Você está na página 1de 39

In RONCHI, L.H. & COELHO, O.G.W. (org.

) Tecnologia diagnóstico e planejamento


ambiental. Ed. UNISINOS, São Leopoldo. pp. 293-351

História das Araucariaceae: a contribuição dos fósseis para o


entendimento das adaptações modernas da família no
Hemisfério Sul, com vistas a seu manejo e conservação

Tânia Lindner Dutra & Anamaria Stranz

RESUMO .......................................................................................................................................................2
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................3
A DISTRIBUIÇÃO MODERNA DE ARAUCARIACEAE ........................................................................................4
ECOLOGIA DAS CONÍFERAS AUSTRAIS ..........................................................................................................8
Que elementos diagnósticos devem ser procurados no registro quando se deseja acompanhar a
evolução do grupo?..............................................................................................................................10
A paleogeografia e a história das Araucariaceae ..............................................................................11
Triássico Superior .................................................................................................................................12
Jurássico................................................................................................................................................14
Cretáceo ................................................................................................................................................15
Terciário ................................................................................................................................................21
Paleoceno ..............................................................................................................................................21
Eoceno ...................................................................................................................................................22
Oligoceno ..............................................................................................................................................24
Mioceno .................................................................................................................................................25
Plioceno.................................................................................................................................................25
Quaternário ...........................................................................................................................................26
Conclusão .............................................................................................................................................28
Referência Bibliográficas ....................................................................................................................29

__________________________________________
História das Araucariaceae: a contribuição dos fósseis para o
entendimento das adaptações modernas da família no
Hemisfério Sul, com vistas a seu manejo e conservação1
Tânia Lindner Dutra & Anamaria Stranz

Resumo
O registro fóssil de Araucariaceae é acompanhado na busca de elementos que permitam avaliar sua
reação às profundas mudanças paleoclimáticas e paleogeográficas ocorridas no passado geológico como
um modo de compreender suas modernas adaptações e a distribuição disjunta de suas florestas. Os
primeiros fósseis de coníferas datam do final do Triássico e estão distribuídos em várias partes do
Gondwana, embora limitados às paleolatitudes de 30oS e 50oS. Aqueles, capazes de ser associada a
Araucariaceae mostram uma mescla de caracteres encontrados em distintos grupos modernos e confirmam
para esse momento, o primeiro grande pico de aumento de diversidade dessas gimnospermas. No Jurássico
já estão estabelecidas no Gondwana e, a partir daí, irão gradativamente conquistar as terras setentrionais,
um processo que irá se estender até a parte basal do Terciário, mesmo após a chegada das angiospermas.
Sua restrição moderna ao Hemisfério Sul é aqui considerada uma conseqüência das grandes mudanças de
caráter tectônico, climático e ambiental, que ocorreram a partir da metade do Terciário (Oligoceno
Inferior), quando gradualmente o Hemisfério Norte é coberto pelo gelo, e como uma resposta às
modificações na circulação atmosférica e oceânica resultantes da separação da Antártica dos outros
continentes austrais. As estratégias que foram adotadas com vistas à sua sobrevivência são atualmente
mantidas e sua análise é útil para a compreensão de seus requisitos pretéritos e das mudanças ocorridas.
O registro fóssil demonstra ainda que, até o Jurássico, as secções Bunya (Hemisfério Sul) e Eutacta (no
norte) eram dominantes e que os gêneros Agathis e Wollemia surgem apenas no Cretáceo. Estes aspectos
contrastam em parte com o que tem sido proposto nas análises filogenéticas e cladísticas da família e seus
agrupamentos. A grande expansão numérica e espacial conseguida durante o Mesozóico irá interromper-
se no final do Terciário, quando apenas os membros de Eutacta demonstram estar preparados para os
novos climas e a geografia que se estabeleceu na parte oriental do Hemisfério Sul.

Abstract

The fossil record of Araucariaceae is accompanied during the changes in past geography and climates,
with the aim of contribute in the understanding of modern disjunct distribution of the family. Registered
since the Triassic in many parts of the Gondwana (between paleolatitudes 30oS and 50oS), with pollen and
distinct morphogenera (Araucariaxylon, Brachyphyllum, Araucarites) that exhibit a mix of characters
today found in distinct members of the family, the group corroborate this time like that for the first moment
of great diversity (heyday). In the Jurassic times unequivocally they are established. The fossil record since
then allows to pursuit their presence in Gondwana and their distribution in both hemispheres by the end of
Cretaceous and Lower Tertiary and how they answer to the arriving of angiosperms. Their nowadays
restriction to Southern Hemisphere is here proposed like a consequence of the great tectonic, climatic and
environmental changes occurred during the middle of Tertiary, more drastic in the north, and like a answer
to the changes in the atmospheric and ocean circulation patterns with the Antarctic drift apart from the
other continents. The strategies adopted to survive are now maintained and to look it are useful to
understand the past environmental requirements and distribution. The fossil record and paleofloristic
distribution also shows a dominance of Bunya (Southern Hemisphere) and Eutacta (in the north) sections
of Araucaria genus in the Jurassic and the emergence of Agathis and Wollemia in Cretaceous time. Those
aspects contrast in part with the recent cladistic groupment proposed to the family. The great spatial and
numerical expansion of the family during the Mesozoic will be retracted in the Tertiary, when members of

1
DUTRA, T.L. & STRANZ, A. (2003) História das Araucariaceae: a contribuição dos fósseis para o entendimento das
adaptações modernas da família no Hemisfério Sul, com vistas a seu manejo e conservação. IN: Luiz Henrique Ronchi
(Org.) Tecnologia, Diagnóstico e Planejamento, Editora UNISINOS, São Leopoldo. Vol. 1 (in press)
Eutacta emerge like the more prepared to the new climate and geographic conditions of the eastern South
Hemisphere lands.

INTRODUÇÃO
A importância das Araucariaceae para o estudo e a compreensão da vegetação do Hemisfério Sul é
bastante clara. A preferência dessas coníferas pelas costas submetidas a clima oceânico tornou-as
intimamente ligadas à cultura humana, encantando alguns por sua fisionomia exclusiva e despertando a
cobiça de outros por sua valiosa madeira. Esta relação se estabelece desde que os homens primitivos
começaram a habitar a Australásia e as Américas, e a historiografia mostra que, pelo menos desde cerca de
1.500 anos atrás, caçadores-coletores utilizaram suas sementes na alimentação (Cabral 2001, Schmitz e
Basile-Becker 1991).
Populações indígenas mais recentes (cainguanges no Brasil, mapuches no Chile e Argentina e
maoris na Australásia) mantiveram essas ligações, habitando e protegendo suas florestas, utilizando-as
como moradia e retirando daí o alimento.
No século XVIII, a leitura dos clássicos gregos incentivou os naturalistas e exploradores europeus
em suas navegações pelas míticas terras do Hemisfério Sul, permitindo os primeiros contatos com sua flora.
Conta Gray (1994) que o capitão James Cook só aportou às costas da Nova Caledônia em sua primeira
expedição pelo Pacífico (1768-1771) pela insistência dos botânicos David Solander e Joseph Banks,
fascinados pela peculiar aparência da Araucaria columnaris (G. Forst.) Hook.
Um século mais tarde, quando da chegada ao Novo Mundo, os colonizadores empregariam sua
madeira na construção de casas e como atividade exploratória. As araucárias iriam se tornar as coníferas
mais importantes economicamente na América do Sul e uma das mais destacadas na Australásia,
ocasionando uma devastação ainda mais pronunciada de suas matas (Shimizu e Oliveira 1983, Veblen et al.
1995). No Brasil, entre 1958 e 1987, chegaram a constituir 90% da exportação madeireira e o segundo
maior bem nessa atividade logo após o café.
A presença de Araucaria angustifolia Bert. (O.) Kuntze na vegetação brasileira sempre chamou a
atenção dos estudiosos por suas ligações andinas ou antárticas, estranhas ao caráter tropical dominante.
Para Rambo (1951), dava à flora do sul do Brasil um caráter “misto”, enquanto outros a consideraram o
“problema mais obscuro da vegetação” (Hueck 1972 e 1978, Leite e Klein 1990, Leite 1994).
A necessidade de compreender essa distribuição norteou as primeiras abordagens com caráter mais
científico e que se seguiram aos trabalhos pioneiros e naturalísticos de Saint-Hilaire (1820-1821), Martius
(1906), Lindman (1906) e, a partir de 1931, da notável contribuição do Pe. Balduíno Rambo. Os estudos
podem ser subdividos em três fases, segundo o enfoque e o tempo que representam.
A primeira dessas fases inicia entre as décadas de 1930 e 1950 e coincide com o período mais
intenso da exploração da madeira (Krug 1964, Maack 1968). As pesquisas buscavam avaliar a extensão
territorial das áreas ocupadas pelo pinheiro e já manifestavam a preocupação por seu corte indiscriminado
(Laboriau e Mattos Fo 1948, Aubréville 1949, Rambo 1956, Klein 1960, Hueck 1961 e 1978, Reitz e Klein
1966). Abriram espaço para as abordagens sistemáticas e ecológicas, que iriam se efetivar décadas mais
tarde (Backes 1973 e 1983, Ferreira e Irgang 1979, Cozzo 1980), e para as primeiras iniciativas, nem todas
efetivas e funcionais, da criação de áreas protegidas e de manejo nacionais (e.g. Florestas Nacionais, de uso
direto e Parques Nacionais, de proteção integral) e estaduais (Garcia et al. 1978, Salomão 1997). Órgãos
públicos, com vistas a favorecer a restauração dessas florestas, também foram criados (Instituto Nacional
do Pinho, em 1940, e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal). Apesar disso, nos anos 1970, o
ritmo de desmatamento no sul do Brasil era de aproximadamente 80.000 ha/ano (Gantzel 1982).
A segunda fase é caracterizada pelas tentativas de realizar um mapeamento sistemático, a criação
de bancos de sementes e para experimentos com crescimento. Coube prioritariamente aos engenheiros
florestais (Garcia et al. 1978, Soares 1979 e 1980, Shimizu e Oliveira 1983, Seitz 1986, Teixeira et al.
1986, Carvalho 1994, Guerra e Reis 1999) e permitiu avaliar que dos aproximadamente 20 milhões de
hectares (182.295,00 km2 ou 35% da vegetação do sul do Brasil) cobertos pela mata de pinheiros até a
década de 1930 (Hueck 1972, Seitz 1982, Mattos 1994) restava nas décadas de 1980-1990 uma proporção
variável entre 2,8% (Seitz 1986) e 10% (Leite e Klein 1990). Na Nova Zelândia e Austrália esse índice é
similar (5%) e o principal fator para sua redução teria sido o fogo induzido pelo homem (Enright e Ogden
1995).
No Chile, as florestas remanescentes de A. araucana estendem-se atualmente sobre 253.715
hectares, dos quais 122.679 ha (48,4%) se encontram em Parques Nacionais (Mujica 2003). Na Argentina,
Rechene e Bava (2003), por meio de mapeamento por fotos aéreas, encontraram 40% de florestas originais
ainda intactas, atribuindo como fatores de degradação dessas florestas à exploração florestal, aos incêndios
e ao uso pastoril.
A produção mais recente e característica da terceira fase foi incentivada pela constatação de que os
danos causados haviam sido tão profundos, que, se medidas urgentes e novas metodologias não fossem
empregadas, talvez não pudessem mais ser revertidos. Divide-se entre aqueles que sugerem procedimentos
para sua conservação (Richter 1998, SOS Mata Atlântica 2001, Rio Grande do Sul 2002) e os que abordam
sua ecologia, paleoecologia (Enright e Hill 1995, Fernandes e Backes 1998, Kershaw e Wagstaff 2001) e
fitogeografia da América do Sul (Bolzon e Marchiori 2002, Parodi 2002, Leite 2002, Roderjan et al. 2002,
Mujica 2003, Rechene e Bava 2003). Em termos práticos tem servido de estímulo para a proposição de
novas áreas de preservação (Parques Nacionais da Serra Geral e Aparados da Serra, criados no Rio Grande
do Sul, em 1992), embasados no fato de que pinheiro seria um de taxa em vias de extinção (Carvalho 1994,
Richter 1998) ou vulnerável (Portaria Instituto Brasileiro do Meio Ambiente - IBAMA, n.º 37-N, de 3 de
abril de 1992, Hilton-Taylor 2000).
As novas técnicas de abordagem marcam este último período, tais como o uso de imagens de
satélite em conjunto com criação de sistemas de informações geográficas, além do seqüenciamento gênico.
O primeiro já produziu alguns resultados práticos na avaliação das áreas remanescentes e seu
comportamento espacial (Gantzel 1982, Ducati et al. 1999, Stranz et al. 2000 e 2001, Diverio et al. 2001 e
2002). Sugerem para o sul do Brasil uma retomada dos espaços, favorecida pelo clima e pelas medidas
restritivas ao corte. A análise molecular, buscando estabelecer as relações filogenéticas entre os
representantes modernos e o comportamento genético da população, com vistas à recuperação da
biodiversidade, também como veremos, já forneceu seus primeiros resultados (Setoguchi et al. 1998, Auler
2000, Graham et al. 2002).
Em que pese essa nova postura e as contribuições daí advindas, muitos aspectos permanecem,
contudo, duvidosos. Não se conhece, por exemplo, as verdadeiras causas de sua moderna distribuição
disjunta na América do Sul e Australásia (Dutra et al. 1999, Platt 2002), e muito ainda há que descobrir a
respeito dos inúmeros parâmetros ambientais que governam seu desenvolvimento.
Ao analisar sua história pretérita e o contexto onde viveram (paleoflorística), almeja-se aqui
fornecer novos elementos que possam contribuir à resolução de alguns desses aspectos e tornar sua
presença em nossa flora “menos problemática e obscura”. O registro fóssil é acompanhado desde o
aparecimento das primeiras formas relacionadas com a família Araucariaceae, e evidências sobre como
enfrentaram as grandes mudanças paleogeográficas e paleoclimáticas são apresentadas à discussão,
incluindo os novos dados provenientes das pesquisas brasileiras na Antártica e no sul do Brasil.

A distribuição moderna de Araucariaceae

A família Araucariaceae possui hoje uma distribuição dominantemente austral e que contrasta
aquela mais ampla que possuía durante o Mesozóico. Esta deve ter sido a razão para que muitos
pesquisadores a considerassem um grupo relictual, argumento de difícil sustentação quando se observa seu
comportamento na Australásia e, em especial, na Nova Caledônia, onde hoje vivem 13 de suas 19 espécies
(De Laubenfels 1972, Veillon 1980). Enright et al. (1999) sugerem que a grande concentração de espécies
nestas áreas é uma boa evidência de que aí estão as condições adequadas para a sua sobrevivência.
A maior parte dos representantes modernos vive em florestas úmidas (rain forests) de locais
submetidos a um clima mesotérmico subtropical ou temperado (Strahler e Strahler 1989, Nimer 1990) e
próximo, mas não ao nível do mar. As exceções são a forma andina Araucaria araucana (Mol.) Koch., da
América do Sul, que suporta invernos secos e frios, e as que vivem em solos calcários do litoral da Nova
Caledônia, A. columnaris (G. Forst) Hook e A. nemerosa K. (Veblen et al. 1995). Sua distribuição sugere
um comportamento vicariante e governado pela separação dos continentes que formavam o Gondwana.
Dos três gêneros que compõem a família moderna, Wollemia é representado por uma única
espécie, W. nobilis Jones, Hill & Allen (Jones et al. 1995), e exclusivo do sudeste da Austrália. Agathis
apresenta 20 espécies e é exclusivo da Australásia e ilha norte da Nova Zelândia, e Araucaria é o mais
abundante, diversificado e com maior amplitude geográfica (Figura 1).
Araucaria contém 4 secções: Columbea (ou Araucaria de Setoguchi et al. 1998), exclusiva da
América do Sul e com duas espécies (A. angustifolia e A. araucana); Bunya, restrita a Austrália e
representada pela espécie A. bidwilli; Intermedia, também com uma única espécie, A. hunsteinii da Nova
Guiné, e Eutacta, que possui o maior número de espécies (15) e a mais ampla distribuição geográfica, mas
limitada ao setor oriental (Nova Guiné, Austrália, ilhas Norfolk e Nova Caledônia).

Figura 1 – Distribuição geográfica e número de espécies dos gêneros modernos de Araucariaceae.

Para Kershaw e Wagstaff (2001), a abrangência espacial desta última secção poderia representar
uma maior antiguidade no registro geológico. Este argumento não encontra, contudo, sustentação nem entre
os caracteres presentes nos primeiros fósseis, nem como mecanismo evolutivo esperado diante das grandes
mudanças ambientais porque passou o planeta ao longo de sua história mesozóica. Parece refletir melhor
sua adaptação às novas condições ambientais e paleogeográficas impostas pela separação dos continentes.
As propostas filogenéticas e de agrupamento das formas modernas apresentadas por Setoguchi et
al. (1998) e Graham et al. (2002), baseadas no seqüenciamento gênico de bases do gene rbcL do DNA dos
cloroplastos, também mostram, ao lado de muitos aspectos interessantes, algumas divergências em relação
aos dados do registro. Os primeiros analisaram material genético de 29 formas modernas da família e,
associando caracteres anatômicos, como o número de cotilédones e a posição dos cones masculino e
feminino, propuseram o cladograma reproduzido na Figura 2. Sugere uma origem monofilética para a
família, a consistência das secções modernas de Araucaria e uma maior proximidade entre Bunya,
Intermedia e Columbea entre si do que com Eutacta (caracterizada por cones masculinos terminais e a
orientação oblíqua ou perpendicular dos estômatos na folha). Atesta ainda a relação entre as duas formas
americanas (A. angustifolia e A. araucana) e de Agathis ovata com os representantes de Araucaria da Nova
Caledônia. Estes mostram grande proximidade e refletem a rápida irradiação adaptativa às novas condições
edáficas surgidas após o final do Eoceno naquele local. Derivados da alteração de rochas ultramáficas, os
solos deram origem a uma paisagem esclerofílica e heliófita (maquis), onde os pinheiros se distribuem
desde os 100 até os 900 metros de altitude (Jaffré 1995).
Figura 2 – Proposta filogenética para Araucariaceae Henkel & W. Hochst. 1865, modificada a partir dos dados
apresentados por Setoguchi et al. (1998).
Discorda, contudo, dos dados do registro fóssil que analisaremos a seguir, ao mostrar Wollemia
como um taxa basal e seguido de Agathis, ambos dotados de características vegetativas e reprodutivas
ausentes entre os fósseis mais antigos. A identificação de Wollemia nas florestas de Eucaliptus do leste da
Austrália é, no entanto, muito recente e ainda não foi acompanhada de uma revisão mais profunda no
documentário fóssil. De qualquer modo, mostra estruturas distintas daquelas conhecidas para as primeiras
formas no registro. Por outro lado, Araucaria sect. Bunya, cujas características se manifestam desde cedo
no registro, são sugeridas nessa proposta cladística como formas derivadas. É visível, portanto, que as
relações filogenéticas acima do nível específico ainda se mantêm pouco claras (Codrington et al. 2002).
No Brasil, um trabalho com esse caráter foi realizado por Auler (2000), utilizando formas de A.
angustifolia em populações de Santa Catarina, e serviu para, através da distribuição de alelos nas enzimas,
indicar uma maior variabilidade intra do que interespecífica e como alerta para os perigos que a
fragmentação das matas pode causar na freqüência e dinâmica dos alelos.
Para o pinheiro brasileiro (A. angustifolia), a maior parte dos autores aponta uma distribuição entre
as longitudes de 45oW e 55oW e entre os paralelos 20oS e 29oS. Apesar disso, alguns estudiosos sugeriram
uma maior amplitude latitudinal (15o a 30oS, para Martius 1924 e Rambo 1956), mais de acordo com os
novos estudos aqui analisados. Além das áreas do sul do Brasil, aparece ainda no nordeste da Província de
Misiones, Argentina (Figura 3), onde se desenvolve a cerca de 800 metros de altitude, em uma pequena
área, cujo limite sul é a cidade de San Pedro e coincidente com os declives orientais dos rios que descem da
Serra Central da Província (Ragonese e Castiglione 1946, Cabrera 1951, Parodi 2002). Sua suposta
presença no Paraguai não foi confirmada posteriormente (Hueck 1961 e 1972 e Mattos 1994).
A. angustifolia caracteriza a Floresta Ombrófila Mista ou com Araucária (Klein 1960, Carvalho
1994, Mattos 1994, Rizzini 1997, Teixeira et al. 1986, Veloso et al. 1991, Leite 2002), uma formação de
climas muito úmidos e que associa elementos tropicais afro-brasileiros a tipos temperados, de origem
austral (352 espécies, segundo Leite 2002). Segundo Cabrera e Willink (1980), o Distrito dos Pinhais
insere-se na Província Florística Paranaense, a mais diversificada do Domínio Amazônico. A Reserva da
Biosfera incluiu-a recentemente no Bioma da Mata ou Floresta Atlântica (Chiappetti 2001), um enfoque
que não tem apoio nos requisitos ecológicos, de fisionomia e de relação entre os elementos, mas justificável
diante das intenções protecionistas e dos aspectos climáticos mais globais que condicionam seu
crescimento.
Nas áreas típicas de ocorrência no Brasil (especialmente Paraná e Santa Catarina), costuma formar
uma cobertura contínua (pelo menos esta era a situação até o início de seu intenso desmatamento),
intercalada apenas por manchas de campos, sobre o Planalto composto de rochas ígneas (basaltos e
riodacitos, segundo MME/DNPM 1989). Constituía o elemento dominante e, muitas vezes, o mais abundante
no dossel, o que conferia uma fisionomia própria às formações. Podem ocorrer ainda, na borda sul e leste
dos canyons que margeiam as elevações (Formação Montana de Leite e Klein 1990 e Leite 2002), nos vales
que daí descem, onde se alinham acompanhando os sistemas de drenagem, sujeitos a inundações ocasionais
(Formação Aluvial) e em “capões” ou fragmentos de mata, na parte mais elevada do planalto coberta por
campos de altitude, onde ocupam as porções protegidas das nascentes dos rios (Formação Altomontana).
Nas áreas mais baixas de savana podem aparecer como indivíduos isolados e, em geral, mais jovens. Esta
última paisagem é a dominante no Rio Grande do Sul e considerada relíquia de climas anteriores mais secos
(James 1942, Hueck 1952, Rambo 1956, Hueck 1961, Leite 2002, Quadros e Pillar 2002, Marchiori 2002),
um aspecto que concorda com os espectros polínicos quaternários disponíveis (Lorscheiter 1983, Behling
1997 e Behling et al. 2002).
Essa distribuição sugere uma variação altitudinal, confirmada pelos estudos realizados. Em áreas
mais ao norte (Minas Gerais, Serra do Caparaó, limite com o Espírito Santo, Itatiaia, Serra da Mantiqueira e
dos Órgãos, no Rio de Janeiro e em São Paulo), crescem entre 1.400 e 1.800 metros, ocasionalmente a
2.000 metros, representando o limite altitudinal da floresta e compensando a menor latitude (Parodi 2002).
No Rio Grande do Sul, inversamente, são registrados em faixas mais baixas de altitude (Veloso et
al. 1991, Leite e Klein 1990, Backes 1999 e Leite 2002), aparecendo como fragmentos mais restritos de
floresta entre as áreas da savana parque de média altitude (300–400 metros), tanto em São Martinho e
Tenente Portela, no centro-norte (Mattos 1972, Teixeira et al. 1986), como em formações submontanas
disjuntas, abaixo dos 30oS, sobre áreas do Escudo Sul-riograndense (Figura 3), noticiadas por Leite (2000)
e De Lima et al. (2002). Também o embasamento aí é distinto das áreas do Planalto, sendo composto por
rochas ígneas do tipo gnaisse, de idade Proterozóico (Chemale Jr. 2000, Porcher e Lopes 2000). Esta última
área nem sempre foi reconhecida como natural para o crescimento do pinheiro (Garcia et al. 1978, Guerra e
Reis 1999) e não havia sido indicada na obra de Rambo (1956) que, além disso, limitou o crescimento das
matas a um mínimo de 500 metros de altitude. Alguns pesquisadores, contudo, apóiam seu caráter
espontâneo (Leite e Klein 1990, Leite 2002, Mauhs 2002). Embora ainda não existam dados suficientes
para confirmar seu caráter nativo, a análise fitossociológica preliminar e as condições edáficas (solos
ácidos) e climáticas mostram muitos aspectos similares aos presentes no Planalto (De Lima et al. 2002).

