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LIVRO DOS ESPÍRITOS - ESCOLHAS DAS PROVAS

Deus criou todos os Espíritos, simples e ignorantes, isto é, sem


conhecimento e sem consciência do bem e do mal, porém, perfectíveis,
aptos a adquirir o que lhes falta; procedem todos do mesmo ponto de
partida e são dotados de igual habilidade para progredir.

Com a conquista do raciocínio, adquiri-se o livre arbítrio – a faculdade de


escolher , por si mesmo, o caminho a palmilhar - ,ficando imanente a
responsabilidade e as consequências por todas as suas ações.

A reencarnação é a oportunidade que temos de aperfeiçoar nossos erros e


acerto, mediante a nossa experiência, construindo nosso próprio destino.
Ao longo das encarnações o espírito comente erros, aprende, reflete e tem
experiências que o marcam profundamente, mas sempre com o objetivo
de passar de uma ordem espiritual inferior para outra mais elevada.

Com exceção dos espíritos de primeira ordem, todos os outros


devem reencarnar sucessivas vezes, pois estamos em aprendizado
constante.
258 – Quando no estado errante (desligados do corpo material e aguardando nova encarnação para se
melhorarem) e antes de reencarnar-se , o Espírito tem a consciência e a previsão das coisas que lhe
sucederão durante a vida?

Ele próprio escolhe o gênero de provas que quer suportar


e é nisso que consiste o seu livre-arbítrio.
259 – Se o Espírito pode escolher o gênero de provas que deve suportar, segue-se daí que todas as tribulações
(aborrecimento, aflições) que experimentamos na vida foram previstas e escolhidas por nós?

Nem todas as tribulações foram previstas: não


escolhemos e previmos tudo o que nos sucede no
mundo, até às mínimas coisas. Escolhemos
apenas o Gênero das provações.

As particularidades correm por conta da posição em que vos achais, são, muitas
vezes, consequência das vossas próprias ações.

Somente são previstos os grandes acontecimentos que influem no seu destino. Se tomas um
caminho cheio de sulcos (falhas) profundos, sabes que deves tomar grandes precauções para não
caíres, e não sabes em qual deles cairás; pode ser também que não caias se fores bastante
prudente. Se, passando por uma rua, uma telha te cair na cabeça, não creias que estava escrito,
como vulgarmente se diz.
260 – Como o Espírito pode querer nascer no meio de pessoas de má vida?

- É necessário que ele seja colocado num meio onde possa suportar a prova que
pediu. Pois bem! É preciso que haja analogia. Para lutar contra o instinto do
roubo é preciso que se encontre entre pessoas dadas à prática de roubar.

- Se não houvesse pessoas de má vida sobre a Terra, o Espírito não poderia, pois aí encontrar meio adequado a certas provas?

- Precisar-se-ia lamentar isso? É o que ocorre nos mundos superiores onde o mal não tem acesso, visto que são habitados
por Espíritos bons. Fazei que, em breve, o mesmo ocorra sobre a Terra.
263 – O Espírito faz sua escolha imediatamente depois da morte?

- Não, muitos acreditam na eternidade das penas e, como já se disse, é um castigo.

Livro – Filosofia Espírita


O Espírito Miramez diz que : o Espírito não tem condições de escolher, logo após a
desencarnação, quando deverá ocorrer sua próxima vida na Terra, principalmente
se ele está envolvido pelas paixões terrenas. É necessário que tenha um tempo.
Pode acontecer a um Espírito mais conscientes de seus deveres, reencarnar logo,
mesmo assim é muito raro não haver intervalo entre as duas vidas.

Tudo precisa de preparo , e o Pai celestial não Se esqueceu de escolas de todas


as naturezas, estendidas em profusão por todos os mundos habitados, e
certamente nos mundos espirituais, onde os Espíritos puros e inferiores
trocam, em todos os encontros, experiências necessárias ao crescimento de
cada um.
O objetivo da vida é despertar os valores do Espírito, dar-lhe condições para que ele cuide de si mesmo, sob as
bênçãos do Criador. Quem começa a conhecer essas verdades passa a persuadir-se a si mesmo, porque somente
Deus e ele sabem cuidar de suas necessidades. Tudo o que vier de fora servirá como toque, mas as decisões e a
vivência devem nascer de dentro, pelo esforço próprio.

