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TERRITÓRIO E PERSPECTIVAS
Volume III: Dimensões de desenvolvimento
Daniel Chaves
Pesquisador do Círculo de Pesquisas do Tempo Presente/CPTP;
Pesquisador do Observatório das Fronteiras do Platô das Guianas/OBFRON;
Professor do Mestrado em Desenvolvimento Regional - PPGMDR/Unifap.
Elione Guimarães
Professora e pesquisadora do Arquivo Histórico de Juiz de Fora.
Karl Schurster
PhD em História, Coordenador do curso de história e coordenador geral de graduação da UPE.
Rivail Rolim
Professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História-UEM-PR.
LITORAL DO PARANÁ :
TERRITÓRIO E PERSPECTIVAS
Volume III: Dimensões de desenvolvimento
organizadoras:
sulzbach, Mayra Taiza
archanjo, Daniela Resende
quadros, Juliana
isbn: 978-85-518-1223-5
1ª edição, julho de 2018.
ISBN: 978-85-518-1223-5
Autores
Adilson Anacleto
Allan Paul Krelling
Andreia Cristina Silva
Antonio Marcio Haliski
Ariane Maria Basilio Pigosso
Bruna Letícia dos Santos
Carlos Alberto Cioce Sampaio
Carlos Augusto Wroblewski
Dailey Fischer
Diego Costa Nogues
Eduardo Vedor de Paula
Emerson Luis Tonetti
Eva Blaszczyk Gaweleta
Evandro dos Santos
Ezequiel Antonio de Moura
Isabel Jurema Grimm
Izabel Carolina Raittz Cavallet
Sumário
APRESENTAÇÃO 13
AUTORES 445
Apresentação
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1. Conforme BRITEZ, Ricardo Miranda de; PRESTES, Marlon. & MACHADO. Mariana Augusto.
Resultado do Mapeamento da Vegetação do Litoral do Paraná . In Anais do VIII CBUC - Traba-
lhos Técnicos 2015. Disponível em https://docs.ufpr.br/~edugeo/Bibliografia/Artigos/Artigo_Ri-
cardoBritez_VIIICBUC.pdf acesso em 16/10/2017): “A área total de abrangência do mapeamento é
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de 656.124 ha, retirando os corpos d´água, que na sua maior parte são áreas de baía temos 578.331
ha. Considerando esta última área como a área total, as formações vegetais bem conservadas do li-
toral somam 62,5 % da área total, as formações florestais em estágio médio correspondem a 19,7 %
e as formações florestais em estágio inicial 7,7 %, o restante, 10,1 % são áreas antropizadas” (p. 6).
2. A priori vinculada a um complexo sistema nacional regulado pela Lei Federal nº 6.938, de
31/08/1981 (Política Nacional de Meio Ambiente), pelo Decreto Federal nº 4.297, de 10/07/2002 (es-
tabelece critérios para o Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil – ZEE), pela Lei Federal nº
7.661 de 16/05/1998 (Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro) e pelo Decreto Federal nº 5.300,
de 07/12/2004 (dispõe sobre regras de uso e ocupação da zona costeira e estabelece critérios de
gestão da orla marítima).
3. Decreto Federal nº 4.297, de 10/07/2002, art. 3º, e Regulamento a que se refere o Decreto Esta-
dual nº 4.996/2016, art. 2º.
4. Decreto Estadual nº 4.996/2016, art. 1º.
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5. “Agência reguladora independente é uma autarquia especial, sujeita a regime jurídico que as-
segure a sua autonomia em face da Administração direta e investida de competência para a regu-
lação setorial” (JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 4. ed. rev. atual., São Pau-
lo: Saraiva, 2009, p. 584).
6. Ou, como prefere a contemporânea doutrina administrativista alemã, um papel de direção, a
partir do qual a Administração Pública, fundada não mais na ideia de ato, mas de ação adminis-
trativa, passa a propiciar “um aberto diálogo entre os políticos e os especialistas, como se eviden-
cia nas reformas que tem experimentado o Direito Orçamentário, com o objeto de fazer viável a
transferência da festão dos recursos a unidades descentralizadas: ou as reformas que versão so-
bre a formulação de acordos para a realização de diversas prestações; etc” (SCHMIDT-ASSMANN,
Eberhard. Cuestiones fundamentales sobre la reforma de la Teoría General del Derecho Administra-
tivo, in J. BARNES ed., Innovación y reforma en el Derecho Administrativo. Sevilla: Instituto Nacio-
nal de Administración Pública, 2012. p. 33 – tradução livre).
7. “Nascida na aurora de elevada preocupação com a poluição ambiental, a EPA foi estabelecida
em 2 de Dezembro de 1970 para consolidar em única agência uma variedade de pesquisas, monito-
ramentos, padrões e atividades de polícia para assegurar a proteção ambiental. Desde sua criação,
EPA tem trabalhado para um ambiente mais limpo e saudável para o povo americano” (EPA – Uni-
ted States Environmental Protection Agency. EPA History. Disponível em: https://www.epa.gov/
history, acesso em 16/10/2017 - tradução livre).
