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Climatologia Agrícola

Prof. Dr. Derblai Casaroli


Agronomia/UFG
Aula 3

Radiação Solar
1. Introdução
2. Energia radiante
3. Interação da energia com a matéria
4. Leis da radiação
5. Relação Terra-Sol
6. Radiação solar na atmosfera
7. Balanço de energia
Aula 3

Radiação Solar
1. Introdução
2. Energia radiante
3. Interação da energia com a matéria
4. Leis da radiação
5. Relação Terra-Sol
6. Radiação solar na atmosfera
7. Balanço de energia
1. Introdução
⮚ A radiação solar é a maior fonte de
energia para a Terra.
⮚ É tanto um FATOR quanto um
H2O[v] ELEMENTO do Clima.
⮚ Como elemento do clima ela
O2 desencadeia todo o processo
meteorológico afetando outros
elementos:
▪ Temperatura do solo e do ar
CO2 ▪ Pressão atmosférica
▪ Velocidade e direção do vento
▪ Chuva
▪ Umidade do ar
▪ Evapotranspiração
H2O

Fonte: CPT
Aula 3

Radiação Solar
1. Introdução
2. Energia radiante
3. Interação da energia com a matéria
4. Leis da radiação
5. Relação Terra-Sol
6. Radiação solar na atmosfera
7. Balanço de energia
2. Energia radiante

es km )
d
mi l h õ -S o l (
49,6 Terra
A = 1 édia
1U cia m
tân
Dis
Temperatura
5727 °C

Velocidade da luz = 300.000 km/s


Tempo gasto no percurso = 498,67 s = 8,31 min.
UA = unidade astronômica
Fonte: imagem pplware
2. Energia radiante

SOL = Emite radiação


nas 4π direções
U A
ol =
a- S
T e rr G IA
Área da esfera cia NE R
â n E
A = 4 π r2 = dist u al de
d p o nt
te
108 m Fo n
6,96x
o ≈
Rai

Ângulo da esfera

Fonte: imagem pplware


2. Energia radiante
Sol: fonte pontual de Esfera
energia (I), emitindo
nas 4π direções Raio médio (d)
(ângulo da esfera). UA = 1,496∙108 km

Energia total emitida Afélio (04/07) Periélio (03/01)


Terra Sol Terra
4πI D = 1,47∙10 km
8
D=1,52∙108 km
≈ 56∙10 cal min.
26 -1

A Terra está em uma


esfera cujo raio é igual Plano da
a distância do Sol (D), Eclíptica
ou seja, 4πD2
(aplicando-se a lei do
inverso do quadrado
da distância, como
será visto a seguir).
2. Energia radiante
⮚ Lei do inverso do quadrado da distância: a energia recebida
em uma superfície é inversamente proporcional ao quadrado
da distância entre a fonte emissora e a superfície.

Fonte: Adaptado de USP


2. Energia radiante
2.1 Radiação e Irradiância solar

a) Fluxo de radiação: quantidade de energia por unidade


de tempo, denominada Radiação Solar (Rs, W).

b) Densidade de fluxo radiativo: é a quantidade de


radiação solar recebida por uma superfície de área
unitária, na unidade de tempo, sendo esta densidade
de fluxo denominada de Irradiância solar (Q, W m-2).
Q

Área

Equivalência de unidades:
⮚ 1 W = 1 J s-1
⮚ 1 cal ≈ 4,18 J,
⮚ 1 cal cm-2 min-1 ≈ 696,7 W m-2.
2. Energia radiante

Fator multiplicativo para a obtenção da energia recebida


por uma superfície por unidade de tempo

Evaporação
Fator multiplicativo equivalente
MJ J cal
m-2 dia-1 m-2 dia-1 cm-2 dia-1 W mQ -2
mm dia-1
1 MJ m-2 dia-1 1 100 23,9 11,6 0,408
1 cal cm-2 dia-1 4,1868x10-2 4,1868 1 0,485 0,0171
Área
1 W m-2 0,0864 8,64 2,06 1 0,0353
1 mm dia-1 2,45 245 58,5 28,4 1

OBS: calor latente de evaporação da água → Eλ = 2,45 MJ kg -1 H2O (20°C)


