Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Os estatutos dos maçons foram revisados, em 1459, pela Assembléia de Ratisbona (Regensburg), a
sede da Dieta Alemã, cuja revisão preliminar tinha ocorrido em Estrasburgo, sete anos antes. As
revisões descreviam a exigência de testar irmãos estrangeiros antes de sua aceitação nas Lojas,
através de um método de saudação estabelecido.
A primeira assembléia geral de maçons na Europa ocorreu no ano de 1535, na cidade de Colônia, na
Alemanha. Ali, o bispo de Colônia Hermann V, reuniu dezenove Lojas Maçônicas para estabelecer a
Carta de Colônia, escrita em latim. As primeiras Grandes Lojas dos Maçons estiveram presentes, o que
era costume na época, e incluíam a Grande Loja de Colônia, Estrasburgo, Viena, Zurique e
Magdeburg. A Grande Loja Mãe de Colônia, era considerada a principal Grande Loja da Europa.
Após a invenção da imprensa, os maçons (Steinmetzen) da Alemanha, reunidos em Ratisbona, em
1464, imprimiram as primeiras Regras e Estatutos da Fraternidade de Cortadores de Pedra de
Estrasburgo (Ordnung der Steinmetzen). Esses regulamentos foram aprovados e sancionados por
sucessivos imperadores, entre os quais Carlos V e Ferdinando.
O monge alemão Martinho Lutero, no seu protesto contra as injustiças e hipocrisias da Igreja Católica,
em 1517, deu origem ao Protestantismo. Isso liberalizou algumas das Lojas Maçônicas da época. A
Catedral de Estrasburgo tornou-se luterana, em 1525, e muitas outras a seguiram.
Em 1563, os Decretos e Artigos da Fraternidade de Canteiros foram renovados na Loja Mãe, em
Estrasburgo, no dia de S. Miguel. Esses regulamentos demonstram três elos importantes com a
Maçonaria moderna. Em primeiro lugar, os aprendizes eram chamados de livres, na conclusão de um
serviço a seu Mestre, o que, sem dúvida, é a origem da palavra Freemason ou “franco-maçom”. Em
segundo lugar, a natureza fraternal da Loja era retratada em uma série de regulamentações, tais como
o atendimento aos doentes, a prática de ensinar um irmão sem cobrar e a utilização de um aperto de
mão secreto, como meio de identificação.
Dois artigos do regulamento, indicando estes pontos, são: Nenhum Mestre ensinará a um companheiro
por dinheiro. E nenhum artesão mestre aceitará dinheiro de um colega para ensinar-lhe qualquer coisa
relacionada com Maçonaria. Da mesma forma, nenhum vigilante ou companheiro instruirá qualquer um
por dinheiro a talhar, conforme dito acima. Se, no entanto, alguém desejar instruir a outro, ele pode
muito bem fazê-lo, uma mão lavando a outra, por companheirismo, ou para assim servir ao seu mestre.
Cada aprendiz, quando tiver servido o seu tempo e for declarado livre, prometerá à Ordem, pela
verdade e sua honra, sob a pena de perder o seu direito à prática da Maçonaria, que não divulgará ou
comunicará o aperto de mão e a saudação de pedreiro a ninguém, exceto àquele a quem puder
justamente comunicá-las, e, que não escreverá coisa alguma sobre isso.
As regras de Estrasburgo estipulavam que a entrada na Fraternidade era por livre vontade e indicava,
claramente, os três graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, na Fraternidade Maçônica Alemã. Elas
exigiram que se fizesse um juramento e que os pedreiros se reunissem em grupos chamados ‘Kappitel’
(Capítulo). As regras instruíam
os maçons a não ensinar Maçonaria a não iniciados.
Assim fica claro que as Lojas ou Grandes Lojas Maçônicas Alemãs existiam antes da formação da
Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1717, assim como o uso de apertos de mão secretos, o uso do
termo “livre” e sua aceitação de não-Operativos. O uso de alegorias e do simbolismo em graus, que
torna exclusivo o sistema maçônico fraternal, também, era evidente nas Lojas alemãs da época,
conforme mostrado nas esculturas de pedra e estilos arquitetônicos das igrejas e mosteiros que eles
construíram.