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8. “Princípio 13 - Com o fim de se conseguir um ordenamento mais racional dos recursos e me-
lhorar assim as condições ambientais, os Estados deveriam adotar um enfoque integrado e coorde-
nado de planejamento de seu desenvolvimento, de modo a que fique assegurada a compatibilida-
de entre o desenvolvimento e a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente humano em
benefício de sua população. Princípio 14 - O planejamento racional constitui um instrumento in-
dispensável para conciliar às diferenças que possam surgir entre as exigências do desenvolvimen-
to e a necessidade de proteger y melhorar o meio ambiente. Princípio 15 - Deve-se aplicar o plane-
jamento aos assentamentos humanos e à urbanização com vistas a evitar repercussões prejudiciais
sobre o meio ambiente e a obter os máximos benefícios sociais, econômicos e ambientais para to-
dos. A este respeito devem-se abandonar os projetos destinados à dominação colonialista e racista”.
9. Lei Federal nº 6.938, de 31/08/1981. “Art . 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por ob-
jetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando asse-
gurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacio-
nal e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: (...)V - controle e
zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras”.
10. “O uso do solo é talvez a força dirigente mais significativa do impacto humano no ambien-
te natural. O desenvolvimento do solo para estabelecimento e recursos humanos coloca impac-
tos críticos sobre si mesmo, assim como cobre a água, ar, uso de energia e de materiais” (RANDOL-
PH, John. Enviromental land use planning and management. Washington: Island Press, 2004, p. 36
– tradução livre).
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11. A expressão foi empregada por Bullard (2005, p. 102-103) como título de capítulo em seu traba-
lho, no qual apresenta a seguinte afirmação: “Alguns residentes da região suspeitam que suas co-
munidades estão rapidamente se tornando ‘zonas de sacrifício’ devido à localização ali de depósi-
tos de lixo, aterros, incineradores, e plantas petroquímicas. Em lugar nenhum isso é mais aparente
do que no sudeste da Louisiana, onde comunidades afro-americanas não incorporadas estão espe-
cialmente vulneráveis à poluição industrial”.
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13. “Art. 3.º As diretrizes e recomendações estabelecidas no Regulamento aprovado não substi-
tuem as exigências previstas na legislação ambiental federal e estadual vigente quanto às normas,
diretrizes e critérios de licenciamento e fiscalização ambiental de empreendimentos”.
14. “Art. 33. A consolidação do ZEE PR - Litoral e aplicações das diretrizes e recomendações apre-
sentadas devem estar contempladas nos Planos Diretores Municipais, instrumento este que permi-
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16. “Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
(...)III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; (...)VI - proteger o meio am-
biente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a
flora; (...)Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do
bem-estar em âmbito nacional”.
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20. Assim interpretado pela Suprema Corte brasileira: “O princípio do desenvolvimento susten-
tável, além de impregnado de caráter eminentemente constitucional, encontra suporte legitima-
dor em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de obten-
ção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto,
a invocação desse postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais
relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o conteú-
do essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais: o direito à preservação do meio
ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor
das presentes e futuras gerações”. (ADI 3540 MC. Relator Min. CELSO DE MELLO. Tribunal Pleno.
Julgado em 01/09/2005, DJ 03-02-2006 PP-00014 EMENT VOL-02219-03 PP-00528).
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21. “Art. 4º A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá ser au-
torizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente caracterizados e motiva-
dos em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao
empreendimento proposto”.
22. “Art. 1º Esta Resolução define os casos excepcionais em que o órgão ambiental competente
pode autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente-APP
para a implantação de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse so-
cial, ou para a realização de ações consideradas eventuais e de baixo impacto ambiental”.
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Fonte: PDZPO, mapa contido no anexo do Decreto Estadual nº 1.562/2011.
Figura 3 Polígono de área de expansão portuária (área de expansão 3) em Paranaguá
, Paraná, segundo o Decreto Estadual nº 1.562, de 31/05/2011
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L it or al do par an á : t e rrit ório e pe r spe c t iva s
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L it oral do par an á : t e rrit ório e pe r spe c t iva s
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CONCLUSÃO
É pertinente a denúncia feita por Robert D. BULLARD acerca
dos perigos decorrentes da desfaçatez de se utilizarem o planeja-
mento racional e instrumentos como o zoneamento para legitima-
ção de decisões classistas, ineficientes e ambientalmente injustas.
O exemplo norte-americano, o zoneamento também pode ser
aproveitado sob a perspectiva de mecanismos para a Administra-
ção Pública e a sociedade utilizar e assegurar a primazia técnica,
participação popular e controle social no processo decisório ine-
rente à ideia de uma direção administrativa planejada.
23. TRENNEPOHL, Curt. & TRENNEPOHL, Terence. Licenciamento . Op. cit., p. 92.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. CONGRESSO NACIONAL, Lei Complementar nº 140, de
08/12/2011.
______. CONGRESSO NACIONAL. Constituição da República Fede-
rativa do Brasil de 05/10/1988.
______. CONGRESSO NACIONAL. Lei Federal nº 4.771, de
15/09/1965.