2. Energia radiante
2.2 Constante solar (Ko): é a Irradiância Solar que chega no topo da atmosfera
(sem atenuações), a uma distância de 1 UA.
▪ Distância Terra-Sol: 1,496 ∙ 108 km → 1,496 ∙ 1011 m
▪ Potência do Sol: 3,87∙1026 W
▪ Área da esfera: 4 * π * r2 = 4*3,1416*(1,496 ∙ 1011)2 = 2,83 ∙ 1023 m2
▪ Ko = 3,87∙1026/ 2,83 ∙ 1023 ≈ 1367 W m-2
▪ Transmissividade da Atmosfera = 70% = 1367*0,70 = 956 W m-2

Irradiação direta ≈ 956 W m-2

Ko = 1,97 cal cm-2 min-1

Ko = 1367 W m-2
2. Energia radiante

Terra

D Periélio
(03/01) d = distância média Terra-Sol.
Sol
Afélio D = distância Terra-Sol no dia
(04/07) de interesse.
NDA = n° dia do ano
Plano da
Eclíptica
1/Jan = 1 ....
1/Fev = 32 ...
31/Dez = 365
2. Energia radiante
2.3 Irradiância Solar Global Extraterrestre (Qo): é o somatório dos valores
instantâneos de irradiância solar no topo da atmosfera ao longo do dia
(devido a rotação), representando o potencial de energia incidente na
região. Esse total varia de acordo com a latitude (Φ) e com o dia do ano,
fatores esses que afetam o ângulo de incidência dos raios solares. Quanto
maior a latitude, maior a amplitude de Qo entre verão e inverno.

Ângulo de
inclinação

Sol
Qo
Equador ao
meio-dia
Superfície
inclinada

Fonte: efeito da latitude


2. Energia radiante
2.4 Transferência de energia: a radiação é um processo físico no qual a
energia é transferida de um corpo para outro sem meio de transporte.

Propagação: energia transmitida na forma de ondas eletromagnéticas

Radiação
Ondas Eletromagnéticas

Sol
2. Energia radiante

Vermelho 700 nm Azul 450 nm

T (período)
Fonte: Athos
2. Energia radiante
2.6 Espectro eletromagnético
Representa um conjunto de comprimentos de ondas (λ) emitidas por
um corpo: Sol ou Terra.

Espectro solar: emite λ = 0,2


a 4 μm (micrômetros = 10-6 m)
ou de 200 a 4.000 nm
(nanômetros = 10-9 m),
também chamada de radiação
de ONDA CURTA.

Espectro terrestre: emite λ = 4


a 50 μm ou de 4.000 a 50.000
nm; chamada de radiação de
ONDA LONGA.
2. Energia radiante
2.7 Faixas da radiação
▪ Ultravioleta: corresponde cerca de 4% da radiação solar; a qual varia na
faixa do comprimento de onda (λ) correspondente a 0,2 a 0,4 μm. Esta
radiação é responsável pela síntese de vitamina D, mutações e
queimaduras.
▪ Visível: corresponde em torno de 44% da radiação solar, variando na faixa
de λ = 0,4 ‑ 0,7 μm. É responsável pelo fenômeno da visão e da
fotossíntese.
▪ Infravermelho: corresponde cerca de 52% da radiação solar, variando de
λ = 0,7 a 4 μm. Responsável pela coloração dos frutos e efeito
fotoperiódico.
2. Energia radiante
Faixas da radiação: aplicação

Manchas
de pele Vitamina D Germicida

Fonte: ciberbio Fonte: Chemhume


Aula 3

Radiação Solar
1. Introdução
2. Energia radiante
3. Interação da energia com a matéria
4. Leis da radiação
5. Relação Terra-Sol
6. Radiação solar na atmosfera
7. Balanço de energia
3. Interação da energia com a matéria
A energia proveniente da radiação solar interage com a matéria
gerando três tipos de radiação: radiação refletida, radiação absorvida e
radiação transmitida.

Atmosfera

MATÉRIA Cultivo

SOL

Superfície do solo

Casa-de-vegetação
Fonte: AQP Brasil
3. Interação da energia com a matéria
3.1 Propriedades da matéria

3.1.1 Refletividade ou Albedo de onda curta (R): é a relação existente entre


radiação solar refletida e radiação solar incidente. Representa a fração da
radiação solar que é refletida pela superfície em que se incide, esta pode variar
de zero a 100%.

