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TRATAMENTO HOSPITALAR
DOENTES COM COMPLICAÇÕES E/OU FRACO APETITE –
INSUCESSO DE RESPOSTA AO TRATAMENTO NO UEN –
CONSENTIMENTO DO ACOMPANHANTE
Modulo 5
1ª. Parte
Versão 2012 _ baseada no protocolo versão 6.6.2
© Michael Golden & Yvonne Grellety
Os autores preservam o seu direito moral sobre esta matéria. Não pode ser alterada no seu
conteúdo, dividida ou utilizada para a formação de estudantes que pagam propinas de
instrução. Não pode ser mudada ou alterada sem fazer referência prévia aos autores.
Talvez possa ser utilizada gratuitamente na formação das equipas do UNICEF e do
1
Ministério da Saúde, nos países em vias de desenvolvimento.
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
• Descrever as estrutura adaptadas a estes doentes.
• Definir os tipos de critérios de admissão.
• Preencher a ficha de acompanhamento, o registo (N°
DAS se necessário – ficha de transferência).
• Acolher o doente admitido de novo e oferecer-lhe
água com açúcar para beber.
• Tomar as medidas antropométricas (PB, peso, Altura).
• Vigiar o doente: verificar a temperatura, frequência
respiratória, medir o tamanho do fígado, refeições,
fezes, vómitos, etc.).
• Administrar os medicamentos de rotina na Fase
Aguda. 2
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS (1)
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RASTREIO
TRIAGEM
UEN
COM ALTA para Fase de Reabilitação
acompanhamento no Sem PTPA
Ambulatorio (CNS)
/SMI/ASC 4
ESTRUTURA
UEN
Hospital provincial
Hospital de dia se necessário.
segundo as distâncias, o UEN –
PTPA e a motivação do pessoal.
5
AS DIVERSAS ETAPAS
Se um DAS é admitido nas
urgências, há uma forte - APÓS A TRIAGEM no serviço de
possibilidade de ele receber urgência ou consulta externa, Admitir
um mal tratamento.
diretamente na UEN
- FASE AGUDA (FASE 1) : Regime
nutricional – Tratamento sistemático –
Vigilância – Medidas a tomar em caso de
Complicações
- CRITÉRIOS DE PASSAGEM
Fase Aguda Fase de transição
- FASE DE TRANSIÇÃO : Regime
nutricional– Tratamento sistemático -
Vigilância
- ALTA
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PROCEDIMENTOS DE
ADMISSÃO
• Dar água com açúcar e
efetuar o teste de
apetite
• Avaliar as medidas
antropométricas
• Preencher a ficha de
acompanhamento A3 e
de registo (mesmo que
venha do PTPA)
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CRITÉRIOS DE ADMISSÃO
FATOR AOS CUIDADOS DO UEN
Escolha do O acompanhante escolhe iniciar, continuar ou ser transferido
acompanhante para um UEN. O desejo do acompanhante deve ser
(em qualquer altura dos respeitado.
cuidados)
Apetite Teste de Apetite Fraco
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N° DAS..................................................................... Ficha de acompanhamento UEN Data da Admissão___/___/___ Data de Alta___/___/___
N° de Registo ……………………………………………………. Cod. UEN........................... Maior Problema hora………………. Tratado com com sucesso □
Folha N°………………………….……………………………………. Nome UEN……………....... Nova Admissão □ Morreu □ Causa…………
Apelido 24 h / Centre Jour /Pédiatrie Recaída □ Transf. Int. para PTPA □
Nome Idade…….....mm/aa Readmissão abandono <2 mesesSe
□ Sim, Cod. PTPA……….
Direção Data de Nasc. ___/___/____ (dd/mm/aa) Transf. Interna do PTPA □ Referência Médica □
Tel..........................................................................................
Sexo……………………………. Amamentação S / N Se S, Cod. do PTPA………..... Abandono □ Causa…………
Referência: Espontâneo □ Comunidade □ CS/Hospital □ Suplementação alimentar………………………..………………..
Nome PTPA …………………………..............
Causa da Admissão : 1) Falha no Teste do Apetite : S / N se S ATPU .....gr - 2) Complicações S / N se S ....................... - 3) Edemas S / N - 4) Não resPTPA S / N
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Data
Antropometria
Altura (cm)
Peso (Kg,g)
P/A (Z / %)
PB (mm)
Edema (0 à +++)
Peso Alvo
...........kg......g Ficha de
PB Alvo acompanhamento
.................mm
UEN A4 cenário
Gráfico do Peso por Dia
ficha 1 rosto
10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Data
Fase Aguda/Trans/Recuperação
F75/F100/F100D
Nº refeições/dia
ml/refeição
Dose de Ferro adicional
ATPU
Tratamento nutricional
nº refeições/dia
Saquetas/dia
Teste do Apetite:Bom/Médio/Fraco
Hora refeição
A=Ausente 1
V=vómitos
2
R=recusa
SNG= Sonda Naso-Gastrica.
