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Instituto Brasileiro de Turismo

EMBRATUR

Fundação Getulio Vargas


Escola Brasileira de Administração Pública e de
Empresas

1° CURSO DE ECONOMIA E TURISMO PARA


JORNALISTAS
Programa do curso

1) Crescimento do número Turistas no Brasil


– Crescimento do turismo mundial
– Justificativas para esse crescimento
– A importância do turismo para o desenvolvimento econômico do
país.

2) Receita cambial do turismo


– Turismo como gerador de divisas
– Relação pendular com o cambio
– Conceitos de economia internacional (dólar, cambio, reservas,
sistema de cambio)
– Déficit x superávit

3) Vazamentos ( importações relacionadas ao turismo)


– Maximização de impactos econômicos
– Efeitos diretos e indiretos
4) Investimentos em Turismo
– Evolução da oferta turística
– Taxa de Juros e investimentos
– Investimentos de base imobiliária
– Caso Disney e resorts

5) Promoção de marketing no exterior


– Função demanda de turismo
– Decomposição das Variáveis
– Marketing é apenas uma delas
– Variáveis exógenas ( transporte aéreo, economia,
operadoras

6) Fonte de Dados
• O setor de Turismo realmente cresce a taxas
superiores a da economia mundial ?

• Quais as justificativas para esse crescimento ?

• E no Brasil ? Estamos crescendo? Em que


velocidade ?

• Maior ou menor do que a média mundial ?

• Por que desenvolver o turismo no Brasil ?


EVOLUÇÃO DO TURISMO MUNDIAL - OMT

900

800 763
697
700

600

500 458
400

300

200
166
100
25
0
1950 1970 1990 2000 2004

EM MILHÕES DE TURISTAS
• Evolução do turismo mundial.

• Crescimento sustentado nos últimos 55 anos.

• Baixa volatilidade frente as crises.

• Taxa média de crescimento acima da média da economia


mundial.

Justificativas ........
Campo social :

Modernização das leis trabalhistas

• Férias remuneradas

• Redução carga de trabalho semanal

• Desgaste físico e mental “stress” fuga de


rotina
 Campo econômico/tecnológico :

– Aumento da produtividade

– Distribuição de renda

– Redução da jornada de trabalho ( progresso


tecnológico)

– Setor de transporte ( redução das distancias)

– Construção ( hotéis e parques temáticos)


Campo político

• Maior interdependência entre as economias dos


países e no comércio internacional.

• Criação de blocos econômicos ( mercosul, nafta,


comunidade comum européia)

• Isenção de vistos de acesso.


Turismo no Brasil
BRASIL - ENTRADA DE TURISTAS ESTRANGEIROS

6.000.000
5.313
5.000.000 4.818 4.724

4.000.000 3.783

3.000.000 2.666

1.930 1.853
2.000.000 1.600 1.740 1.692
1.269
1.091
1.000.000

0
1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004
TURISMO NO BRASIL
HISTÓRICO
• Expansão da Oferta - O mesmo diploma legal que
criou a Embratur, instituiu os incentivos fiscais e
financiamentos para o setor hoteleiro.
• Programa de melhoria de Aeroportos
• Perfil do Rede hoteleira – Hotéis de Luxo
• Perfil do turista – Alto poder aquisitivo
• Resultado a partir da década de 90............. Nichos
de mercado criados começam a ser ocupados.
Tendências Positivas
• Importância política
• Novos investimentos ( publico e privado) 
• Importância  econômica. 
• Transformação de atrativos em produtos.
• Maior profissionalização do setor.
• Melhoria da qualidade dos produtos.
• Melhoria da infraestrutura turística.
• Estabilidade e retomada do crescimento econômico 
• (Possibilidade de planejar novos negócios).
• Redução nas taxas de juros 
• Inflação controlada.
• Retomada do crescimento mundial
RELAÇÕES INTERNACIONAIS

• As influências externas tem um efeito poderoso sobre a


economia.

• Uma economia esta ligada ao resto do mundo basicamente


através de dois canais externos:
– Conta Corrente ( Canal Comercial ).
– Conta Capital ( Canal Financeiro ).

• Conversão da moeda de um país em moeda de outro país.

  
RELAÇÃO COMERCIAL (Conta Corrente)

• Parte da produção de um país é exportada para outros


países.
• Parte do que é consumido é importado.