Fonte: Roseli Barçal


3. Interação da energia com a matéria

Coeficientes de reflexão, ou albedo. Adaptado de Pereira,


Angelocci e Sentelhas (2007)
3. Interação da energia com a matéria
3.1.2 Absortividade ou poder absortivo de onda curta (A)

Fonte: wikimedia
3. Interação da energia com a matéria
3.1.3 Transmissividade de onda curta (T): determina a relação entre a energia
solar incidente (K↓) e a radiação transmitida KT :

Plástico de uma casa de vegetação

Fonte: Ginegar
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Radiação Solar
1. Introdução
2. Energia radiante
3. Interação da energia com a matéria
4. Leis da radiação
5. Relação Terra-Sol
6. Radiação solar na atmosfera
7. Balanço de energia
4. Leis da Radiação

OBS: Quanto menor o λ maior o conteúdo de energia desta onda.


4. Leis da Radiação
4.2 Lei do deslocamento ou lei de Wien
O produto entre o comprimento de onda de máxima emissão
energética (λmax, μm) e a temperatura (T, K) absoluta do corpo é uma
constante:
OBS: os valores
de λmax se
deslocam para
comprimento de
ondas menores,
quanto maior é a
temperatura

SOL → Temperatura = 6.000 K; Comprimento de onda máximo


(λmax) = 0,4828 μm

TERRA → Temperatura = 300 K; Comprimento de onda máximo


(λmax) = 9,659 μm
4. Leis da Radiação
4.3 Lei de KIRCHOFF
Se um corpo é bom absorvedor de energia, para um dado
comprimento de onda, este corpo também será um bom emissor de
energia para este mesmo comprimento de onda, estando na mesma
temperatura:

Fonte: Radiação
4. Leis da Radiação
4.4 Lei de LAMBERTZ ou Lei dos Cossenos
A densidade de fluxo de radiação solar absorvida (KA),
transmitida (KT) ou refletida (KR) é o resultado do produto entre a
densidade de fluxo de radiação incidente (K↓), a absortividade (A) ou
transmissividade (T) ou refletividade (R) do corpo e o cosseno do ângulo
zenital (Z’):

Normal Local
ou Zênite (Z)
Z’

Cosseno de 0° = 1,0
h

Norte
Az

Figura: ângulo de elevação do sol (h); ângulo zenital (Z’); azimute Pag. 45
medido a partir do norte (Az). Fonte: Imagem adaptada de Eletrical
4. Leis da Radiação
4.5 Lei de STEFAN‑BOLTZMANN
A energia emitida por um corpo negro é diretamente proporcional ao
produto de uma constante, denominada constante de Stefan-Boltzmann
(σ = 8,132∙10-11 cal cm-2 min.-1 K-4; 5,67∙10-8 W m-2 K-4), e a quarta potência da
sua temperatura:

Emissão ou poder emissivo (E):


representa a quantidade de energia
emitida na unidade de tempo e na
unidade de área de um corpo (E =
cal cm-2 min.-1). A energia emitida é
função direta da temperatura do
corpo.

Corpo negro (CN): É um corpo


hipotético capaz de absorver toda a Figura: Poder emissivo. Fonte:
radiação incidente sobre a sua ResearchGate
superfície.
4. Leis da Radiação
Entretanto, para o cálculo de energia emitida por um corpo qualquer
(E), deve-se considerar a emissividade do corpo (ε):

Emissividade (ε):
representa a relação entre
o poder emissivo de um
corpo qualquer (ECX) e o
poder emissivo de um
corpo negro (ECN), para um
dado comprimento de onda
e temperatura:

Fonte: Radiação Solar


4. Leis da Radiação
Coeficientes de emissividade (ε) de superfícies

Uso na determinação da
temperatura de um corpo, a partir da
termometria de infravermelho. Ex: Sol, Terra,
áreas cultivadas.