Essa antiguidade é confirmada através de sete pontos:
1. O Manuscrito Régio, o mais antigo texto maçônico (reconhecido) sobrevivente na Grã-Bretanha,
faz referência aos quatro Mártires Coroados, que estão, inequivocamente, relacionados com a
Lenda dos Maçons sob o Sacro Império Romano de Nação Germânica, uma tradição maçônica,
que teve origem na Alemanha e não na Grã-Bretanha;
2. A existência e o mais antigo uso registrado do esquadro e compasso (sinal fraternal da Maçonaria)
nas Armas dos Corpos Maçônicos Alemães;
3. A existência de Instituições Maçônicas, altamente, organizadas (Steinmetzen), na Alemanha no
século XIII, tais como a Grande Loja (Oberhütte) de Estrasburgo e Colônia (Köln), e diversas Lojas
Maçônicas subordinadas, que não só trabalhavam em pedra, mas também incluíam ensinamentos
alegóricos maçônicos dentro de suas guildas;
4. A eleição de um Grão-Mestre dos Maçons no século XIII e a criação de Graus de Aprendizes,
Companheiros e Mestres Pedreiros, na Alemanha, no século XII e anteriormente;
5. O estabelecimento de Estatutos e Regras impressos da Ordem Maçônica, na Alemanha, antes da
criação de estatutos maçônicos escritos na Grã-Bretanha;
6. A inclusão de membros não-Operativos (ou Especulativos), tais como o Rei Rodolfo I, em Lojas
Maçônicas, na Alemanha, no século XIII;
7. A primeira exigência em grande escala registrada de que Lojas Maçônicas utilizassem um método
secreto de saudação e de ‘aperto de mão’.
Embora muitos maçons aceitem que as origens da Maçonaria partem da Inglaterra ou da Escócia, pois
as grandes organizações maçônicas modernas atuais estão profundamente interligadas dentro dessa
área geográfica, uma nova luz sobre a história maçônica inspira a muitos a olharem, para a Alemanha,
como um dos locais de origem da Maçonaria Medieval, embora o rito de York remonte ao século X.
(Adaptado da tradução de José Antonio de Souza Filard).
A Maçonaria atual começou, na Alemanha, em 1727, com a fundação da Loja “Charles die Reunion”
(“Carlos a Reunião”), no Oriente de Manheim, pelo Conde de Schaumburg - Albrecht Wolfgang. A Loja
trabalhou a descoberto, não tendo registro de reconhecimento.
Mais tarde, o conde reinante de Schaumburg-Lippe - Friedrich Wilhelm Ernst, foi contratado para
reorganizar o Exército Português, pelo Marquês de Pombal, tendo chegado a Portugal, 3 de julho de
1762, a convite de Pombal, ali residindo até 20 de setembro de 1764 e, depois, de 16 de setembro de
1767 a 1º de março de 1768. Este conde de Lippe foi maçom como o seu pai Albert Wolfgang, acima
citado, também o fora, e iniciado na Alemanha, sendo um dos grandes estimuladores da ordem, no
nosso país irmão.
Contudo é considerada a Loja nº1 da Alemanha a “Absalon Zu Den Drei Nesseln Nº 1” (“Absalon às
Três Urtigas”) de Hamburgo, fundada em 06 de dezembro de 1737 com o nome de Loja de Hamburgo,
e assim denominada até 1743, na qual Frederico, o Grande, foi recebido.
Em seguida, novas Lojas foram fundadas em todas as grandes cidades da Alemanha, dando vigor à
Maçonaria Alemã.
Foi o Barão de von Hundt que, em 1764, estabeleceu firmemente a influência dos Templários dentro da
tradição maçônica e divulgou nas Lojas Alemãs as práticas do Capítulo de Clermont, sob o título de
“Strike Observanz” ou “Rituais Latinos da Estrita Observância”, também conhecido como “Observância
Rigorosa”. Essa prática ressuscitou a Antiga Cavalaria, com seus coloridos e sugestivos graus,
trazendo as adulterações aos ensinamentos puros do Antigo Ritual Inglês, desviando a Maçonaria e os
maçons do seu simbolismo de origem. Essa época foi denominada como a do “Grande Desvio”.