• Conta Corrente = Balança Comercial + Balança de Serviços +


Transferências Unilaterais.
• Balança Comercial = Importação e Exportação de
mercadorias.
• Balança de Serviços = Compra e Venda de serviços. (Conta
Viagens Internacionais)
• Transferências Unilaterais = Doações + Auxílios + Pensões.

 
Balança Balança Conta Viagem
Comercial Serviços Internacional
1995 (3.466) (18.600) (2.419)
1996 (5.599) (8.681) (3.598)
1997 (6.750) (10.989) (4.377)
1998 (6.604) (10.111) (4.146)
1999 (1.199) (6.977) (1.457)
2000 (698) (7.162) (2.084)
2001 2.650 (7.759) (1.468)
2002 13.121 (4.957) (398)
2003 24.794 (4.931) 218
2004 33.670 (4.773) 351
U$ MM
Fonte: BACEN 
RELAÇÃO FINANCEIRA (Conta Capital)

- Investidores  aplicam  seus  recursos  em  busca  de  melhores 


retornos sobre o seu ativo.

- Impactos  na  determinação  da  renda,  taxas  de  cambio  e 


juros.

- Compras  de  títulos  privados  ou  governamentais,  ações, 


investimentos diretos, empréstimos,  amortizações.

- Medidas compensatórias para déficits na conta corrente.
DINÂMICA

OFERTA
• Exportadores.
• Empresas que obtiveram empréstimos em moeda estrangeira.
• Turistas estrangeiros

DEMANDA
• Importadores
• Devedores em moeda estrangeira que precisam de divisas para
saldar suas dívidas.
• Turistas Brasileiros viajando para o exterior
SISTEMAS DE CÂMBIO

Cambio Fixo
• O Banco Central se compromete a vender a moeda
estrangeira num preço fixado.

Requisitos :
1) O País precisa ter e manter um alto volume de reservas para
atender eventuais excessos de demanda.
2) O País precisa apresentar baixas taxas de inflação, pois um
país com inflação gera um aumento na demanda por
divisas.
3) Necessidade que haja credibilidade na política cambial.

• Vantagem x Desvantagem

 
Câmbio Flutuante (Flexível)
• O Banco Central permite que e a taxa de câmbio se ajuste
para equacionar a oferta e a demanda por moeda
estrangeira.

Flutuação Limpa
• As taxas de câmbio são determinadas livremente nos
mercados de câmbio.
• Transações com as reservas oficias são iguais a zero.

Flutuação Controlada
• Na pratica, este sistema tem sido de flutuação com
intervenção ou também conhecida como suja.
• Banco Central intervêm na tentativa de influenciar as taxas
de câmbio.
Bandas Cambiais
• A política cambial passa a ser gerida por um sistema de
faixas de flutuação para a taxa de câmbio.

• A intervenção é dada sempre que as taxas de mercado


atingirem os limites superior ou inferior das faixas de
flutuação.
AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E O TURISMO

• O turismo é considerado uma “exportação invisível”.

• Difere da exportação de bens em dois um aspectos:

1 - O turista precisa se deslocar e ir até o país destino para


“consumir” os produtos e serviços do turismo.

2 - O nível de atividade econômica e o poder multiplicador


de geração de trabalho pode ser muito maior e a
distribuição de renda pode ser muito melhor
• Importante : Custos em atrair um turista estrangeiro.

• Mais da metade da receita bruta gerada pelo turismo


internacional em países em desenvolvimento, volta (vaza)
para os países desenvolvidos (Banco Mundial - Boo E.
-1990)

• Evitar : Fomentar a criação de empresas que possam suprir


as necessidades que virão futuramente com o turismo.

• Estabilizador do balanço de pagamentos, reduzindo a


sazonalidade verificada em países exportadores de
produtos agrícolas.
Análise econômica do turismo

• Número de turistas X Receita direta e indireta obtida


pelo turismo.
• Os gastos dos turistas são vistos como uma injeção de
recursos, via aumento da demanda na economia local
• Efeito cascata sobre a economia.
• Impactos
– Diretos: São os gastos feitos pelos turistas menos o
valor das importações.
– Indiretos: Atividade econômica gerada em
conseqüência das rodadas de compras e gastos
secundários.
– Induzidos: Novas atividades econômicas geradas
através de aluguéis e juros recebidos da atividade
turística.
Gastos Turísticos

Imp. R. familiar Neg. Locais Governo

Gastos Secundários

Imp. R. familiar Neg. Locais Governo

Gastos Secundários

Imp. R. familiar Neg. Locais Governo


• Para que se traduza os gastos dos turistas em impactos
econômicos, tem que se calcular os “multiplicadores” de
cada economia.