Área agrícola irrigada


com pivô central

5727 °C 20 °C
6000 K 293 K
4. Leis da Radiação
4.6 Lei de BEER
A densidade de fluxo de radiação solar incidente (K↓) diminui
exponencialmente a medida que a radiação penetra no interior de um meio
homogêneo:
Ki = densidade de fluxo de radiação
solar incidente no nível i do meio;
K↓ = densidade de fluxo de radiação
solar incidente sobre o meio;
m = distância ou massa atravessada.
k = coeficiente de extinção luminosa
K↓ = 100%

Adaptado de Monsi & Saeki (1953)

80%
m
60% IAF = índice de área foliar, dado pela
razão entre a área foliar (AF) e a área
do solo ocupada pela planta (AS),
Superfície do solo IAF = AF/AS
4. Leis da Radiação
Estimativa do coeficiente de extinção (k) luminosa e do
IAF utilizando a Lei de BEER

k RFAi = radiação fotossinteticamente


100% ativa incidente no nível i do meio;
RFA↓ = radiação fotossinteticamente
incidente sobre o cultivo;
80% IAF
IAF = índice de área foliar
60%
k = coeficiente de extinção luminosa

Superfície do solo
Aula 3

Radiação Solar
1. Introdução
2. Energia radiante
3. Interação da energia com a matéria
4. Leis da radiação
5. Relação Terra-Sol
6. Radiação solar na atmosfera
7. Balanço de energia
5. Relações Terra-Sol
5.1 Movimentos da Terra
a) Rotação: em torno do próprio eixo (dias e noites; 24 hs)
b) Translação: em torno do sol (estações do ano; 365 dias e 6 hs).
5. Relações Terra-Sol
5.2 Declinação solar (δ): ângulo formado entre o plano do equador e o
plano da Eclítica. Variação: de -23° 27’ (ao Sul) a +23° 27’ (ao Norte).
⮚ Plano da Eclítica: plano horizontal que corta o centro da terra e o
centro do sol.

δ = -23° 27’
δ = +23° 27’

δ = -23° 27’
Fonte: Infoenem
Fonte: imagem Infoescola
5. Relações Terra-Sol
5.3 Estações do ano: período entre os solstícios e equinócios

Exemplo para o Solstícios (δ máximas = ± 23° 27’)


Hemisfério Sul Equinócios (δ nulas = 0°)
(HS) HN
HS

/0 7)
(04
° 27 ´ lio
δ = - 23 A f é
Eclíptica
)
ua dor 3/ 01
Eq (0 ° 27´
r iéli
o δ = +23
Pe

Fonte: Figura adaptada do Livro


Meteorologia e Climatologia (Varejão-
Silva, 2006)
5. Relações Terra-Sol
Determinação da Declinação Solar (δ)

NDA: é a numeração ordinal dos dias transcorridos no período de um ano.


Podendo ser estimado pela seguinte equação:

MDA: o número de ordem do mês do ano (1 a 12),


DDM: o número de ordem do dia do mês (1 a 31).

Se MDA<3 então o DJ=DJ+2,


Condicionantes
Caso for ano bissexto e MDA>2, então DJ=DJ+1.
5. Relações Terra-Sol
Valores tabelados de NDA ou dias julianos (DJ)
Aula 3

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3. Interação da energia com a matéria
4. Leis da radiação
5. Relação Terra-Sol
6. Radiação solar na atmosfera
7. Balanço de energia
6. Radiação solar na atmosfera
6.1 Irradiação Extraterrestre (Qo): densidade de fluxo que atinge o topo da
atmosfera
6.2 Irradiação Solar Global Incidente (Qg): densidade de fluxo de radiação
que atinge a superfície terrestre após sofrer atenuações na atmosfera.

Qg/Qo: Transmitância Global


Atmosfera

Qg Qo
TERRA SOL
1,97 cal cm-2 min-1
1367 W m-2
37,6 MJ m-2 dia-1

Ko: constante solar


(para uma distância
de 1 UA)
6. Radiação solar na atmosfera
6.3 Ângulo Zenital (Z’): ângulo formado entre o zênite local e os raios solares.