Esses distúrbios levaram, em 1775, à realização de uma Convenção, em Wiesbaden, e outra, em
1782, em Wilhelmsbad, próximo à Hanau, quando foi fixado como objetivo da Maçonaria alemã, o
aperfeiçoamento moral com base na religião cristã; porém ainda não completamente apagada a
preferência pela coletividade de cavaleiros (isto é, nobreza), com um novo grau – “Cavaleiros da
Beneficência”. Neste sistema de Wilhelmsbad ou sistema “Escocês Retificado” mesmo os sóbrios e
democráticos irmãos de Hamburgo não se abstiveram de desfilar como “Muito Excelente Cavaleiro
Templário”...
O RITO SCHROEDER
Foi por este motivo que o Irmão Friedrich Ulrich Ludwig SCHRÖDER resolveu criar um novo Rito para
Maçonaria Alemã que, segundo suas intenções e concepções representasse uma Maçonaria
Humanista. Em 1789, diante da febre de reformas que se apoderara da Maçonaria Alemã, quando as
Lojas de Hamburgo alteraram as cerimônias, símbolos e insígnias, o Irmão SCHRÖDER sentiu que
este caminho seria a ruína da Instituição e resistiu tenazmente aos reformistas. Por isso começou, em
Hamburgo, em 1790, a elaborar um novo ritual para a Grande Loja Provincial da Baixa-Saxônia,
subordinada à Grande Loja de Londres, isto é a Grande Loja dos Modernos, como assim diziam os que
se intitulavam “Antigos”, que não possuía um Ritual escrito em inglês, com um texto autêntico.
Perseverante, estudioso e incansável, SCHRÖDER baseou todo o seu trabalho sobre o texto “Three
Distinct Knocks”. Ele sentia que os princípios éticos e morais eram a essência da Maçonaria e ele os
formulava com grande cuidado, em colaboração com os mais cultos maçons do seu tempo. Isto deu ao
seu Ritual um caráter particular, expressando tendências espirituais da Alemanha por volta do século
XVIII. A tendência para a Maçonaria Cavalheiresca ou Templária com um forte conteúdo Cristão – e
mesmo Católico Romano, tinha desaparecido, bem como todos os elementos de esoterismo e
ocultismo que dominavam a Maçonaria da sua época, restaurando o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o
porém à cultura e ao idioma germânicos. Fortaleceu-se a tendência de que moral elevada e princípios
éticos deveriam ser as essências características da Arte Real.
Em 29 de junho de 1801, na magnífica sessão em que os Veneráveis Mestres das Lojas de Hamburgo
aprovaram por unanimidade o novo Ritual, estava na verdade reunida a Grande Loja Provincial de
Hamburgo e da Baixa-Saxônia, no que hoje chamaríamos de Assembléia Geral. Este fato por si só
atesta a regularidade e a importância que o novo Ritual teve, já no seu nascimento oficial. Seu
idealizador, o Irmão Friedrich Ulrich Ludwig SCHRÖDER, ocupava o cargo de Deputado do Grão-
Mestre, que era o maçom ilustre e celebrado Dr. Beckmann, e as Lojas de Hamburgo o adotaram por
unanimidade. Depois de mais uma revisão de certas passagens, que não tinham concordâncias com a
cerimônia, foi impressa uma edição limitada para todas as Lojas de Hamburgo.
Desta edição existe somente uma cópia pertencente a uma Loja na cidade de Celle, cujo exemplar
felizmente tem sido possível estudar. Por sua simplicidade e beleza, desde logo conquistou numerosas
Lojas em toda a Alemanha e em outros países, onde passou a ser praticado, principalmente, por
maçons de origem alemã e logo recebeu o cognome de seu criador - RITO SCHRÖDER, que ocupa
uma posição de destaque entre os Ritos Maçônicos, pela concordância com o Rito da Grande Loja
Mãe da Inglaterra, pela eliminação de todos os adiantamentos inseridos no final do século XVIII, pelo
espírito puro de humanismo, presente em seu cerimonial, e pelo brilho da linguagem clássica do
alemão. É um rito muito simples e trabalha apenas na chamada pura Maçonaria ou seja, na dos três
graus simbólicos, já que não possui Altos Graus.