Que Deus nos abençoe, para conhecermos mais e mais as Suas leis, que por enquanto, começamos a entender.
Para proceder à escolha das provas por que há de passar, o Espírito se orienta pela natureza
de suas faltas, escolhe aquelas que o levem à expiação dessas faltas e a progredir mais
depressa.
Uns portanto, impõem a si mesmos uma vida de misérias e privações, objetivando suporta-las
com coragem.

Outros preferem experimentar as tentações da riqueza e do poder,


muito mais perigosos, pelos abusos e má aplicações a que podem dar
lugar.

Se, ao contrário, apegados ainda aos desejos inferiores, os Espíritos


escolhem um gênero de vida que lhes possibilite a satisfação desses
desejos, nem por isso se afastarão dos efeitos dos seus atos

A prova vem por si mesma e eles a sofrem mais demoradamente. Cedo ou tarde, compreendem que a
satisfação de suas paixões brutais lhe acarreta deploráveis consequências, que eles sofrerão durante um
tempo que lhes parecerá eterno.

E Deus os deixará nessa persuasão, até que tornem conscientes da falta em que incorreram e peçam, por impulso próprio,
lhes seja concedido resgatá-la mediante úteis provações.
Pode também escolher alguma prova que nada lhe aproveite, como sucederá se buscar vida ociosa
e inútil. Mas, então, voltando ao mundo dos Espíritos, verifica que nada ganhou e pede outra que
lhe faculte recuperar o tempo perdido.

A doutrina da liberdade que temos de escolher as nossas existências, e as provas que devamos sofrer deixa de
parecer singular, desde que se atenda a que os Espíritos, uma vez desprendidos da matéria, apreciam as coisas
de modo diverso da nossa maneira de apreciá-los.
Depois de cada existência, avaliam o passo que
deram e compreendem o que lhes falta ainda, em
pureza, para alcançarem aquele fim.

Daí o se submeterem voluntariamente a todos as vicissitudes da vida corpórea,


solicitando as que a alcançaram mais presto (rapidez). Não há, pois, motivo de
espanto no fato de o Espírito não preferir a existência mais suave.

Não lhe é possível, no estado imperfeição em que se


encontra, gozar de uma vida isenta de amarguras. Ele o
percebe e, precisamente para chegar a fruí-la, é que
trata de se melhorar
A escolha das provas, como manifestação do livre-arbítrio, não tem caráter
absoluto, uma vez que Deus pode impor certa existência a um Espírito, quando
este, pela sua inferioridade ou má-vontade, não se mostra apto a compreender
o que lhe seria mais útil, e quando vê que tal existência servirá para purificação
e o progresso do Espírito, ao mesmo tempo que lhe sirva de expiação.
267- Poderá o Espírito fazer sua escolha durante a vida corporal?

- Seu desejo pode ter influência, dependendo da intenção; como Espírito, porém,
muitas vezes vê as coisas de maneira diferente e é, nesse estado, que faz sua
escolha. Mas ainda uma vez, pode fazê-la na sua vida material, porque o Espírito
tem sempre momentos nos quais fica independente da matéria que habita.
271- No estado errante, o Espírito, estudando as diversas condições nas quais poderá progredir,
como pensa realizar seu progresso, nascendo, por exemplo, entre canibais?
- Não são os Espíritos já avançados que nascem entre os canibais, mas Espíritos da natureza dos próprios canibais ou
que lhe são inferiores.

272 – Os Espíritos procedentes dum mundo inferior à Terra, ou dum mundo muito atrasado,
como os canibais, poderiam nascer entre os povos civilizados?

- Sim, há os que se extraviam ao quererem subir muito alto; mas ficam deslocados entre vós, porque
têm hábitos e instintos que se chocam com os vossos.
273- Um homem pertencente a uma raça civilizada poderia, por expiação, reencarna-se numa raça selvagem?

