Você está na página 1de 47

A POPULAÇÃO

1. Evolução da população portuguesa residente


EXERCÍCIO DE MEMÓRIA: esquema no caderno!
 ciência que se dedica ao estudo
quantitativo e qualitativo da população
DEMOGRAFIA humana, tendo por objeto o estudo e a
explicação do modo como esta evolui e se
modifica.
Os estudos demográficos
assumem, uma importância
fundamental:

• na preparação de • na definição e
processos de execução de políticas
planeamento; de desenvolvimento;
objetivo

 contribuir para a melhoria da


qualidade de vida das
populações.
Instituto Nacional de
Estatística (INE)

• realiza de 10 em 10 anos operações de


contagem da população, designadas por
censos ou recenseamentos.

• permitem fazer uma • possibilitam verificar a


avaliação existência de
pormenorizada dos alterações profundas
diferentes na evolução da
parâmetros da população portuguesa.
população ao longo
do tempo;
5
6
Principais dados dos Censos de 2011
População residente Número de idosos superior ao
10 561 614 habitantes número de jovens; em conjunto,
5 047 387 homens representam mais de 31 % do total
5 514 227 mulheres da população.

Número de óbitos é superior


95 % habita no ao número de nascimentos.
território continental.
Número de nascimentos
Número médio de reduzido (cerca de 9 crianças
elementos por família: 2,6. por cada 1000 habitantes).

O peso das famílias constituídas As famílias monoparentais


por um único elemento (21,5 %); são mais comuns.
sobretudo no grupo dos idosos.

Percentagem significativa
O peso das famílias numerosas de pessoas em idade ativa
(5 elementos ou mais), é e idosas que não possuem
substancialmente inferior (6,5 %) às escolaridade.
constituídas por um único elemento.

Vídeo Censos 2011


8
A evolução da população em Portugal
9
Modelo de transição demográfica
Evolução da população residente

Desde 1950, e de acordo com os


Censos:
•A população aumentou quase 1 milhão
entre 1950 e 1964, para próximo dos 9
milhões;
•Diminuiu entre 1964 e 1975;
•Aumentou a partir de 1975 tendo
pouco mais de 9,5 milhões nos Censos
de 1981.
Evolução da população residente

Desde 1950, e de acordo com os


Censos:
•Entre 1981 e 2011 a população
registou um ligeiro aumento até
aos 10,5 milhões;
•Nos últimos anos tem-se assistido
a um ligeiro decréscimo
populacional.
Evolução da Variáveis Razões sociais,
Período população demográficas económicas ou
condicionantes outras

- taxa bruta de - fraca taxa de atividade


1950-1960 Aumento natalidade elevada; feminina;
- saldo natural elevado. - pouca utilização de
contracetivos;

- introdução de novos
- diminuição da taxa métodos contracetivos;
Diminuição bruta de natalidade; - precárias condições de
1960-1970 acentuada - emigração elevada; vida em Portugal,
- saldo migratório sobretudo nas áreas
negativo. rurais, levam ao
abandono do país.

- regresso dos
Aumento - aumento da imigração; portugueses
colónias e de
das ex-
alguma
1970-1981 acentuado - saldo migratório emigração recente;
positivo. - fim do regime político
da ditadura.
Evolução da Variáveis Razões sociais,
Período população demográficas económicas ou outras
condicionantes

Aumento - saldo natural baixo; - os portugueses continuam


1981-1991 ligeiro - saldo migratório a sair do país por razões
negativo. económicas.

Aumento - aumento da imigração; - aumento do número de


1991-2011 significativo - saldo migratório positivo. estrangeiros que residem
em Portugal.

- regresso dos estrangeiros


residentes em Portugal aos
- aumento da emigração; seus países de origem;
- saldo migratório positivo - muitos jovens qualificados
2001-2021 Diminuição a partir de 2017; abandonam o país, devido à
- diminuição da taxa bruta crise acentuada que assola
de natalidade; Portugal;
- saldo natural negativo. - novas vagas imigratórias,
com especial peso de
asiáticos.
Taxas de natalidade, mortalidade e crescimento natural

Até meados dos anos 20 as TN, TM e TCN


eram elevadas fruto do fraco desenvolvimento
da sociedade portuguesa;
A 1ª guerra mundial e a gripe espanhola
tiveram impacto nos indicadores entre 1915 e
1920.