AS RELAÇÕES COM O NAZISMO
O general Erich Von Ludendorff, heroi alemão da Primeira Grande Guerra, e sua esposa, por volta de
1920, iniciaram uma campanha antisemítica e antimaçônica, escrevendo o livro Aniquilação da
Francomaçonaria Através da Revelação dos Seus Segredos, no qual explicavam a derrota da Alemnha,
na Pimeira Grande Guerra, aos judeus e aos maçons. O mesmo estabeleceria Hitler, no Mein Kampf,
escrito na prisão que cumpria, por atentar contra a democracia alemã. Para ele a Maçonaria sucumbira
ante os judeus e era um útil instrumento para defender os seus interesses.Os seus métodos pacifistas
paralisavam o instinto nacional de autopreservação, no que era ajudada pela Imprensa.
Com a ascensão dos nazistas ao poder, o destino da Maçonaria estava praticamente traçado. Neste
tempo a Maçonaria alemã estava dividida em dois grupos:
O grupo de tendência humanista, dos antigos costumes ingleses, tolerante, baseada no mérito e sem
levar em conta a religião, constituída pela Grande Loja de Hamburgo, pela Grande Loja Nacional da
Saxônia (Dresden), Grande Loja do Sol (Bayreuth), Grande Loja Mãe da União Eclética dos Franco-
Maçons (Frankfurt), Grande Loja Concórdia (Darmstadt), Grande Loja Corrente Fraternal Alemã
(Leipzig) e Grande Loja Simbólica da Alemanha.
O segundo grupo estava formado pelas três antigas Lojas prussianas, que faziam a exigência de que
os candidatos fossem cristãos. Havia ainda a Grande Loja União Maçônica do Sol Nascente, não
considerada regular, mas que também tinha tendências humanistas e pacifistas.
Em 1934, o Partido Nacional Socialista estabeleceu que nenhum maçon poderia pertencer aos seus
quadros se não tivesse abandonado a Maçonaria até 30 de janeiro de 1933. Neste mês o ministro do
Interior Hermann Göering emitiu um decreto exortando-as a se dissolverem voluntariamente desde que
por ele aprovada a dissolução. Ao mesmo tempo todas as organizações maçônicas foram submetidas
à violência local das unidades SS e SA.
Aumentando a pressão numerosos maçons foram obrigados a deixar suas Lojas e até maio de 1934,
funcionários e militares foram proibidos de serem maçons. Então a Gestapo fechou numerosas lojas,
confiscou seus prédios, bibliotecas e arquivos. A 28 de outubro de 1934, um decreto do Ministro do
Interior Wilhelm Frick definiu as lojas como hostis ao Estado e sujeitas a confisco, até que, a 17 de
agosto de 1934, foram dissolvidas e seus bens confiscados.
A propaganda nazista ligou os maçons aos judeus e Julius Streicher combateu essa possível
conspiração, tornando os maçons uma obsessão particular de Reinhard Heydrich, chefe de Polícia de
Segurança, que os classificou junto aos judeus e clérigos políticos, como os mais ferozes adversários
da raça alemã.
Em 1935, Heydrich decidiu eliminar as influências indiretas da Maçonaria, no mundo intelectual e
acadêmico. Criou uma seção especial na SS a Seção II/111, para tratar especificamente dos maçons
capazes de influir na opinião pública. Mais tarde, em 1939, uma nova Seção a VIIB1 da RSHA, foi
estabelecida somente para investigar maçons. Quando a guerra começou, o regime nazista diminuiu a
pressão e permitiu a anistia de membros da Maçonaria, que dela se desligassem até abril de 1938.
Muitos deles foram chamados, inclusive para a Wehrmacht, mas o Partido Nacional Socialista e a SS
continuaram a refugá-los.
Nos países conquistados a Maçonaria foi obrigada a fechar e a encerrar suas atividades. As lojas, os
objetos de artes e as bibliotecas foram expropriados. O governo títere de Vichy, em agosto de 1940,
declarou os maçons inimigos do Estado, criando um cadastro para identificá-los.
Não se sabe exatamente o número de maçons eliminados e torturados, nos campos de concentração
nazistas, variando de 80 a 200.000, em toda a Europa ocupada.
Nesta época de tribulações os maçons adotaram um símbolo de reconhecimento, um pequeno broche
de lapela representando a flor roxa do miosótis ou não-te-esqueças de-mim (forget-me-not ou
wegissmeinnicht).
MIOSÓTIS
Entre os alemães, alguns velhos maçons também sobreviveram. A 14 de junho de 1954, a Grande Loja
O Sol (Zur Sonne) foi reaberta, em Bayreuth, núcleo da Grande Loja Unida da Alemanha. Nesse
momento, o miosótis foi aprovado como emblema oficial da primeira convenção anual, realizada por
aqueles que conseguiram sobreviver aos anos amargos do obscurantismo.