______. CONGRESSO NACIONAL. Lei Federal nº 6.938, de
31/08/1981.
______. CONGRESSO NACIONAL. Lei Federal nº 6.938, de
31/08/1981.
______. CONGRESSO NACIONAL. Lei Federal nº 7.661 de
16/05/1998.
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INTRODUÇÃO
O litoral do Paraná soma aproximadamente 90 km de extensão
(Figura 1), o que representa menos de 2% do litoral brasileiro. Con-
tudo, apresenta em seu território uma vasta riqueza natural e cul-
tural. Inserido no bioma Mata Atlântica, sua diversidade de am-
bientes vai desde a Serra do Mar, às praias arenosas, abrangendo
florestas, campos alto-montanos, manguezais e estuários, compon-
do um cenário de expressiva diversidade de flora e fauna, e tam-
bém de modos de vida.
Juntamente com o litoral sul do Estado de São Paulo, o litoral do
Paraná abriga o maior remanescente contínuo de Mata Atlântica em
toda a costa brasileira, dando suporte, por meio da grande diversi-
dade biológica e dos serviços ecossistêmicos, a quase uma centena
de comunidades de culturas e práticas distintas. Além disso, também
suporta atividades de turismo , de recreação, de serviços, de produ-
ção e de transformação (SCHEFFER DA SILVA et al., 2016).
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Quadro 1 Criação de Unidades de Conservação no Litoral do Paraná : 1981 - 1990 e 1991 – 2000
24. Em conformidade ao SNUC (2000) as UC são agrupadas em proteção integral e uso sustentá-
vel. No primeiro grupo prima-se pela manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas
por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. Enquanto
que nas UC de uso sustentável se permite a exploração do ambiente de maneira a garantir a pereni-
dade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e
os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável.
25. No presente estudo para os somatórios das áreas das UC de uso sustentável serão desconside-
radas as áreas superpostas das unidades de proteção integral, com o intuito de se eliminar a dupla
contabilização de territórios protegidos por UC.
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Reserva Natural Salto Morato 1994 Portaria IBAMA n° 132 (7/12/1994) 2.253,0
Reserva Natural da Águas 1995 Portaria IAP nº 046 (2003); Porta- 3.426,6
** ria IAP nº 058 (2011)
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26. Deve-se destacar a realização do 4º Congresso Mundial de Parques, realizado em Caracas (Ve-
nezuela) em 1992, onde se estabelece o conjunto de categorias de áreas protegidas, adotadas pela
IUCN ainda válidas no presente. Outro evento de extrema relevância foi a Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, realizada
na cidade do Rio de Janeiro em 1992, cujo objetivo foi debater os problemas ambientais mundiais.
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27. Além do PARNA de Superagui, não estão incluídas na APA Federal de Guaraqueçaba a sede ur-
bana do município de Guaraqueçaba; as porções das ilhas do Superagui a das Peças não integran-
tes do PARNA de Superagui; e a porção norte do município correspondente ao território em litígio
com o estado de São Paulo, a qual soma pouco mais de 30 mil ha.
28. No âmbito do presente estudo considera-se Reserva Particular todo o território gerido pelo
proprietário, conforme descrito no plano de manejo da unidade. Isto ocorre porque até o pre-
sente momento somente algumas propriedades que compõem estas reservas foram convertidas
em RPPN.
29. O Protocolo de Kyoto constitui um tratado complementar à Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima, definindo metas de redução de emissões para os países desen-
volvidos e os que, à época, apresentavam economia em transição para o capitalismo, considerados
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os responsáveis históricos pela mudança atual do clima. Criado em 1997, o Protocolo entrou em vi-
gor no ano 2005 (MMA, 2017).
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Quadro 2 Criação de Unidades de Conservação no Litoral do Paraná : 2001- 2010 e 2011 – 2017
Instrumento Legal de
Unidade de Conservação Ano Área (ha)*
Criação ou Ampliação
Período 2001 – 2010
Parque Nacional Saint Hilaire-Lange 2001 Lei nº 10.227 (23/05/2001) 25.118,9
Parque Natural Municipal do Manguezal do 2001 Dec. nº 706 (10/09/2001) 24,9
Rio Perequê
Parque Natural Municipal da Restinga 2001 Dec. nº 706 (10/09/2001) 407,5
Parque Estadual da Ilha do Mel 2002 Dec. nº 5.506 (21/03/2002) 337,8
RPPN Sítio do Bananal 2002 Portaria IBAMA nº 49 28,8
(19/04/2002)
Parque Estadual da Serra da Baitaca 2002 Dec. nº 5.765 3.053,2
(05/06/2002)
Parque Estadual Pico do Paraná 2002 Dec. nº 5.769 4.333,8
(05/06/2002)
Parque Natural Municipal Lagoa do Parado 2004 Dec. nº 5756 (16/11/2004) 3.600,0
Parque Municipal Morro do Boi 2006 Lei nº 1.067 (05/12/2006) ≅ 13,7
Parque Municipal Morro do Sambaqui 2006 Lei nº 1.067 (05/12/2006) ≅ 6,3
Parque Municipal Praia Grande 2006 Lei nº 1.067 (05/12/2006) ≅ 17,3
30. Dentre as leis promulgadas neste período deve-se enfatizar: a Lei nº 9.985/2000, referente ao
SNUC; Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257/2001), já que neste período foram criados 10 parques
municipais, muitos dos quais atrelados ao processo de elaboração dos Planos Diretores Munici-
pais; e a Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/2006).