Figura 3 - Distribuição de A. angustifolia a partir do levantamento de Hueck (1952), Teixeira et al. (1986) e Mattos
(1994). As áreas em cinza mais claro, ao sul, embora não sejam consenso entre os botânicos, são propostas
como naturais por Hueck (1953), De Lima et al. (2002) e Leite (2002) quanto a seu caráter espontâneo.

Para Hueck (1941) e Maack (1968), os pinheiros poderiam se desenvolver naturalmente em vales
protegidos pela concentração do frio e da umidade, fazendo com que seu limite inferior de ocorrência
baixasse até 200 metros no sul e 700 metros em São Paulo e Minas Gerais. Pitcher (1975) e Gurgel Fo e
Pisani (1975) examinaram ocorrências em áreas entre 250 e 198 metros de altitude em Lauro Müller, Santa
Catarina, também considerando-as como naturais (Leite 2002). Para Leite e Klein (1990), formações desse
tipo, similares também aos “capões” do Planalto, seriam um bom retrato dos processos ocorridos logo após
as fases de frio e seca do Quaternário, quando a partir dos vales e de corpos fragmentados de floresta
gradativamente coalesceriam formando corpos mais contínuos.
A única outra espécie americana, A. araucana, distribui-se entre as latitudes de 37o30’S e 39o48' S
(Zona de Araucana), coincidindo em parte, no Chile,
com as Florestas Valdivianas (Hoffmann 1994,
Rechene e Bava 2003). Apresenta uma distribuição
disjunta em dois núcleos principais (Figura 4). O
primeiro e mais contínuo abrange ambos os lados da
Cordilheira dos Andes e desenvolve-se, como esperado,
sobre solos derivados do vulcanismo. O segundo
consiste de dois pequenos fragmentos de mata junto à
Cordilheira de Nahuelbuta, próximo ao Oceano
Pacífico, formada por rochas graníticas, metamórficas
(Armesto et al. 1995) e sedimentares (Peralta 1980),
que originam solos arenosos, bem drenados e ácidos.
As altitudes variam entre os 1.800 a 1.400 metros no
norte e 600 metros no sul, para ambas as ocorrências. A
pluviosidade varia entre os 1.500 mm e 3.000
mm/m/ano, na costa, com máximos de 5.000 Figura 4 - Distribuição de A. araucana no Chile e
mm/m/ano. Tipos variados de Nothofagus são seus Argentina, a partir de dados de Armesto
acompanhantes preferenciais (Veblen et al. 1995). et al. (1995) e Hoffman (1994).
Ecologia das coníferas austrais

As coníferas compartilham atributos ecofisiológicos que as distinguem das plantas com flores
(Kershaw e McGlone 1995) e de outros grupos de gimnospermas. Suas folhas pequenas e endurecidas e os
caules menos eficientes no transporte dos fluidos e soluções, já que possuem apenas traqueídeos, limitam e
retardam seu crescimento e o desenvolvimento das sementes e plântulas. As folhas são também menos
vascularizadas e limitadas quanto às possibilidades de variar em forma e tamanho, o que pode ser a causa
de sua menor tolerância aos locais sombreados. A menor eficiência fisiológica é, contudo, compensada pelo
caráter perene e longevo dos indivíduos, garantindo o tamanho e porte expressivo e uma maior resistência
às condições adversas.
As formas do Hemisfério Sul têm sua regeneração restringida em solos muito férteis e úmidos e
em zonas de clima quente, onde as pteridófitas e angiospermas são favorecidas (exceção feita a alguns tipos
de Podocarpus). Assim podem viver em locais caracterizados por grande perturbação ambiental e solos
instáveis (Ogden e Stewart 1995), lixiviados, secos ou congelados e mais empobrecidos em nutrientes, onde
a possibilidade de desenvolvimento do estrato superior da floresta de angiospermas seja reduzida,
garantindo-lhes a luz (Rogers 1954, Klein 1960, Backes 1973, Ferri 1980, Bond 1989). Cestaro (1988)
aponta uma redução de 94% da luminosidade no interior da mata de pinheiros no sul do Brasil em relação
às áreas de campo.
Araucaria araucana, A. hunsteinii, Agathis australis e algumas Cupressaceae e Taxaceae, por
exemplo, costumam formar conjuntos densos após perturbações pelo fogo, deslizamentos, enxurradas e
erupções vulcânicas (Enright e Ogden 1995). Veblen et al. (1995), chamam a atenção para a coincidência
entre a distribuição moderna de A. araucana e as áreas submetidas a vulcanismo ativo, onde seria a
primeira colonizadora das tefras, junto com Nothofagus antarctica. Rechene e Bava (2003) por meio de
estudos silvícolas para A. araucana na Argentina, também descrevem os solos provenientes da alteração de
cinzas vulcânicas como sendo a litologia preferencial para a distribuição da espécie. As cinzas sofrem um
processo de erosão, que dá lugar a argilas de diferentes características (alofanização), que aumentam a
capacidade de retenção de umidade e compostos orgânicos. Estas características permitem o
desenvolvimento da floresta, mesmo quando ocorre um verão com déficit hídrico.
É importante apontar que essas condições instáveis não devem ser encaradas como “ótimas” para
seu crescimento, mas apenas o que lhes restou, por oferecer menor grau de competitividade.
Esta é provavelmente também a razão porque a maioria dos autores atribui um comportamento
pioneiro para A. angustifolia nas sucessões (Rambo 1956 pg. 267, Klein 1963, Reitz e Klein 1966, Rizzini
1997, Leite 2002), após uma primeira consideração de que seria uma espécie sere ou intermediária (Rogers
1954, Soares 1990). Os aspectos que veremos a seguir e seu comportamento no passado sugerem a primeira
dessas categorias como a mais coerente.
Para Rizzini (1997), as características heliófitas de A. angustifolia, uma das razões apontadas para
seu comportamento pioneiro, estariam demonstradas em suas folhas esclerofíticas, de cutículas espessas,
estômatos aprofundados na epiderme e abundante esclerênquima. Embora estes parâmetros pudessem
demonstrar também uma resposta à restrição hídrica, como ocorre em outros vegetais, tal hipótese seria
incongruente com as áreas permanentemente úmidas onde atualmente cresce o pinheiro brasileiro. A
intolerância do pinheiro aos locais com déficit hídrico foi apontada igualmente por Golfari (1963) e
encontra suporte na presença de folhas perenes e no grande número de estômatos identificados por Stockey
e Ko (1986) e Dutra e Stranz (2000). Estes aspectos tendem a apoiar, portanto, a heliofilia das folhas como
um caráter relacionado a seu comportamento pioneiro.
Segundo Inoue et al. (1979), apenas excepcionalmente as araucárias poderiam tolerar a falta de luz
nas fases iniciais, mas teriam seu crescimento retardado. Apesar disso, trabalhos recentes de Duarte e
Dillenburg (2000) e Duarte et al. (2002) têm contestado a necessidade da luz nas fases iniciais e sua
condição de planta pioneira. Os experimentos feitos mostram, no entanto, que os vários graus de sua
tolerância à sombra só foram observados em áreas de replantio e em condições de laboratório, não tendo
sido registrados em matas naturais. Entre os aspectos apontados pelas autoras como antagônicos a seu
possível caráter pioneiro, alguns estão realmente presentes em A. angustifolia (índices elevados de
fotossíntese), enquanto outros são mais característicos das angiospermas (vida curta e alta taxa de
substituição das folhas). De qualquer modo, destaca-se entre as conclusões obtidas a possibilidade de que
outros fatores governem sua germinação e regeneração e que devem ser considerados nos projetos de
replantio.

Também os bosques de A. araucana mostram que a disponibilidade de luz e as áreas abertas são
condição favorável para seu desenvolvimento. Em ambientes mais mésicos, onde se forma um dossel mais
denso, gradativamente reduz-se a poucos indivíduos e acaba por ser substituída na sucessão (Veblen et al.
1995). Em um experimento realizado em uma área de 41.000 hectares de bosque puro de A. araucana na
Argentina, onde a cobertura do dossel superior alcançava 89%, ocorreu a regeneração de 7.500 indivíduos
por hectare, distribuídos em todas as classes de altura e cobrindo a área de maneira homogênea. Assim, a
ampla cobertura não influenciou o estabelecimento de novos indivíduos (Rechene e Bava 2003).
Essa particularidade das coníferas tem profunda implicação evolutiva. Como veremos neste
trabalho é apontado também por Rizzini (1997), a mescla de caracteres aparentemente antagônicos
(esclerofilia e bons teores de umidade no ambiente) não é tão rara entre os vegetais, podendo refletir a
manutenção de caracteres primitivos, que a planta não teve plasticidade genética para suprimir. Os
esclerófilos heliófitos e as coníferas em geral são, coincidentemente, as plantas com menor plasticidade
(Rizzini 1997, p. 283). Já as plantas com flores podem alterar rapidamente a fisionomia dos caules e folhas,
mesmo em um único indivíduo, adaptando-se melhor a novos condicionantes ambientais. Esta é inclusive a
razão por que apenas as últimas são utilizadas pelos paleobotânicos quando desejam informações
paleocológicas (Webb 1959, Dolph e Dilcher 1980).
Nas araucárias, as cutículas espessas das folhas e o aprofundamento dos estômatos poderiam
representar caracteres putativos, adquiridos como resposta aos grandes espaços bem iluminados do
Mesozóico. A partir do advento das angiospermas, no limite Juro-Cretáceo, teriam se associado a novas
adaptações, como, por exemplo, o grande número de estômatos, úteis à vida nas latitudes e altitudes mais
altas, em geral dotadas de maior umidade. A falta de cutículas preservadas em fósseis do Mesozóico,
impede, contudo, no momento, a correta avaliação desses elementos.
A vida longa e as folhas perenes e esclerófilas incluem as coníferas no grupo das plantas ditas
“econômicas ou avarentas” (hoarders ou savers) de Boersma et al. (1991), ou seja, que fazem uso eficiente
dos nutrientes e, portanto, capazes de ocupar solos menos favoráveis. Vitousek (1982) demonstrou em
florestas de coníferas do Hemisfério Norte um consumo mais rápido do nitrogênio, testado igualmente em
florestas austrais (Armesto et al. 1995). Segundo Schmithüsen (1966), quando as condições se tornam
impróprias, as formações com pinheiros respondem fragmentando-se. Quando retornam as condições
adequadas, como hoje ocorre na América do Sul e desde o último glacial, reconquistam os espaços.
Outro aspecto importante diz respeito ao comportamento das coníferas diante das queimadas. O
alto teor de compostos voláteis em suas folhas provoca sua rápida combustão e pode eliminar grandes áreas
de florestas. Além disso, ao contrário das formas setentrionais, os tipos austrais não possuem boa
capacidade de regeneração, exceto talvez os indivíduos já bem desenvolvidos, cujo córtex espesso age
como proteção e permite a regeneração por meio de ramos epicórmicos (Rogers 1954, Veblen et al. 1995).
Para Nitma (1968) e Quadros e Pillar (2002), o curto tempo de vida da semente nos ramos não garantiria
aos pinheiros, especialmente às formas jovens, defesa diante das queimadas. Entretanto, o uso de
queimadas chegou a ser defendido por alguns pesquisadores (p. ex., Soares 1980 e 1990) como forma de
patrocinar a abertura de espaços para sua propagação.
Para A. angustifolia em síntese, os seguintes requisitos ecológicos e ambientais, além dos já
comentados em termos de altitude e latitude, parecem ser importantes, por garantir um clima mesotérmico
superúmido e uniforme, sem estação seca: 1) índices pluviométricos elevados, variáveis segundo os
autores, entre 1.250 a 2.200 mm/média anual, nunca inferiores a 1.000 mm de média anual (Huek 1972,
Nimer 1990, Rizzini 1997); 2) temperaturas amenas, com médias anuais entre 10 e 15oC; 3) mínimas
absolutas de – 8oC, média do mês mais frio entre 8 e 14oC e com geadas entre 20-30 dias ao ano e neve nos
estados do Sul em não mais do que um dia por ano (Nimer 1990, Backes 1999); 4) médias do mês mais
quente, entre 18 e 23oC (Golfari 1963, Monteiro e Speltz 1980, Shimizu e Oliveira 1983, Nimer 1990,
Diverio et al. 2000); 5) solos pouco espessos e ácidos, com horizontes húmicos também delgados (20 cm
em média), argilosos, ricos em alumínio trocável (álicos) e com índices de pH entre 4,2 e 5,5 (Hueck 1961
e 1972, Backes 1983, Jarenkow 1985, Diverio et al. 2001 e 2002).
Os primeiros dois parâmetros caracterizam o clima como do tipo Cfa (e Cfb, em áreas elevadas) no
sistema de Köppen, típico do sul do Brasil e da Província de Misiones na Argentina (Golfari 1963, Quadros
e Pillar 2002). A alta pluviosidade resulta, entre outros fatores, do confronto entre as massas de ar frio polar
e as aquecidas da Zona de Convergência Intertropical (ICZ ou ZCAS de Sanches e Silva Dias 1996). A
distribuição preferencial das florestas sobre as áreas montanhosas da margem do Atlântico, que atuam
represando as correntes de ar úmido do oceano, é, portanto, também coerente.
Essas observações são úteis no sentido de desmistificar a imagem das Araucariaceae como
indicadoras de frio, em parte incutida pela iconografia divulgada a partir das formas setentrionais. Estas
coníferas são, pelo contrário, termofílicas, um caráter testável também no lado australiano da distribuição.
A significativa produtividade primária (7.2 a 6.4 t/ha/ano, conforme os locais) e a expressiva produção de
folhedo total (mais da metade do material da mata), apesar de sua difícil decomposição (cerca de 500 dias),
apóiam a caracterização de seus biomas como subtropicais (Britez et al. 1992, Backes et al. 2000).
Neste aspecto, apenas A. araucana entre as formas modernas mostra um comportamento distinto.
Suporta condições mais contrastantes de umidade, com teores que variam grandememente entre as áreas do
leste (com até 4.000 mm/média/ano) e do oeste da Cordilheira dos Andes (1.100 mm/média/ano), verões
secos e invernos com solos congelados (Veblen et al. 1995). A umidade aí presente resulta do sistema de
contralíseos (alíseos de oeste), que influem sobre as latitudes temperadas do globo.

Que elementos diagnósticos devem ser procurados no registro quando se deseja acompanhar a
evolução do grupo?

Os estudiosos são unânimes em apontar que a maior dificuldade em identificar o momento de