TN, TM e TCN
Taxas de natalidade, mortalidade e crescimento natural

A partir de meados dos anos 20 as TN, TM e


TCN começaram a diminuir lentamente fruto
de alterações económicas e sociais;
O período da 2ª guerra mundial revela uma
ligeira oscilação nos valores.

TN, TM e TCN
Taxas de natalidade, mortalidade e crescimento natural

A diminuição dos valores intensifica-


se após 1975, sobretudo nos valores da
TN;
A banalização do uso dos
contracetivos e o aumento da
escolaridade contribuem para este
fator;
No início do século XXI os valores da
TCN eram praticamente nulos.
Taxas de natalidade, mortalidade e crescimento natural

Nos últimos anos intensificou-se a


diminuição da natalidade;
Assistiu-se a um aumento da
mortalidade fruto do envelhecimento da
população e da recente pandemia COVID-
19;
Os valores da TCN atualmente são
negativos.
Fecundidade

A redução da natalidade
evidencia-se no declínio outros
indicadores de fecundidade:
•O índice de fecundidade tem
tendência para a diminuição e
situa-se em valores muito
inferiores a 2,1 filhos por mulher,
o valor necessário para assegurar a
renovação das gerações.
Índice de fecundidade
Fecundidade

A redução da natalidade
evidencia-se no declínio outros
indicadores de fecundidade:
•A taxa de fecundidade mostra
uma diminuição das mães mais
jovens (15-19, 20-24 e 25-29) e o
aumento das mães com idade mais
avançada (30-34, 35-39 e 40-44).

Taxa de fecundidade
Fecundidade

Vários fatores explicam a redução da


natalidade:
•A generalização do planeamento
familiar e do uso de métodos
contracetivos; Métodos contracetivos

•O aumento da taxa de atividade


feminina;

Trabalho de escritório
Fecundidade

Vários fatores explicam a redução da


natalidade:
•O alargamento da escolaridade
obrigatória;
•O aumento da idade do 1º filho;

Idade média do 1º filho

Aumento da escolaridade
Fecundidade

Vários fatores explicam a redução da


natalidade:
•Falta de habitação a preços
acessíveis;
•Etc...

Preços elevado das habitações


Fatores de evolução da taxa de natalidade
* Generalização do planeamento familiar e do uso de métodos
contracetivos;

* Aumento da taxa de atividade feminina;


* Prolongamento do tempo de escolaridade e aumento do nível
de instrução no ensino superior, especialmente da mulher;

* Adiamento do nascimento do 1º filho e casamento tardio,


devido ao investimento na carreira profissional;
Diminuição
(desde a 2ª metade * Dificuldades de inserção na vida ativa;
do séc.XX)
* Instabilidade no emprego e precariedade;
* Mudança de mentalidade e filosofia de vida incompatível com
famílias numerosas;

* Diminuição da influência da igreja e da religião;


* etc.
Fatores de evolução da taxa de mortalidade

* Melhoria da qualidade de vida das populações


(melhores condições de habitação, trabalho e
alimentação);

Diminuição * Avanços na medicina ao nível de diagnósticos e


(até 1985) terapêuticas;

* Melhoria da assistência médica e dos cuidados de


saúde.

* Envelhecimento da população portuguesa;


Aumento
(a partir de 1985)
* Aumento da incidência de doenças cardiovasculares e
tumores malignos.
CORREÇÃO

1.1.
a) 8,4؉ b) 10,9؉ c) -25 214
d) 44 506 e) 19 292

1.2. Por cada 1000 habitantes, ocorreram cerca de oito


nascimentos.

1.3. O resultado mostra que, em 2019, a população


portuguesa aumentou, tendo mais 19 292 novos habitantes.