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Instrumento Legal de
Unidade de Conservação Ano Área (ha)*
Criação ou Ampliação
Parque Municipal do Sertãozinho 2006 Lei nº 1.067 (05/12/2006) ≅ 20,3
Parque Municipal do Tabuleiro 2006 Lei nº 1.067 (05/12/2006) ≅ 3,6
RPPN Vô Borges 2007 Portaria IAP nº 161 12,5
(30/08/2007)
Parque Estadual Pico do Marumbi - Am- 2007 Dec. nº 1.531 (02/10/2007) 8.745,5
pliação
Parque Municipal do Guará 2008 Dec. nº 2.375 (19/03/2008) ≅ 6,6
Parque Municipal Ambiental Linear do Em- 2010 Dec. nº 1.324 (01/06/2010) 27,26
boguaçu
RPPN Perna do Pirata 2010 Portaria ICMBio nº 53 18,55
(13/06/2010)
Período 2011 – 2017
RPPN Reserva da Pousada Graciosa 2011 Portaria ICMBio nº 89 17,3
(11/11/2011)
Reserva Biológica Bom Jesus 2012 Dec. s/nº (05/06/2012) 34.179,7
Parque Nacional Marinho das Ilhas dos Cur- 2013 Lei nº 12.829 (20/06/2013) 1.359,7
rais
RPPN Encantadas 2014 Portaria IAP nº 190 18,3
(02/07/2014)
Parque Nacional Guaricana 2014 Dec. s/nº (13/10/2014) 49.286,9
Parque Municipal Ilha dos Valadares 2016 Dec. nº 3768 (23/05/2016) 41,0
Estação Ecológica do Guaraguaçu – Am- 2017 Dec. nº 7097 (06/06/2017) 4.736,41
pliação
Parque Estadual do Palmito – Ampliação 2017 Dec. nº 7094 (06/06/2017) 1.782,44
* Área apresentada no instrumento legal de criação ou de ampliação da UC
Fonte: ICMBio (2017), IAP (2017), SPVS (2017), OC2 (2017).
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31. O documento que amplia a extensão desta UC também a recategoriza, com o intuito de ade-
quá-la ao SNUC.
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Figura 3 Cartograma com a evolução territorial de 1981 a 2017 das UC no litoral do Paraná , com a
indicação das unidades criadas ou ampliadas em cada decênio
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32. A AIET do Marumbi no presente capítulo foi analisada como pertencente à categoria APA,
diante de seu modelo de gestão que se demonstra similar ao das APA da região. Cabe mencionar
que o processo para esta recategorização se encontra em curso pelo órgão gestor.
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33. As RPPN, ainda que particulares, são criadas por meio de portarias junto ao ICMBio (federal),
ao IAP (estadual), ou ao município onde se localizam, remetendo-se a estas esferas de gestão para
o manejo de suas áreas. No litoral do Paraná dentre as 10 Reservas Particulares existentes cinco fo-
ram criadas na esfera federal e outras cinco na esfera estadual.
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34. Os conselhos deverão promover a integração e conciliação da unidade com outros espaços ter-
ritoriais e segmentos da sociedade em seu entorno. Entre outras coisas, deverão opinar sobre ativi-
dades potencialmente poluidoras causadoras de impacto na UC e o acompanhar os processos de
elaboração, implementação e revisão plano de manejo. Segundo o SNUC (BRASIL, 2000), os con-
selhos gestores podem ser consultivos ou deliberativos. Os das unidades de proteção integral deve-
rão ser consultivos, enquanto que os de uso sustentável poderão ser consultivos ou deliberativos, de
acordo com a categoria. No caso das APA não há especificação pela lei, cabendo à gestão a decisão.
35. “Documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade
de conservação , se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e
o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão
da unidade” (BRASIL, 2000).
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Figura 7 Cartograma com a representação das esferas de gestão das UC no litoral do Paraná
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36. Zona de amortecimento, segundo o SNUC, é o entorno de uma unidade de conservação , onde
as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimi-
zar os impactos negativos sobre a unidade.
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37. Parecer da UFPR enquanto instituição conselheira do COLIT (Conselho do Litoral), na data de
04 de dezembro de 2015 (UFPR, 2015).