Na formação da Grande Loja Unida da Alemanha figuraram três das Grandes Lojas existentes antes da
II Guerra Mundial, além de outras: Grande Loja do Sol, em Bayreuth; Grande Loja de Hamburgo;
Grande Loja de Hesse, em Frankfurt (antiga União Eclética); Grande Loja de Bremen; Grande Loja
Unida de, em Baden-Baden; Grande Loja Nacional de Niedercachse, em Hanover; Grande Loja
Nacional de Nordrhein-Westfalen, em Dusseldorf; Grande Loja Nacional de Schleswig-Holstein, em
Lubeck; e Grande Loja de Wurttemberg-Baden, em Stuttgart.
De acordo com a Lista de Lojas de 2011, contava com 14.000 irmãos distribuídos em 471 Lojas.
Existem na Alemanha cinco diferentes Grandes Lojas Regulares, independentes, soberanas, com seus
Ritos, paramentos, legislação e líderes distintos. Porém, as cinco abriram mão oficialmente de sua
soberania em assuntos de relações exteriores e de relações públicas, concedendo essa autonomia às
"Grandes Lojas Unidas da Alemanha" composta por um Senado e uma Diretoria, com um Grão-Mestre,
Adjunto, Grande Secretário e Grande Tesoureiro. As Lojas elegem os membros do Senado, geralmente
indicados pelo Grão-Mestre de cada Grande Loja participante. O Senado indica o Grão-Mestre e seu
Adjunto, e a Assembléia dos Veneráveis aprova ou reprova a indicação do Senado. O Grão-Mestre
nomeia o Grande Secretário e o Grande Tesoureiro.
As 05 Grandes Lojas que compõem as Grandes Lojas Unidas da Alemanha são:
Grande Loja de Maçons Livres e Aceitos da Alemanha Velha (260Lojas). Grande Loja
Landesloge de Maçons da Alemanha (120 Lojas). Grande Loja Mãe Nacional
(40 Lojas), Grande Loja Canadense e Americana (30 Lojas)
Grande Loja dos Maçons Ingleses na Alemanha (20 Lojas)
A HISTORIA DA JUSTA,PERFEITA,BENEMÉRITA
LOJA HUMANITAS N°1419 –GOSP ( GOB)
- que é na conseqüência o Inicio do Rito SCHRÖDER no BRASIL.
> Fundada em 14 de Julho de 1952. <
Tudo começou bem germanicamente, em volta de uma instituição típica: O “STAMMTISCH”, uma mesa
reservada no restaurante BRAHMA no centro de São Paulo, lugar de encontros dos freqüentadores
alemães naquela época, mas numa forma diferente do estereotipo imaginado pelos brasileiros, “alemães
bebendo cerveja e cantando em voz alta”. Nem todos que se encontravam nesta mesa eram alemães,
mas também homens sérios de várias origens dos paises do centro da Europa, que se comunicavam na
língua alemã.
Este era o lugar de intercâmbio de idéias e experiências, avaliando, o que já tinham alcançado na vida e
já foi demandado deles em conseqüência da Segunda Guerra Mundial – durante e pós-guerra. Trocando
sonhos sobre o futuro e suas perspectivas filosóficas sobre os seus destinos nesta vida terrestre.
As perguntas de toda humanidade giravam e vieram à tona:
“DE ONDE VENHO, QUEM SOU EU e PARA ONDE IREI”
O coração destes membros do “Stammtisch” estava composto de Irms. .., em grande parte já iniciados em
sua lojas e orientes de origem: Alemanha, Rússia, Áustria, Hungria, Checoslováquia. Neste ambiente se
formou e concretizou-se a idéia em fundar uma nova própria loja no Brasil, com a bagagem da filosofia e
dos conhecimento de um ritual conhecido por eles: O RITO ALEMÃO de FRIEDRICH LUDWIG
SCHRÖDER, quem era Irm\-membro e mais tarde Ven\Mst\da loja ABSALOM ZU DEN DREI NESSELN,
fundada em 1737 em HAMBURGO/ALEMANHA, e que fazia mais tarde parte da formação da “UNIÃO
DAS CINCO LOJAS DO HAMBURGO”.