Raios solares perpendiculares


IN = S / A N
IN: intensidade na área unitária

l
ita
S: energia radiativa

n
Ze
AN: área unitária (1 m2)

o
ul
ng

Raios solares inclinados

Z’
I Z = S / A Z.
IZ: intensidade área maior Z’
S: energia radiativa
AZ: área (m2)

A relação IZ / IN = AN / AZ = cos Z (Lei dos Cossenos de Lambert).

A relação IZ = IN * cos Z
6. Radiação solar na atmosfera
6.4 Observação da posição solar em função da latitude e época do ano

Z12 = φ - δ
6. Radiação solar na atmosfera
6.5 Determinação da distribuição da energia solar na superfície terrestre

Em uma superfície horizontal, o ângulo zenital (Zh) varia em função


da latitude (Φ), da hora do dia (h: ângulo horário formado pela posição do sol
e o meridiano local), e da declinação solar (δ).

Ângulo Zenital ao meio-dia

Com isso, em um determinado instante (Ih), de um dia (δ), e num


local (Φ), a energia solar que incide no topo da atmosfera terrestre é dada
pela Lei de Lambert, corrigindo-se o valor de Ko (d / D)2 :

(d / D)2 = distância relativa Terra-Sol, sendo d a distância real em um


dado momento do ano, e D a distância média, correspondente a
unidade astronômica (UA= 149,6 milhões de km)
6. Radiação solar na atmosfera
6.6 Determinação do Fotoperíodo
É o período de luz sobre um determinado local da superfície
terrestre. É o intervalo entre o nascer e o pôr-do-sol (ocaso) de um dado
dia; é também denominado comprimento astronômico do dia (N).

Fotoperiodismo: efeito do fotoperíodo sobre os seres vivos.


Ex.: soja → planta de dias curtos, com fotoperíodo crítico médio de 12,5 h.

Fotoperíodo
hn: É o ângulo horário do
nascer do sol, em relação a
culminação do sol no Zênite
Z (Z), ao meio dia (12:00).
hn
6. Radiação solar na atmosfera
Determinação do ângulo na hora do nascer do sol (h n)

φ = latitude local, em graus (+ HN ; – HS)


δ = declinação solar, em graus (o sinal já é estabelecido no cálculo)

Assim o Fotoperíodo fica sendo:


6. Radiação solar na atmosfera
Variação anual do fotoperíodo em função da latitude

Assim o Fotoperíodo fica sendo:


6. Radiação solar na atmosfera
6.7 Hora do nascer (HN) e do pôr-do-sol (HP)

HN e HP em função da Longitude
Adota-se o Tempo Médio de
Greenwich (TMG)
60° 45°
30° Ou
Tempo Universal Coordenado (UTC)
OBS: 1 hora = 15° de meridiano
Z = 12:00

Fotoperíodo
6. Radiação solar na atmosfera
6.8 Valores diários de irradiância solar extraterrestre (Qo, MJ m -2 dia-1)

Ko = constante solar = 37,6 MJ m-2 dia-1

Φ = Latitude Local ( + HN e - HS)


Link: Pi, Graus, Radianos???
6. Radiação solar na atmosfera
6.9 Valores diários de irradiância solar global incidente (Qg, MJ m -2 dia-1)
Absorção e a Difusão da radiação Os valores instantâneos de Qg representam a
pela atmosfera = [Qg < Qo]. A fração soma da RADIAÇÃO DIRETA (QD) e
Qg/Qo = transmitância global (Tg). RADIAÇÃO DIFUSA (Qd).
A insolação real ou brilho solar (n) é o número de horas que os raios solares incidem
diretamente sobre uma superfície.

Feixes paralelos
entre si, e
perpendiculares a QD Feixes
Qd multidirecionais
superfície

Qg = QD + Qd

Superfície do solo
6. Radiação solar na atmosfera
6.10 Medidas da irradiância solar global incidente (Qg), radiação direta (QD),
radiação difusa (Qd) e insolação real (n)

Pireliômetro (QD) Piranômetro (Qd) com Heliógrafo (n)


banda metálica opaca

Veja mais no LINK


6. Radiação solar na atmosfera
6.11 Estimativas da irradiância solar global incidente (Qg E, MJ m-2 dia-1)

COM
COEFICIENTES

SEM
COEFICIENTES

Qo = irradiação solar extraterrestre, podendo-se ser utilizada a constante


solar (37,6 MJ m-2 dia-1)

“a” e “b” = coeficientes da Equação Angström-Prescott (ver tabela a seguir


para algumas localidades brasileiras).