38. Reconhecido por meio da Portaria MMA nº 150, de 8 de maio de 2006.
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Indicador de
Atributos
Implementação da UC
1- Processo de criação da UC 0- Não está concluído
1- Está concluído
Indicadores Básicos
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Indicador de
Atributos
Implementação da UC
4- Plano de Manejo 0- Não apresenta
1- Não apresenta, porém dispõe de outro instrumen-
to de gestão elaborado há menos de 10 anos
1,5- Apresenta. Porém, elaborado há mais de 10 anos
2- Apresenta, tendo sido elaborada há menos de 10
anos
5- Equipe Gestora 0- Não apresenta
0,5- Apresenta apenas um analista (chefe ou não)
Indicadores de Planejamento e Gestão
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Quadro 5 Equações utilizadas para o cálculo do grau de implementação das UC e exemplos ilustrativos
Exemplo de aplicação:
(1 + 1 + 1 + 0 + 1,5 + 2) * 100 / 9 = 72,2%
APA Federal de Guaraqueçaba
Grau de Implementação das Reservas Particulares ( ∑ indicadores 1, 2, 3, 4, 5 e 7 ) * 100 / ∑ máx
Exemplo de aplicação:
(1 + 1 + 1 + 2 + 2 + 0,7) * 100 / 9 = 85,9%
Reserva Natural Salto Morato
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39. O ICMS Ecológico é uma categoria de pagamentos por serviços ambientais, que surgiu em 1991
no Paraná, com o intuito de compensar os municípios pela restrição de uso do solo em locais pro-
tegidos. Os critérios variam de acordo com as leis de cada Estado, sendo no caso do Paraná con-
sideradas as unidades de conservação, as terras indígenas e os mananciais de abastecimento. O
cálculo é feito com base nos indicadores: coeficiente de conservação da biodiversidade, área de
unidade de conservação , área do município e fator de conservação. Parâmetros para o cálculo do
coeficiente de conservação são encontrados na Portaria IAP nº134/1997.
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Grau de Implemen-
Número Unidade de Conservação
tação
34 Reserva Natural Papagaio-de-cara-roxa 97,0
36 Reserva Natural das Águas 93,3
35 Reserva Natural Guaricica 91,6
31 Reserva Natural Salto Morato/Fazenda Figueira 85,9
44 APA Estadual de Guaratuba 83,3
2 Estação Ecológica Ilha do Mel 73,1
9 Parque Estadual do Rio da Onça 73,1
41 APA Federal de Guaraqueçaba 72,2
3 Estação Ecológica do Guaraguaçu 69,2
5 Parque Nacional do Superagui 66,2
16 Parque Estadual da Ilha do Mel 65,4
1 Estação Ecológica de Guaraqueçaba 65,4
40 RPPN Encantadas 61,1
17 Parque Estadual da Serra da Baitaca 57,7
37 RPPN Vô Borges 55,6
38 RPPN Perna do Pirata 55,6
39 RPPN Reserva da Pousada Graciosa 55,6
32 RPPN Reserva Ecológica Sebuí 50,0
6 Parque Nacional Saint Hilaire-Lange 46,2
43 Área Especial de Interesse Turístico do Marumbi 44,4
10 Parque Estadual Pico do Marumbi 43,1
7 Parque Nacional Marinho das Ilhas dos Currais 42,3
12 Parque Estadual do Pau Oco 42,3
15 Parque Estadual do Palmito 42,3
18 Parque Estadual Pico do Paraná 42,3
11 Parque Estadual da Graciosa 38,5
13 Parque Estadual Roberto Ribas Lange 38,5
8 Parque Nacional Guaricana 37,1
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Grau de Implemen-
Número Unidade de Conservação
tação
4 Reserva Biológica Bom Jesus 36,0
33 RPPN Sítio do Bananal 33,3
14 Parque Estadual do Boguaçu 26,9
20 Parque Natural Municipal do Manguezal do Rio Perequê 23,1
21 Parque Natural Municipal da Restinga 23,1
42 APA Estadual de Guaraqueçaba 22,2
19 Parque Municipal da Cotinga 15,4
22 Parque Natural Municipal Lagoa do Parado 15,4
23 Parque Municipal Morro do Boi 15,4
24 Parque Municipal Morro do Sambaqui 15,4
25 Parque Municipal Praia Grande 15,4
26 Parque Municipal do Sertãozinho 15,4
27 Parque Municipal do Tabuleiro 15,4
29 Parque Municipal Ambiental Linear do Emboguaçu 15,4
30 Parque Municipal Ilha dos Valadares 7,7
28 Parque Municipal do Guará 0,0
40. Este valor contempla somente as áreas de gestão exclusiva destas duas APA, ou seja, as áreas
de UC de proteção integral e reservas naturais internas às APA foram desconsideradas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de evolução territorial voltado à criação de áreas
protegidas por unidades de conservação no litoral do Paraná evi-
denciou três períodos principais: 1) de 1981 a 1993 ocorreu um ace-
lerado processo de criação de unidades estatais e, sobretudo, vol-
tadas ao uso sustentável do território (as duas APA e a AEIT foram
— 86 —
— 87 —
— 88 —
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nal de Pesquisas Espaciais). Atlas dos Remanescentes Florestais
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INTRODUÇÃO
A formação de recursos humanos voltados para a gestão da
zona costeira brasileira é, ainda, um desafio. Essa demanda é rei-
terada pelo Plano Setorial para os Recursos do Mar, da Comissão
Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), o qual apon-
ta para a necessidade de formação docente, além do desenvolvi-
mento de cursos em nível de graduação e pós-graduação. Soma-
-se a isso, de acordo com o Comitê Executivo para a formação de
Recursos Humanos em Ciências do Mar (PPG-Mar), o grande in-
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Quadro 1 Resumo das ações do grupo de trabalho nos municípios do Litoral do Paraná
Pessoas
Ob. Ob. Ob. Ob. Muni-
Ações nº Ob. 2 Ob. 6 C M L atingidas/
1 3 4 5 cípios
envolvidas
Ensino 11 11 9 11 0 10 11 11 6 6 470 7
Pesqui-
46 45 17 46 21 33 35 46 18 8 120 4
sa
Exten-
25 25 23 24 5 11 15 25 23 9 835 7
são
Inova-
4 4 2 2 2 3 4 3 3 3 35 7
ção
83 85 51 83 28 57 65 83 49 26 1.460 7
Fonte: os autores. Dados referentes ao período de janeiro de 2016 a julho de 2017.