origem das primeiras Araucariaceae é reconhecer, entre os fósseis, os caracteres morfológicos que
demonstram reais afinidades com a família (Meyen 1987, Taylor e Taylor 1993). Do estoque de coníferas
que ultrapassou o limite Permiano–Triássico, mesclando morfologias presentes em diferentes grupos
modernos, quais conteriam as feições diagnósticas capazes de identificar o(s) ancestral(is)? Diante do
caráter fragmentário dos elementos no registro, como diagnosticar suas reais afinidades?
Durante as fases que antecedem o seu recobrimento pelos sedimentos, as plantas, muitas vezes,
perdem suas conexões orgânicas e, assim, dificultam uma atribuição taxonômica segura de seus fósseis
(Taylor e Taylor 1983, Stewart 1987). Conhecer as características de cada uma das partes de uma conífera
é, por isso, importante e, neste aspecto, as formas modernas são a ferramenta utilizada.
A natural resistência da madeira faz com que os lenhos sejam um dos elementos mais comuns no
registro. Em grande parte deles, no entanto, preservam-se apenas as feições do xilema secundário, razão por
que, quando “caracteres araucarióides” estão presentes, são atribuídos apenas a morfogêneros, tais como
Dadoxylon Endlicher e Araucarioxylon Kraus (recentemente incluídos em Agathoxylon por Bamford e
Philippe 2001). Muitas vezes, e em especial em sedimentitos do início do Mesozóico, podem estar ainda
associados a partes vegetativas de pteridospermas (Herbst 1966) ou compartilhar caracteres com outros
grupos de coníferas, dificultando ainda mais sua identificação. É importante, por isso, saber que em formas
modernas da família o xilema secundário é picnoxílico, com pontuações areoladas (bordered pits)
hexagonais e unisseriais, raramente bisseriais, dispostas de forma alternada nas paredes radiais dos
traqueídeos (pontuação araucarióide), sem canais resiníferos, com espessamentos espiralados e parênquima
axial (Stewart 1987, Marchiori 1996). Duas ou mais séries de pontuações poligonais podem estar presentes
(Taylor e Taylor 1993, Meyen 1987).
Nas folhas e ramos, o arranjo helicoidal e a disposição verticilada têm sido, respectivamente,
considerados diagnósticos, embora possam aparecer em outras gimnospermas (Stewart 1987, Meyen 1987).
A forma das folhas é variável e igualmente pode ser compartilhada. A constatação de que em araucárias
modernas folhas distintas possam estar presentes mesmo em um único ramo (como em A. heterophylla) ou
em ramos jovens e adultos de uma mesma espécie acabou por conduzir a propostas complexas de
classificação (Harris 1979). Stewart (1987), buscando simplificar a abordagem, propõe distingui-las entre
os fósseis em dois tipos principais: o braquifílico, para as pequenas, tetragonais e falcadas, quando são
atribuídas ao morfogênero Brachyphyllum (como em B. mamillare Brongniart 1828), e o linearfílico, para
as de forma alongada e aplainadas, subsésseis, em geral designadas a Pagiophyllum. Esta afinidade
originou, por seu turno, novos conflitos, já que alguns paleobotânicos incluem Brachyphyllum ora nas
Cheirolepidiaceae, uma família extinta de coníferas (Meyen 1987), ora em Podocarpaceae ou Taxodiaceae
(Del Fueyo 1991). Convencionou-se, contudo, que, a partir do final do Mesozóico, relações com os gêneros
modernos já podem ser estabelecidas.
De qualquer modo, na ausência de cutículas (preservadas nas compressões e mumificações) ou de
estruturas reprodutivas, é muito difícil separar os diferentes grupos de coníferas entre os fósseis (Meyen
1987). Lamentavelmente, contudo, esta é uma condição rara num grupo cuja história sempre foi mais
distante dos corpos d' água e ligada a ambientes continentais oxidantes. Somente a partir do Terciário, com
o aumento da umidade, restos de epiderme puderam ser resgatados das cutículas e permitiram uma
afinidade mais segura com as Araucariaceae. Em sua análise, é importante que se possa dispor de uma boa
revisão dos caracteres estomáticos e morfológicos das formas modernas, como os realizados por Stockey e
Ko (1986) e Page (1980), que distinguiram, respectivamente, Araucaria (e suas secções) e Agathis.
Complementaram os estudos anteriores de Cookson e Duigan (1951), Stockey e Taylor (1978a, 1978b e
1981) e Stockey (1982) e monstraram que esses gêneros caracterizam-se por folhas sem ornamentação na
epiderme (papilas ou anéis de Florin). No primeiro, os complexos estomáticos são numerosos e visíveis
mesmo a olho nu, aprofundados na epiderme e dispostos em fileiras descontínuas (Dutra e Stranz 2000),
menos freqüentemente em bandas (o que pode ocorrer na secção Eutacta) e em ambas as faces da folha
adulta (as jovens são hipoestomáticas), um caráter que dividem com Wollemia (Jones et al. 1995). Agathis é
hipoestomática.
Folhas grandes e com numerosas veias paralelas, sem divisões dicotômicas, distribuídas da base ao
ápice, são também exclusivas de Agathis e das secções Bunya e Columbea (A. angustifolia e A. araucana)
do gênero Araucaria (Meyen 1987). A venação, pouco visível nas formas vivas, torna-se destacada com a
morte e o ressecamento (Dutra e Stranz 2000). As secções Bunya, Columbea e Intermedia ainda possuem
em comum a orientação dos complexos estomáticos paralela ao bordo da folha e uma cutícula espessa sobre
as células subsidiárias (geralmente em número de quatro), de contorno oval ou arredondado. Em Eutacta,
costumam dispor-se ortogonalmente à margem (Stockey e Ko 1986).
As estruturas reprodutivas das Araucariaceae são incluídas no morfogênero Araucarites e
constituem um valioso elemento diagnóstico. Caracterizam-se por escamas ovulíferas com uma forma
típica de cunha e base alargada. Os cones masculinos são alongados e cilíndricos, com numerosos
microesporófilos semelhantes a brácteas e cerca de 12 sacos polínicos invertidos. Os femininos são grandes
e de forma globosa ou ovóide (Reitz e Klein 1966, Mattos 1994). Em Araucaria, uma única semente (o
óvulo é invertido) está embebida em uma escama pequena e abaxial, por sua vez fundida a uma bráctea
lenhosa (conjunto bráctea-escama), mas que mantém a extremidade livre (lígula). Cada semente possui
quatro cotilédones, formando um par duplo (Silba 1986, Taylor e Taylor 1993).
O material polínico permite identificar entre os fósseis apenas a presença da família. Em geral, é
associado aos gêneros Araucariacites Cookson (A. australis Cookson 1947 ex Couper),
Inaperturopollenites (I. reidi de Jersey) e Callialasporites Sukh Dev. (Batten e Dutta 1997). A morfologia
do grão de pólen é comum a de outras coníferas (Cupressaceae, Taxaceae, Taxodiaceae, algumas Pinaceae
e Podocarpaceae, segundo Zamuner et al. 2001), o que os torna menos úteis na identificação das formas no
registro (Meyen 1987, Hill 1994). Porém, quando são o único elemento presente, como em níveis de
plataforma marinha rasa, encorajam seu estudo mais profundo. Alguns palinólogos consideram que, diante
da preservação da ultra-estrutura da exina e de sua comparação com as formas modernas, atribuições mais
seguras são possíveis. Para Batten e Dutta (1997), nestas situações Araucariacites e Callialasporites
exibem maior similaridade com as Araucariaceae.
Os grãos caracterizam-se por seu aspecto simples e pelos diminutos sacos polínicos.
Araucariacites possui ora forma esférica, com sexina e nexina unidas (A. australis), ora triangular e com as
duas camadas separadas. Neste último caso, a sexina é pregueada e enrugada e, às vezes, com aparência
trilobada, um caráter comum com Callialasporites (Batten e Dutta 1997). Os dois tipos de pólen já foram,
no entanto, encontrados associados a cones masculinos de Brachyphyllum mamillare no Jurássico Médio de
Yorkshire, Inglaterra.

A paleogeografia e a história das Araucariaceae

A evolução das plantas representa nada menos que a natural e necessária


conseqüência de sua história através do tempo geológico

Balduíno Rambo, S.J., 1958

A história das Araucariacea, o grupo mais primitivo de coníferas ainda vivas, inicia logo após a
maior das extinções presenciada pelo planeta no limite entre as eras paleozóica e mesozóica.
No intervalo que vai do final do Permiano ao topo do Triássico inferior, as condições ambientais
nos dois extremos do Gondwana, foram muito distintas. Enquanto no setor oriental, Austrália e Índia
lentamente passaram de subtropicais para temperadas frias, no lado ocidental (norte da América do Sul e
África Ocidental) os ambientes permaneceram dentro do âmbito das latitudes subtropicais (Scotese 1998).
Daí em diante até o final do Cretáceo, climas subtropicais e tropicais com médias próximas dos 30oC, irão
caracterizar amplas áreas do Gondwana e influenciar profundamente a vida das araucárias. A América do
Sul, num movimento preferencial para oeste, não mudará sua posição mais do que 20o de latitude durante
cerca de 300 milhões de anos.
Graças a esta geografia, o clima global se manterá homogeneamente aquecido durante um extenso
período de tempo, só interrompido por um curto e pouco drástico intervalo de frio (Ice House) no limite
Juro-Cretáceo, com as temperaturas atingindo pouco menos de 20oC, e por um segundo momento, mais
extremo (médias de 10oC), no Terciário Superior.

Triássico Superior

O Triássico foi o momento de máxima união dos continentes para formar o Pangea. Para Parrish
(1993), o regime climático que governava a maior parte do globo na época devia ser do tipo megamonzonal
e megaestacional, baseando-se para isso na Ásia moderna, igualmente uma grande massa continental.
Uma ampla faixa equatorial de calor (e seca), além disso, fazia com que o confronto entre os
centros de alta e baixa pressão, hoje atuantes nas latitudes médias, estivesse deslocado cerca de 15o mais
para sul e, nos pólos, não houvesse condições para a formação de uma calota espessa de gelo (Figura 5).
Na área correspondente ao sul do Brasil, norte da Argentina e Índia e na África do Sul, situada no
limite entre a faixa tropical e a temperada, os contrastes climáticos eram grandes ao longo do ano, ora com
influência de climas continentais secos, ora dos anticlones do Paleo-Pacífico, que traziam grande
quantidade de chuva e o retorno da vida. Os sistemas fluviais de grande expressão presentes no registro
geológico da epóca, capazes de carregar grandes troncos, são um bom documento desses processos.
É nesse cenário que surgem as primeiras coníferas de grande porte e com afinidade com os grupos
modernos. Serão tão importantes durante o Mesozóico quanto foram os dinossauros, seus acompanhantes.
Entre elas, as Araucariaceae e Podocarpaceae tiveram uma distribuição preferencial no sul desde o
início de sua trajetória e uma origem entre as Glossopteridales, que haviam dominado o Gondwana durante
o Permiano (White 1990). Para McLoughlin et al. (1998), o decréscimo das glossopterídeas e sua
substituição pelo conjunto Peltastermales-Licófitas-Corystospermas ou por floras dominadas por coníferas,
teriam sido sincrônicos ao longo do Gondwana, contrastando com o diacronismo de substituição das
camadas de carvão pelas de coloração vermelha (red-beds), que ocorreu em diferentes momentos, entre o
final do Permiano e o Triássico Médio, em cada um dos continentes.
Segundo Meyen (1987), a vegetação do final do Triássico se parece mais com aquela que
caracterizará a base do Jurássico e se caracterizou pelo desaparecimento das floras de Voltzia e Pleuromeia.

Figura 5 – Mapa paleoclimático do Triássico Superior obtido a partir de depósitos climaticamente sensíveis
(modificado de Scotese 2001) e a posição do sul do Brasil na época (círculo).

Novas informações sobre as faunas e floras do final do Triássico permitem acompanhar a chegada
de formas primitivas de Araucariaceae ao Gondwana e a Laurásia (Figura 6A), além de auxiliar na
determinação das reais afinidades com a família moderna. Os restos de lenho, ramo e polens exibem um
espectro de variação que se insere entre o esperado para a família e, ao mesmo tempo, refletem o aumento
de diversidade das gimnospermas após a extinção do Permiano–Triássico, como proposto por Anderson e
Anderson (1998a e 1998b).
Na América do Norte foram reconhecidas pioneiramente por Ash (1972) e Dilcher e Taylor
(1980). Distribuem-se entre lenhos de Araucarioxylon e ramos de Pagiophyllum e Brachyphyllum,
identificados no leste do Arizona (Petrified Forest National Park, Formação Chinle), na Pensilvannia e no
oeste do Novo México (Zona de Dinophyton, do Carniano Superior).
No Hemisfério Sul, os restos de lenho identificados no Brasil (Rio Grande do Sul) são os
posicionados nas menores paleolatitudes. Atribuídos igualmente a Araucarioxylon, por seu número e
tamanho expressivo (cerca de 1 m de diâmetro), constituem também uma verdadeira “floresta petrificada”.
São encontrados próximo às cidades de Mata e São Pedro do Sul (Minello 1994, Bolzón 1995a e 1995b,
Guerra Sommer et al. 1998 e 2000), mas raras vezes nos níveis de conglomerados fluviais onde se acredita
tenham sido preservados. Os níveis foram atribuídos à Formação Caturrita (Faccini 2000), Seqüência
Deposicional II (Scherer et al. 2000) ou ao topo da Superseqüência Santa Maria (Zerfass et al. 2003), o que
lhes confere uma idade Neotriássica (Noriano–Rético?).
Em camadas próximas, mas representativas de fácies distintas e, provavelmente, um pouco mais
antigas, um rico material fóssil foi recentemente identificado na forma de ramos com folhas (do Complexo
Brachyphyllum-Pagiophyllum), lenhos autóctones (Kaoxylon zalesskyi) e prováveis estruturas reprodutivas
(cones e escamas ovulíferas) ainda não determinadas (Dutra e Crisafulli 2002, Dutra et al. 2002b). Permitiu
a reconstituição de indivíduos de porte arbustivo, que viviam junto a áreas sazonalmente inundadas de
planícies de inundação e lagos, associados aos sistemas fluviais. Junto foram encontrados dinossauros
primitivos, protomamíferos, lagartos e conchostráceos, que apóiam a idade Triássico Superior. Esta flora se
sobrepõe tanto aos níveis ricos em Flora de Dicroidium, quanto aqueles que contém a maior parte dos
répteis tecodontes e mamaliformes (Membro Alemoa de Andreis et al. 1980, topo da Seqüência II de
Faccini et al. 1995 e Scherer et al. 2000).
Na Argentina, Araucarioxylon protoaraucana Brea, 1997 é registrado na Bacia Cuyana (Formação
Potrerillos), em Mendoza. Os lenhos foram encontrados em posição de vida e sua descoberta ocorreu
durante as viagens de Darwin pela América em 1846 (Brea 1997). As estruturas anatômicas mostram
afinidade com as secções Columbea e Eutacta (A. cunninghamii e A. muelleri). Sua associação com a
Biozona MBC de Morel et al. (2001), de idade Noriano (base do Triássico Superior ou topo do Triássico
Médio), faz desses restos os mais antigos, onde características de afinidade com as Araucariaceae são
visíveis.
Alguns outros tipos, também identificados nas bacias argentinas, compartilham caracteres
primitivos araucarióides e abietinóides (Araucarioxylon sp. A, Protocircoporoxylon, Protojuniperoxylon
ischigualastensis), levando a inclui-los na família Protopinaceae Kraüsel 1949 (Zamuner 1992). Para
Zamuner et al. (2001), seriam precursores das Podocarpaceae, Araucariaceae, Cupressaceae e Taxaceae.
Provêm, em grande parte, da Formação Ischigualasto (Biozona BNP de Morel et al. 2001, base do Triássico
Superior), onde também foi identificado Rhexoxylon piatnitzkyi, lenho associado com Pteridospermas
(Corystospermas), forma presente também no Rio Grande do Sul (R. brasiliensis Herbst e Lutz), embora
não se conheçam exatamente os níveis de onde se originaram.
As coníferas irão superar as Corystospermas nas bacias argentinas como formadoras do estrato
superior dos bosques, na parte mais alta do Triássico Superior (Formação Passo Flores, Biozona DLM). É
nesse momento também que os bosques perenes são substituídos por aqueles de caráter caducifólio,
sugerindo períodos de seca mais destacados (Artabe et al. 2001). Em várias partes do território argentino,
lenhos de grandes dimensões aparecem associados a sedimentitos vermelhos no topo do Triássico, como,
por exemplo, na Formação Los Colorados (Stipanicic e Bonaparte 1979). Entre os polens domina, contudo,
Classopolis associado a família Cheirolepidiaceae, junto com outros grãos característicos da Zona
Foveosporitres morotonensis, do Noriano Superior–Rético da Austrália e Nova Zelândia (Zavattieri 2001).
Na África do Sul (Namíbia), Araucarioxylon aparece associado a Podocarpoxylon e Prototaxylon
em várias localidades do Triássico, em camadas dos grupos Ecca e Beaufort inferior (Bamford 1998).
Na Índia, os restos são igualmente significativos por sua antigüidade (Noriano) e por conter
estruturas reprodutivas associadas, atribuídas a Araucarites parsonerensis Lele 1955 e A. indica Lele 1962
(Florin 1963, Benton 1993).
Na Austrália, os macrofósseis são raros, mas Araucariacites é registrado entre os palinomorfos da
região de Queensland, na parte nordeste do continente (Figura 6A). O fato de hoje em dia abrigar os três
gêneros modernos de Araucariaceae fez Kershaw e Wagstaff (2001) sugerirem o Gondwana Oriental como
o centro de origem do grupo. Apesar do significado desta constatação, deve ser encarada com precauções.
A localização do sul do Brasil, Índia e África do Sul em latitudes mais baixas na época e o caráter
dominantemente subaéreo das exposições (camadas vermelhas) não favoreciam a preservação dos
palinomorfos nesses continentes. A Austrália, por outro lado, ocupava uma posição ortogonalmente oposta
à atual, estando submetida a um clima temperado e úmido pela proximidade com o Paleo-Pacífico,
favorecendo a preservação dos grãos (Holmes 1998).
Dois tipos principais de palinofloras são reconhecidos para o Triássico Médio e Superior da
Austrália (De Jersey e McKellar 1981): a “Microflora Onslow”, de caráter temperado quente e com
elementos europeus das baixas latitudes (Tethys), e a “Microflora Ipswich”, de menor diversidade e
dominada por tipos bissacados simples, monossulcados e esporos de pteridófitas exclusivamente
gondwânicos, que informava sobre condições de maior frio e umidade. As duas assembléias eram limitadas
pela paleolatitude de 45oS, o que levou Foster et al. (1994) a incluir as plantas produtoras destes
palinomorfos em duas províncias paleoflorísticas. A partir disso, os locais onde foram identificados os
restos de polens de Queensland contendo Araucariacites inseriam-se numa condição “Mista Onslow-
Ipswich”. Correspondentemente, as áreas do Sul do Brasil situavam-se no âmbito dessa flora mista,
enquanto as floras das bacias argentinas cresciam dentro da área da “Microflora ou Província Florística de
Ipswich” (Zamuner et al. 2001).
Finalmente, também na Antártica e em áreas próximas da Austrália, foram identificados lenhos
triássicos. Originam-se de espessos arenitos com estratificação cruzada, sugestivos da presença de rios
entrelaçados (braided), que foram incluídos no Membro MacKelvey (Grupo Amery) das montanhas Prince
Charles. São o melhor documento para demonstrar a rápida diversificação das coníferas durante o Noriano
(Meyer-Berthaud et al. 1993, McLoughlin et al. 1998). Restos de coristospermas, fetos, licófitas,
esfenófitas e algas completam a assembléia.
O levantamento visto para as ocorrências do Neotriássico corrobora a proposta de Anderson e
Anderson (1998a) de que aí teria ocorrido o primeiro pulso de diversidade (heyday) das coníferas. Mostra
que, nesse momento, o grupo seria composto por 25 ordens (contra as 6 atuais) e 34 famílias (14
modernas). Para os pesquisadores, em algum local entre as latitudes 30oS e 60oS do Gondwana, estaria a
mais importante área de diversidade faunística e florística (hot spot) já registrada no globo. Os depósitos de
carvão da época mostram que coincidem com o limite ou estão dentro da faixa de clima temperado quente e
dos cinturões verdes que bordejavam as áreas mais secas do interior do Pangea (Figura 5).

Jurássico

As condições estacionais surgidas no final do Triássico serão mantidas por algum tempo. Ao longo
do período, contudo, o calor irá aumentar e a umidade reduzir-se ainda mais, numa ampla faixa que se
estende até os 50o sul e norte, produzindo uma homogeneização das floras (Meyen 1987). O nível dos
mares acompanha esse processo, avançando gradativamente sobre os continentes e atingindo seu clímax até
o final do período (Kershaw e Wagstaff 2001). Em parte, este último processo serviu para amenizar os
efeitos da seca, pelo menos na borda dos continentes (Figura 6B).
Restos com afinidades com as Araucariaceae irão se tornar cada vez mais abundantes nas
assembléias palinológicas, atestando a expansão espacial do grupo, graças à presença das terras contínuas
do Pangea. Rapidamente espalham-se por ambos os hemisférios, embora ainda dominem no sul.
Escamas ovulíferas e lenhos, mais certamente associados à família, e especialmente ao gênero
Araucaria (secção Bunya, mas também com Eutacta), tornam-se abundantes (Stockey 1982, Stewart 1987,
Meyen 1987, Miller 1988, Hill e Brodribb 1999). A presença de um segundo gênero é sugerida por Hill
(1994). Estudos da ultra-estrutura da exina dos polens no oeste da Europa (Kimmeridgiano-Volgiano basal)
apóiam a associação de Araucariacites australis, Callialasporites dampieri, C. trilobatus e C. turbatus com
as Araucariaceae (Batten e Dutta 1997).
Em toda a extensão da América do Sul, chegando até a Península Antártica, o calor e o declínio
das Dicroidium fizeram com que os ambientes fossem invadidos por elementos equatoriais, como
Bennetitales e pteridófitas (Dutra e Jasper 1993, Morel et al. 1994).
Na Bacia de Neuquén, na Argentina (paleolatitudes de 40oS), uma microflora do Jurássico Inferior
(pré-Toarciano Superior) mostra o domínio de Classopollis, uma forma em geral associada aos climas
aquecidos. É acompanhado por Araucariacites pergranulatus Volkheimer 1968 (inaperturado),
inaperturados sacados (Podocarpites, Allisporites, Microcarchryidites, entre outros) e pteridófitas (esporos
triletes e monoletes). O intervalo correspondente à Formação Pedra Pintada registra um contexto vulcânico,
sujeito a períodos de evaporação em uma área costeira marinha (Arguijo et al. 1982). Nesta mesma unidade
e em Alicurá, os restos de folha de Araucarites phillipsi constituem as formas mais comuns (Herbst 1966,
Arrondo e Petriella 1980).
Nesta mesma bacia, em níveis do Jurássico Médio (Formação Lajas), expostos mais ao sul, a
microflora será caracterizada por Araucariacites australis e Inaperturopollenites spp. Embora raros, estão
presentes ao longo de toda a seqüência, representativa de um sistema transgressivo (com cefalópodos
amonóides), ambientes de plataforma rasa e intervalos de mar alto, com lobos deltaicos. Cheirolepidiaceae
e Podocarpaceae dominam a assembléia, seguidas de Pteridospermopsida e Cycadaceae. Incluídos na Zona
Callialasporites dampieri, indicam condições mesotérmicas e grande umidade estacional (Martínez 2002).
Permanecerão aí até o final do período, como é atestado pela presença de Brachyphyllum ramosum e
Araucarites sp. em Mina de La Perla (Formação Lotena).
Abaixo dos 45oS e ainda para a parte média do Jurássico, restos de lenho petrificado de grande
porte (Araucarioxylon) e ramos com folhas (Araucarites santaecrucis Calder 1953) foram identificados na
Formação La Matilde, Província de Santa Cruz (Frenguelli 1933, Leanza 1948).
Na Patagônia argentina nessa época, foram preservados seus mais belos fósseis. Provenientes da
Formação Cerro Quadrado, consistem de cones petrificados com sementes contendo embriões em vários
estágios de desenvolvimento, inclusive com primórdios de raízes. A ocorrência conjunta de escamas
ovulíferas (Araucarites) atesta o caráter autóctone da deposição. Foram associados a Araucaria mirabilis e,
pela presença de dois cotilédones na semente, à secção Bunya (Stockey 1975, 1978, 1994, Stockey e Taylor
1978b). No lado chileno, os bosques eram compostos também por Araucariaceae, com ramos de
Brachyphyllum e Araucaria, acompanhados de Cycadaceae e Podocarpaceae (Engelhardt 1891).
Para Del Fueyo (1991), a variedade dos achados e o caráter autóctone indicam que essa porção
austral da América deve ter sido um importante centro de diversificação para a família e para o gênero
(Figura 6B).
O registro se estende a Antártica (Araucarites), Nova Zelândia (Araucarites e Araucarioxylon),
Austrália (formas relacionadas com Agathis, acompanhadas de Podocarpaceae, indicando maior umidade),
Índia (Araucarites) e África (Araucarites africana), segundo White (1990) e Vakhrameev (1991). Esta
última forma, contudo, proveniente da região de Mali (Krasilov 1978), é considerada de afinidades
duvidosas pela ocorrência de papilas e células T, mais características de Cheirolepidiaceae (Stockey e Ko
1986).
No Hemisfério Norte, os fósseis correspondem à parte média do Jurássico e provêm de Yorkshire,
Inglaterra. Consistem de sementes, cones com polens e escamas ovulíferas (Araucarites phillipsi),
associados a ramos de Brachyphyllum mamillare, relacionados à secção Eutacta (Kendall 1949, Harris
1979, Stockey 1980a, 1980b, 1982, Hill 1994). Sugerem um ambiente costeiro em região equatorial, sem
formação de carvão, mas com uma rica flora (200 gêneros) dominada por Cheirolepidiaceae (Classopollis),
Peltaspermales, coníferas Taxodiaceae e Podozamites. Nos Estados Unidos, restos de Araucariaceae
aparecem em Potomac, associados a Cycas.
Desse modo, o documentário confirma o gênero Araucaria e as secções Bunya e Eutacta como já
bem estabelecidos no Jurássico. Para Stockey (1982), a secção Columbea teria se originado nesse momento,
a partir de formas da secção Bunya.
Esse registro traz a primeira das contradições às propostas filogenéticas disponíveis que, como
vimos (Figura 2), sugerem Wollemia como um tipo primevo e uma separação inicial de Agathis e
Araucaria. Embora, no momento, possa refletir apenas a necessidade de uma melhor revisão dos tipos
fósseis, diante do achado ainda muito recente de formas vivas do primeiro gênero, permanece o fato de que
os tipos polínicos mais antigos, com características de Wollemia e Agathis, só serão registrados no
Cretáceo.