Φ = Latitude local (decimais)

n = é a insolação real (horas)

N = fotoperíodo ou insolação máxima (horas).


6. Radiação solar na atmosfera
Coeficientes “a” e “b” da Equação Angström-Prescott, para algumas
localidades brasileiras. Fonte: Vianello e Alves (1991), Cervellini et al. (1966),
Ometto (1981), Lunardi e Cataneo (1994) e Ribeiro et al. (1982), Fontana e
Oliveira (1996).
Localidade Período a b Continua... Continua...
Goiânia-GO Anual 0,27 0,49 Petrolina-PE Anual 0,32 0,37 Osório-RS Anual 0,17 0,50
Botucatu-SP Anual 0,24 0,45 Propriá-SE Anual 0,33 0,41 Pelotas-RS Anual 0,35 0,46
Campinas-SP Anual 0,23 0,56 Paulo Afonso- Anual 0,31 0,33 Quaraí-RS Anual 0,25 0,38
Mococa –SP Anual 0,40 0,41 BA Rio Grande-RS Anual 0,27 0,32
Monte Alegre do Irecê-BA Anual 0,33 0,33 Santa Rosa-RS Anual 0,15 0,55
Anual 0,19 0,61
Sul-SP Salvador-BA Anual 0,29 0,39 Santo Augusto- Anual 0,17 0,53
Outono Manaus-AM Anual 0,26 0,49 RS
Piracicaba-SP 0,28 0,51
Inverno Viçosa-MG Anual 0,23 0,38 Soledade-RS Anual 0,23 0,41
Primavera - Alegrete-RS Anual 0,19 0,49 São Gabriel-RS Anual 0,23 0,45
Piracicaba-SP 0,25 0,50
Verão Cachoeirinha- Anual 0,20 0,56 Taquari-RS Anual 0,24 0,41
Pindamonhanga RS Uruguaiana-RS Anual 0,24 0,41
Anual 0,28 0,51
ba-SP Cruz Alta-RS Anual 0,20 0,53 Vacaria-RS Anual 0,25 0,46
Presidente Encruzilhiada Anual 0,15 0,47 Veranópolis-RS Anual 0,21 0,40
Anual 0,19 0,39
Prudente-SP do Sul-RS
Riberão Preto- Erechin-RS Anual 0,19 0,47
Anual 0,13 0,73
SP Farroupilha-RS Anual 0,17 0,60
São Luiz –MA Anual 0,26 0,33 Eldorado do Anual 0,15 0,47
Fortaleza -CE Anual 0,27 0,36 Sul-RS
Teresina -PI Anual 0,31 0,37 Ijui-RS Anual 0,25 0,46
João Pessoa-PB Anual 0,28 0,36 Julio de Castilio- Anual 0,17 0,62
Recife-PE Anual 0,30 0,38 RS
6. Radiação solar na atmosfera
6.13 Radiação Fotossinteticamente Ativa (RFA ou PAR)

⮚ Corresponde a radiação solar com


comprimentos de onda entre 400 e
700 nm.

⮚ Medida: piranômetros providos de


um filtro que separa as outras
bandas da radiação, ou por um
sensor específico, denominado de
quântico, em função da unidade em Piranômetro de fotodiodo de silício provido de
que tal radiação é expressa. um filtro especial (sensor quântico).

⮚ Fotossíntese: é um processo quântico, referente a quantidade de fótons


absorvidos na banda PAR, sendo preferível usar a Densidade de Fluxo de
Fótons Fotossintéticos (DFFF) expressa pelo número de moles de fótons por
unidade de área e de tempo (mol m-2 s-1).

⮚ 1 mol de fótons = energia associada a 6,02∙1023 fótons (Número de


Avogadro: usado para definir a massa molecular de uma substância).
6. Radiação solar na atmosfera
6.13.1 Estimativa da DFFF

Energia associada a 1 fóton (Eλ, expressa em J fóton-1) é dada pela relação

h: constante de Planck (≈ 6,6256∙10-34 J s),


c: velocidade de propagação da radiação (≈ 3 ∙ 108 m s-1),
λ: comprimento de onda da radiação (expresso em m; 1 nm = 10-9 m).

