.
• Devem ser regularmente passados por solutos ou anticoagulantes
a fim de conservar a veia aberta – mas estes doentes têm uma
função hepática comprometida (com tendência a sangramento) e são
muito sensíveis a qualquer sobrecarga de líquidos..
• Eles requerem um pessoal de cuidados qualificado para a sua
colocação, mudança de local e para os manter. A sua administração
requer mais tempo, um pessoal mais qualificado do que por via oral.
• As suas preparações são mais caras do que as orais e o cateter,
por si só, é caro. A inserção de um cateter é dolorosa, stressante e
muitas vezes é necessária uma reinserção.
• O cateter diminui a mobilidade das crianças e assim dificulta-lhes
a tomada das refeições, a lavagem, as brincadeiras e os
tratamentos.
• A infiltração de líquido por perfusão nos tecidos cutâneos pode
causar uma necrose dérmica e outras complicações. 40
41
VACINAÇÃO CONTRA O SARAMPO
• Dar a vacinação contra o sarampo às crianças com
idades de >= 4 ½ meses a 5 - 12 anos (segundo o
contexto), de modo a proteger contra o sarampo
hospitalar e estimular o sistema imunitário geral.

Mas uma 2ª vacina na 4ª semana deve ser


administrada no PTPA para assegurar uma proteção
a longo prazo contra o sarampo.

Não dar DTcoq a estes doentes durante a Fase


Aguda.
VITAMINA A
• Dar somente quando houver:
– Epidemia de sarampo
– Sinais de carência de vitamina A.
. 6 - 11 meses : 100.000 UI (azul ou ½ vermelho)
. 12 meses (ou 8 kg) e +: 200.000 UI (2 azuis ou 1 vermelho)
• Repetir no D2, se houver sinais clínicos de carências
As quantidades de F75, F100, ATPU para uma criança de
10kg contêm 7.300 UI (2,2mg) de vit. A por dia
(Ingestão Dietética Recomendada (IDR) : 1700UI –0,5mg/dia).

Isto é suficiente para refazer os stocks e tratar os sinais de


subclínicos de deficiência. Doses elevadas estão
associadas a um aumento de infecções e da mortalidade no
seio dos DAS.
43
ÁCIDO FÓLICO
• D1 :
– Dar SOMENTE uma dose de ácido fólico 5 mg a
todos os doentes que apresentem anemia clínica.
MAS :
– NÃO dar ácido fólico se se está a utilizar o
fansidar como anti palúdico pois são
antagónicos.
Nota : F75, F100, ATPU têm uma quota para uma
criança de 10 kg de 400 microgramas/dia (ADR = 80
μg).
Isto é suficiente para tratar as deficiências ligeiras de
ácido fólico e refazer os stocks.
44
VIGILÂNCIA
- Pesar a criança todos os dias.
- Vigiar o grau dos edemas (0 a +++) todos os dias.
- Tomar a temperatura 2 vezes por dia.
- Vigiar todos os dias: número – aspecto – cor das fezes,
vómitos, estado de hidratação, frequência respiratória,
estado respiratório (tosse, etc.) e o tamanho do fígado.
- Tomar o PB 1 vez por semana.
- Medir o comprimento na altura de admissão.
- Anotar na ficha de acompanhamento se o doente
1) Está ausente, 2) recusa as refeições, 3) tem
uma SNG, 4) tem uma transfusão ou perfusão IV.
45
AMBIENTE PSICOSSOCIAL
• Muitos DAG estão privados de um ambiente psicoafetivo
adequado. Eles viram os seus pais ou membros da sua
família sofrer e morrer.
• É preciso que o ambiente seja o mais adequado possível,
a fim de assegurar cuidados de boa qualidade.
• É preciso evitar que as equipas sejam demasiado estritas
e culpabilizem os pais. A mãe é a 1ª acompanhante e os
seus desejos devem ser levados em conta.
• Colocar regularmente os DAG que não estão muito
doentes sobre um tapete com jogos e formar as mães
sobre a importância dos jogos durante a fase de
reabilitação em casa.
46
Eu sou órfão e eu não sei porque é que devo continuar a viver. Eu
vi a minha mãe e o meu pai morrerem e eu não tenho amigos. Eu
sentia-me melhor quando tinha esta bola de futebol.
As duas fotografias foram tirada com 24 horas de intervalo.

47
CRITÉRIOS PARA PASSAGEM DA
FASE AGUDA À FASE DE
TRANSIÇÃO
Não há um número fixo de dias para a fase aguda –
os mais doentes em geral ficam mais tempo do que
os outros.
• Critérios de transferência
– O retorno do apetite E
– O começo da perda de edemas E
– O seu estado de saúde é melhor.
• Doentes com edemas +++ devem permanecer na
fase aguda até que este sejam reduzidos a ++
48
RESUMO DO CRENI - FASE AGUDA
MÓDULO 5.1
• Procedimento de admissão.
• Preencher a ficha de acompanhamento da UEN.
• Regime nutricional durante a Fase Aguda.
• Como administrar as refeições e colocar uma SNG.
• Tratamento médico sistemático – antibióticos.
• Problemas dos cateteres IV.
• Paludismo e sarampo.
• Vitamina A, ácido fólico.
• Vigilância.
• Ambiente psicossocial. 49

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