Cretáceo

A partir do final do Jurássico, as Araucariaceae irão manter as áreas conquistadas e a ligação com
os cinturões de clima temperado quente. Ao mesmo tempo ampliam sua distribuição para sul e norte,
chegando até as latitudes altas do sul (60oS) e aos locais submetidos ao calor e à aridez dos trópicos (Figura
6C). Aí deviam habitar as áreas mais elevadas próximas às bacias, como uma resposta à chegada das
angiospermas, como vegetação ripária, às áreas costeiras e mais baixas (Crane e Lidgard 1989, Taylor e
Taylor 1993, Hill 2000, Dutra e Stranz 2002). Essa adaptação, que de certo modo é mantida pela maior
parte do grupo até os dias de hoje, é inferida por sua presença pouco expressiva nas assembléias polínicas,
o que sugere um crescimento um pouco afastado dos ambientes de deposição (Ruiz e Quattrochio 1993).
Com efeito, a análise das litologias associadas comprova uma ligação preferencial das coníferas
para esse momento com áreas submetidas a vulcanismo e tectonismo ativo e a proximidade com os mares e
A B C

Figura 6 – Paleogeografia e o registro de coníferas relacionadas com Araucariaceae durante o Mesozóico. As formas com ramos distribuídos desde a base
representam tipos primitivos da família, cujas afinidades com as formas modernas não puderam até o momento ser completamente estabelecidas. As
linhas tracejadas correspondem aos limites da faixa de aridez. A –Triássico Superior; B – Jurássico Inferior e Médio; C – Cretáceo Inferior e Médio.
Fonte bibliográfica dos dados no texto.
oceanos recém-surgidos pela separação dos continentes, capazes de amenizar a seca. Embora afetadas
numericamente não reduziram sua diversidade, o que confirma o sucesso destas novas adaptações (Regal
1977). Outros grupos (Cycadales, Bennetitalles, Gynkgoales e Ephedrales), mais especializadas para a vida
nas áreas baixas das latitudes tropicais, sentiram profundamente os efeitos destas mudanças e muitas irão
extinguir até o final do Cretáceo.
Nas latitudes altas, onde as plantas com flores só chegariam um pouco mais tarde (Drinnan e Crane
1990), puderam manter por mais tempo sua abundância.
Macrofósseis do Cretáceo Inferior (Albiano e Aptiano) aparecem em depósitos da Austrália e do
Brasil (Formação Santana, Bacia do Araripe, Ceará), com restos de folhas com características da secção
Columbea (Hill e Brodribb 1999, Dutra e Stranz 2000). A riquíssima assembléia de plantas do Nordeste
brasileiro, além das Gnetaceae e Ephedraceae (e prováveis angiospermas primitivas), reúne folhas de
Araucaria cartellei Duarte 1993, ramos do tipo Brachyphyllum, escamas ovulíferas isoladas e cones (Duarte
1993, Dutra et al. 2002a).
Na Europa ocidental e meridional, a situação é similar. A primeira concentra polens de
Araucariacites e Callialasporites, acompanhados de formas relacionadas com Gnetales e Cycadales. No sul,
associam-se a Classopollis (Cheirolepidiaceae) e Dicheiropollis (forma tropical característica da província
WASA). A partir do Barremiano, Araucariacites chega ao norte da Europa, acompanhado de Cycadaceae e
Ephedrites/Gnetaceopollenites, indicativos de clima árido (Batten 1984).
Estruturas reprodutivas identificadas na Europa (Araucarites toucasi Saporta 1879), Ásia Oriental
(Rússia Oriental, Mongólia, Japão), Canadá e Estados Unidos (A. obtusifolia Font, A. podocarpoides Font. e
A. zamioides Font.) indicam que Araucaria, sect. Bunya e Eutacta (Batten 1984, Stewart 1987, Stockey et al.
1990, Vakhrameev 1991, Duarte 1993, Spicer et al. 2002), associada a formas duvidosas de Agathis (Hill e
Brodribb 1999), também conquistaram as áreas setentrionais.
Estes achados apóiam a existência, para o Neocomiano do Hemisfério Norte, dos dois reinos
florísticos propostos por Vakhrameev (1991): o Sibério–Canadiano de climas temperados e o Indo-Europeu
de características tropicais e subtropicais. Confirmam, além disso, a presença de uma faixa de aridez que se
estendia por todo o norte do Gondwana.
No norte da África, onde foram registrados Araucariacites australis e A. balinkaensis (Kedves
1994), e na Índia, onde se associam a Nipania, uma Pentoxylalles, apesar do gradativo isolamento desses
continentes, as Araucariaceae permanecerão até o Maastrichtiano (White 1990). No sul da África, ramos com
estruturas reprodutivas e lenhos foram registrados para o Berriasiano (White 1990, Vakhrameev 1991). Estes
dados demonstram a presença da família nesses dois continentes do sul, onde hoje não são mais registradas e
o papel exercido pela Antártica na manutenção de rotas de passagem entre a América do Sul e a Australásia.
Na América do Sul, uma assembléia registrada em latitudes de cerca de 35oS atesta até onde se
estendiam as condições de seca e a faixa de climas tropicais no período. No Uruguai, as formações Migues e
Castellanos (Aptiano-Albiano) contêm Araucariacites e Classopollis, acompanhados de Gnetaceae,
Cycadaceae e angiospermas primitivas, preservadas em ambientes lacustres e de canais fluviais (Campos
1998). A composição da palinoflora sugere um clima quente e seco e uma paisagem similar àquela proposta
para a Bacia do Araripe no nordeste do Brasil. Além de testemunhar a uniformidade climática que marcava a
parte setentrional dessa massa de terra, sugere que logo abaixo disso devia estar o limite entre as zonas áridas
e úmidas (Figura 5).
Nas bacias argentinas de Neuquén e Santa Cruz, durante o Barremiano (Formação La Amarga),
Barremiano-Aptiano (Formação Rincón) e Berriasiano (Formação Vaca Muerta, em Mallin Quemado), as
Cheirolepidiaceae (Classopollis) e Gnetaceae (Equisetosporites), indicativas de calor, ainda aparecem, mas
em menores proporções. Araucariacites australis, Balmeiopsis limbatus e Callialasporites e Cyclusphaera
psalilata, todas formas de pólen associadas com Araucariaceae, unem-se a Alisporites e Cycadopites spp.
(Cycadaceae), Podocarpites spp. (Podocarpaceae), pteridófitas e algas (Quatrocchio e Volkheimer 1985,
Prámparo e Volkheimer 2002), indicando condições mais úmidas (Ruiz e Quattrochio 1994).
Na Formação Baqueró (Aptiano?), Província de Santa Cruz, estão as melhores assembléias e
preservações, com restos de Araucariaceae sendo registrados nos micro e macrofósseis e, nestes, com as
conexões orgânicas originais. Del Fueyo (1991) descreveu o gênero Nothopehuen brevis, com cones, troncos
e folhas do tipo Brachyphyllum, acompanhados de escamas ovulíferas (Araucarites baqueroensis e
Araucarites minimus) e polens isolados (Callialasporites) ou ainda incluídos nos estróbilos (Araucariacites).
As formas de Araucariacites, descritas por Archangelsky (1994), permitiram o exame ultramicroscópico e
mostram o caráter granular da sexina, a presença de pilares de esporopolenina e nexina lamelar. O estudo da
anatomia da epiderme permitiu associar esses fósseis à secção Eutacta de Araucaria (Del Fueyo 1991,
Archangelsky et al. 1995). Mostram, contudo, papilas, um caráter mais típico das Cycadaceae do que de
Araucaria moderna, segundo Stockey e Ko (1986).
Níveis contemporâneos na área de Bajo Grande contêm numerosas escamas ovulíferas, atribuídas a
Araucarites baqueroense (Archangelsky 1966), folhas de Brachyphyllum baqueroense e cutículas de
cicadáceas (Pseudoctenis ornata). Estão incluídos nas fácies de planícies de inundação de um sistema de rios
braided, submetido a ocasionais quedas de cinzas (Archangelsky et al. 1995). Outros restos da mesma idade
em Ticó forneceram quatro formas de folhas de Brachyphyllum (B. bretti, B. mucronatum, B. mirandai e B.
irregulare), mas com dimensões e disposição dos estômatos distintas dos primeiros. As impressões de folhas
atribuídas a Araucaria grandifolia por Feruglio (1951) provêm dessa mesma bacia (Archangelsky 1966,
Baldoni e Archangelsky 1983).
No lado oposto do Gondwana, as formas de Eutacta chegam a Nova Zelândia (Stockey 1982, Hill
1994) e, entre os macrofósseis, pela primeira vez existem registros seguros da presença da secção Intermedia
pelas características epidérmicas de Araucarites haastii (White 1994, Hill 1994). Pole (1995) também cita a
presença de folhas de Araucaria para o Neocretáceo de Otago.
Na Austrália, o registro de idade Albiano e em áreas do sudeste (Bacias Laura, Otway e Eromanga)
mostra a presença de ramos de Brachyphyllum (White 1990) e maior afinidade com Eutacta (Drinnan e
Chambers 1986, Florin 1963, Stockey 1982, Hill 1995). Para Hill (1994), o gênero forma Podozomites,
bastante freqüente nesse continente, poderia estar relacionado com Agathis.
Na Bacia Gippsland, formada durante a separação Austrália-Antártica no início do Cretáceo, as
macrofitocenoses mostram o domínio das coníferas (Flora Pagiophyllum-Reinitsia), com abundantes ramos e
folhas de Pagiophyllum, Elatocladus, Brachyphyllum e pteridospermas (Tosolini et al. 1998). Os sedimentitos
de idade Barremiano-Aptiano sugerem ambientes fluviais de grande energia, que, gradativamente, dão lugar à
fácies de canais, com rompimento dos levees e planícies de inundação. O tamanho pequeno das folhas,
quando comparadas às de outras assembléias da mesma época, indica que as temperaturas eram menores
nesse setor do Gondwana, situado, provavelmente, a mais de 70oS.
Ao longo do Cretáceo, pelo sul da Austrália (Dettmann 1994, Vakhrameev 1991) e, como vimos,
provavelmente também através da América do Sul, chegam até a Península Antártica (Figura 8A).
A microflora desse último continente mostra a presença de Araucaricites australis Cookson 1947,
associado em alguns locais a folhas de Brachyphyllum irregulare Archangelsky 1966, a mesma forma
identificada no início do Cretáceo na Bacia de Santa Cruz. Podozamites, Podocarpaceae, angiospermas
primitivas e Nothofagus também estão presentes (White 1994, Dutra 1997). A presença conjunta de
Balmeiopsis limbata (Balme) Archangelsky, 1979 permite precisar a idade, já que é fóssil-índice do
Neobarremiano–Conaciano para todo o Gondwana (Dettmann 1989), tendo sido identificado igualmente em
furos de sondagem (Furo 361 do Deep Sea Drilling Project) na costa sudoeste da África (Zavada 1992).
Embora associado a Podocarpaceae por Archangelsky (1966), alguns autores defendem sua associação com as
Araucariaceae, como, por exemplo, Batten e Dutta (1997).
As angiospermas irão chegar na península um pouco depois, no Albiano Superior (Cantrill e Nichols
1996).
Para Dettmann (1989), as formas modernas de araucária e podocarpáceas, que hoje vivem em
condições temperadas quentes, junto com angiospermas, tais como Proteaceae, Winteraceae, Ilex, Gunnera,
Myrtaceae e algumas criptógamas, teriam tido sua origem na Antártica no final do Cretáceo. A composição
das paleofloras do norte da Península Antártica para o final do Cretáceo, especialmente para o Terciário basal
(Dutra 1997, Dutra 2001), atesta positivamente essa proposição ou pelo menos indica que utilizaram essas
terras austrais como rotas de dispersão através das áreas emersas da Província Weddellinana (Figura 7).
A chegada ao Ártico (72oN de latitude) no Cretáceo médio pode ter ocorrido através da Índia e/ou
Ásia Oriental, onde já existiam desde o final do Jurássico, e está registrada no nordeste da Rússia (Spicer et
al. 2002). A paleoflora já mostra um domínio de angiospermas e sugere um crescimento sob temperaturas
médias anuais de cerca de 13oC (5oC nos meses mais frios). As litologias demonstram a presença de vulcões
próximos e um contexto fluvial, com os rios sujeitos a extravasamento periódico. As araucárias caracterizam
as fácies de canal e de planícies de inundações e estão representadas por cones femininos e masculinos
(Araucarites), conectados a ramos não-espiralados, distintos das formas modernas. Atribuídos a Araucarites
anadyrensis Krysht, provêm dos níveis finais da sucessão, onde surgem evidências de ressecamento.
Para o Cretáceo Superior, a grande novidade evolutiva é o aparecimento de Wollemia. O gênero é
registrado no Turoniano do sudeste da Austrália, numa área que coincide com a de seu crescimento moderno
(Macphail et al. 1991). Logo depois surge também na Antártica e Nova Zelândia (Kershaw e Wagstaff 2001).
No continente australiano, Araucaria e as Podocarpaceae primitivas irão declinar na parte final do
Cretáceo, aparentemente pela chegada das angiospermas, especialmente de Nothofagus (Dettmann 1989).
No Japão, o achado de folhas e órgãos reprodutivos levou Oshawa et al. (1995) a propor uma nova
secção, Yezonia, para o gênero Araucaria, englobando apenas formas fósseis, cujas características se
aproximam de A. vulgaris moderna. Esta secção não tem sido considerada em trabalhos mais recentes.
O limite Cretáceo-Terciário e seus eventos de extinção estão bem documentados nas bacias
argentinas e permitem acompanhar o comportamento das floras, em especial das plantas com flores. A
presente revisão apóia a proposta de Meyen (1987) de que as plantas ultrapassaram esse momento sem sofrer
grandes perdas ou alterar sua composição.
Abaixo das paleolatitudes de 41oS e abrangendo a América do Sul meridional e a Península Antártica, as
Araucariaceae comporão assembléias muito similares. Exibem, no entanto, o diacronismo de ocorrência, que
foi sugerido por Askin (1989). Enquanto grupos de angiospermas mais adaptadas ao frio, especialmente
Nothofagus, são precocemente registrados na Península, em relação à América, as araucárias têm um
comportamento inverso, chegando às altas latitudes e aparecendo na macroflora após o final do Mesozóico,
quando se encerra o pequeno intervalo de frio que caracterizou o final do Cretáceo Superior nessas latitudes
(Dutra 1997 e 2000a, Dutra e Stranz 1999, Dutra e Batten 2000).
Um pouco antes (Maastrichtiano), o globo passava por um período de nível de mar alto e, em
Mendoza (36oS), uma microflora indicativa da proximidade de corpos de água é registrada. Proveniente da
Formação Loncoche, denuncia a presença de abundantes briófitas e pteridófitas (Dicksoniaceae e
Cyatheaceae), associadas a raras Ephedraceae, Podocarpaceae, Araucariaceae (Araucariacites australis,
Callialasporites trilobatus) e Cheirolepidiaceae (Classopollis) e às angiospermas Nothofagaceae
(Nothofagidites rocaensis), Proteaceae, Gunneraceae, Proteaceae, Olacaceae e Liliaceae/Iridaceae. Para Papú
(2000), viviam sob clima subtropical a temperado úmido, com uma estação seca, e as coníferas deviam estar
associadas às áreas altas. Ambientes lacustres e rios meandrantes dariam lugar lateralmente a pântanos
costeiros e planícies de inundação. A. australis é igualmente registrado a oeste de Chubut (Paso del Sapo),
segundo Baldoni e Askin (1993).
O final do Cretáceo será caracterizado pelo
provincianismo das floras e por uma acentuada
diversificação das coníferas no Hemisfério Sul (Meyen
1987, Upchurch 1989). Nas latitudes acima de 40oS,
contudo, o episódio de frio já comentado provocou uma
momentânea redução de Araucariaceae, apoiando seu
caráter mais termofílico.

Terciário

Em vários setores do Gondwana, o início do


Terciário será marcado por um novo incremento no registro
tanto entre os polens, como nos macrofósseis.
Os três gêneros modernos da família já estão
estabelecidos nesse momento. Wollemia e Agathis irão Figura 7 - Província Weddeliana de Case
manter-se como formas exclusivas para o Gondwana (1998)
oriental.

Paleoceno

A abertura do Atlântico irá individualizar no Gondwana um setor oriental e um ocidental, mantidos


ligados, contudo, através da costa da Antártica, o que garantia as rotas de passagem entre a Australásia e a
América do Sul.
Araucaria sect. Columbea mostrará a distribuição mais ampla, sendo encontrada desde a Austrália
(A. balcombensis de Hill 1994), passando pela Antártica (A. imponens Dusén 1908 e escamas ovulíferas na
Península, registradas por Dutra 1997) e chegando à América do Sul, onde Araucaria nathorstii Dusén
(Menendez e Caccavari 1966) foi considerada por Stockey e Ko (1986) como indubitavelmente ligada à
espécie A. araucana. É registrada ainda nas ilhas Kerguelen em uma época não bem determinada do
Terciário, demostrando a ligação pretérita desse arquipélago com a periferia da Antártica (Cookson 1947).
Também Eutacta, hoje restrita ao setor oriental, é encontrada em todo o território austral-antártico
durante o Terciário (Florin 1940, Hill 1994). A morfologia da epiderme de Araucaria lignitici (Cookson e
Duigan 1951) do sudeste da Austrália confirma sua afinidade com essa secção (Stockey e Ko 1986). A
presença na Antártica sugere fortemente a participação das áreas periféricas deste continente na dispersão
desses elementos (Hill 1994).
O gênero Agathis é registrado no sul da Austrália por Macphail et al. (1991) e White (1994),
acompanhado de Araucaria e de Podocarpaceae.
No limite com o Eoceno, o aumento global das temperaturas promove uma nova migração das
coníferas para o sul (Meyen 1987), testemunhado pela ausência das Araucariaceae em depósitos situados
acima de 30oS na América do Sul e seu incremento no registro das bacias de Neuquén, Patagônia e Península
Antártica. Na Patagônia, Araucaria araucoensis Engelhardt associa-se a Nothofagus, Podocarpáceas,
Cycadaceae e angiospermas subtropicais, tais como Casuarina, Cupania, Beauprea, Myrtaceae, Santalum,
Nypa e Banksia (Berry 1924).
Na Península Antártica, os palinomorfos Araucariacites, Podocarpites e Phyllocladidites ocorrem
em níveis correlacionáveis aos portadores de uma macroflora composta por elementos com folhas grandes
(Nothofagus com folhas de até 12 cm de comprimento), lauráceas (Nectandra spp.), Elaeocarpaceae,
Sapindaceae, tipos similares às modernas Monimiaceae e Rhamnaceae e Myrtaceae de ambas as secções
modernas (Dutra 1997, 2000b, 2001). Podocarpaceae e Cupressaceae são as coníferas dominantes, e as
Araucariaceae aparecem pela primeira vez na macroflora (Dutra 1997, Boardman 2003). Para Meyen (1987)
essas assembléias sugerem florestas úmidas, que viviam sob um clima uniforme, quente e úmido do tipo
subtropical a temperado quente e que se estenderão por grande parte do Eoceno.