• Este conceito é baseado no reconhecimento os setores


econômicos são interdependentes.

• Qualquer mudança nos gastos turísticos afetará o nível de


produção da economia, a taxa de desemprego, a renda média
familiar, a receita do governo, a balança de serviços .....

• Conta Satélite de Turismo


Benefícios Custos
1. Financeiro 1. Financeiro
• Geração de divisas • Importações (vazamento)
• “Exportação invisível” • Repatriação de lucros e dividendos
• Aumento do PIB • Inflação 
• Arrecadação de impostos • Custos de oportunidade
• Geração de renda para empresas e 
indivíduos 
2. Trabalho
2. Trabalho • Meio expediente 
• Geração de trabalho e emprego • Sazonal 
• Importação de profissionais 
3. Desenvolvimento econômico qualificados
• Aumento da base econômica • Falsa sensação de 
• Ligação intersetorial empregabilidade.
• Novos negócios 
• Provisão de infra estrutura 3. Desenvolvimento econômico
• Promoção de desenvolvimento local  • Perigo da dependência (neo-
em áreas remotas. 
  colonialismo com empresas 
Estrangeiras)
Política Monetária

• Juros : principal instrumento de política monetária.

• Definição de Juros : Remuneração do capital.

• Os juros representam o pagamento pelo uso do capital e


teoricamente dependem da relação entre a oferta e a procura
de crédito ou dinheiro.
RELAÇÃO JUROS – DEMANDA AGREGADA

• Juros - demanda a prazo


• Juros – demanda a vista
• Juros – Poupança ( reduz/aumenta recursos para a compra)
• Juros - gastos do governo

• DINÂMICA
• Um aumento na taxa de juros direcionará a economia a um
período de recessão.
• Uma queda na taxa de juros direcionará a economia a um
período de expansão.

 
RELAÇÃO JUROS – OFERTA AGREGADA

• Juros - Investimento ( um projeto de investimento será empreendido


somente se a lucratividade esperada exceder os custos de contrair
empréstimos para financiá-lo, num montante suficiente para justificar os
riscos do projeto)

• Juros e gastos do governo (dívida pública)

• Juros e dívidas de produção


i
• Juros e incertezas

I
Investimentos
RELAÇÃO JUROS – CAMBIO

• Juros – Entrada de capital especulativo


• Juros – Fuga de capital especulativo
• Juros – Financiamento das exportações (EXIM Bank)

DINAMICA
• Relação Risco x Juros  
INCERTEZAS E DECISÕES DE INVESTIMENTO

• Dado que os agentes econômicos não possuem informações


completas sobre o comportamento futuro da economia, cada
um deles cria expectativas com base em um certo conjunto
de hipóteses.

• Com base nessas expectativas que se efetuam projeções


sobre variáveis tais como :
– taxa de inflação
– taxa de juros nominal
– taxa de juros real
– déficit no setor público
– desvalorização cambial
– crescimento do produto, etc...
• As previsões sobre o futuro entretanto nunca constituem
eventos certos, mas sim probabilísticos, ou seja as decisões são
tomadas num cenário de incerteza.

• A existência da incerteza quanto ao futuro proporciona riscos ao


investidor, e esses riscos se relacionam com a magnitude dos
ganhos ou das perdas resultantes nas decisões de investimento.

• Os riscos relativos ao recebimento de rendas no futuro poderão,


contudo, ser diminuídos:
a) Elaborando projetos
b) Aumentando garantias na elaboração de contratos
c) Fazendo seguros
d) Diversificando as aplicações.
Turismo no Brasil – Análise dos Investimentos

Direcionamento dos investimentos públicos


– Distribuição de Renda. 
– Influência política. 
– Tendências de mercado.

Direcionamento dos investimentos privados


– Demanda existente e potencial. 
– Aproveitamento de incentivos.
– Infraestrutura básica e turística oferecida.
– Estabilidade econômica.
– Pessoas qualificadas para administrar e operar os 
empreendimentos. 
Alguns Assuntos Interessantes

•Crescimento do turismo X Crescimento Econômico

• Boletim de Desempenho Econômico do Turismo

• Crescimento do turismo e inclusão social

• Planos Diretores Municipais e desenvolvimento da atividade


turística

• Petróleo e Turismo

• Analise microeconômica do turismo


Obrigado !

Luiz Gustavo M. Barbosa


Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
Fundação Getulio Vargas
Email : lbarbosa@fgv.br
Tel : 21 2559 5475/5476

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