- Sim, mas isso depende do gênero da expiação. Um senhor que tenha sido duro para os seus escravos poderá
tornar-se escravo e sofrer os maus tratos que infligiu a outros. Aquele que mandou numa época, pode, em
outra existência, obedecer aos que se curvam ante a sua vontade. É uma expiação, se ele abusou do poder e
Deus pode determiná-la. Um bom Espírito pode, para os fazer avançar, escolher uma vida de influência entre
esses povos. Então se trata de uma missão.
Espírito Miramez

Um Espírito de mediana evolução pode renascer em uma tribo de selvagens, mas, tomando o lugar de destaque
naquele ambiente, no sentido de levar os Espíritos ali reencarnados a melhores dias e a uma vivência mais agradável.
Ele regride na forma, mas não no Espírito; o que aprendeu ele carrega consigo vibrando na alma.
Esse é um tipo de prova que se vê constantemente em todo o mundo; é lei de justiça divina. Assim, alguns impiedosos
senhores de engenhos renascem como escravos, para suportarem na própria carne o que fizeram os outros sofrer sob o seu
comando. Pelas ruas encontramos muitas vezes mendigos dormindo nas calçadas, enfrentando frio e chuva, fome e nudez, e,
ainda mais, o desprezo da sociedade, porque abusaram do poderes no passado. Hoje, aparece, no cenário do mundo
desprovidos de recursos, abandonados pela própria família, que não souberam respeitar.

Muitos desses Espíritos, que já se encontram saldando os débitos, saem logo das provações; outros, mesmo sendo
convidados para melhores lugares, recusam, porque sentem a necessidade de sofrer pelo que fizeram os outros padecer com
o seu orgulho e o seu egoísmo.
Podemos dizer, que em meio aos selvagens pode haver missionários, em se comparando ao estado evolutivo deles. Espíritos
menores, mas que se tornam bons, e ajudam os mais primitivos a despertarem para o bem e para a justiça, ainda que por
processos rudimentares. Mas é bom que se entenda que, nesse meio mencionado, nunca reencarnam Espíritos Superiores,
Espíritos puros, pois a sua missão, quando chegam a descer na carne, é no meio dos que lhes podem assimilar a lição, como
na época da vinda de Jesus à Terra.
É importante que o homem entenda que, se está sendo chamado para algum lugar de destaque na sua sociedade, é preciso
fazer uso dos seus poderes temporais, fazendo justiça com amor, tendo cuidado com os caminhos pessoais. Deve refreiar os
instintos, porque as paixões inferiores podem leva-lo aos caos e fazê-lo nascer de novo na regressão da forma e em lugares
difíceis, pelo mau uso das faculdades que Deus concedeu.
Quando é dado ao Espírito escolher as provas que enfrentará no corpo, ele escolhe os caminhos compatíveis com as suas
necessidades. O Espírito que tem o preparo para escolher suas provas, se estivesse na carne, talvez escolhesse outros
testemunhos, porque em Espírito a lucidez é outra, e o que interessa é o maior aperfeiçoamento.

Quando na carne, logo que aparecem os primeiros sintomas dos revezes que escolheu, ele apavora, porquanto a escolha
é teoria, e enfrentar as dificuldades é prática bem diferente. Muitos desistem no meio do caminho, no entanto, tornam a
pedir reforço em voltas sucessivas, pois somente a reencarnação dar-lhes-à a chave da libertação espiritual, que eles, por
vezes, vêem os outros gozarem no mundo de onde vieram.
O que leva a alma a pedir duras provas em novo corpo é saber e sentir que só a consciência tranquila a limpará de todas as
mazelas inferiores que lhe causam infelicidade. Quando dizemos que a solução dos problemas se encontra dentro de cada
ser, temos a prova na escolha do Espírito viciado na bebida desregrada; ele nasce em um meio que lhe proporciona
facilidade de aprender a beber, porque é nele que o Espírito sente, pelos sofrimentos, a necessidade de se livrar do vício
com mais profundidade.

Inúmeros exemplos podem ser constatados, a cada passo por onde se anda, ao escutar as histórias dos que se livraram de
vícios diversos.
Como aprender o desprendimento, vindo pobre ao mundo? Como perdoar, se não se conviver com a facilidade dos
desregramentos? Precisamos estudar todos os pontos de aperfeiçoamento espiritual, meditar neles, trocar experiências.
O Espírito sofre por desrespeito às leis, que são os caminhos da vida traçados por Deus. O senhor não fica ansioso,
nem os benfeitores espirituais, porque essa ou aquela alma se desvia do roteiro que ela mesma escolheu. Sabem
Deus e os Espíritos Superiores que todos deverão aprender hoje ou amanhã as lições que os levarão à paz de
consciência.
Obrigado pela
vossa atenção!

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