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Seminário da disciplina de Participação Social e

Políticas Públicas – UFRGS/2022


MODELANDO A PARTICIPAÇÃO SOCIAL:
UMA ANÁLISE DA PROPENSÃO À
INSERÇÃO EM INSTITUIÇÕES
PARTICIPATIVAS, A PARTIR DE
CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS E
POLÍTICAS
■ Objetivo da pesquisa: “mensurar a propensão de inserção dos
cidadãos em instâncias de participação social ligadas a
processos decisórios em políticas públicas”.

■ Como: medindo a probabilidade média de ocorrência da


participação para um determinado indivíduo.

■ Onde: em Conselhos Gestores Municipais, Conferências


Temáticas e no Orçamento Participativo
■ Hipótese da pesquisa: a participação em Instâncias Participativas (IPs) exige dos
indivíduos a disponibilidade de recursos (capitais) como tempo, dinheiro e
capacidade de negociação – OS RESULTADOS DA PESQUISA CORROBORAM
ESSA HIPÓTESE

■ A discussão se insere como um avanço com relação à noção de que a simples


criação das IPs promoveria 1) melhor gestão do recurso público, tendo em vista que
xs beneficiárixs estariam envolvidxs diretamente nessa gestão; e 2) promoveria
inclusão social a partir da participação de atores e atrizes historicamente excluídxs.

■ Limitações nos modelos de IPs estudadas


Debate teórico
■ Democracia representativa x democracia participativa;

■ Formas de participação: convencional x não convencional (política x associativista);

■ O que leva os indivíduos a buscarem outras formas de participação?

■ Autonomia x solidariedade;

■ Dimensão cívica (viés coletivo, deveres) x dimensão civil (viés individual, direitos) =
CIDADÃOS;

■ Centro de poder autônomo como garantidor das autonomias individuais (concepção


representativa) x autonomia garantida pela participação de cada cidadão (participativa)
Debate teórico
■ Limites da concepção representativa: elites, que deveriam estruturar centro de poder
(Estado), possuem interesses próprios, governando para si próprias, distanciando-se das
massas governadas

■ Incapaz de atender aos anseios do cidadão comum (desinteresse pela política


institucional não seria alienação);

■ A solução para essa “crise” do modelo de democracia representativa seriam as


Instituições participativas.
4 modelos teóricos (metodologia)
1) Dotação de recursos;

2) Associativismo e formação identitária;

3) Escolha racional;

4) Constrangimento e desenho institucional


Instituições Participativas
■ Orçamento Participativo

■ Conselhos Municipais de Políticas Públicas

■ Conferências Temáticas
Dados levantados a partir de entrevistas
Percentual de participação em cada IP

■ Orçamento Participativo: 3,05%

■ Conselhos Gestores: 2,13% (membros eleitos)

■ Conferências Temáticas: 6,50%

Fonte: pesquisa Vox Populi/UFMG, com 2.200 entrevistados


Dados levantados a partir de entrevistas
Perfil: renda e escolaridade

■ Orçamento Participativo: faixa de renda e escolaridade mais baixas

■ Conselhos Gestores: faixa de renda e escolaridade mais altas

■ Conferências Temáticas: faixa de renda na média, escolaridade mais alta

Fonte: pesquisa Vox Populi/UFMG, com 2.200 entrevistados


Dados levantados a partir de entrevistas
Perfil: gênero

■ Orçamento Participativo: prevalência de homens (57,4%)

■ Conselhos Gestores: homens (59,5%)

■ Conferências Temáticas: mulheres (55,2%)

Fonte: pesquisa Vox Populi/UFMG, com 2.200 entrevistados


Dados levantados a partir de entrevistas
Perfil: raça
Orçamento Conselhos Conferências
Participativo Gestores Temáticas
Branco 41,2% 48,7% 46,9%

Pardo 39,6% 37,8% 36,3%

Preto 19,2% 13,5% 16,8%

Fonte: pesquisa Vox Populi/UFMG, com 2.200 entrevistados

Observações:
1) Foram desconsiderados amarelos e indígenas pela “baixa relevância” nos resultados da pesquisa;
2) Aumento de autodeclaradxs pretos nos últimos anos
Dados levantados a partir de entrevistas
Outras constatações
■ Práticas associativas ou políticas favorecem a participação nas Instituições
Participativas (percentuais acima de 60%);

■ Região Nordeste detém 50% dxs participantes, com baixa participação nas regiões Sul e
Sudeste

Fonte: pesquisa Vox Populi/UFMG, com 2.200 entrevistados


Cálculos probabilísticos aplicados pelo autor
Perfis com maior probabilidade de participarem em cada IP:

■ Orçamento participativo: homem preto ou pardo, de baixa renda e


baixa escolaridade;

■ Conselhos gestores: homem branco, de alta renda e alta escolaridade;

■ Conferência temática: mulher preta ou parda, com equilíbrio de


renda e de escolaridade
Possíveis justificativas (segundo o autor)
■ Orçamento participativo: lógica regionalizada, participação direta,
decisão direta sobre o território;

■ Conselhos gestores: temas gerais em determinado âmbito,


participação condicionada à eleição (quando há);

■ Conferência temática: temas específicos, para além do território,


aberta, porém com data e local marcado para ocorrer
Conclusões do autor a partir dos
resultados da pesquisa
■ Aumento de renda e escolaridade impactam positivamente a propensão à
participação em Conselhos e Conferências, mas não em OP;
■ Práticas associativas anteriores impactam mais na participação em Orçamentos
Participativos, seguido de Conferências e Conselhos;
■ Práticas políticas apresentam impacto inverso (maior em Conselhos Gestores,
reduzindo em Conferências Temáticas e Orçamento Participativo);
■ Não há relação entre região de origem do indivíduo e a propensão de
envolvimento em instituições participativas

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