Eoceno

A ligação por terra entre as duas Américas e a presença de extensas áreas planas fará com que
elementos austrais invadam o sul dos Estados Unidos e permaneçam aí até o Mioceno, quando as rotas se
invertem e elementos setentrionais migram para o sul (Meyen 1987).
Áreas elevadas criadas pela Orogenia Laramiana e o início do soerguimento dos Andes propiciam a
formação de zonas de sombra de chuva (rain shadow) e o aparecimento das primeiras paisagens de savana no
flanco oriental do continente americano.
Em ambos os lados da Península Antártica, as coníferas irão se tornar ainda mais abundantes com
muitos e variados tipos de Podocarpaceae (Podocarpus, Phyllocladus, Dacrydium, Microcachrys),
Cupressaceae e Araucaria sect. Columbea e Eutacta (Vakhrameev 1991, Dutra 1997, Boardman 2003),
associadas a Nothofagus de folhas grandes e afinidades termofílicas, Winteraceae, Proteaceae (Grevillea,
Banksia e Beauprea) e pteridófitas arborescentes do grupo das Cyatheaceae e Lophosoriaceae (Meyen 1987,
Case 1988, Dutra 1997 e 2000b). Para o continente, Pole et al., (2000) descrevem os restos mais austrais de
folhas de Araucaria (e os mais antigos na área) em blocos “ex situ” coletados a 78oS de latitude,
acompanhados de folhas e sementes de Nothofagus.
Nas latitudes médias, as Araucariaceae são as coníferas dominantes nas bacias argentinas,
acompanhadas de Podocarpaceae e angiospermas. A Flora do Rio Pichileufú, na Província de Rio Negro
(Berry 1938, Romero e Arguijo 1981), evidencia, além disso, muitas pteridófitas, Cycadaceae, Ginkgo,
Cupressaceae, Podocarpus e angiospermas de famílias similares às que hoje acompanham Araucaria nas
floras do sul do Brasil (Anacardiaceae, Bignoniaceae, Flacourtiaceae, Euphorbiaceae, Lauraceae, Myrtaceae,
Sapindaceae, Winteraceae, etc.), sugerindo um clima subtropical.
As Araucariaceae (Araucariacites australis), Cupressaceae e Podocarpaceae compõem também parte
da variada microflora da Formação Rio Turbio, em Santa Cruz, um pouco mais ao sul (Romero 1977, Barreda
1997). Mesclam-se a formas setentrionais (tropicais e neotropicais) sugestivas de climas quentes e úmidos e
ambientes costeiros, tais como palmeiras, Myrtaceae, Anacardiaceae, Symplocaceae, gramíneas,
Chenopidiaceae, lianas, trepadeiras e pteridófitas epifíticas, e a grupos austral-antárticos, como Nothofagus,
Saxegothopsis, Embotriophyllum e Rhoophyllum, originando floras “mistas” muito diversificadas.
A B C

Figura 8 - Distribuição paleogeográfica das Araucariaceae. A - Cretáceo-Terciário; B - Eoceno; C - Oligoceno-Mioceno quando a Antártica é coberta pelo gelo. As
linhas tracejadas representam o limite das faixas de aridez (Fonte dos dados do registro no texto).
Na Austrália, a base do Eoceno é igualmente marcada por um grande influxo de Araucariaceae nas
assembléias polínicas, graças principalmente à presença de Wollemia e Agathis (Meyen 1987, Macphail et al.
1991). Associam-se a uma igual diversidade de tipos angiospérmicos, indicativos de florestas úmidas.
Araucaria sect. Eutacta (3 spp.) foi identificada também no Eoceno Inferior da Tasmânia (Carpenter 1991),
com Cupressaceae e Podocarpaceae.
As floras “mistas” ou “de mescla” de Romero (1978) ou as Mixed Flora dos australianos
(Schmithüssen 1966) irão caracterizar, portanto, o Eoceno nas latitudes abaixo dos 40oS e em ambos os lados
do Gondwana, estendendo-se até a Nova Guiné e Nova Zelândia (Pole 1994a e 1994b). Seu caráter misto vem
da reunião de taxa de diferentes origens e condicionamento climático, com Cochlospermum e Zamia
(subtropicais) e Drimys, Podocarpaceae, Cupressaceae, Laurelia, Myrcia e Lomatia (subantárticos). Sua
semelhança com as florestas mistas de pinheiros no sul do Brasil (Rambo 1951) e o caráter relictual desse
bioma e das floras neozelandesas e de Valdívia no Chile não parece ser, portanto, uma simples coincidência,
mas sugere uma origem comum para muitos de seus elementos.
No Hemisfério Norte, uma última assembléia, identificada no Eoceno Superior da Alemanha (Figura 8B),
mostra Araucariaceae associadas com briófitas, pteridófitas, Pinaceae e angiospermas de folhas grandes,
coriáceas e margens inteiras (Myrtaceae, Juglundaceae, Ericaceae, Euphorbiaceae, Betulaceae, Ulmaceae e
palmeiras), indicando igualmente um clima quente e úmido, subtropical (Knobloch e Konzaliová 1998).
No sul, a tafoflora do Rio de Las Minas, na Terra do Fogo (abaixo dos 50oS), com idade no limite
Eoceno–Oligoceno, ainda contém algumas araucárias entre os macrofósseis (A. nathorsti, com ligações com
A. araucana). Mas as raras Podocarpaceae, Nothofagus e Proteaceae já sugerem os climas temperados frios,
que daí em diante se instalariam (Dusén 1908, Meyen 1987).

Oligoceno

É o momento da separação definitiva entre Antártica e Austrália, o que irá modificar a circulação
oceânica no sul, resfriar as águas e prenunciar a Corrente Circum-Antártica (Figura 8B).
No extremo sul das Américas, as última massas de terra que ainda mantém as antigas ligações
gondwânicas, também iniciam os esforços que irão promover seu desligamento da Península Antártica (Lawer
et al. 1985, Cunhingham et al. 1995).
A gradativa interrupção das rotas de passagem faz com que as floras da península tornem-se
empobrecidas, com poucos elementos de folhas micrófilas e de margens denteadas e que, até o final do
Oligoceno, irão desaparecer. As coníferas estarão ausentes entre os macrofósseis, mas permanecem no
registro polínico (Dutra 1997 e 2001).
Nas médias latitudes, as condições climáticas tornam-se instáveis e marcadas por seca estacional,
reduzindo igualmente a diversidade das Araucariaceae (Figura 8C). Nos trópicos, as florestas serão
substituídas pelas áreas de savana e, mais tarde, darão lugar a formações xeromórficas, com Ephedraceae,
Artemisia, Chenopodiaceae e Tamaricaceae (Meyen 1987). O soerguimento dos Andes aumentará ainda mais
a aridez.
Embora as condições melhorem ao longo do período, um novo intervalo de frio, no limite com o
Mioceno magnificará as mudanças paleoflorísticas e das faunas.
Em Santa Cruz e Chubut, na Argentina, a palinoflora mostra a composição das matas. Araucaria
associa-se a Podocarpaceae, Myrtaceae, Proteaceae, Winteraceae, Nothofagaceae e fetos arborescentes
(Cyatheaceae e Lophosoria quadripinata), sugerindo bosques úmidos. A presença associada de Nyssaceae e
Sapindaceae apóia condições temperadas quentes. Segundo Barreda (1997), essa mistura de formas
indicativas de frio e calor indicaria a presença de áreas altas a oeste e múltiplos ambientes, em muito
semelhantes aos que já vinham caracterizando previamente as áreas da Península Antártica, submetidas
precocemente ao tectonismo.
As floras da América austral se parecem neste momento com as que existiam no Paleoceno e Eoceno
da Antártica (Dutra 2001). O registro atesta que as Palmaceae, Onagraceae, Halogariaceae, Gunneraceae,
Salicaceae e Escallonia cresciam em torno dos corpos lacustres, Malvaceae nos marismas e Chenopodiaceae,
Ephedra, Restionaceae e Sparganiaceae junto aos pântanos. As áreas elevadas mais distantes seriam cobertas
por matas de Araucária e outras coníferas. Estes dados discordam do proposto por Troncoso e Romero (1998),
que sugerem a adaptação das araucárias às áreas altas, como tendo ocorrido somente no Quaternário.
Na Austrália, o deslocamento do continente para latitudes mais baixas irá magnificar os efeitos da
seca. Agathis irá sentir profundamente essas mudanças, diminuindo sua representação na microflora até
desaparecer no sul (Hill e Brodribb 1999). Já Araucaria tem um incremento e coincide com áreas instáveis
(Hill 1990). Formas de Columbea (A. hastiensis) ainda ocorrem na Tasmânia, e Eutacta mostra uma variação
e quantidade comparável a que hoje possui na Nova Caledônia, indicando climas semelhantes para a época
(Carpenter et al. 1994). Na Nova Zelândia, associam-se a Nothofagus (White 1994).

Mioceno

A colisão da Índia com o sul da Eurásia, no início do período, provoca o fechamento do Mar de
Tethys, o isolamento definitivo entre o Pacífico e o Atlântico e o soerguimento dos Alpes Europeus e da
Cordilheira do Himalaia. Um cinturão de aridez, como conseqüência, irá marcar os ambientes no interior da
Ásia. Na parte média do período, o globo será marcado por climas mais amenos.
Um novo intervalo de frio intenso, o mais drástico em todo o Terciário, marcará o final do período,
originando grandes extensões de terras geladas no Hemisfério Norte (Scotese 2000). Provocará um
pronunciado rebaixamento do nível dos mares, que, ao mesmo tempo que isola o Mediterrâneo e o Atlântico,
unirá muitas massas de terra que ficam emersas (Ásia Oriental, América do Norte e do Sul), criando inúmeras
rotas de passagem, aproveitadas, inclusive, pelas formas humanas primitivas. A ligação pela América Central,
interrompida desde a parte média do Mesozóico, será refeita e permitirá movimentos migratórios e de
dispersão de grande efeito sobre a vida (Meyen 1987).
As Matas com Araucária sentirão os efeitos da seca e reduzem-se ou ficam confinadas às latitudes
austrais. Em muitas partes do mundo, as florestas úmidas serão substituídas pelas paisagens abertas (savanas,
pradarias e estepes), causando extinção ou mudança em muitos grupos de mamíferos.
Na Austrália, com grande parte de seu território já contido em latitudes tropicais pelo gradativo
afastamento da Antártica, os grupos de coníferas que sobreviveram migram do sul para o norte (Bowler 1982,
White 1990 e 1994, Kersahw et al. 1991). Surgem as primeiras evidências da presença de fogo. Agathis
aparece no sudeste (Latrobe Valley), na parte basal do período (Carpenter e Pole 1995), e em depósitos de
carvão do sul, junto com Dacrycarpus, Lauraceae, Myrtaceae, Cunoniaceae e Proteaceae (Hill 1994).
Gradativamente será substituída por Araucaria sect. Eutacta (Kersahw e Wagstaff 2001), uma forma
abundante tanto nos macro como nos microfósseis do sul da Austrália e Tasmânia, acompanhada de
Cupressaceae, Podocarpaceae e angiospermas de folhas pequenas. Nothofagus de folhas micrófilas e com
margens inteiras, já muito semelhantes às dos modernos representantes, domina as assembléias. O conjunto
indica umidade e frio (White 1994, Macphail et al. 1994, Hill 1994).
Na América do Sul, o registro de Araucaria só é conhecido para as bacias da Argentina, desde
Mendoza (32oS) até Santa Fé, mais ao norte (Anzótegui e Garrala 1986). As paleoassembléias sugerem a
presença de florestas compostas por muitas coníferas, acompanhadas de pteridófitas (Dicksonia), Ilex, Lithrea
brasilensis (Anacardiaceae), Ericaceae e gramíneas, que cresciam entre as elevações iniciais que originaram
os Andes e os numerosos ambientes costeiros criados pelo nível de mar alto, que caracterizou o Mioceno
médio.
Essas formações florestais devem ter tido um importante papel na moderna distribuição de
Araucariaceae na América do Sul. Podem estar aí os elementos que permitiram ao gênero sobreviver aos
episódios de frio e originar as populações disjuntas de A. araucana e A. angustifolia. As Sierras de Córdoba
dividem ainda hoje as áreas do oeste argentino e Chile Central e o sul do Brasil e podem ter sido um dos
refúgios utilizados durante as fases de menor umidade e frio que se seguiriam até o final do período. A
reconquista dos ambientes pode ter ocorrido através das paisagens de campo recém-formadas e dos grandes
sistemas fluviais, quando do retorno das chuvas e do calor no início do Plioceno. A avaliação desse processo é
dificultada, no entanto, pela escassa presença de níveis com fósseis em território brasileiro.

Plioceno

O início do período é caracterizado por climas favoráveis e umidade e, nas Américas, pela migração
de taxas setentrionais para o sul, originando o Reino Neotropical. Juglans, Alnus, Quercus, Berberidaceae,
Caprifoliaceae, Myricaceae e Rosaceae aparecem na Venezuela e Colômbia (Meyen 1987). O calor irá
provocar uma nova elevação do nível dos mares.
Na Argentina, assembléias polínicas em Bahia Blanca, no litoral, atestam a presença de 22 espécies
de fungos, acritarcas e dinoflagelados, Nothofagus tipo dombeyi, gramíneas e compostas. A única
gimnosperma é Ephedra. No espectro de distribuição temporal, o declínio das florestas para o topo coincide
com o aumento das gramíneas (Guerstein e Quattrocchio 1984). Condições semelhantes são sugeridas para a
Província de Buenos Aires, onde, no final do Terciário, os estratos arbóreos eram compostos apenas por
Myrtaceae, Dacrydium e Podocarpus (Fm. Chasicó).
Definitivamente isolada e coberta pelo gelo, a Antártica mantém, no entanto, algumas florestas
empobrecidas de Nothofagus e Podocarpaceae em vales protegidos nas montanhas Transantárticas (Askin e
Markgraf 1986, Calrquist 1987).
Na Austrália, as coníferas se mantêm entre os polens, especialmente nos depósitos de zonas costeiras
ou subcosteiras da parte oriental, atingindo sua maior expressão conhecida para o Cenozóico (Kersahw e
Wagstaff 2001).

Quaternário

As oscilações climáticas que marcaram o final do Terciário irão se manter no Quaternário, embora
com intervalos de frio menos duradouros e pronunciados. Para seu acompanhamento, as Araucariaceae serão
extremamente úteis, graças à já vista sensibilidade e resistência à instabilidade.
É nesse momento que se estabelece a maior afinidade dessas coníferas, com as áreas do Gondwana
Oriental (Australásia) e sua gradativa redução na América.
Na Austrália, mantém taxas baixas, mas constantes, de presença entre os polens das áreas do sudeste
durante todo o Pleistoceno (Kersahw e Wagstaff 2001). No norte, aparece entre os elementos das florestas
úmidas, dominadas por angiospermas dos interglaciais chuvosos, mas se mantém quando o frio e a seca criam
as paisagens mais abertas (White 1994, Hope e Pask 1998), só declinando no sul no início do Holoceno.
O decréscimo dos ambientes florestados foi inicialmente atribuído à presença do homem, que teria
chegado a Austrália e Nova Zelândia há cerca de 1.000 anos. Dados de furos de sondagem na margem
oceânica (ODP 820), no entanto, apontam uma eliminação gradativa, iniciada muito antes, em 250.000 AP,
quando são registrados os primeiros sinais de fogo. Para as Araucariaceae, o primeiro sinal de declínio na
diversidade teria ocorrido em 130.000 AP e posteriormente em 35.000, coincidente com a glaciação. A seca
nesses intervalos teria incentivado o fogo e o avanço das matas de Eucalyptus. Para Kershaw e Wagstaff
(2001), as oscilações do El Niño (ENSO), expresso como fases de seca na Australásia, podem estar
envolvidas. Clement et al. (1999) afirmam que, embora observáveis em períodos de poucos anos, essas
oscilações possuem também um efeito amplo em escalas de milhares de anos. Este panorama desfavorável
pode ter sido a causa do desaparecimento de Araucaria nas latitudes mais altas da Austrrália e na Nova
Zelândia (Kersahw e McGlone 1995).
Na América do Sul, os bons índices de umidade na costa do Atlântico resultam da soma de uma série
de fatores. A maior influência é dos ventos quentes e úmidos que sopram de noroeste (Zona de Convergência
do Atlântico Sul - ZCAS ou Zona de Convergência Intertropical - ICZ) e seu choque com as frentes frias da
Antártica (Behling et al. 2000), mas também atuam aí a umidade trazida pelo sistema de ventos alíseos
(Easterlies) e, mais localmente, a produzida pelas brisas oceânicas. As áreas de seca do interior do continente
seriam, por seu turno, resultantes do papel exercido pela Cordilheira dos Andes, como barreira para os ventos
do oeste, formando um X de aridez que começa na Patagônia, a leste, e estende-se pelo Brasil, a oeste
(Villagrán 1983). Esse conjunto de fatores ainda não é bem compreendido quanto a seu papel individual.
Acima dos 30oS influencia a presença da Floresta Ombrófila Mista com A. angustifolia (e da Mata
Atlântica) na costa leste, produzindo ambientes caracterizados por umidade uniforme ao longo do ano e
temperaturas que raramente caem abaixo de 0oC. Abaixo dos 30oS e a oeste, deve ser a causa do
desenvolvimento das florestas Valdivianas e as com A. araucana, pela umidade trazida pelos contra-alíseos
(Westerlies). Parte da distribuição desta última, contudo, se estende até a face oriental da Cordilheira dos
Andes, em zona de sombra de chuva e, portanto, mais seca e fria (Figura 4), tornando-a o único representante
moderno do gênero a crescer em regiões similares às que existiam ao longo do Mesozóico e no final do
Terciário. É exclusiva também na capacidade de suportar solos congelados, sugerindo que adaptações prévias
à seca podem estar sendo utilizadas hoje para enfrentar o rigor invernal.
O registro do Quaternário brasileiro, apesar de proveniente de localidades esparsas, permite
acompanhar a resposta das Araucárias às modificações do clima durante os últimos 50.000 anos.
O registro na Amazônia inicia há cerca de 40.000 anos e as amostras (Lagoa das Patas, Lagoa da Curuça,
Lago Crispim, Bragança Peninsula, Rio Curuá e Lago Calado) demonstram que Araucaria está ausente, mas que
formas de Podocarpus viveram aí até 6.000 AP (uma espécie ainda vive nas montanhas de Roraima). O avanço
das florestas de angiospermas nas áreas baixas ocorre durante os intervalos de frio (Colinvaux et al. 1996a,
Behling 2002a e 2002b). Em Tocantins (Lagoa da Confusão), onde hoje está o limite entre a Floresta Amazônica
e o Cerrado, o registro recua até 30.000 AP e, para esse momento, uma vegetação aberta indicativa de clima seco.
Gradativamente dá lugar a matas galeria e campos sujos (entre 27 e 14.000 AP). A melhora dos teores de umidade
inicia há 5.500 anos e faz retornar a cobertura florestal (Behling 2002b).
Testemunhos no Maranhão (Lagoa do Aquiri) mostram que a vegetação está presente no intervalo
amostrado (entre 30.000 e 7.450 AP) e que foi capaz de acompanhar as variações do nível do mar e do clima.
Nos períodos favoráveis, compunha uma savana pantanosa com Ilex, Mauritia, Luehea, Araliaceae,
Sapindaceae, Sterculiaceae, sem Araucaria (Behling e Da Costa 1997). As áreas do nordeste, hoje habitadas
por palmeiras e florestas semideciduais, eram cobertas há cerca de 11.000 anos por uma mata pluvial densa
(Zyziphus, Anacardiaceae, Apocinaceae, Bignoniaceae, Cassia, Euphorbiaceae, Melastomataceae,
Mimosaceae, Myrtaceae, Sapindaceae e Tabebuia) e que incluía elementos de altitude, indicando um clima
úmido e temperaturas menos aquecidas. Serão substituídas por Mauritia e, logo após, pela chegada dos taxa
de caatinga e cerrado. A aridez aumenta 4.000 anos atrás (De Oliveira et al. 1999).
Em Lago do Pires, Minas Gerais, os testemunhos mostram episódios de queimadas nos últimos
10.000 anos (Behling 1995) e, mais uma vez, a ausência de Araucaria. Esta irá aparecer pela primeira vez nos
furos realizados em uma região elevada do sudeste (Catas Altas) e em Botucatu, São Paulo, hoje cobertas por
matas semidecíduas e cerrado. Entre 48.000 e 18.000 AP, o clima era frio e seco e a vegetação era formada
por campos e matas galeria, similares aos que hoje existem no planalto sul-riograndense (com Araucaria,
Podocarpus, Drimys, Ilex e Symplocos), sujeitas a incêndios. Estes dados sugerem que as florestas migraram
durante esse período, caracterizado por quedas nas temperaturas (cerca de 5 a 7o menores que as atuais), desde
os 28oS até os 20oS (Behling e Lichte 1997). Os primeiros sinais da atividade humana, com derrubada da
floresta e culturas de milho e mandioca, iniciam aí há cerca de 3.000 anos.
Para as áreas centrais do Brasil, Ledru (2002) sugere a presença de Araucária há 40.000 anos, seu
desaparecimento durante o último glacial (entre 20.000–18.000 AP) e um retorno entre 16.000 e 10.000 anos
AP, com freqüências variáveis até a reconquista dos ambientes. Atinge a distribuição moderna em 2.500 AP.
Estudos em Goiânia (GO), Salitre (MG) e Rio Claro (SP) evidenciaram um clima quente e úmido para cerca
de 30.000 anos atrás, seguido de um intervalo de seca e frio (17.000 a 14.000 anos) e o aparecimento de
Araucária há 12.000 anos. O pinheiro desaparece em um intervalo subseqüente de seca e frio e ressurge no
início do Holoceno com o retorno da umidade (Ledru 1992 e 1993, Ledru et al. 1994).
Durante o último glacial (Würm), os polens mostram a ausência de Araucária, tanto nas zonas
elevadas de Campos do Jordão onde hoje cresce, como nas terras baixas voltadas para o Atlântico, uma
condição que irá se manter mesmo no início do Holoceno quando voltam as temperaturas mais amenas. A
presença de uma corrente de ar quente continental e tropical bloqueava a chegada das frentes frias do sul,
diminuindo o índice pluviométrico (Behling 1993). As florestas só retomarão os espaços e se aproximam de
sua distribuição moderna a partir dos últimos 3.000 anos, quando um intervalo de frio e umidade irá
patrocinar o avanço dos pinheiros a partir das matas galeria (Behling 1995).
No Paraná (Serra Campos Gerais), Araucaria só é registrada nos últimos mil anos, associada a
Cyperaceae, Weinmannia, Alchornea e Myrsine e poucas Poaceae (Behling 1997b). Entre 15 e 11.000 AP, as
baixas temperaturas provocaram que as áreas altas da costa, onde hoje vive a Araucária, fossem cobertas por
campos. O pinheiro permanecerá restrito aos vales protegidos (como em Catas Altas).
Behling (1997a) propõe que as florestas tropicais que hoje habitam o norte de Santa Catarina, com
Arecaceae e Alchornea, já tiveram um caráter subtropical e indicativo de maior frio, com grande número de
Myrtaceae. A Mata Atlântica (Atlantic rain forest) e a mata nebular deviam ser mais restritas e ausentes das
áreas entre a Serra do Mar e a da Mantiqueira, onde hoje crescem. Entre 35.000 e 27.500 anos AP, áreas de
campo e fragmentos de mata adaptados ao frio (sem Araucária) e turfeiras se desenvolviam na região
(Behling e Negrelle 2001). Há 12.000 anos são substituídas por matas pouco diversificadas e, em 6.000 AP,
com o aumento da umidade e a elevação do nível do mar, a Mata Atlântica se instala e aparecem Araucaria e
Podocarpus (Behling 1997a).
Para o limite Pleistoceno–Holoceno em Santa Catarina, amostras de turfeira retiradas de zonas
elevadas evidenciaram igualmente uma paisagem dominada pelos campos e raras araucárias restritas aos
vales, acompanhada de Drimys, Aquifoliaceae e Weinmannia (Behling 1993, Behling 1995a, Behling 1997a).
A partir daí iniciam sua expansão, até que, há cerca de 1.000 anos estão plenamente desenvolvidas (1.500
anos AP, no Paraná).
Behling (1997b) e Kersahw e Waggstaff (2001) não concordam com Colinvaux et al. (1996b) quando
afirmam que as Araucariaceae teriam se expandido para o norte durante as fases glaciais, a não ser junto às
drenagens dos locais protegidos e com bom suprimento de umidade.
O acompanhamento do registro quaternário apóia as propostas vistas no início deste trabalho sobre o
caráter natural e relictual das amplas áreas de campo que hoje cobrem uma parte significativa do sul do Brasil
e o caráter de expansão do pinheiro sobre essas áreas, em tempos imediatamente anteriores ao atual.