[ Com as outras Lojas: St. Georg zur grünen Fichte – 1773 + Emanuel zur Mainbaum – 1774 +
Ferdinand Caroline zu den drei Sternen – 1776 + Ferdinand zum Felsen – 1787.]
Eu considero pessoalmente o Irm\ FRIEDRICH LUDWIG SCHRÖDER o reformador da Maçonaria Alemã
e Europa - Central, como representou o MARTIN LUTHER para a Igreja cristã na sua época.
Para formar esse novo Templo maçônico da “HUMANITAS” e construir sua base sobre o maior número de
obreiros possível, foram publicados até discretos anúncios no “Jornal Alemão” de São Paulo, convidando
e levando ao conhecimento de interessados e “homens de bons costumes” a fundação da loja. A seleção
levou bastante tempo, mas conforme consta nos registros da loja, “a campanha“ foi um sucesso.
No dia 14 de Julho de 1952 a “HUMANITAS” nasceu na casa do Irm... HENRIQUE HILLEBRECHT,
conhecido hoteleiro, arrendatário do Grande Hotel de Campos de Jordão e do famoso Hotel Toriba ,
da Adega Cave na rua Consolação e do já mencionado restaurante Brahma na esquina das Avenidas
Ipiranga e São João, ladeado pelos Irms... fundadores:
¾JORGE LERCHE, ¾HEINRICH PUFLEB, ¾MAX GROSSMANN,
¾BRUNO GROSSMANN, ¾CARLOS MOEHL, ¾ERNESTO HIPPEL,
¾ADOLF RÖSNER, ¾EUGEN TRANSKY, e ¾REINHOLD WEIDNER.
E COM ISTO NASCEU e COMEÇOU TAMBÉM O RITO SCHRÖDER NO BRASIL.
Diga-se de passagem, que nosso Irm\HENRIQUE HILLEBRECHT – no espirito típico maçônico - acolheu
mais de trinta alemães, prisoneiros de guerra, que fizeram parte da tripulação de 244 marinheiros do
navio „WINDHUK“, qual se refugiu no porto de Santos durante o incicio da segunda guerra, vindo da
Africa do Sul.
Naquele tempo o maior e mais moderno navio de passageiros e carga, fazendo excurções entre
HAMBURGO – o lugar de origem do nosso Rito SCHRÖDER - e os portos dos paises do SUL do
CONTINENTE AFRICANO.
Após da forçada declaração de guerra do Brasil à Alemanha - eles foram aprisoandos e colocados nos
campos de concentração brasileiros, principalmente concentrado em Pindamonhangaba e
Guaratinguetá/SP. Libertados após guerra – sem documentos e recursos – o Irm\HILLEBRECHT, nosso
fundador da loja „HUMANITAS“ e do Rito SCHRÖDER no Brasil, deu à estes seus patricios trabalho em
varios atribuições no GRANDE HOTEL de CAMPOS DO JORDÃO, qual vilarejo naquela época ainda se
desenvolveu para um lugar turistico nas montanhas para os Paulistanos, até lá somente conhecido como
uma aldeia para reconvalecentes da turberculose.
(Veja: Livro de CAMÕES FILHO – O CANTO DO VENTO / „WINDHUK“ – A História dos Prisioneiros
Alemães nos Campos de Concentração Brasileiros).
A “HUMANITAS” prosperou , cresceu, iniciou e acolheu mais que 150 obreiros ativos, trabalhando no
idioma alemão no “RITO SCHRÖDER”, ganhando respeito e elogios pelas suas “obras esotéricas e
peças de arquitetura maçônica”. Até a década de 70 a freqüência regular oscilava entre 35 e 40 irmãos.
No dia “22 de Maio de 1992” começou uma nova fase da loja. Com a ajuda valiosa do
“GRANDE ORIENTE\ DE SÃO PAULO\” e seu GRÃO MESTRE\, o saudoso Irm\ RUBENS BARBOSA DE
MATTOS e a iniciativa do nosso Ven\Mestre\da “LOJA HUMANITAS”, Irm\ GERRY LINGFIELD, os
trabalhos passarem a se realizar no TEMPLO do PALÁCIO MAÇÔNICO na Rua São Joaquim, 457,
Liberdade, Centro de São Paulo, após muitos anos de atividade na Rua Lisboa, 1120 - Sede e junto com
as lojas da GRANDE LOJA de INGLATERRA, Distrito America do Sul - Divisão Norte.