3
IV=Perfusão IV
4
Volume ingerido
5
X X
100% X X 6
X X
3/4 X
7
1/2
X
X
8 Ficha de acompanhamento
1/4
X
9 UEN A4 cenário ficha
10
2 rosto sob a ficha 1
....ml=extra
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Ativo/Letárgico (A/L)
Fezes (0 a IIII)
Vómitos (0 a IIII)
Desidratado (0 a +++)
Tosse (0 a +++)
Choque (0 a +++)
Vigilância
Resp/min
Conj. Pâle (0 a +++)
Temp. Matinal Ax/Rec
Temp. A.M. Ax/Rec
Rebordo do Fígado cm
Outros 11
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Tratamento Sistemático DATA
antibiotico 1
x
antibiotico 2
anti-paludico
anti-fungico
Antibiotico 3
Antibiotico 4
Tratamento Especifico
Resomal ml
IV Perf/Transf
SNG
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Hb
Exames Lab.
Paludismo
TB
RX Pulmões
Outros
OBSERVAÇÕES:
12
Ficha de
acompanhamento
UEN A4 Cartão Data da Vacinação
S □ N □
vista Nasc. 1 2 3 4
POLIO
DT Coq
Extra Extra
Sarampo
ALTA
EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE DATAS ASSINATURA
Causas de desnutrição
Diarreia, IRA, Febre
Doenças Sexualmente Transmissíveis
Jogos e Estimulação
Nutrição das Crianças Pequenas
Cuidados para as Crianças
Higiene
Amamentação
Planeamento Familiar
Outros …………………..
Vacinação em Dia S N
Amamentado na Alta S 13 N
FASE AGUDA
Atividades :
• Dar o leite nutricional.
• Administrar os medicamentos de rotina.
• Vigiar o doente.
• Prevenir, diagnosticar e tratar as
complicações e os insucessos de resposta
ao tratamento.
• Estimular o doente assim que o seu estado
melhore.
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F75
• F75 (75 kcal/100ml) é um leite terapêutico especifico para
doentes com DAS com complicações/edema generalizado
(funções hepática e renal comprometidas.)
Nunca 17
Quantidades de F75 INTERVA 8 6 5 REFEIÇÕES
Por intervalo de peso e LO DE REFEIÇÕES / REFEIÇÕES POR /DIA
PESO DIA /DIA ML /
Numero de refeições por dia
(KG) ML ML / REFEIÇÃO
Fase Aguda (Fase 1) /REFEIÇÃO REFEIÇÃO
2,0 a 2,1 40 ml/ 50 ml / 65 ml
kg refeição refeição /refeição
2,2 - 2,4 45 60 70
2,5 - 2,7 50 65 75
2,8 – 2,9 55 70 80
3,0 - 3,4 60 75 85
3,5 – 3,9 65 80 95
4,0 – 4,4 70 85 110
4,5 – 4,9 80 95 120
5,0 – 5,4 90 110 130
5,5 – 5,9 100 120 150
6 – 6,9 110 140 175
7 – 7,9 125 160 200
8 – 8,9 140 180 225
9 – 9,9 155 190 250
10 – 10,9 170 200 275
Nunca apertar Ele deve
o nariz ou sentar-se na
alimentar a vertical
criança
O pires permite
deitada
recolher o F75
que escorre de
lado e de o
recolocar no
copo
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SONDA NASO-GÁSTRICA (SNG)
Quando colocá-la ?
Se o doente toma menos de 75% da quantidade
prescrita na fase aguda.
Pneumonia com uma frequência respiratória
acelerada.
Quando houver lesões bocais.
Quando o doente tem lábio leoporino ou outra
deformidade física.
Quando tiver perturbações de consciência.
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TRATAMENTO DIETETICO PARA OS
PACIENTES EDEMACIADOS
• A OMS em 2003 recomenda que o regime para as
crianças severamente edemaciadas seja reduzido para
30%.
• Isso é um erro de interpretação sobre um comentário
de uma observação não documentada do prof
Waterlow que diz que «Podemos ter até 30% de
deficiência do peso corporal máximo devido à
presença de edemas.»
• O comentário de Waterlow não é falso – mas esta
deficiência é BASTANTE RARA e não deve ser a base
de um tratamento rotineiro para todas as crianças
com edemas +++.
A PERDA DE PESO DURANTE A PERDA DOS
EDEMAS SEVEROS NÃO É SUPERIOR A 10%
Perda de peso Perda de Perda de
% N peso edemas DS
Marasmo 3948 1.6 0.00 3.0
Kwash + 1066 4.3 2.7 5.4
Kwash ++ 1319 5.9 4.3 6.6
Kwash +++ 459 10.0 8.4 8.2
África do África
Oeste Sahel Austral
(n=2613) (n=1988) (n=829)
Marasmo 0.00 0.00 0.00
Kwash + 2.87 1.37 3.2
Kwash ++ 4.27 2.45 4.7
Kwash +++ 8.37 6.99 11.1
Grellety Y Management of severe malnutrition in Africa PhD thesis Aberdeen 2000
OS CLÍNICOS INEXPERIENTES TÊM A TENDÊNCIA A
SUBESTIMAR OS EDEMAS, PARTICULARMENTE OS
EDEMES +++
Golden MH The clinical assessment of oedema implications for feeding the malnourished child. Eur J
Clin Nutr 1989 43 581-2
RELAÇÃO ENTRE O APORTE ENERGETICO E A PERDA OU O
GANHO DOS EDEMAS.
