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Críticas a Portugal em

discurso direto n’Os


Maias
Trabalho realizado por:
Lara Inácio nº9
Margarida Rodrigues nº14
Matilde Ferreira nº25
Espaços Sociais

Jantar no Hotel Central Hipódromo de Belém Casa do Conde de


Gouvarinho
Capítulo VI Capítulo X Capítulo XII

Redações dos jornais Sarau no Teatro da


Trindade
Capítulo XV Capítulo XVI
01
Críticas em discurso
direto
Jantar no Hotel Central

• Neste episódio decorre uma discussão literária


em que se confrontam as ideias do
Ultrarromantismo e do Realismo.

• Também refletem, de forma trocista, sobre a


decadência económica social e moral de Portugal,
revelando a indiferença das elites perante a
situação preocupante em que o país se encontra,
mencionando a mentalidade retrógrada da
mesma.
Corridas no Hipódromo de
Belém
• Este episódio trata de um evento com pretensões
sociais, que copia as corridas de Inglaterra e
França.

• Censura-se a imitação de comportamentos


sociais estrangeiros e a presunção da sociedade
burguesa e fidalga portuguesa, que cultiva uma
aparência altiva de elegância, mas que se revela
postiça e ridícula.
Jantar na Casa dos
Gouvarinho
• Carlos e Ega jantam na casa do conde de
Gouvarinho, onde se discutem questões
relevantes, como a educação das mulheres e a
literatura.

• A conversa dos dois amigos com o conde de


Gouvarinho e com Sousa Neto, alto funcionário
da instrução pública, expõe a falta de cultura, a
mediocridade das ideias e a falta de visão sobre
os problemas do país.
Redações dos jornais

• Os dois episódios que decorrem nas redações dos


jornais A Corneta do Diabo e A Tarde expõe os
vícios do jornalismo, assim como a falta de ética
dos seus profissionais, a falta de qualidade dos
textos publicados e as relações condenáveis entre
esta atividade e a política.
Sarau no Teatro da
Trindade
• Critica-se a futilidade de alta sociedade lisboeta,
como a reação do público à atuação de maus
oradores e de um bom músico, Cruges, que
expõe a falta de cultura das classes favorecidas.
02
Jogos
Capítulo VI

-Num galopezinho muito seguro e muito a direito-(...)-


Ah, sobre isso, ninguém tem ilusões, meu caro senhor.
Nem os próprios ministros da Fazenda!... A bancarrota é
inevitável: é como quem faz uma soma...

— Jacob Cohen
Capítulo VI

-Meninos, ao primeiro soldado espanhol que apareça à


fronteira, o país em massa foge como uma lebre! Vai ser
uma debandada única na história.

— João da Ega
Capítulo VI

Lisboa é Portugal- gritou o outro.- Fora de Lisboa não há


nada.

— João da Ega
Capítulo X

O verdadeiro patriotismo, talvez- disse ele- seria, em


lugar de corridas, fazer uma boa tourada.

— Afonso da Maia
Capítulo X

-Aí está, sr Afonso da Maia! Aí está porque em Portugal


nunca se faz nada em termos! É porque ninguem quer
concorrer para que as coisas saiam bem... Assim não é
possivel! eu cá entendo isto: que num país, cada pessoa
deve contribuir, quanto possa, para a civilização.

— Dâmaso
Capítulo X

-É um centeirinho de camélias meladas-(…), repetindo


um dito do Ega.

— Taveira
Capítulo X

Então, estão convencidos? Que lhes tenho eu sempre


dito? Isto é um pais que só suporta hortas e arraias...
Corridas, como muitas outras coisas civilizadas lá de
fora, necessitam primeiro gente educada. No fundo,
todos nó somos fadistas! Do que gostamos é de vinhaça,
e viola, e bordoada, e vive lá seu compadre! Ai está o
que é!
— Marquês
Capítulo X

Daz-se pela vida... Volta cá acima à tribuna, anda. Eu


ainda hoje não pude cavaquear com o highlife!... Mas
estou furioso, sabes? Implicaram com o meu véu azul.
Isto é um pais de bestas! Logo troço, e olhe que não
creste a pele, e onde mora, ó catitinha? e chalaça... Uma
canalha... Tive de tirar o véu... Mas já resolvi. Para as
outras corridas venho nu! Palavra, venho nu! Isto é a
vergonha da civilização , esta terra!

— Damâso
Capítulo XII

"- O menino conhece-o? -perguntou (…) ao ouvido de


Carlos, por trás do leque. -É um horror de estupidez..
Nem francês sabe! De resto não é por que os outros...
Que a quantidade de monos, de sensaborões e de tolos
que nos representam lá fora, até nos faz chorar..."

— D. Maria da Cunha
Capítulo XII

-Pior, minha cara senhora, muito pior. Isto é um país


cursi.

— D. Maria da Cunha
Capítulo XII

"- No entanto é agradável que uma senhora possa


conversar sobre coisas amenas, sobre o artigo de uma
revista, sobre... Por exemplo, quanod se publica um
livro... Enfim, não direi quando se trata de um Guizot, ou
de um Jules Simon... Mas, por exemplo, quando se trata
de um Feuillet, de um... Enfim, uma senhora de ser
prendada. Não lhe parece, Neto?"

— Conde de Gouvarinho
Capítulo XV

-Essa é outra! -Gritou (…) atirando os braços ao ar. -É extraordinário!


Neste abençoado país todos os políticos têm “imenso alento”. A
oposição confessa sempre que os ministros, que ela encobre de injúrias,
têm, à parte os disparates que fazem, um “talento de primeira ordem”!
Por outro lado a maioria admite que a oposição, a quem ela
constantemente recrimina pelos disparates que fez está cheio de
“robustíssimos talentos”! De resto todo o mundo concorda que o país é
uma choldra. E resulta portanto este facto supracómico: um país
governado com “ imenso talento”, que é de todos na Europa, segundo o
consenso unânime, o mais estupidamente governado! Eu proponho isto,
a ver que, como os talentos sempre falham, se experimentem uma vez
os imbecis!

— João da Ega
Capítulo XV

-Nada! vocês aqui são simples localistas, noticiaristas,


anunciadores. De um livro como o do Craveiro têm só
respeitosamente a dizer onde se vende e quanto custa.

— João da Ega
Capítulo XV

- Está claro, não falo por você, Melchior, que é dos


nossos e de primeira ordem! Mas os seus colegas,
menino calam-se por se saberem incompetentes.

— João da Ega
Capítulo XVI

- Que me dizem vocês a esta pouca-vergonha? Aquele


infame ali e meia hora, com o in-fólio, a rosnar, a
rosnar... E toda a gente a sair, não fica ninguém! Tenho
de recitar aos bancos palhinha!...

— Alencar

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