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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

INVESTIGAÇÃO E APRIMORAMENTO DE
PARÂMETROS ACÚSTICOS DA SALA DE CONTROLE
DE UM ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO
Discente: AUGUSTO MAIA LEAL
Orientador: Profº. Dr. FÁBIO ANTÔNIO DO NASCIMENTO SETÚBAL

BELÉM
2022
DIVISÃO DA
APRESENTAÇÃO

01 04
INTRODUÇÃO RESULTADOS E DISCUSSÕES

02 05
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA CONCLUSÕES
E FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA

03 06
METODOLOGIA REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO

BRANDÃO (2016)
Define a acústica de salas como uma mistura
entre teoria e prática que trata o problema de
como o som se propaga em um ambiente.

RIBEIRO (2017)

Afirma que os estudos acústicos procuram


regular a acústica interior e ao mesmo tempo
garantir um isolamento sonoro eficaz.
INTRODUÇÃO

Análise experimental na sala de controle do Mango Studio;

Análise computacional com o software comercial Odeon Industrial – Versão 10;

Comparação dos resultados experimentais e computacionais;

Propostas de tratamento acústico do ambiente.


INTRODUÇÃO

Objetivo Geral Objetivos Específicos


 Aprimorar o tempo de  Fundamentar este trabalho teoricamente através de pesquisas
reverberação da sala de na literatura;
controle do estúdio de  Definir os principais parâmetros a serem tratados durante a
gravação “Mango realização deste estudo;
Studio” para um  Utilizar o software comercial DIRAC 6.0 para realizar o
intervalo próximo de 0,3 levantamento de dados experimentais do ambiente em questão;
segundos.  Elaborar um modelo 3D do ambiente com o auxílio do
software Sketchup Pro 2017;
 Utilizar o software comercial ODEON Room Acoustics para
fazer as simulações necessárias;
 Utilizar os dados experimentais para calibrar o modelo
computacional.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
COSTA (2003)
Define a som como o resultado das vibrações
dos corpos elásticos quando essas vibrações se
verificam em determinados limites de
frequências.

BEAR et. al. (2017)

Afirmam que o ouvido humano recebe as


vibrações sonoras, através da orelha e
transmitem ao cérebro em forma de impulsos
elétricos, que transforma-os em som.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA

Tempo de reverberação (T30)


Corresponde ao tempo que o nível de potência sonora dentro da sala leva para decair 60 [dB], mas
medidos nas faixas entre -5 [dB] a -35 [dB] (BRANDÃO, 2016).

𝒕 −𝟑𝟓 − 𝒕 −𝟓
𝑻 𝟑𝟎 =𝟔𝟎 =𝟐 ( 𝒕 −𝟑𝟓 − 𝒕 −𝟓 ) [ 𝒔 ]
− 𝟓− ( − 𝟑𝟓 )
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
Tempo de decaimento inicial (EDT)
Pela ISO 3382:2017, convém que a inclinação da curva de decaimento seja determinada a partir da
inclinação da linha de regressão linear otimizada para melhor ajuste dos 10 dB iniciais do
decaimento.
𝒕 − 𝟏𝟎 − 𝒕 𝟎
𝑬𝑫𝑻 = 𝟔𝟎 =𝟔 𝒕 − 𝟏𝟎 [ 𝒔 ]
𝟎 − ( − 𝟏𝟎 )

Fator de clareza (C80)


BASTOS (2009) define este parâmetro como a avaliação da clareza de uma sala, obtida através do
som direto mais as primeiras reflexões que chegam nos primeiros 80 ms.