REFEIÇÕES PARA AS CRIANÇAS COM EDEMAS
SEVEROS
• O volume de F75 está baseado na assumpção de 10%
de perda e 10% de mal-absorção – isso provém da
regressão do ganho de peso em relação ao aporte
extrapolado a partir de 0 ganho de peso.
• A margem de erro é de menos de 10% - isso é a média
do volume dos edemas para as crianças com edemas
severos.
• Se o aporte dietético é reduzido em 30%, o
desnutrido severo estará subnutrido – e os seus
edemas não vão-se reabsorver, isto é falso!
• Retitem esta instrução e tabela nos vossos protocolos.
• Isso também simplifica o protocolo !
UTILIZAÇÃO DE OUTROS ALIMENTOS
• Não Misturar outros alimentos com F75 ( taxa elevadas
de sódio, anti-nutrientes)
200 As hwa
diferente e
média de
El Salam
150 peso
Five
acumulado
Forlanini
porGao
cerca de
100
200 crianças
Bottom – unknown problem Mao
50
Mondo
0 W ad el Bechir
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Day
REFEIÇÕES À NOITE
• A maioria das crianças internadas com DAS não
necessitam de refeições durante a noite para
prevenir a hipoglicemia.
•
– Excepto:
– Aquelas que permaneceram em jejum todo dia (ex.
admissão no hospital depois de um longo trajecto, etc.).
- Aqueles com diarreia de realimentação (má absorção).
- Crianças alimentadas com F75 pela sonda nasogastrica.
29
A ALDEIA DE TUBMANBURG, LIBERIA
• Quando Tubmanbourg foi ocupada durante a guerra, um terço da
população tinha falecido devido a fome
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TERAPIA PADRÃO COM ANTIBIÓTICOS
SE NÃO HOUVER RESISTÊNCIA À AMOXICILINA
Duração do tratamento :
• Fase Aguda + 4 dias ou
• até à transferência do doente para o PTPA
1ª Proposta: (sem sinais clínicos de infecção)
Amoxicilina oral 50-100 mg/kg/dia ou Ampicilina oral
ou Combinação de Amoxicilina-ácido clavulânico
e/ou metronidazole (10mg/kg/dia)
2ª Proposta : (quaisquer que sejam os sinais de infecção)
juntar Gentamicina IM 5mg/kg uma vez por dia durante a
Fase Aguda.
Metronidazole (10mg/kg) pode juntar-se 34
DOSAGEM DE GENTAMICINA E
AMOXICILINA
Amoxicilina
Gentamicina
Intervalo de (50-100 mg/kg/dia)
Dosagem uma
peso Dosagem – 2 vezes por
vez por dia
dia
Kg mg mg Cap/tab
<5kg 125 mg * 2 ½ cap.*2
5 – 10 250 mg * 2 1 cap * 2
5 mg/kg a dar uma
10 – 20 500 mg * 2 2 cap * 2
vez IM
20 - 35 750 mg * 2 3 cap * 2
35
1ª Proposta :
Cefotaxima ou Ceftriaxone injecção IM durante 2 dias
(50 mg/kg)
2ª Proposta :
– Cefotaxima (50 mg/kg) injeção IM +
Ciprofloxacina oral (10 a 30 mg/kg/dia : 2 vezes/dia)
recomendado especialmente nos casos de septicemia
ou de choque séptico.
– Se há suspeita de infecções com Estafilococos :
juntar cloxacilina (100 à 200 mg/kg/d : 3 vezes/dia)
36
SE HOUVER PROLIFERAÇÃO
BACTERIANA NO INTESTINO DELGADO
E RESISTÊNCIA À AMOXICILINA
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CRITÉRIOS PARA PASSAGEM DA
FASE AGUDA À FASE DE
TRANSIÇÃO
Não há um número fixo de dias para a fase aguda –
os mais doentes em geral ficam mais tempo do que
os outros.
• Critérios de transferência
– O retorno do apetite E
– O começo da perda de edemas E
– O seu estado de saúde é melhor.
• Doentes com edemas +++ devem permanecer na
fase aguda até que este sejam reduzidos a ++
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RESUMO DO CRENI - FASE AGUDA
MÓDULO 5.1
• Procedimento de admissão.
• Preencher a ficha de acompanhamento da UEN.
• Regime nutricional durante a Fase Aguda.
• Como administrar as refeições e colocar uma SNG.
• Tratamento médico sistemático – antibióticos.
• Problemas dos cateteres IV.
• Paludismo e sarampo.
• Vitamina A, ácido fólico.
• Vigilância.
• Ambiente psicossocial. 49