1.4. O indicador que mais contribuiu para o crescimento da


população foi o saldo migratório, visto que o saldo natural
foi negativo.
Atividade

Nados-vivos em 2001 = 112 774 Nados-vivos em 2010 = 101 381

1. Calcula a taxa de mortalidade infantil em 2001 e em 2010.

2. Justifica a evolução ocorrida entre as duas datas.


CORREÇÃO

1. TxMi em 2000 = 5,03؉ TxMi em 2010 = 2,53؉

2. Melhoria das condições de assistência materno-infantil:


acompanhamento na gravidez, realização dos partos em
hospitais, acompanhamento pós-natal e generalização da
vacinação infantil.
Distribuição espacial das
variáveis demográficas

A evolução das variáveis demográficas


refletiu-se na ocupação do território
acentuando as diferenças:
A TN é mais alta nos Açores, Cávado,
Algarve e na Área Metropolitana de
Lisboa;
Os valores mais baixos surgem no
interior Norte e Centro.

Taxa de Natalidade
Distribuição espacial das
variáveis demográficas

A evolução das variáveis


demográficas refletiu-se na
ocupação do território, acentuando
as diferenças:
A TM, é menor nas sub-regiões do
litoral e Regiões Autónomas;
Os valores mais elevados surgem
nas regiões do interior.

Taxa de Mortalidade
Distribuição espacial das
variáveis demográficas

A evolução das variáveis demográficas


refletiu-se na ocupação do território
acentuando as diferenças:
Na AML os valores positivos de TCN e
TCM explicam os maiores valores de
TCE;
No Oeste, Alto Minho, Alto Tâmega,
Douro, Trás-os-Montes e R.A. da
Madeira, os valores de TCM atenuam a TCN, TCM e TCE

TCN negativa;
Distribuição espacial das
variáveis demográficas

A evolução das variáveis


demográficas refletiu-se na ocupação
do território acentuando as
diferenças:
No Cávado a TCM negativa anula a
TCN positiva;
Nas restantes regiões os valores
negativos de TCN e TCM acentuam a
perda populacional. TCN, TCM e TCE
Grandes contrastes regionais na distribuição da taxa de
crescimento natural:

- Regiões do interior do país: principalmente Alentejo e interior Centro,


apresentam valores muito negativos devido à existência de uma
população muito envelhecida, que origina uma baixa taxa bruta de
natalidade e uma
elevada taxa bruta de
mortalidade.

- Regiões do litoral do país: em particular a AML, apresentam valores


positivos, embora baixos, devido à existência de uma população mais
jovem, que origina uma taxa bruta de natalidade mais elevada e uma
menor taxa bruta de mortalidade.
https://www.pordata.pt/Home
TCE = TCN + TCM 0,43%

– 0,25

TCN = TN - TM

TCM = . I – E x 100 (ou 1000)


Pop.
Contrastes regionais: fortes contrastes entre o interior e o litoral

Taxa de crescimento efetivo por NUTS III, em 2018


Fonte: Base de dados, INE
A influência dos movimentos migratórios na evolução demográfica

Saldo migratório ou Crescimento migratório = Imigrantes - Emigrantes

Taxa de crescimento migratório = Imigrantes – Emigrantes / Pop. Absoluta x 1000

Evolução da taxa de crescimento migratório (1990-2018)


Emigração e imigração

Ao longo da história Portugal sempre foi


um país de emigrantes;
Até 1974 a TCM foi sempre negativa;
Entre 1974 e 1980 a imigração das ex-
colónias explicam os valores positivos de
TCM e TCE.

TCM e TCE
Emigração e imigração

Entre 1995 e 2007 a TCM foi positiva


fruto da entrada de Portugal na UE e do
crescimento económico do país;
A crise económica de 2008 marca a
inversão da situação migratória do país;
2019 foi o primeiro ano com TCM
positiva desde 2009.

TCM e TCE
Êxodo rural

A partir dos anos 60 acentua-se o


processo de êxodo rural;
Quase todos os municípios do interior
e das ilhas perdem população;
As regiões do litoral, em especial as
Áreas Metropolitanas do Porto e
Lisboa, o Algarve e o Funchal ganham
população.

Variação da população 1960-2001


Êxodo rural

Nas últimas décadas esta tendência de


perda demográfica manteve-se e as
projeções indicam a sua continuidade na
maioria dos municípios;
Alguns municípios do interior têm
registado uma variação positiva, devido
ao desenvolvimento de algumas cidades.