DFFF: cálculo feito para cada valor de λ entre 400 e 700 nm, somando-se todos
os valores calculados, e obtendo-se um valor médio representativo dessa banda.
Uma alternativa mais simples é calcular-se a energia associada a um λ
intermediário, no caso λ = 555 nm, tomando-se tal valor como representativo da
RFA:
6. Radiação solar na atmosfera
6.13.1 Estimativa da DFFF

⮚ Se um fóton “médio” de RFA ou PAR = 3,581 ∙ 10-19 (J foton-1),

⮚ Então: 1 mol de 6,02 ∙ 1023 fótons, tem energia equivalente a 21,56 ∙ 104 (J mol-1).

⮚ Para converter energia X (J m-2 s-1), medida por um Piranômetro acoplado com
filtro de radiação, para DFFF (mol m-2 s-1) basta multiplicar X pelo inverso da
energia de 1 mol (1 / 21,56 ∙ 104 J mol-1) :

⮚ DFFF = μmol m-2 s-1

⮚ EX.: medida = 500 J m-2 s-1 de RFA → 4,638 * 500 = 2319 μmol m-2 s-1

Não havendo medidas de RFA pode-se utilizar o valor da radiação solar


global (Qg) corrigido por um fator p ≈ 0,5, isto é, RFA = 0,5 Qg.
Aula 3

Radiação Solar
1. Introdução
2. Energia radiante
3. Interação da energia com a matéria
4. Leis da radiação
5. Relação Terra-Sol
6. Radiação solar na atmosfera
7. Balanço de energia
7. Balanço de energia
O espectro da radiação
solar que chega na superfície
terrestre é predominantemente de
ONDAS CURTAS ou BOC (λ <
3.000 nm) e a distribuição
espacial e estacional dessa
radiação é a grande causa dos
fenômenos meteorológicos.
A radiação solar atua
diretamente sobre o
desenvolvimento e o crescimento
das plantas, e indiretamente pelos efeitos no regime térmico de qualquer sistema
terrestre, assim como sobre a evaporação de água pelas superfícies naturais.
Por outro lado, todos os corpos terrestres são também emissores de
energia radiante, mas com um espectro (distribuição) de comprimento de ONDAS
LONGAS ou BOL (λ > 3.000 nm).
Assim, o balanço de radiação Rn (saldo de radiação ou radiação líquida):

Rn = BOC + BOL
7. Balanço de energia
7.1 Balanço Global de Radiação na Superfície Terrestre

Q0 Topo
Atmosfera
Qatm QD Qd Qsup

rQg Qg
Superfície
Rn = BOC + BOL
Q0 = radiação solar extraterrestre, no topo da atmosfera;
Qg = radiação solar global na superfície;
QD = radiação solar direta (sem atenuação da atmosfera);
Qd = radiação solar difusa (com atenuação da atmosfera);
rQg = fração da radiação solar refletida pela superfície (r = albedo);
Qatm = radiação emitida pela atmosfera (contraradiação);
Qsup = radiação emitida pela superfície;
Rn = saldo de radiação na superfície. Contabiliza as entradas e saídas de ondas
curtas (Qg; QD; Qd; rQg) e longas (Qatm e Qsup) na superfície.
7. Balanço de energia
Adotando-se como positivo o sentido dos fluxos de entrada no
sistema e negativo, os de saída:

BOC = Qg – rQg = Qg (1-r)


BOL = Qatm – Qsup
Rn = BOC + BOL = Qg (1-r) + Qatm - Qsup

⮚ O Rn contabiliza a entrada e saída de radiação de ondas curtas e de ondas


longas sobre a superfície terrestre, podendo ser estimada a partir da.

⮚ Basicamente, o saldo de radiação é o gasto devido a três processos:


a) Fluxo de calor latente: o qual é devido às mudanças de fases da água,
sobretudo varia em função da evaporação, transpiração ou evapotranspiração
(LE);
b) Fluxo de calor sensível: que representa o aquecimento do ar (A).
c) Aquecimento do solo (S): responsável pelo aumento da temperatura do
solo.