( )
𝟖𝟎 𝒎𝒔

∫ 𝒉
𝟐
( 𝒕 ) 𝒅𝒕
𝑪 𝟖𝟎 =𝟏𝟎 𝐥𝐨𝐠
𝟎

[ 𝒅𝑩 ]
∫ 𝒉
𝟐
( 𝒕 ) 𝒅𝒕
𝟖𝟎 𝒎𝒔
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
Definição (D50)
BISTAFA & BRADLEY (2000), afirmam que parâmetro acústico ligado a inteligibilidade da fala,
dado pela razão logarítmica entre o nível de energia recebida nas primeiras reflexões e a energia
total do som, cujo tempo para medição utilizado é de 50 ms

( )
𝟓𝟎 𝒎𝒔

∫ 𝒉𝟐 ( 𝒕 ) 𝒅𝒕
𝟎
𝑫 𝟓𝟎 =𝟏𝟎 𝐥𝐨𝐠 ∞

∫ 𝒉
𝟐
( 𝒕 ) 𝒅𝒕
𝟎

Índice de transmissão de fala (STI)


LONG (2006) define como um método de medição direta do entendimento da fração de palavras
ou sentenças por um ouvinte.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
Diferença mínima perceptível (JND)
É o mínimo valor que pode ser percebido pelo ouvido. Deste modo, se os resultados de uma
simulação computacional da sala ficarem dentro do intervalo JND, logo não haverá diferença
perceptível (CHRISTENSEN & KOUTSOURIS, 2009).
METODOLOGIA

Fluxograma
METODOLOGIA

Apresentação da sala de controle do Mango Studio


O ambiente utilizado para a realização do estudo foi a sala de controle do Mango Studio,
localizado no centro comercial de Belém.
METODOLOGIA

Materiais Utilizados
 Fonte sonora
omnidirecional
dodecaédrica;
 Amplificador de sinal;
 Microfone de campo
difuso;
 Computador DELL Intel
CORE i7;
 Interface de áudio:
Focusrite Scarlett 2i2;
 Software: DIRAC Room
Acoustic – 6.0 da B&K;
 Adaptador para BNC.
METODOLOGIA

SKETCHUP PRO ODEON INDUSTRIAL – VERSÃO


2017 10
METODOLOGIA

A versão utilizada para o Sketchup foi a 17 pois é


A versão utilizada para o DIRAC foi a 6.0,
a versão mais recente a qual o ODEON 10
licença procisória liberada pela B&K.
oferece uma extensão compatível.

Foram combinadas a biblioteca global de As medições foram feitas para a sala com e sem
materiais do ODEON com uma biblioteca local painéis absorvedores ao lado da mesa de controle.
criada a partir de dados de outros trabalhos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

T30 experimental com painéis T30 no ODEON com painéis


absorvedores absorvedores
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Comparação T30 experimental X computacional – com painéis absorvedores


A análise do tempo de reverberação indica uma padronização dos valores obtidos no Odeon dentro
dos limites de JND para o T30.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tempo de Decaimento Inicial Tempo de Decaimento Inicial no


experimental ODEON
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Comparação EDT experimental X computacional – com painéis absorvedores


Percebeu-se que o EDT se enquadrou nos limites de diferença mínima perceptível na maioria das
frequências, tornando o resultado satisfatório.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

STI no ODEON STI experimental


RESULTADOS E DISCUSSÕES

Fator de Clareza experimental Para este parâmetro, os valores apresentados são


apenas experimentais pois o Odeon Industrial não
o calcula.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Definição experimental Igualmente ao fator de clareza, este parâmetro não


é fornecido pelo ODEON Industrial.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Comparação para os resultados de T30 com e sem os absorvedores


Comparou-se o tempo de reverberação obtido de forma experimental e computacional para a sala
com e sem os painéis absorvedores.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Comparação para os resultados de T30 com e sem os absorvedores


O gráfico apresenta todos esses valores juntos.
PROPOSTAS DE ADEQUAÇÕES

Utilização de painéis
de lã de vidro
 2 painéis laterais;

 25 cm das paredes de
madeira;

 Dimensões: 1,2 x 2 x 0,06


metros.
PROPOSTAS DE ADEQUAÇÕES

Resultados obtidos com os painéis de lã de vidro


Conseguiu-se reduzir o T30 nas altas frequências, porém nas baixas a redução foi pequena.
PROPOSTAS DE ADEQUAÇÕES

Utilização de painéis
de lã de rocha
 2 painéis laterais;

 25 cm das paredes de
madeira;