Variação da população 2001-2040


Distribuição espacial das
variáveis demográficas

A evolução das variáveis


demográficas refletiu-se na ocupação
do território acentuando as
diferenças:
A população estrangeira acentua
ainda mais as diferenças territoriais
localizando-se, sobretudo, na AML, no
Algarve e na costa alentejana.

População estrangeira
SALDO MIGRATÓRIO

SM = I-E

Para compararmos entre diferentes países recorremos à Taxa de Crescimento


Migratório (TCM):

TCM = I-E /População absoluta x 1000

Os movimentos migratórios que marcaram Portugal ditaram a existência de


assimetrias na distribuição da população.
As áreas rurais sofreram um despovoamento ditado pelo êxodo rural e pela
intensa emigração registada na década de 1960.

Nas regiões do litoral, apesar de se sentir a saída de população para o


estrangeiro, os impactes foram atenuados pelo êxodo rural, que se sentiu
sobretudo no Porto, Lisboa e concelhos limítrofes.
https://youtu.be/pupomGcTSFU
Até aos anos 60 do século XX, a emigração portuguesa direcionava-se,
sobretudo, para a América, nomeadamente para o Brasil, a Venezuela e para
a África do Sul. Tratava-se, quase sempre, de uma emigração permanente.

Saída de população para outros países


por um período superior a um ano,
para aí residir e trabalhar.

Durante a década de 1960, os portugueses passaram a emigrar


(clandestinamente) para os países da Europa ocidental,
principalmente a França, a Alemanha Ocidental, o Luxemburgo e a
Suíça. Buscavam trabalho e melhores condições de vida, que não
tinham em Portugal. Chegados a esses países, desempenhavam
trabalhos pouco qualificados, mal remunerados e exigentes
fisicamente.
45
Períodos em que os movimentos migratórios foram mais importantes:

- Década de 1960 – forte emigração, sobretudo para a Europa Ocidental. Taxa de


crescimento migratório negativa, decréscimo da população residente, sobretudo
no interior do país.

- 1974 a 1981 – forte imigração, com o regresso de milhares de portugueses das


ex-colónias e de países da Europa ocidental. Taxa de crescimento migratório
positiva, aumento da população residente.

O “choque petrolífero” aconteceu em 1973 quando os


países árabes membros da OPEP (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo) aumentaram quatro vezes o
preço do petróleo, num curto espaço de tempo, como
retaliação ao apoio dos EUA e da Europa Ocidental a
Israel, com quem estavam em guerra. Este choque gerou
uma grave crise económica e obrigou estes países a
conter a imigração.
Muitos portugueses, desempregados, tiveram que
regressar a Portugal.
- 1993 a 2010 – aumento da imigração, com milhares de imigrantes do Brasil,
Europa do Leste e PALOP. Taxa de crescimento migratório positiva, aumento da
população residente.

A adesão de Portugal à UE e a participação no Acordo de Schengen


trouxeram a internacionalização da economia que, dessa forma, atraiu
recursos humanos estrangeiros.

- 2011 a 2016 – forte emigração de portugueses, desta vez jovens e instruídos,


(contrariamente à vaga dos anos 60), mas também regresso aos seus países de
muitos milhares de imigrantes que haviam chegado em anos anteriores. Taxa de
crescimento migratória negativa, decréscimo da população residente.

- após 2017 – retoma da imigração. Portugal voltou a ser atrativo para a


imigração, sobretudo do Brasil e de países da Ásia do Sul, embora continue a
emigração.

Emigração, muitas vezes, temporária: saída de


população para outros países por um período igual
ou inferior a um ano, para aí residir e trabalhar.
CONSEQUÊNCIAS POSITIVAS CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS

* entrada de divisas estrangeiras (importantes * a diminuição da natalidade;


para o equilíbrio da balança de pagamentos);

* o desenvolvimento das regiões de origem, * o envelhecimento demográfico;


pois os emigrantes investem na construção
civil, na agricultura, no comércio e na indústria;

* a melhoria do nível de vida dos portugueses * a diminuição do crescimento


que não emigraram, pois o desemprego efetivo;
diminui e aumentam os salários;

* a modernização tecnológica de algumas * a diminuição da população ativa;


profissões para compensar a falta de mão de
obra.
* a diminuição do dinamismo
económico.

Consequências positivas e negativas da emigração portuguesa

Você também pode gostar