C = ações de curto prazo; M = ações de médio prazo; L = ações de longo prazo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do histórico de formação, da organização do projeto
agregador/guarda-chuva com seus objetivos alinhados com as
normativas institucionais e dos resultados apresentados ao lon-
go do presente capítulo, pode-se concluir que há um grupo de
trabalho constituído, organizado e consolidado, no IFPR campus
— 115 —
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INTRODUÇÃO
A problemática ambiental se converteu, no século XX, numa cri-
se civilizatória, colocando em questão a racionalidade econômi-
ca e tecnológica dominante. Esta realidade, a partir da década de
1980/1990 abriu espaço para o debate sobre o desenvolvimento sus-
tentável, onde as questões ambientais ganham força e os setores
econômicos passam a ser pressionados a desenvolver suas ativida-
des produtivas de forma sustentável.
Nesse cenário, o turismo , como importante estratégia de desen-
volvimento territorial sustentável, tem sido qualificado como de
grande importância na geração de trabalho e renda, além de con-
tribuir na preservação do patrimônio natural e cultural das comu-
nidades receptoras. Entretanto, sua exploração tem ocasionado
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41. De acordo com Ministério do Turismo , a segmentação é entendida como uma forma de orga-
nizar o turismo para fins de planejamento, gestão e mercado. Os segmentos turísticos podem ser
estabelecidos a partir dos elementos de identidade da oferta e também das características e variá-
veis da demanda.
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CARACTERÍSTICAS
• Acompanhamento de planos, programas e projetos, garantindo o seu desenvolvimento;
• Promoção do desenvolvimento sustentável do turismo ;
• Gestão pública do turismo estadual;
• Articulação institucional entre as atividades vinculadas à Secretaria de Estado do Turismo e os ato-
res da atividade turística, no âmbito municipal, estadual, nacional e internacional;
• Promoção e divulgação do produto turístico paranaense;
• Celebração de contratos, convênios e outros instrumentos legais, com entidades públicas e priva-
das, objetivando a perfeita execução dos programas e projetos que decorram do Plano de Desenvol-
vimento do Turismo do Paraná;
• Representação e atuação como órgão oficial de turismo do Estado, nas diferentes instâncias do setor.
Fonte: PARANÁ (2016a).
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uma vez que a maioria das pescarias é sazonal, assim como o turis-
mo na região (FARACO, 2014; VIVEKANANDA,2015; GRIMM, 2016).
Frente a realidade apresentada, o turismo pode ser uma estra-
tégia de desenvolvimento territorial sustentável, para a região do
Parque Nacional do Superagui, mas, destaca-se que a unidade ain-
da não possui plano de manejo, que de acordo com Vivekananda
(2015), gestora da unidade, se encontra em fase de estruturação e
quando implantado deverá atender os seguintes propósitos:
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PINTO, P. M. Políticas de turismo e sustentabilidade em comuni-
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INTRODUÇÃO
O litoral do Paraná é a região que contém a maior área de flores-
ta nativa do estado, assim como uma forte presença de unidades de
conservação (UCs) com diferentes níveis de restrição quanto ao uso
da terra (BIASSIO, 2011). Apesar de diversos dispositivos legais que
visa proteger os remanescentes naturais, a região apresenta níveis
crescentes de degradação ambiental e parte expressiva da população
vive sob condições de pobreza, sendo alvos de diferentes interesses
que alteram suas práticas adensando a extinção de espécies e culturas
locais (ESTADES, 2003; FERREIRA, 2010; TIEPOLO, 2015).
O estabelecimento das políticas de proteção ambiental, sem o
reconhecimento dos territórios e povos locais, impôs restrições às
suas práticas tradicionais, que culminaram em sua marginalização,
como aponta Ferreira (2010) e Ferreira, Negrelle e Zanatta, (2011).
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gar e que, por isso, precisa ser gerida com vistas ao desenvolvimen-
to territorial sustentável” (SAQUET, 2007, p. 148).