Conclusão
As plantas, como a própria vida, estão sempre em movimento
Balduíno Rambo, S.J., 1958

O exame do registro fóssil das modernas coníferas, entre elas as Araucariaceae, sugere qube as
condições propícias para seu aparecimento criaram-se após a grande extinção do final do Permo-Triássico. A
união dos continentes formando o Pangea propiciou o aparecimento de grandes cinturões de aridez, cercados
por estreitas, mas importantes, áreas subtropicais, onde alguma condição de umidade existia, especialmente na
borda dos continentes. As áreas elevadas recém-criadas propiciaram a diversificação dos nichos e o
aparecimento de grandes sistemas fluviais, que patrocinaram o desenvolvimento do grupo, substituindo a flora
de Dicroidium e outras pteridospermas, habitantes dos corpos d' água das terras baixas e planícies de
inundação.
A intensificação dos eventos tectônicos no início do Jurássico, criando ambientes instáveis e solos
desnudados, continuou a favorecer as coníferas, cujo levantamento aqui realizado demonstra terem uma
grande capacidade de adaptação ao estresse e aos solos finos, que normalmente resultam do rejuvenescimento
do relevo. Assim, são exclusivas em unir aspectos encontrados em indivíduos c-estrategistas, denunciado por
sua boa competitividade, tamanho grande e vida longa, àqueles de comportamento s-estrategista, com boa
tolerância ao estresse ou pressão ambiental. Veblen (1982) caracterizou-as como indivíduos que utilizam uma
estratágia de equilíbrio, onde sua longevidade garante a sobrevivência a longo prazo.
Entre os gêneros modernos, Araucaria reúne o registro mais antigo, apesar de, como vimos, as
propostas filogenéticas apontarem Wollemia como precedendo a diferenciação entre Agathis e Araucaria. O
registro daquele gênero apenas em níveis posteriores ao Cretáceo e sua restrita distribuição moderna não
parecem apoiar essa hipótese.
Tipos com características das secções Eutacta e Bunya do gênero Araucaria estão entre os mais
antigos fósseis, e, para muitos pesquisadores, as formas putativas mostrariam preferencialmente caracteres
presentes em Bunya. Assim, a presença de dois cotilédones representaria o caráter ancestral, seguido de
formas com quatro cotilédones. Já a posição terminal ou axial do cone masculino esteve presente, muitas
vezes e de forma alternada, entre os fósseis da família.
Após sua origem no início do Jurássico, Eustacta se distribui amplamente e em ambos os
hemisférios, enquanto Bunya, abundante no Mesozóico e com um fraco registro no Terciário, se restringirá a
uma única espécie moderna (A. bidwilli). Essa distribuição sugere a ausência de relações entre o estoque
primitivo dessa secção e a forma viva atual. As outras duas secções, Columbea e Intermedia, também irão se
expandir durante o Mesozóico, especialmente no lado americano do Gondwana.
Agathis, cujo mais antigo registro conhecido data somente do final do Cretáceo, mostra também uma
menor variação genética e morfológica, sugerindo que os processos de especiação nesse grupo sejam recentes
e nas áreas do sudeste do Pacífico.
A primeira fase de diversificação e especiação é interrompida no início do Cretáceo, quando incia a
fragmentação do Gondwana e as angispermas aparecem como invasoras oportunistas dos ambientes costeiros
e terras baixas. A resposta das coníferas austrais será uma maior especialização para a vida em zonas menos
favoráveis (maior frio, seca ou solos menos próprios), o que lhes garantiu a diversidade, mas restringiu a
quantidade e área de abrangência.
No Cenozóico, um novo pico de irradiação ocorre no Eoceno, uma fase caracterizada por calor e
chuvas abundantes, o que estende sua ocorrência até a Antártica. Data daí sua associação preferencial com as
florestas pluviais, as áreas um pouco mais elevadas e a borda dos continentes submetida a clima oceânico. A
grande diversidade de nichos resultantes da criação de novos continentes, cadeias de montanhas e oceanos
propiciou o aparecimento de formações vegetais de caráter “misto”, termo igualmente empregado para seus
biomas modernos, respectivamente por Rambo (1951) e Schmithüssen (1966). Embora afastadas no tempo por
cerca de 40 milhões de anos, essas floras guardam grandes semelhanças.
Hoje, os representantes de Araucariaceae distribuem-se em grande parte junto a áreas elevadas e bem
iluminadas, submetidas a um tectonismo ativo e dotadas de solos de pequena espessura, litólicos e ácidos, em
zonas de clima oceânico mesotérmico, das latitudes subtropicais a tropicais. Os sistemas de ventos alíseos e
contra-alíseos e das frentes polares, aos quais se superimpõem os efeitos do El Niño e da Convergência do
Atlântico Sul, concentrando bons teores de umidade no sul do Brasil e oeste chileno, parecem ter grande
efeito sobre sua distribuição na América do Sul. Para seu desenvolvimento são ainda importantes as costas
voltadas para o oceano, onde os altos topográficos retêm a umidade, razão provável para sua grande
diversidade moderna nas ilhas do Pacífico.
A idéia subjacente à moderna fitogeografia, da associação das coníferas aos climas frios, não é
válida, portanto, para as Araucariaceae, com exceção, talvez, da forma chilena A. araucana (Kershaw e
Wagstaff 2001), de distribuição temperada.
Os parâmetros vistos e a longa história geológica mostram o valor que as formas associadas à família
possuem na avaliação do clima e da geografia pretéritas, tornando seu estudo especialmente valioso para
geólogos e paleobotânicos. Mesmo quando sua resposta aos ambientes reflete um processo localizado e
regional, se associada a outros parâmetros mais globais, permite o refinamento dos dados.
Por outro lado, o exame do registro pode ser útil àqueles que almejam compreender seu moderno
comportamento e garantir sua conservação. Mostra que possuíram sempre uma dinâmica própria e uma
resposta aos momentos de desequilíbrio, refugiando-se nas áreas mais protegidas, onde sobreviveram a muitos
eventos catastróficos. Garantida a proteção de seus biomas, serão capazes de manter-se e expandir
reconquistando as áreas num constante processo de evolução sucessional, raramente atingindo um “clímax”,
conceito hoje tão discutível.
Sua marcada resiliência aos episódios catastróficos, aos efeitos das mudanças ambientais e às pragas
induzidas por animais, que garantiram sua persistência no tempo, comprovam sua aptidão para projetos de
restauração. Enquanto as plantas com flores, em que pese sua rápida recuperação posterior, sofrem com esses
eventos, elas sobrevivem com custos mínimos e poderão continuar a coexistir, como no passado, com os
distintos grupos de plantas e suas novidades evolutivas.

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisas – CNPq e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do


Sul – FAPERGS pelas cotas de bolsa. Ao PROANTAR pela oportunidade de coleta na Península Antártica e
a UNISINOS pelo apoio à pesquisa e infraestrutura. A Cláudia Pandolfo Paz, nosso agradecimento por grande
parte das ilustrações.