 Dimensões: 1,2 x 2 x 0,06


metros.
PROPOSTAS DE ADEQUAÇÕES

Resultados obtidos com os painéis de lã de vidro


Houve uma melhor padronização do T30, porém os valores nas baixas frequências não foram
reduzidos, implicando a necessidade de outra adequação.
PROPOSTAS DE ADEQUAÇÕES

Combinação dos
painéis de lã de rocha
com compensado
absorvedor
 Mesmos painéis de lã de
rocha;

 Placa de compensado de 3
mm;

 Câmara de 5 cm cheia de
lã de vidro.
PROPOSTAS DE ADEQUAÇÕES

Resultados obtidos com a combinação dos painéis


Esta última adequação proporcionou uma diminuição do T30 mais uniforme, conseguindo
também, reduzir as baixas frequências.
CONCLUSÕES

Resumo da Metodologia
No decorrer do estudo foi feita a análise experimental dos parâmetros acústicos com o auxílio do
DIRAC 6.0 e, posteriormente, a análise computacional com o ODEON Industrial 10 e as
comparações cabíveis.
Parâmetros relevantes para o estudo
Os parâmetros relevantes para o estudo foram o Tempo de reverberação (T30), o Tempo de
decaimento inicial (EDT), o Fator de clareza (C80), a Definição (D50) e o STI. Sendo o T30 o
parâmetro mais relevante para a obtenção dos resultados.
Validação do modelo
Os valores obtidos para a validação do modelo se mostraram bastante satisfatórios, com base no
que pode ser visto pela literatura.
CONCLUSÕES

Propostas de adequação da sala


Foram realizadas 3 propostas de adequação, onde as duas primeiras indicavam uma boa redução
das altas frequências, mas uma pequena redução das baixas. A terceira proposta se mostrou a mais
indicada, pois resultou em uma diminuição mais regular do T30 para todas as frequências.

Objetivos atingidos
Os objetivos previamente definidos para o estudo foram, de forma considerável, atingidos.
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Analisar os parâmetros por outros métodos ou softwares e fazer uma comparação


com o que foi apresentado.

Medir experimentalmente os valores dos coeficientes de absorção das superfícies,


para que, se reproduza um modelo que possa ser comparado ao que foi
apresentado.

Buscar literaturas que sejam parecidas ao que foi realizado, para que se possa
fazer uma avaliação do que foi obtido e mostrado.
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 3382. Acústica — Medição de
parâmetros de acústica de salas, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 12179. Tratamento acústico em recintos
fechados, 1992.

BEAR, M. F., CONNORS, B. W. & PARADISO, M. A. NEUROCIÊNCIAS: Desvendando o sistema nervoso, Artmed,
4 ed., 2017.

BISTAFA, S. R., & BRADLEY, J. S. Reverberation time and maximum background-noise level for classrooms from a
comparative study of speech intelligibility metrics. The Journal of the Acoustical Society of America 107, 861, 2000.

BRANDÃO, E. Acústica de salas: projeto e modelagem. Blucher, São Paulo, 2016.

CARVALHO, A. P. O. Texto de apoio à disciplina de Acústica Ambiental e de Edifícios. Departamento de Engenharia


Civil, FEUP, 2010.
REFERÊNCIAS

COSTA, E. C. da. Acústica técnica. 1 ed. Blucher, São Paulo, 2003.

HARRIS, C. M. Noise control in buildings. McGraw-Hill Book Company, 1994.

HERRMANN, J. O. MEDIÇÕES E SIMULAÇÕES DE ÍNDICE DE TRANSMISSÃO DE FALA (STI) DEFINIÇÃO


E (D50) E TEMPO DE REVERBERAÇÃO (TR) EM SALAS DE AULA. Dissertação de Mestrado, Setor de
Tecnologia, UFPR, 2018.

KNUDSEN, V. O., HARRIS, C. M. Acoustical Designing in Architecture. 5 ed., Acoustical Society of America, 2018.

LEÃO, L., CARVALHO, M. L. COEFICIENTES DE ABSORÇÃO SONORA. LACAM – LABORATÓRIO DE


CONTROLE AMBIENTAL. Departamento de Tecnologia, FAU/UnB, 2006.

LONG, M. Architectural Acoustics. Acoustical Society of America Journal, v 120, 2006.

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