EVAPORAÇÃO DE 1kg DE ÁGUA A 20°C REQUER 2,45 MJ


7. Balanço de energia
Coeficientes de reflexão (r) para algumas superfícies.
Adaptado de Rosenberg et al. (1983) e de
Vianello & Alves (1991).
7. Balanço de energia
7.1.1 Medida e estimativa do balanço de radiação

O balanço de radiação de uma superfície Qg + Qatm


(Rn) pode ser medido por um saldo-radiômetro
(Figura ao lado). Na ausência deste equipamento
os valores de BOC e BOL poderão ser estimados.
Assim, o balanço de ondas curtas (BOC):

rQg + Qsup
Saldo-radiômetro
Qg = radiação incidente, medido (piranômetro) ou (com cúpula)
estimado (Eq. Angström).

r = coeficiente de reflexão adequado para a


superfície de interesse (vide tabela no slide
anterior).
7. Balanço de energia
Já o balanço de ondas longas (BOL) pode Qg + Qatm
ser obtido a partir de equações empíricas, como a de
Brunt adaptada por Doorenbos & Pruitt (1975):

Para Clima Úmido:

rQg + Qsup

Para Clima Seco:


Saldo-radiômetro
(sem cúpula)

BOL = expresso em MJ m-2 dia-1.


Ta = temperatura média do ar (K)
ea = pressão parcial de vapor d´água da atmosfera (kPa),
n = insolação real (horas)
N = fotoperíodo (horas).
7. Balanço de energia

O critério para discriminar


clima seco de úmido não foi
estabelecido por Doorenbos & Pruitt
(1975), e talvez essas equações
sejam igualmente aplicáveis numa
mesma região tanto para meses (dias)
úmidos como para meses (dias)
secos.

⮚ Rn de um gramado também pode


ser estimada em função da
radiação solar global (Qg):

Rn = expresso em MJ m-2 dia-1.

Coeficientes = estimados a partir de análises prévias, e medidas no


município de Piracicaba-SP (Figura ao lado).
7. Balanço de energia
7.2 Balanço Global de Radiação em uma Superfície Vegetada

Qatm Qsup LE H

Qg
rQg
FLE1 FLE1

FH1 FH1
G

H = fluxo convectivo calor sensível;


LE = fluxo convectivo de calor latente;
G = fluxo por condução de calor no solo;
FH = fluxo advectivo de calor sensível (sentido horizontal predominante dos ventos);
FLE = fluxo advectivo de calor latente (sentido horizontal predominante dos ventos);
ΔH = armazenamento de calor sensível;
ΔLE = armazenamento de calor latente;
ΔF = energia fixada em sínteses biológicas (Fotossíntese).
7. Balanço de energia
Balanço Global de Radiação em uma Superfície Vegetada

Adotando-se valores positivos para a energia que entra e negativos


para a energia que sai do sistema:
Qg – rQg – Qsup + Qatm – H – LE + (FLE1 – FLE2) + (FH1 – FH2) – G + ΔH + ΔLE + ΔF = 0

Considerando desprezível a variação dos fluxos advectivos e de


armazenamento de calor (i.e. área com extensa bordadura), e inferindo-se que o
percentual de Rn usada na fotossíntese (ΔF) é menor que 3%, tem-se que:

❖ FLE1 - FLE2 ≈ 0
❖ FH1 - FH2 ≈ 0
❖ ΔH e ΔLE ≈ 0
❖ ΔF ≤ a 3% da Rn ≈ 0
7. Balanço de energia
Balanço Global de Radiação em uma Superfície Vegetada

Sendo Qg – r Qg - Qs + Qa = Rn, a equação básica do


Balanço de Energia se reduzirá a:

Rn - H - LE - G ≈ 0

Rn ≈ H + LE + G

⮚ A energia disponível ao sistema é distribuída entre os processos:


a) Aquecimento do ar e das plantas (H),
b) Aquecimento do solo (G),
c) Evapotranspiração (LE).

⮚ Portanto, toda vez que a superfície estiver bem umedecida, a


maior parte da energia disponível será utilizada na
evapotranspiração, o que representa aproximadamente 70% a
80% da Rn.
Obrigado!

derblai@ufg.br
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