Referência Bibliográficas

Anderson, H.M., Anderson, J.M. 1998a. The heyday of the gimnosperms: was it to be found in the Late
Triassic? In: Abstracts of Gondwana 10: Event Stratigraphy of Gondwana, Journal of African Earth
Sciences, 27(1A): 5-6.
Anderson, J.M., Anderson, H.M. 1998b. In search of the world’s richest flora: looking through the Late
triassic Molteno window. In: Abstracts of Gonwana 10: Event Stratigraphy of Gondwana, Journal of
African Earth Sciences, 27(1A): 6-7.
Anzótegui, L.M., Garralla, S.S. 1986. Estudio Palinologico de la Formación Paraná (Mioceno Superior) (Pozo
“Josefina”, Provincia de Santa Fe, Argentina). Facena, 6: 101-177.
Archangelsky, S. 1966. New gimnosperms from the Ticó flora, Santa Cruz Province, Argentina. Bulletin of
the British Museum (N.H.) Geology, 13(5): 259-295.
Archangelsky, S. 1994. Comparative ultrastructure of three Early Cretaceous gymnosperm pollen grains:
Araucariacites, Balmeiopsis and Callialasporites. Review of Paleobotany and Palynology, 83: 185-198.
Archangelsky, A., Andreis, R.R., Archangelsky, S., Artabe, A. 1995. Cuticular characters adapted to volcanic
stress in a new Cretaceous cycad leaf from Patagonia, Argentina. Considerations on the stratigraphy and
depositional history of the Baquero Formation. Review of Paleobotany and Palynology, 89(3-4): 213–233.
Armesto, J.J., Villagrán, C., Aravena, J.C., Pérz, C., Smith-Ramirez, C., Cortés, M., Hedin, L. 1995. Conifers
forests of the Chilean Coastal Range. In: N.J Enright and R.S. Hill (eds.) Ecology of the Southern
Conifers. Melbourne University Press, Melbourne, Austrália. 156–110.
Arrondo, O.G., Petriella, B. 1980. Alicura, nueva localidad plantifera Liasica de la Província de Neuquen,
Argentina. Ameghiniana 17: 200–215.
Artabe, A.E., Morel, E.M., Spalletti, L.A. 2001. Paleoecologia das floras triásicas argentinas. In: A.E. Artabe,
E.M. Morel e A.B. Zamuner (eds.) El Sistema Triásico en la Argentina. Fundación Museo de La Plata
“Francisco Pascasio Moreno”, La Plata. 199-225.
Ash, S.R. 1972. Late Triassic plants from the Chinle Formation north-eastern Arizona. Palaeontology, 15:
598-618.
Askin, R.A. 1989. Endemism and heterochroneity in the Late Cretaceous (Campanian) to Paleocene
palynofloras of Seymour Island, Antarctica: implications for origins, dispersal and paleoclimates of
southern floras. In: Crame, J.A. (ed.), Origins and Evolution of the Antarctic Biota, Geological Society
Special Publication, London, 47: 107-119.
Askin, R., Markgraf, V. 1986. Palynomorphs from the Sirius Formation, Dominion Range, Antarctica.
Antarctic Journal of the United States, 21(5): 34-35.
Aubréville, A. 1949. A floresta de pinho do Brasil. Anais Brasileiros de Economia Florestal, 2(2): 21-36.
Auler, N.M.F. 2000. Caracterização da estrutura genética de populações naturais de Araucaria angustifolia
(Bert.) O. Ktze. no Estado de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, SC. 74 pp., 4 anexos.
Backes, A. 1973. Contribuição ao conhecimento da ecologia da Mata de Araucária. Tese de Doutorado.
Universidade de São Paulo. 237 p.
Backes, A. 1983. Dinâmica do Pinheiro Brasileiro. Iheringia (Ser. Bot.), 30: 49-84.
Backes, A. 1999. Condicionamento climático e distribuição geográfica de Araucaria angustifolia (Bertol.)
Kuntze no Brasil – II. Pesquisas (Sér. Bot.), 49: 31-51.
Baldoni, A., Archangelsky, S. 1983. Palinología de la Formación Springhill (Cretácico inferior), subsuelo de
Argentina y Chile Austral. Revista Española de Micropaleontología, 15(1): 47-101.
Baldoni, A.M., Askin, R.A. 1993. Palynology of the Lower Lefipan Formation (Upper Cretaceous) of
Barranca de Los Perros, Chubut Province, Argentina. Part II. Angiosperm pollen and discussion.
Palynology, 17: 241-264.
Bamford, M.K. 1998. Fossil woods of Karoo age deposits in South Africa and Namibia as an aid to
bioestratigraphical correlation. In: Abstracts of Gondwana 10: Event Stratigraphy of Gondwana. Journal
of South African Earth Sciences, 27: 16.
Bamford, M.K., Philippe, M. 2001. Jurassic-Early Cretaceous Gondwanan homoxylous woods: a
nomenclatural revision of the genera with taxonomic notes. Review of Paleobotany and Palynology, 113:
287-297.
Barreda, V. 1997. Palinoestratigrafía de la Formación San Julián en el área de la Palya La Mina (Provincia de
Santa cruz), Oligoceno de la cuenca austral. Ameghiniana, 34(3): 283-294.
Batten, D.J. 1984. Palynology, climate and the development of Late Cretaceous floral provinces in the
Northern Hemisphere: a review. In: P. Brenchley (ed.) Fossils and Climate, John Wiley and Sons Ltd. p.
127-163.
Batten, D.J., Dutta, R.J. 1997. Ultrastructure of exine of gymnosperm pollen grains from Jurassic and basal
Cretaceous deposits in Northwest Europe and implications for botanical relationships. Review of
Paleobotany and Palynology, 99: 25-54.
Behling, H. 1995. A high resolution Holocene pollen record from Lago do Pires, SE Brazil: vegetation,
climate and fire history. Journal of Paleolimnology, 14: 253-268.
Behling, H. 1997a. Late Quaternary vegetation, climate and fire story from the tropical mountain region of
Morro de Itapeva, SE Brazil. Paleogeography, Paleoclimatology, Paleoecology, 129: 407-422.
Behling, H. 1997b. Late quaternary vegetation, climate and fire story of the Araucaria forests and campos
region from Serra Campos Gerais, Paraná State (South Brazil). Review of Paleobotany and Palynology,
97: 109–121.
Behling, H. 2002a. Impact of the Holocene sea-level changes in coastal, eastern and Central Amazonia.
Amazonia, 17(1-2): 41-52.
Behling, H. 2002b. Late Quaternary vegetation and climate dynamics in southeastern Amazonia inferred from
lagoa da Confusão in Tocantins State, northern Brazil. Amazonia, 17(1-2): 27-39.
Behling, H., Da Costa, M.L. 1997. Studies on Holocene tropical vegetation, mangrove and coast
environments in the State of maranhão, NE Brazil. Quaternary of South America and Antarctic Peninsula
10(7): 93-118.
Behling, H., Negrelle, R.R.B. 2001. Tropical rain forest and climate dynamics of the Atlantic Lowland,
southern Brazil, during the late Quaternary. Quaternary Research, 56: 383-389.
Behling, H., Arz, H.W., Pätzold, J., Wefer, G. 2000. Late Quaternary vegetational and climate dynamics in
northeastern Brazil, inferences from marine core GeoB 3104-1. Quaternary Science Reviews 19: 981-994.
Benton, M.J. 1993. The Fossil Record, 2. Chapman and Hall Ed. 845 p.
Berry, E.W. 1924. Mesozoic plants from Patagonia. American Journal of Science, 5(7): 473-482.
Berry, E.W. 1938. Tertiary flora from the Rio Pichileufú, Argentina. Special Papers of The Geological Society of
America. 12: 1-140.
Boardman, D.R. 2003. Fósseis relacionados a Araucariaceae em níveis do Paleoceno-Eoceno da ilha King George,
ilhas South Shetland, Península Antártica. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Trabalho de Conclusão do
Curso de Ciências Biológicas. São Leopoldo, 25 p.
Boersma, N., Van Schaik, C.P., Hogeweg, P. 1991. Nutrient gradients and spatial structure in tropical forests:
a model study. Ecological Modelling 55: 219-230.
Bolzon, R.T. 1995a. A vegetação triássica do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Comunicações do Museu
de Ciências Tecnológicas UBEA/PUCRS, Série Ciências da Terra, Porto Alegre, 1: 69-74.
Bolzon, R.T. 1995b. Mudanças florísticas durante o Triássico: o Gondwana no Rio Grande do Sul. Ciência e
Ambiente, Santa Maria, 1: 38-49.
Bond, W.J. 1989. The tortoise and the hare: ecology of angiosperm dominance and gymnosperm persistence.
Biological Journal of the Linnean Society 36: 227-249.
Bose, M.N. 1975. Araucaria haastii Ettingshausen from Shag Point, New Zealand. Paleobotanist, 22: 76-80.
Bowler, J.M. 1982. Aridity in the Tertiary and Quaternary of Australia. In: Barker, W.R., Greensdale, P.J.M.
(ed.) Evolution of the flora and fauna of arid Australia, Frewville, S. Australia. 35-45.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal 1998. Primeiro Relatório
Nacional para a Conservação sobre Diversidade Biológica: Brasil. Brasília, 283 p.
Brea, M. 1997. Una nueva especie fósil del género Araucarioxylon Kraus 1870, emend. Maheshwari 1972 del
Triásico de Água de La Zorra, Upsllata, Mendoza, Argentina. Ameghiniana, 34(4): 485-496.
Britez, R.M., Reissmann C.B., Silva S.M., Santos Filho A. dos. 1992. Deposição estacional de serapilheira e
macronutrientes em uma floresta de Araucária, São Mateus, Paraná. In: Congresso Nacional de Essências
Nativas, 2, Curitiba, PR. Anais, 766-772.
Cabral, M.P. 2001. Os caçadores-coletores pré-coloniais do vale do Rio Maquine: discutindo modo de vida e
ambiente. In: Congresso da ABEQUA, 8, Imbé, Rio Grande do Sul. Anais, 439-440.
Cabrera, A.L. 1951. Territorios fitogeograficos de la Republica Argentina. Boletin de la Sociedad Argentina
de Botánica, 4:120.
Cabrera, A.L., Willink A. 1980. Biogeografia da América Latina. Washington, D.C. Secretaria Geral de la
OEA. 122 p.
Calder, M.G. 1953. A coniferous Petrified Forest in Patagonia. Bulletin of the British Museum (N.H.),
Geology, 2(2): 99-138.
Campos, C.C. 1998. Biocronoestratigrafia e inferências paleoambientais das formações Castellanos e
Migues – Bacia de Santa Lucia – Cretáceo do Uruguai, com base em palinologia. Dissertação de
Mestrado, Universidade de São Paulo, 1998. Boletim Paleontologia em Destaque, 24: 16-17.
Cantrill, D.J., Nichols, G.J. 1996. Taxonomy and paleoecology of Early Cretaceous (Late Albian) angiosperm
leaves from Alexander Island, Antarctica. Review of Paleobotany and Palynology, 92: 1-28.
Carlquist, S. 1987. Pliocene Nothofagus wood from the Transantarctic Mountains. Aliso, 11(4): 571- 583
Carpenter, R.J., Hill, R.S., Jordan, G.J. 1994. Cenozoic vegetation in Tasmania: macrofossil evidence. In:
R.S. Hill (ed.) History of the Australian vegetation: Cretaceous to Recent. Cambridge University Press,
Cambridge. 276-298.
Carpenter, R.J., Pole, M.S. 1995. Eocene plant fossil from the Lefroy and Cowan paleodrainages, Western–
Australia. Australian Systematic Botany, 8: 1107-1154.
Carvalho, P.E.R. 1994. Espécies florestais brasileiras. Recomendações silviculturais, potencialidades e uso
da madeira. EMBRAPA. 639 p.
Case, J.A. 1988. Paleogene floras from Seymour Island, Antarctic peninsula. Geological Society of America
Memoir. 169: 523-530.
Cestaro, L.A. 1988. Estudo microclimático do interior de uma mata de Araucária na Estação Ecológica de
Aracuri, Esmeralda, RS. Revista Árvore, 12(1): 41-57.
Chemale Jr., F. 2000. Evolução Geológica do Escudo Sul-rio-grandense. In: HOLZ, M., DEROS, L.F.,
Geologia do Rio Grande do Sul, Edição CIGO -UFRGS, Porto Alegre. p.13-52.
Chiappetti, M.I.S. 2001. A reserva da biosfera da Mata Atlântica no Estado do Rio Grande do Sul. In 1.º
Simpósio de Áreas Protegidas - Pesquisa e Desenvolvimento Sócio-Econômico. Resumos expandidos.
Pelotas, 29-41
Clement, A.C., Seager, R., Cane, M.A. 1999. Orbital controls on the El Niño/Southern Oscilations and the
tropical climate. Paleoceanography, 14: 441-456.
Codrington, T.A., Scott, L.J., Scott, K.D., Graham, G.C., Rossetto, M., Ryan, M., Whiffin, T., Henry, R.J.,
Hill, K. 2002. Unresolved phylogenetic position of Wollemia, Araucaria e Agathis. In: International
Araucariaceae Symposium, Auckland, Nova Zelândia, 2002. Abstracts, work 65.
Colinvaux, P.A., De Oliveira, P.E., Moreno, J.E., Miller, M.C., Bush, M.B. 1996a. A long pollen record from
lowland Amazonia: forest and cooling in glacial climates. Science 274: 85-88.
Colinvaux, P.A., Liu, K. De Oliveira, P., Bush, M.B., Miller, M.C., Kamman, M.S. 1996b. Temperature
depression in the lowland tropics in glacial times. Climate Change 32: 19-33.
Cookson, I.C. 1947. Plant microfossils from the lignites of Kerguelen Archipelago. Br.-Aust.-N.Z. Antarctic
Research Expediton Report, Serie A 2(8): 127-142.
Cookson, I.C., Duigan, S.L. 1951. Tertiary Araucariaceae from southeastern Australia, with notes on living
species. Australian Journal of Scientific Research, Melbourne, Serie B, 4: 415-449.
Cozzo, D. 1980. Distribución Fitogeográfica en la Argentina de Araucaria y A. angustifolia. Forestry
problems of the genus Araucaria. In: IUFRO meeting held in Curitiba, Paraná, Brazil, 1979,
Proceedings…, 1-3.
Cunningham, W.D., Dalziel, I.W.D., Lee, Tung-Yi, Lawver, L.A. 1995. Southernmost South America-
Antarctic Peninsula relative plate motions since 84 Ma: Implications for the tectonic evolution of the
Scotia Arc region. Journal of Geophysical Research, 100(B5): 8257-8266.
De Jersey, N.J., McKellar, J.L. 1981. Triassic palynology of the Warang Sandstone (northern Galilee Basin)
and its phytogeographic implications. In: M.M. Cresswell, P. Vella (eds.) 5th. International Gondwana
Symposium (Wellington). A.A. Balkema. 31-37.
De Laubenfels, D. 1972. Gymnosperms, no. 4. In: Aubreville & J.S. Leroy (eds.) Flore de la Nouvelle-
Caledónie et Dépendances. Paris. Muséum National d’Histoire Naturelle.
De Lima L., Neto, N.M., Boardman, D.R., Henskowski, E., Dutra, T.L. 2002. Matas de Araucaria
angustifolia em áreas do escudo Sul-riograndense. Paleontologia em Destaque, Porto Alegre. 17(40): 18.
De Oliveira, P. E., Barreto, A.M.F., Suguio, K. 1999. Late Pleistocene/Holocene climatic and vegetational
history of the Brazilian caatinga: the fossil dunes of the middle São Francisco River. Palaeogeography,
Palaeoclimatology, Palaeocology, 152: 319-337.
Del Fueyo, G. 1991. Una nueva Araucariaceae cretácica de Patagonia, Argentina. Ameghiniana, 28(1-2):
149–161.
Dettmann, M.E. 1989. Antarctica: Cretaceous cradle of austral temperate rainforest? In: J.A. Crame (ed.)
Origins and Evolution of Antarctic Biota. Geological Society Special Publication, 47: 89-105.
Dilcher, D.L., Taylor, T.N. 1980. Biostratigraphy of Fossil Plants. Successional and Paleoecological
Analyses. Dowden, Hutchingon and Ross, Inc. USA. 259 p.
Diverio, V.T., Stranz, A., Dutra, T.L. 2001. Uso de imagens LANDSAT no mapeamento de Araucaria
angustifolia no Estado do Rio Grande do Sul. In: X Simpósio Brasileiro de Sensoriamentro Remoto, Foz
de Iguaçu, 2001. Resumos, 14.
Diverio, V.T., Stranz, A., Dutra, T.L. 2002. Araucaria angustifolia and its conservation in Rio Grande do Sul
state. In: 29th. International Symposium of Remote Sensing, 2002, Buenos Aires. Abstract. 21.
Dolph, G.E., Dilcher, D.L. 1980. Variation in leaf size with respect to climate in the tropics of the Western
Hemisphere. Bulletin of the Torrey Botanical Club 107:154-162.
Drinnan, A.N., Chambers, T.C. 1986. Flora of the Lower Cretaceous Koonwarra Fossil Bed (Korumburra
Group) south Gippsland. In: P.A. Jell and J. Roberts (eds.) Plants and Invertebrates from the Koonwarra
Fossil Beds, South Gippsaland, Victoria. Memoirs of the Association of Australasian Paleontologists, 3: 1-
77.
Drinnan, A.N., Crane, P.R. 1990. Cretaceous Paleobotany and its Bearing on the Biogeography of Austral
Angiosperms. In: T.N. Taylor, E.L. Taylor, (eds.) Antarctic Paleobiology: its role in the reconstruction of
Gondwana. Springer-Verlag, New York, 192-219.
Duarte, L. 1993. Restos de Araucariáceas da Formação Santana - Membro Crato (Aptiano), NE do Brasil.
Anais da Academia Brasileira de Ciências, 65(4): 357-362.
Duarte, L.S., Dillenburg, L.R., 2000. Ecophysiological responses of Araucaria angustifolia (Araucariaceae)
seedlings to different irradiance levels. Australian Journal of Botany, 48: 531-537.
Duarte, L.S., Dillenburg, L.R., Rosa, L.M.G. 2002. Assessing the role of light availability in the regeneration
of Araucaria angustifolia (Araucariaceae). Australian Journal of Botany, 50: 741-751.
Dusén, P. 1908. Über die tertiäre flora der Seymour-Insel. Wissenschaftliche Ergebnisse der Schwedischen
Südpolar-Expedition 1901-1903, Lithographisches Institut des Generalstabs. Stokholm. 1-127.
Dutra, T.L. 1997. Composição e história da vegetação do Cretáceo e Terciário da ilha Rei George, Península
Antártica. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 488p. 2 anexos.
Dutra, T.L. 2000a. Nothofagus no noroeste da Península Antártica. II. Paleoceno Superior- Eoceno Inferior.
Revista da Universidade de Guarulhos, Geociências 5(n.º especial): 131–136.
Dutra, T.L. 2000b. The History of Araucariaceae: a new antarctic approach and its fossil record. In: Southern
Connection Congress, 3, New Zealand. Program and Abstracts. 84.
Dutra, T.L. 2001. Paleoflora da ilha 25 de Mayo, Península Antártica: contribuição à paleogeografia,
paleoclima e para a evolução de Nothofagus. Asociación Paleontológica Argentina, Publicación Especial,
8: 29-37.
Dutra, T.L., Batten, D. 2000. The Upper Cretaceous flora from King George Island, an update of information and
the paleobiogeographic value. Cretaceous Research, 21(2-3): 181-209.
Dutra, T.L., Crisafulli, A. 2002. Primeiro registro de uma associação de lenhos e ramos de coníferas em níveis
do final do Triássico Superior no sul do Brasil (Bacia do Paraná, Formação Caturrita). In: VIII Congresso
Argentino de Paleontologia y Bioestratigrafia, Corrientes 7 al 10 outubro 2002. Argentina. Resúmenes....,
32.
Dutra, T.L., Jasper, A. 1993. Impressões foliares de coníferas e pteridófitas em Hope Bay (Mount Flora Fm.),
Península Antártica. In: XIII Congresso Brasileiro de Paleontologia (São Leopoldo, RS, 1993), Boletim de
Resumos, 90.
Dutra, T.L., Stranz, A. 1999. Paleogeography and the fossil record of Araucariaceae Henkel & Hochstetter
1865. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 71(4): 810–811.
Dutra, T.L., Stranz, A. 2000. Parâmetros quantitativos, morfologia e distribuição dos complexos estomáticos
em Araucaria angustifolia no sul do Brasil. In: Simpósio Argentino de Paleobotânica y Palinologia, 11,
Tucuman, Argentina. Resumenes, 1: 105.
Dutra, T.L., Stranz, A. 2002. Os fósseis da Bacia de Sergipe–Alagoas. Os vegetais: angiospermas. Phoenix,
47: 1-4.
Dutra, T.L., Cardoso, N., Stranz, A. 1999. Floresta de Araucária, um resíduo moderno de floras pretéritas ou
um bioma em expansão? Revista Brasileira de Paleontologia, 2: 96–97.
Dutra, T.L., Boardman, D., Souza-Lima, W. 2002a. Os fósseis da Bacia Sergipe- Alagoas. Os vegetais:
gimnospermas. Phoenix, 46: 1-4.
Dutra, T.L., Faccini, U.F., Crisafulli, A., Schuch, S.A. 2002b. Preservação tridimensional de coníferas em
níveis da Formação Caturrita, Triássico Superior do Rio Grande do Sul, Brasil. Paleontologia em
Destaque. Porto Alegre. 17(40): 34.
Enright, N.J., Hill, R.S. 1995. Ecology of the Southern Conifers. Smithsonian Institution Press, Washington.
342 p.
Enright, N.J., Ogden, J. 1995. The Southern Conifers - a synthesis. In: N.J Enright, and R.S. Hill (eds.)
Ecology of the Southern Conifers. Smithsonian Institution Press, Washington. 271-287.
Enright, N.J., Ogden, J., Rigg, L.S. 1999. Dynamics of forests with Araucariaceae in the western Pacific.
Journal of Vegetation Science, 10(6): 793-804.
Faccini, U. 2000. Estratigrafia do Permo-Triássico do Rio Grande do Sul: estilos deposicionais versus
espaço de acomodação. Tese de Doutorado. Curso de Pós-Graduação em Geociências, UFRGS, Porto
Alegre. 300 p.
Fernandes, A.V., Backes, A. 1998. Produtividade primária em floresta com Araucaria angustifolia no Rio
Grande do Sul. Iheringia (Sér. Bot.), 51(1): 63-78.
Ferreira, A.G., Irgang, B. 1979. Regeneração natural de Araucaria angustifolia nos Aparados da Serra, RS.
In: Congresso Nacional de Botânica, 30, Campo Grande. Anais, 225-230.
Ferri, M.G. 1980. Vegetação Brasileira. Ed. Itatiaia –USP. 157p.
Feruglio, E. 1951. Piante del mesozoico della Patagonia. Publ. Inst. Geol. Univ. Torino, 1: 35-80.
Florin, R. 1940. The Tertiary fossil conifers of south Chile and their phytogeographical significance.
Kungliga Svenska Vetenskapsakademiens Handlingar 19: 1-107.
Florin, R. 1963. The distribution of conifer and taxad genera in time and space. Acta Horti Bergiani, 20 (4):
122-312.
Foster, C.B., Balme, B.E., Helby, R. 1994. First record of Tethyan palynomorphs from the Late Triassic of
East Antarctica. Journal of Australian Geology and Geophysics, 15(2): 239-246.
Frenguelli, J. 1933. Situación estratigráfica y edad de la “Zona com Araucarias” al sur del curso inferior del
río Deseado. Bol. Inf. Petrolifero, 112: 843-893.
Gantzel, O.L. 1982. Avaliação das florestas de Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. do sul do Brasil,
através de imagens do satélite LANDSAT-II. Revista Floresta, 28: 38-40.
Garcia, I.S., Alves, Y.M.B., Teixeira, M.B. 1978. Vegetação atual da Região Sul. Ministério do Interior.
SUDESUL - Superintendência do Desenvolvimento da Região Sul – Porto Alegre. 108 p. 7 figs.
Golfari, L. 1963. Exigencias climáticas de las coníferas tropicales y subtropicales. Unasylva, 17(1): 33-42.
Golonka, J., Ross, M.I., Scotese, C.R. 1994. Phanerozoic paleogrography and paleoclimate modelling maps.
In: Embry A.F., Beauchamp B., Glass D.J. (ed.) PANGEA: global environments and resourches. Memoir
of the Canadian Society of Petroleum Geologists, 17: 1-48.
Graham, S.W., Rai, H.S., Reeves, P.A., Olmstead, R.G. 2002. Molecular systematics and chloroplast genome
evolution of Araucariaceae and relatives. In: International Araucariaceae Symposium, Auckland, New
Zealand. Abstracts, work 12.
Gray, W. 1994 Tras las huellas del Capitán Cook. Ediciones Folio, Espanha/National Geographic Society. 2
vol. 206 p.
Guerra, M.P., Reis, M.S. 1999. Inventário dos Recursos Florestais da Mata Atlântica – a exploração e
utilização dos recursos, seus impactos sócio-econômicos atuais e potencialidades de manejo sustentável:
Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze. Florianópolis. 75 p.
Guerra-Sommer, M., Cazzulo-Klepzig, M., Iannuzzi, R. 1998. The Triassic taphoflora of the Paraná Basin,
Rio Grande do Sul, Brazil. In: Abstracts of Gonwana 10: Event Stratigraphy of Gondwana, Journal of
African Earth Sciences, 27(1A): 98.
Guerra-Sommer, M., Cazzulo-Klepzig, M., Bolzón, R.T., Alves, L.S.R., Iannuzzi, R. 2000. As floras
triássicas do Rio Grande do Sul: Flora Dicroidium e Flora Araucarioxylon. In: Holz, M., de Ros, L.F.
(eds.) Paleontologia do Rio Grande do Sul, UFRGS/CIGO, Porto Alegre, 85-106.
Guerstein, R., Quattrocchio, M.E. 1984. Datos palinológicos de un perfil Cuaternario ubicado en el estuario
de Bahia Blanca. In: Congreso Geológico Argentino, 9, Bariloche, Argentina, Actas, 4: 596-609.
Gurgel Fo, O.A., Pisani, J.F. 1975. Análise bioestatística de pinhões de cinco diferentes proveniências.
Silvicultura em São Paulo, 9: 73-85.
Harris, T.M. 1979. The Yorkshire Jurassic flora. V. Coniferales. Br. Mus. Nat. Hist. Publ. 803: 166 p.
Herbst, R. 1966. Revisión de la flora liásica de Pedra Pintada, Prov. Neuquén, Argentina. Rev. Museo de La
Plata (n.s.) Paleont., 5(30): 27-53.
Herbst, R., Lutz, A. 1988. Rhexoxylon brasiliensis n. sp. (Corytospermaceae, Pteridospermales) from the