A partir do ano desta mudança a “HUMANITAS” começo trabalhar o Ritual SCHRÖDER no idioma
português, preservando os ideais básicos da filosofia e tradição “SCHRÖDERIANA”, partimos para uma
nova fase de desafios.
Com as traduções dos rituais e os textos dos catecismos e explicações necessários na língua
portuguesa, os Irms\da Loja tomarem em conjunto todo cuidado para avaliar com vigor o rico conteúdo
filosófico, mantendo toda essência das expressões do SCHRÖDER, preservando a sua formação literária
na existência verbal, nas palavras e frases utilizadas, tentando com um especial esforço eliminar e evitar
qualquer alteração na sua composição e seu sentido humanístico dentro e conforme o original do RITO
trazido da Alemanha, preservando assim seu fundamento e no mesmo momento sua simplicidade tão
profunda, com seu simbolismo sábio e sua abrangência ritualística, que só podemos chamar uma obra da
nossa ARTE REAL VERDADEIRA..
Por isso tudo nos estamos muito orgulhosos pela existência do RITO SCHRÖDER no BRASIL, agora já
há 52 anos. E como nos estamos percebendo: Este Rito encontra mais e mais apreciadores entre os
nossos Irms\em todo o Brasil.
Histórias similares podem provavelmente ser descritos por todas as outras lojas, que se formaram logo
após nos anos que seguiram; com o inicio das suas fundações e atuações – sendo “seguidores” do Rito
SCHRÖDER ou não, subordinadas a diferentes potencias de ORIENTES e GRANDE LOJAS. Isto
aconteceu especialmente nos Estados do Sul do Brasil, onde haviam mais descendentes e colonizadores
ALEMÃES.
Citando de livros e enciclopédias oficiais históricos publicados:
[ABRAMI] Ritos Maçônicos no Brasil, parte: RITO SCHRÖDER:
Criado por Frederick Louis (Ludwig) Schröder, em 1766 na Alemanha, com a idéia de a Maçonaria conter
apenas as suas características fundamentais iniciais, sem nenhum acréscimo. Estudou muito as origens
maçônicas para compor este rito.
Os Rituais de Schröder foram aprovados em 1801 pela Assembléia dos Veneráveis Mestres da Grande
Loja de Hamburgo, Alemanha, sendo praticados por alemães e seus descendentes em diversos países.
No Brasil, com a colonização germânica no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e São Paulo, o Rito
estabeleceu-se inicialmente no idioma Alemão. Mais tarde foi traduzido para o Português e hoje é
reconhecido pelas Grandes Lojas Estaduais - CMSB, pelo G.O.B. e pelos Grandes Orientes Estaduais
Independentes - COMAB.
O Ir.'. Schröder entendia a Maçonaria como uma união de virtudes e não, uma sociedade esotérica. Por
isso, enfatizou no seu Ritual o ensinamento dos valores morais e a difusão do puro espírito humanístico,
dentro do verdadeiro amor fraternal. Preservando a importância dos símbolos e resgatando o princípio
que afirma ser "a verdadeira Maçonaria a dos Três Graus de São João". Pelo seu trabalho e exemplo, o
Ir.'. Schröder é venerado e respeitado hoje, como no passado, sendo homenageado pelas antigas Lojas
alemãs e por Lojas e Irmãos de todo o mundo.
O Rito Schröder apresentou expressivo crescimento a partir de 1995, quando havia cerca de 14 Lojas no
Brasil. Por utilizar um Templo simples, com poucos paramentos e cargos, torna-se muito mais fácil
"trabalhar" em uma Oficina Schröder. Tudo isso contribui para aumentar o número de Oficinas que
adotam o Rito. Atento a este movimento, o G. O. B. criou em 1999 o cargo de Grande Secretário Geral de
Orientação Ritualística - Adjunto para o Rito Schröder, não por acaso, ocupado por um dos integrantes do
Colégio de Estudos.
Alguns aspectos principais chamam a atenção de todos os Irmãos que entram em contato com o Rito: a
simplicidade da Liturgia, que em nada diminui sua beleza e profundidade; as palavras amáveis do V.M.
ao iniciando e aos Irmãos; a valorização das qualidades morais do homem; o estímulo ao auto-
conhecimento.