O território que hoje chamamos de Brasil originalmente foi
identificado pela etnia tupi-guarani por Pindorama, que significa a
terra das palmeiras (MOONEN, 1983; CASCUDO, 2012). A ocupação
indígena do litoral do Paraná é associada à etnia Guarani Mbya,
que corresponde ao território entre os países Paraguai, Argentina,
Uruguai e Brasil, mais especificamente entre a região de aldeias do
leste do Paraguai, norte da Argentina e Uruguai até o interior dos
estados do sul e sudeste do Brasil (Rio grande do Sul, Santa Catari-
na e Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo), com agru-
pamentos notados também em outros estados do nordeste junto a
Mata Atlântica (LADEIRA, 2007).
Vários registros apontam para a forte relação entre esta famí-
lia de plantas e os povos originários, das quais os índios utilizavam
toda a planta: a madeira para construir as ocas; as folhas para co-
bertura de habitação e outras construções; alimento através dos
frutos e palmito; fabricavam sal através da cinza das palmeiras42; re-
médio (para dor de cabeça, estomago e cicatrizante); extraiam óleo
para cozinhar; e o espinho de algumas espécies era utilizado como
agulha para costurar (LADEIRA, 2007, STADEN, 2011).
Para o povo Mbya, “além de vinculada à subsistência, esta pal-
meira, cuja espécie é encontrada em todas as regiões do território
42. Através da queima obtinham cloreto de potássio que não é um substituto adequado para clo-
reto de sódio, indicando que esta ingestão poderia ser retirada de outras fontes (MELATTI, 2007).
Este processo também é descrito nos relatos históricos da viagem de Hans Staden ao Brasil (STA-
DEN, 2011).
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43. Conforme aponta Adams (2002) desde 1960 os pesquisadores que estudavam esta popula-
ção não fazem referência a como eles se autoidentificavam. O estudo de Setti (1985, apud ADAMS,
2002) traz elementos que eles se autodenominavam como: praianos, ubatubanos ou barrigas ver-
des pela importância da banana verde em sua dieta.
44. FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, Dossiê Mata Atlântica 1992, São Paulo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este ensaio buscou apresentar algumas possibilidades de de-
senvolvimento endógeno a partir de riquezas regionais brasileiras
com resgate e valorização do fruto da palmeira juçara, que teve um
processo de uso tradicional indígena como fonte de alimento e ma-
téria para construção, onde se aproveitava os frutos, caule, fibras e
folhas, posteriormente foi utilizado principalmente para a alimen-
tação (palmito). A alteração da relação onde um elemento natural,
que virou um produto com alta demanda comercial, promoveu a
intensificação do extrativismo, sendo este um dos principais fatores
pelo seu risco de extinção.
No entanto, para além desta problemática, o resgate histórico
evidenciou que as tribos indígenas que ocuparam o território do li-
toral do Paraná apresentavam em seus hábitos alimentares o uso
fruto da palmeira juçara e esta planta representava papel de desta-
que na cosmovisão Mbya. Essa perspectiva temporal, de olhar a es-
pécie e seu uso dentro de um período maior de tempo, proporciona
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Adilson Anacleto
INTRODUÇÃO
A colonização do litoral paranaense teve o início por volta do
ano de 1675, quando foi fundada pela coroa portuguesa a cidade
de Paranaguá . A pesca nesse período já era praticada pelos nati-
vos no Brasil. Os frutos do mar já eram coletados pelos índios que
faziam deles parte significativa de sua alimentação (ANACLETO et
al., 2010). A baía de Paranaguá foi cuidadosamente escolhida pela
coroa portuguesa não somente pelas águas calmas que permitiam
atracar seus navios mercantes apesar do baixo calado, mas também
pela abundância de pescados que favorecia a colonização da costa
(LIMA; MESQUITA, 2015).
Desde o período de colonização, o uso dos recursos pesqueiros
esteve presente no cotidiano dos residentes na costa paranaense,
atingindo seu ápice no início da década de 1990, quando então en-
volvia aproximadamente 10 mil pessoas, que residiam em mais de
60 ilhas e vilas nos municípios de Guaraqueçaba, Antonina, Gua-
ratuba, Matinhos, Pontal do Paraná e Paranaguá (SIMON; SILVA,
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MATERIAL E MÉTODO
Foi realizada pesquisa exploratória descritiva, conforme pro-
posto por Negrelle et al. (2014), sendo que o levantamento de dados
ocorreu de setembro de 2016 a março de 2017.
Inicialmente, de acordo com o proposto por Anacleto et al.
(2015), para obter informações sobre os locais de onde ocorria a
pesca e captura de siri com gaiolas foi realizada visita ao Departa-
mento Regional da SEAB (Secretaria de Estado da Agricultura do
Governo do Estado do Paraná), em Paranaguá , nos escritórios mu-
nicipais da Emater-Paraná, nas colônias de pescadores e secreta-
rias municipais de meio ambiente ou de pesca dos municípios es-
tuarinos que compõem o litoral do Paraná , a saber: Paranaguá ,
Antonina, Pontal do Paraná , Guaraqueçaba e Guaratuba.