Upper Triassic Caturrita Formation, Brazil, with comments on biology and environment. Mededelingen
Rijks Geologische Dienst, 42: 21-28.
Hill, R.S (ed.). 1994. History of Australian Vegetation: Cretaceous to Recent. Cambridge University Press.
433 p.
Hill, R.S. 2000. The origin and early evolution of angiosperms. Australian Biologist, 13(3): 76-89.
Hill, R.S., Brodribb, T.J. 1999. Southern Conifers in time and space. Australian Journal of Botany, 47: 639-
696.
Holmes, W.B.K. 1998. The Triassic vegetation of eastern Australia. In: Abstracts of Gonwana 10: Event
Stratigraphy of Gondwana, Journal of African Earth Sciences, 27(1A): 115.
Hueck, K. 1978. Los bosques de Sudamérica. Sociedad Alemana de Cooperación Técnica, Eschborn,
Germany, 476 p.
Hueck, K. 1952. Verbreitung und Standorstsansprüche der brasilianisquen Araukarie (Araucaria angustifolia
(Bert.) O. Ktze.). Forstw. Cbl., 71: 272-289.
Hueck, K. 1961. Distribuição e habitat natural do Pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia). Boletim
Geográfico, 19(165): 709–723.
Hueck, K. 1972. As florestas da América do Sul. Ed. Polígono, São Paulo. 466 p.
Inoue, M.T., Galvão, F., Torres, D.V. 1979. Estudo ecofisiológico sobre Araucaria angustifolia (Bert.) O.
Ktze.: fotossintese em dependência da luz no estágio juvenil. Revista Floresta, 10: 5-9.
Jaffré, T. 1995. Distribution and Ecology of the conifers of New Caledonia. In: N.J. Enright & R.S. Hill (eds.)
Ecology of the Southern Conifers. Smithsonian Institution Press, Washington. 171-196.
James, P. E. 1942. Latin America. New York, Boston, 1ª ed.
Jarenkow, J.A. 1985. Composição florística e estrutura da Mata com Araucária na Estação Ecológica de
Aracuri, Esmeralda, Rio Grande do Sul. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
Dissertação de Mestrado, 85 p.
Jones, W.G., Hill, K.D., Allen, J.M. 1995. Wollemia nobilis, a new living Australian genus and species in the
Araucariaceae. Telopea, 6: 173-176.
Kedves, M. 1994. Transmission electron microscopy of the fossil gymnosperm exines. Laboratory of Plant
Cell Biology and Development, Szeged. 125 p.
Kendall, M.W. 1949. A Jurassic Member of the Araucariaceae. Ann. Bot. NS, 13(50): 151-161.
Kershaw, P., McGlone, M.S. 1995. The Quaternary History of the southern conifers. In: Enright, N.J. & Hill,
R.S. (ed.) Ecology of the Southern Conifers. Smithsonian Institution Press, Washington, 30-63.
Kersahw, P., Wagstaff, B. 2001. The Southern Conifer family Araucariaceae: History, Status and Value for
paleoenvironmental reconstruction. Annual Review of Ecological Systematics, 32: 397-414.
Kershaw, A.P., Bolger, P., Sluiter, I.R.K., Baird, J. Whitelaw, M. 1991. The origin and evolution of brown
coal lithotypes in the Latrobe Valley, Australia. Int. J. Coal Geol., 18: 233–249.
Klein, R.M. 1960. O aspecto dinâmico do pinheiro brasileiro. Sellowia, 12: 17-44.
Klein, R.M. 1963. Importância prática da fitossociologia para a silvicultura sul brasileira. In: Simpósio de
Reflorestamento da Região da Araucária, 1. Anais, 240.
Knobloch, E., Konzaliová, M. 1998. Comparison of the Eocene plant assemblages of Bohemia (Czech
Repuiblich) and Saxony (Germany). Review of Paleobotany and Palynology, 101: 29-41.
Krassilov, V.A. 1978. Araucariaceae as indicators of climate and paleolatitudes. Review of Paleobotany and
Palynology, 26: 113-124.
Krug, H.P. 1964. Fontes de abastecimento atuais e previsão. Silvicultura em São Paulo, 3: 333-369.
Laboriau, L.F., Mattos, Fo A. 1948. Notas preliminares sobre a “região da Araucária”. Anuário Brasileiro de
Economia Florestal, 1-17.
Lawver, L.A., Schlater, J.G., Meinke, L. 1985. Mesozoic and Cenozoic reconstructions of the South Atlantic.
Tectonophysics, 114: 233-254.
Leanza, A.F. 1948. Los bosques petrificados de Santa Cruz. Anais de la Sociedad Cientifica Argentina, 146:
174-188.
Ledru, M-P. 1992. Modifications de la végétation du Brésil entre la dernière époque glaciaire et
l’interglaciaire actuel. C.R. Acad. Sci. Paris, 314(ser. II): 17-23.
Ledru, M-P. 1993. Late Quaternary environmental and climatic changes in Central Brazil. Quaternary
Research, 39: 90-98.
Ledru, M-P. 2002. Migracion et extinction au cours du Quaternaire: limites de la palynologie dans la
reconstitution paléoenvironnementale. Biosystema 20: 89-94.
Ledru, M-P., Behling, H., Fornier, M., Martin, L., Servant, M. 1994. Localisation de la forêt d’Araucaria du
Brésil au cours de l'Holocene. Implications paléoclimatiques. C.R. Acad. Sci. Paris, 317: 517-521.
Lorscheitter, M.L. 1983. Evidences of sea oscillations of the Late Quaternary in Rio Grande do Sul, Brazil,
provided by palynological studies. Quaternary of South America and Antarctic Peninsula, 1: 53-60.
Leite, P.F. 2002. Contribuição ao conhecimento fitoecológico do sul do Brasil. Ciência e Ambiente, 24: 51-
73.
Leite, P.F., Klein, R.M. 1990. Vegetação. In: Geografia do Brasil. IBGE, Diretoria de Geociências, Rio de
Janeiro. 420 p.
Lindman, L.A.M. 1906. A vegetação do Rio Grande do Sul (Brasil Austral). Porto Alegre, 356p., 2 mapas.
(reedição em 1974, com capítulo de M.G.Ferri, Ed.Itatiaia-USP).
Maack, R. 1968. Geografia Física do Estado do Paraná. M. Roesller, Curitiba. 350 p.
Macphail, M.K., Hill, R.S., Forsyth, S.M., Wells, P.M. 1991. A Late-Oligocene-Early Miocene cool climate
flora in Tasmania. Alcheringa, 15: 87-106.
Marchiori, J.N.C. 1996. Dendrologia das Gimnospermas. Ed. UFSM, Santa Maria. 158 p.
Marchiori, J.N.C. 2002. Considerações terminológicas sobre os campos sulinos. Ciência e Ambiente, 24: 139-
150.
Martínez, M.A. 2002. Palynological zonation of the Lajas Formation (Middle Jurassic) of the Neuquén Basin,
Argentina. Ameghiniana, 39(2): 221-240.
Martius, C.F.P. 1924. A fisionomia do Reino Vegetal no Brasil (em português). Anuário Bras. Econ.
Florestal, 10: 209-227.
Martius, C.F.P. von 1906. Vitae itineraque collectorum botanicorum. In: MARTIUS K.F.P. von (org.) Flora
brasiliensis, 1(1): 1-154.
Mattos, J.R. 1994. O pinheiro brasileiro. Lages, SC. 226 p.
Mauhs, J. 2002. Fitossociologia e regeneração natural de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista exposto
a perturbações antrópicas. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em
Biologia, São Leopoldo, RS. Dissertação de Mestrado, 65 p.
McLoughlin, S., Drinnan, A.N., Lindström, S. 1998. Sedimentary development, floristic evolution and
terrestrial extinction events of the mid-Permian to Upper Triassic Amery Group, Prince Charles
Mountains, East Antarctica. In: Abstracts of Gonwana 10: Event Stratigraphy of Gondwana, Journal of
African Earth Sciences, 27(1A): 137.
Menéndez, C.A., Caccavari, M.A. 1966. Estrutura epidermica de Araucaria nathorstii Dus. del Terciario de
Pico Quemado, Rio Negro. Ameghiniana, 4: 195-199.
Mattos, J.R. de 1994. O pinheiro brasileiro. Volume 1. Lages, 2ª ed. 223 p.
Meyen, S.M. 1987. Fundamentals of Paleobotany. Chapman and Hall, London. 432p.
Meyer-Berthaud, B., Taylor, T., Taylor, E. 1993. Petrified stem bearing Dicroidium leaves from the Triassic
of Antarctica. Paleontology, 36(2): 337-356.
Miller, C. 1988. The origin of modern conifer families. In: C.B. Beck (ed.) Origin and Evolution of
Gimnosperms, Columbia University Press, 448 p.
Minello, L.F. 1994. As “florestas petrificadas” de região de São Pedro e Mata, RS. III. Análise morfológica
megascópica, afinidades e considerações paleoambientais. Acta Geologica Leopoldensia, 39(1): 75-92.
MME/DNPM 1989. Mapa Geológico do Estado do Rio Grande do Sul e parte do Escudo Sul-Rio-Grandense.
Departamento Nacional de Produção Mineral, Divisão de Geologia e Mineralogia (mapa).
Monteiro, R.F.R., Speltz, R.M. 1980. Ensaio de 24 procedências de Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze.
In: IUFRO Meeting on forestry problems of the genus Araucaria, 1. Curitiba. Anais. FUPEP, Paraná, 181-
200.
Morel, E., Artabe, A.E., Ganuza, D.G., Brea, M. 1994. Las plantas fósiles de la Formación Monte Flora, en
Bahia Botanica, Península Antártica, Argentina. I. Dipteridaceae. Ameghiniana 31(1): 23-31.
Morel, E.M., Artabe, A.E., Zavattieri, A.M., Bonaparte J.F. 2001. Cronología del Sistema Triásico. In A.E.
Artabe, E.M. Morel, A.B. Zamuner (eds.) El Sistema Triásico en la Argentina. Fundación Museo de La
Plata “Francisco Pascasio Moreno”, La Plata, 227-253.
Moss, P.T., Kersahw, A.P. 2000. The last glacial cycle from the humid tropics of northeastern Australia:
comparison of a terrestrial and a marine record. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology,
155: 155-176.
Mujica, R. 2003. Los bosques de Araucaria araucana em Chile y Argentina. Parte I: Estudios sobre
tratamientos silvícolas em Chile. Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenareit (GZT), TWF-40s,
Eschborn. Alemanha. 7-77.
Nimer, E. 1990. Clima. In: Geografia do Brasil. IBGE, Diretoria de Geociências, Rio de Janeiro. 420 p.
Ntima, O.O. 1968. The Araucarias. Fast growing timber trees of the lowland tropics no. 3. Commonwealth
Forestry Institute, Department of Forestry, University of Oxford. 139 p.
Page, C.N. 1980. Leaf micromorphology in Agathis and its taxonomic implications. Plant Systematic and
Evolution, 135: 71-79.
Papú, O.H. 2002. Nueva microflora de edad maastrichtiana en la localidad de Calmu-Co, sur de mendoza,
Argentina. Ameghiniana, 39(4): 415-426.
Parodi, L.R. 2002. Las regiones fitogeográficas argentinas. Ciência e Ambiente, 24: 25-34.
Parrish, J.T. 1993. Climate of the supercontinent Pangea. Journal of Geology, 101: 215-233.
Peralta, M. 1980. Geomorfología, clima y suelos del tipo florestal Araucaria en Lonquimay. Boletín Técnico
de la Facultad de Cencias Forestales, Universidad de Chile, 57 p.
Pitcher, J.A. 1975. Report on an FAO project to stablish international provenance trials of Araucaria
angustifolia (Bert.) O. Ktze. Forest genetic resources information, 4: 59-64.
Platt, G. 2002. The relegation of the Mesozoic Araucariaceae into dysfunctional refuges in the Cenozoic is
explained by the comparative differences precisely record in the collective physiological tolerances of all
living things. In: International Araucariaceae Symposium, Auckland, New Zealand, 2002. Abstracts, work
14.
Pole, M. 1994a. An Eocene macroflora from the Taratu Formation at Livingstone, North Otago, New
Zealand. Australian Journal of Botany, Wellington, 42: 341-367.
Pole, M.S. 1994b. The New Zealand flora–entirely long-distance dispersal? Journal of Biogeography, 21:
625-635.
Pole, M.S. 1995. Late Cretaceous macrofloras of eastern Otago, New Zealand: Gymnosperms. Aust. Syst.
Bot., 8: 1067-1106.
Pole, M., Hill, R., Harwood, D. 2000. Eocene plant macrofossils from erratics, McMurdo Sound, Antarctica.
In: Paleobiology and paleoenvironments of Eocene Rocks, MacMurdo Sound, East Antarctica, Antarctic
Research Series, 76: 243-251.
Porcher, C.A., Lopes, R.C. 2000. Cachoeira do Sul-Folha SH.22-Y-A. Projeto de Mapeamento Geológico/
Metalogenético Sistemático CPRM- Programas Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil.
Prámparo, M.B., Volkheimer, W. 2002. Nuevos hallazgos de palimomorfos en la Formación La Amarga,
Miembro Bañados de Caichigüe, cuenca Neuquina sudoriental, Argentina. Ameghiniana, 39(4): 395-404.
Quadros, F.L.F., Pilar, V.P. 2002. Transições floresta–campo no Rio Grande do Sul. Ciência e Ambiente, 24:
109–118.
Quattrocchio, M.E., Volkheimer, W. 1985. Estudio palinologico del Berriasiano en la localidad Mallin
Quemado, Provincia de Neuquen, Argentina. Ameghiniana, 21(2-4): 187-204.
Ragonese, A.E., Castiglione, J.A. 1946. Los Pinares de Araucaria angustifolia en la Republica Argentina.
Boletin de la Sociedad Argentina de Botánica, 2: 1-230.
Rambo, B. 1951. O elemento andino no pinhal riograndense. Anais Botânicos do “Herbário Barbosa
Rodrigues”, 2(2): 125-136.
Rambo, B. 1956. A Fisionomia do Rio Grande do Sul. Ensaio de monografia regional. 2a ed. Selbach, Porto
Alegre (Jesuítas no Sul do Brasil, 6). 456 p. (reeditado em 1994, pela editora UNISINOS, São Leopoldo).
Rambo, B. 1958. An historical approach to plant evolution. Pesquisas, 2: 199-222.
Rechene, C., Bava, J. 2003. Los bosques de Araucaria araucana em Chile y Argentina. Parte II: Estudios
silvícolas y propuestas para su conservación y uso em Argentina. Deutsche Gesellschaft für Technische
Zusammenareit (GZT), TWF-40s, Eschborn. Alemanha. 89-158.
Regal, P. 1977. Ecology and the evolution of flowering plant dominance. Science, 196: 622-629.
Reitz, R., Klein, R.M. 1966. Araucariáceas. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodriguez, Itajaí.
62 p.
Richter, M. (org.) 1998. Conservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável de São Francisco de
Paula – um plano preliminar. EDIPUCRS, Porto Alegre. 106 p.
Rio Grande do Sul 2002. Inventário Florestal Estadual. Secretaria do Meio Ambiente, Porto Alegre. 18p.
Rizzini, C.T. 1997. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos.
Âmbito Cultural Edições Ltda. 2a ed. 747 p.
Roderjan, C.V., Galvão F., Kuniyoshi S., Hatschbach G.G. 2002. As unidades fitogeográficas do Estado do
Paraná. Ciência e Ambiente, 24: 75-92.
Rogers, L.J. 1954. Reforestation of Paraná Pine. Unasylva, 8(1): 15-18.
Romero, E.J. 1977. Polen de Gimnospermas y Fagáceas de la Formación Rio Turbio (Eoceno), Santa Cruz,
Argentina. Centro de Investigaciones en Recursos Geológicos (CIRGEO). Buenos Aires, 219 p.
Romero, E.J. 1978. Paleoecologia y paleofitogeografia de las tafofloras del Cenofítico de Argentina y Areas
Vecinas. Ameghiniana, 15(1-2): 209-227.
Romero, E.J., Arguijo, M.H. 1981. Adición a la tafoflora del Yacimento "Bariloche" (Eoceno), Pcia. de Rio
Negro, República Argentina. In: Congresso Latinoamericano de Paleontologia, 2. Porto Alegre. Anais 2:
489-495.
Saint-Hilaire, A. 1974. Viagem ao Rio Grande do Sul (1820-1821). Editora da Universidade de São Paulo-
Livraria Itatiaia, São Paulo.
Salomão, A.L.F. 1997. Florestas Nacionais do Brasil: contradições e desafios do conceito de uso múltiplo dos
recursos naturais. In: Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, Curitiba. Anais, 2: 403-413.
Sanches, M.B., Silva Dias, M.F.A. 1996. A influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). In:
IX Congresso Brasileiro de Meteorologia, Campos do Jordão, SP. Anais...1: 439-443.
Scherer, C.M.S., Faccini, U.F., Lavina, E.L. 2000. Arcabouço Estratigráfico do Mesozóico da Bacia do
Paraná. In: Holz, M., de Ros, L.F. Geologia do Rio Grande do Sul. Edição CIGO/UFRGS. p.335-354.
Schmithüsen, J. 1966. Problems of vegetation history in Chile and New Zealand. Vegetatio 13(4): 189-206.
Schmitz, P.I., Basile-Becker, I.I. 1991. Os primitivos engenheiros do planalto e suas estruturas subterrâneas: a
tradição Taquara. Documentos, 5: 67-105.
Scotese, C.R. 1998. Gondwana’s climate changes. In: Abstracts of Gonwana 10: Event Stratigraphy of
Gondwana, Journal of African Earth Sciences, 27(1A): 172.
Scotese, C.R. 2001. Atlas of Earth History, Paleomap Project. Arlington, Texas. 52 p.
Seitz, R.A. 1982. A regeneração natural de Araucaria angustifolia. Silvicultura em São Paulo (edição
especial) 16A: 412-420.
Seitz, R.A. 1986. Crow development of Araucaria angustifolia in its natural environment during sisty years.
In: T. Fujimori, D. Whitehead (eds.) Crown and Canopy Structure in Relation to Productivity. Forestry
and Forest Products Research Institute, Ibaraki, Japan, 129-145.
Setoguchi, H., Osawa, T.A., Oinaud, J-C., Jaffré, T., Veillon, J-M. 1998. Phylogenetic relationships within
Araucariaceae based on rbcL gene sequences. American Journal of Botany, 85: 1507-1516.
Shimizu, J.Y., Oliveira, Y.M.M. 1983. Distribuição, variação e usos dos recursos genéticos de Araucárias no
sul do Brasil. Anais Silvicultura, Ano III, 30: 287-290.
Silba, J. 1984. Phytologia memoirs. VII. An international census of the Coniferae I. Moldenke & Meldenke.
Plainfield, N.J. 79 p.
Soares, R.V. 1979. Considerações sobre a regeneração natural da Araucaria angustifolia. Revista Floresta,
10: 12-18.
Soares, R.V. 1980. Considerações sobre a regeneração natural da Araucária. In: IUFRO Meeting on forestry
problems of the genus Araucaria, 1. Curitiba. Anais. 173-176.
Soares, R.V. 1990. Fire in some tropical and subtropical South American vehgetation types: na overview. In:
Goldmeyer, J.G. (ed.) Fire in the tropical biota. Berlin, Springer-Verlag. 63-81
Spicer, R.A., Ahlberg, A., Herman, A.B., Kelley, S.P., Raikevich, M.I., Rees, P.M. 2002. Palaeoenvironment
and ecology of the middle Cretaceous Grebenka flora of northeast Asia. Palaeogeography,
Palaeoclimatology, Palaeoecology, 184: 65-105.
Stewart, W.N. 1987. Paleobotany and the evolution of plants. Cambridge University Press, Cambridge. 405 p.
Stipanicic, P.N., Bonaparte, J.F. 1979. Cuenca Triásica de ischigualasto-Villa Unión (Províncias de La Rioja
y San Juan). In: J.C.M. Turner (ed.) Segundo Simposio de Geología Regional Argentina. Academia
Nacional de Ciências, 1: 523–575.
Stockey, R.A. 1975. Seeds and embryos of Araucaria mirabilis. American Journal of Botany, 62: 856-868.
Stockey, R.A. 1978. Reprodutive biology of Cerro Cuadrado fossil conifers: ontogeny and reprodutive
strategies in Araucaria mirabilis (Spegazzini) Windhausen. Palaentographica. Abt. B, 166: 1-15.
Stockey, R.A. 1980a. Anatomy and morphology of Araucaria sphaerocarpa Carruthers from the Jurassic
Inferior Oolite of Bruton, Somerset. Botanical Gazette, 141: 1116-1324.
Stockey, R.A. 1980b. Jurassic araucarian cone from southern England. Palaeontology, 23: 657-666.
Stockey, R.A. 1982. The Araucariaceae: an evolutionary perspective. Review of Paleobotany and Palynology,
37: 133-154.
Stockey, R.A. 1994. Mesozoic Araucariaceae: morphology and systematic relationships. Journal of Plant
Research, 107: 493-502.
Stockey, R.A., Ko, H. 1986. Cuticle micromorphology of Araucaria De Jussieu. Botanical Gazette, 147(4):
508–548.
Stockey, R., Taylor, T.N. 1978a. On the structure and evolutionary relationships of the Cerro Cuadrado fossil
conifers seedlings. J. Linn. Soc. London Bot.,76: 161-176.
Stockey, R.A., Taylor, T.N. 1978a. Scanning electron microscopy of epidermal patterns and cuticular
structure in genus Araucaria. Scanning Electron Microscopy, 2: 223-228.
Stockey, R.A., Taylor, T.N. 1978b. Cuticular features and epidermal patterns in the genus Araucaria Jussieu.
Botanical Gazzete, 139: 490-498.
Stockey, R.A., Taylor, T.N. 1981. Scanning electron microscopy of epidermal patterns and cuticular structure
in genus Agathis. Scanning Electron Microscopy, 3: 207-212.
Stockey, R.A., Nishida, M., Nishida, H. 1990. Structure and diversity of the wood conifer seedling-like
structures from the Upper Cretaceous of Hokkaido, Japan. Botanical Gazette, 151: 252-262.
Strahler, A.N., Strahler, A.H. 1989. Elements of Physical Geography. John Wiley and Sons., New York.
562p.
Stranz, A., Diverio, V.T., Fontoura, S.B., Dutra, T.L. 2000. Monitoramento Ambiental: mapeamento de
Araucária no Estado do Rio Grande do Sul, a partir da Floresta Nacional do IBAMA (São Francisco de
Paula, RS). In: 8º Congresso Florestal Estadual do Rio Grande do Sul, Nova Prata, RS. Anais (meio
digital).
Stranz, A., Diverio, V.T., Dutra, T.L. 2001. A Floresta Nacional de São Francisco de Paula, RS, vista do
espaço: dados sobre a cobertura do solo. In: V Congresso de Ecologia do Brasil, 2001, Porto Alegre.
Resumos 1: 406.
Taylor, T., Taylor, E. 1993. The Biology and Evolution of Fossil Plants. Prentice Hall, N. Jersey. 982 p.
Teixeira, M.B., Coura Neto, A.B., Pastore, U., Rangel Filho, A.L.R. 1986. Vegetação. In: IBGE,
Levantamento de Recursos Naturais, Folha SH 22, Porto Alegre e parte das folhas SH 21, Uruguaiana e SI
22, Lagoa Mirim. Rio de Janeiro. 541-632.
Tosolini, A.M., McLoughlin, S., Drinnan, A. 1998. Neocomian floras and sedimentary facies of the Lower
Strzelecki Group, Gippsland Basin, southeastern Australia. In: Abstracts of Gonwana 10: Event
Stratigraphy of Gondwana, Journal of African Earth Sciences, 27 (1A): 197-198.
Upchurch, G.R.Jr. 1989, Terrestrial environmental changes and extinction patterns at the Cretaceous-Tertiary
boundary, North America. In: Donovan, S.K. ( ed.) Mass Extinction: Processes and Evidence. London,
Belhaven Press, 195-216.
Vakhrameev, V. 1991. Jurassic and Cretaceous Floras and climates of the Earth. Cambridge University
Press, 318 p.
Veblen, T.T. 1982. Regeneration patterns in Araucaria araucana forests in Chile. Journal of Biogeography, 9:
11-28.
Veblen, T.T., Burns, B.R., Kitzberger, T., Lara, A., Villalba, R. 1995. The ecology of the conifers of South
America. In: Enright, N. & Hill, R. (eds.) Ecology of the Southern Conifers. Smithsonian Institution Press,
Washington. 120–155.
Veillon, J-M. 1980. Architecture des especes neo-caledoniennes du genre Araucaria. Candollea, 35: 609-640.
Veloso, H.P., Rangel-Filho, A.L.R., Lima, J.C.A. 1991. Classificaçãp da Vegetação Brasileira, adaptada a
um sistema universal. Rio de Janeiro, IBGE. 123 p.
Villagrán, C.M. 1993. Una interpretación climática del registro palinológico del último ciclo glacial-
postglacial en Sudamérica. Bull. Inst. Fr. Etudes andinos 22(1): 243-258.
Vitousek, P. 1982. Nutrient cycling and nutrient use efficiency. American Naturalist 119: 553-572.
Wagstaff, B.E., Kershaw, A.P. 2001. The Southern conifer family Araucariaceae: history, status and value for
paleoenvironmental reconstruction. Annu. Ver. Ecol. Syst., 32: 397-414.
Webb, L.J. 1959. A physiognomic classification of Australian Rain Forests. Journal of Ecology. 47: 551-570.
White, M. 1990. The Flowering of Gondwana. Princeton University Press, New Jersey. 256 p.
Zerfass, H., Lavina, E.L., Schultz, C.L., Garcia, A.C.V., Faccini, U., Chemale, Jr. F. 2003. Sequence
stratigraphy of continental Triassic strata of Southernmost Brazil: a contribution to Southwestern
Gondwana Paleogeography and Paleoclimate. Sedimentary Geology, 161: 85-105.
White, M. 1994. After the Greening: the browning of Australia. Kangoroo Press, Australia. 288 p.
Zamuner, A.B. 1992. Estudio de una tafoflora de la localidad tipo de la Formación Ischigualasto (Neotrías),
Provincia de San Juan. Facultad de Ciencias Naturales y Museo, Universidad Nacional de La Plata, Tesis
Doctoral. 97 p.
Zamuner, A.B., Zavattieri, A.M., Artabe, A.E., Morel, E.M. 2001. Paleobotánica. In: Artabe et al.(ed.) El
Sistema Triásico en la Argentina. Fundación Museo de La Plata, La Plata, 143-184.
Zavada, M.S. 1992. The wall ultrastructure of the fossil discoid pollen. Bulletin of the Torrey Botanical Club.
119: 44-49.
Zavattieri, A.M. 2001. Anexo 4: Microfloras. In: Stipanicic, P.N. Marsicano, C.A. (Eds.), Léxico
Estratigráfico de la Argentina, vol. VIII: Triásico. Asociación Geologica Argentina, série B (Didáctica y
complementaria), 26: 318-321.

Você também pode gostar