A coleta de dados para o diagnóstico socioeconômico dos pes-
cadores e a caracterização das metodologias de produção e co-
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Segmento varejista
Os varejistas identificados nesse segmento da cadeia produtiva
do siri com gaiolas eram todos formalmente estabelecidos e com
empresas legalmente constituídas.
Foram identificados dois tipos de varejistas: àqueles cujos esta-
belecimentos tinham como atuação principal a finalidade do co-
mércio de pescados, como as peixarias e bancas de venda de peixes
nos mercados municipais de pescados das cidades visitadas.
Esse tipo de varejista comprava a carne do siri diretamente dos
pescadores no sistema de “trato”, que é um tipo de acordo tácito em
que o varejista se compromete na aquisição de toda produção do
pescador e o pescador entrega toda sua produção a um único com-
prador, no caso, os varejistas que atuavam nos locais adquiriam de
quatro até oito pescadores.
Outro tipo de varejista eram os proprietários de estabeleci-
mentos vinculados à rede gastronômica, formalmente estabele-
cida, e com a finalidade de prestar serviço direto ao consumidor,
como bares, restaurantes e quiosques na beira mar. Os gestores
desses estabelecimentos compravam a carne de siri direto dos
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Segmento atacadista
Os atacadistas atuavam no comércio da carne de siri na compra
e venda em maior escala. A maioria era residente na cidade de An-
tonina (n=5) e abastecia toda a rede conforme a demanda. Nesse
segmento, foi possível identificar dois tipos de atacadistas:
O tipo formado por pescadores residentes e inseridos nas pró-
prias comunidades pesqueiras no continente ou nas ilhas. Esse tipo
de comerciante também pescava e produzia a carne de siri, toda-
via, por possuir melhor estrutura, especialmente de transporte ou
de conservação do produto, comprava a carne de siri dos pescado-
res no seu entorno e em bairros próximos e revendia, especialmen-
te para peixarias e restaurantes.
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INTRODUÇÃO
O município de Pontal do Paraná (estado do Paraná – Brasil)
está localizado no litoral do estado do Paraná, na região sul do Bra-
sil, distante 115 km da capital do estado Curitiba. Situa-se em uma
área ambientalmente frágil, composta por praias, manguezais, res-
tingas e porções de floresta ombrófila densa. Trata-se de um mu-
nicípio litorâneo com função, predominantemente, turística no ve-
rão, com uma população de 20.920 habitantes.
Em 1995 foi aí instalada a Porto de Pontal Importação e Exporta-
ção LTDA, em 2013, foi aprovada a licença ambiental para a insta-
lação de um complexo portuário neste município, com a implanta-
ção do Terminal de Contêineres de Pontal do Paraná (TCPP), cuja
finalidade foi o de promover a melhoria dos serviços portuários e
a concorrência com os terminais já instalados, elevar os índices de
produtividade e qualidade e reduzir os custos de operação para os
usuários desses serviços. Tal obra é um desafio, devido ao potencial
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— 220 —
49. WEIMAR, J.R. Simulation with Cellular Automata. Berlin: Verlag Berlin, Vol.1, Berlin-ALE,
199p, 1998.
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50. ibidem
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RESULTADOS
Os mapas representados pelas Figuras 2, 3 e 4, representam
o uso da terra e cobertura vegetal em Pontal do Paraná nos anos
de 1980, 1996 e 2012. Foram adotadas 10 classes, tratando-se nesse
caso, de um mapeamento real, onde a classe de uso da área por-
tuária foi incluída, permitindo não só compreender a evolução dos
projetos portuários na área de estudo durante o período analisa-
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Tabela 1 Comparação das áreas (ha) e porcentagem (%) de ocupação referentes às 10 classes de
uso da terra e cobertura vegetal do Município de Pontal do Paraná dos anos de 1980, 1996 e 2012
Fonte: Cálculo realizado no software IDRISI por meio da função GIS ANALYSIS >
Database Query > AREA, aplicada sobre os respectivos mapas de uso da terra
e cobertura vegetal referentes aos anos de 1980, 1996 e 2012.
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Tabela 2 Áreas (ha) e porcentagem (%) de ocupação para as 10 classes de uso da terra e cobertura
vegetal do Município de Pontal do Paraná , resultantes do mapeamento preditivo para 2032
Área em 2032
Resultante de 1996 Resultante de 1980 -
-2012 2012
Classes de Uso da Terra e ha % ha %
Cobertura Vegetal
1 Áreas urbanas 2077,43 10,28 2265,30 11,21
2 Corpos d’água 472,44 2,34 471,66 2,33
3 Manguezais 860,71 4,26 860,94 4,26
4 Floresta Ombrófila Densa 15344,44 75,91 15171,65 75,07
5 Restinga 470,95 2,33 457,00 2,26
6 Agricultura/pecuária 129,98 0,64 130,48 0,65
7 Sucessão Inicial (capoeira/ 623,65 3,09 621,09 3,07
capoeirões)
8 Reflorestamento 4,35 0,02 4,33 0,02
9 Solo exposto 45,44 0,22 44,55 0,22
10 Áreas portuárias 183,48 0,91 183,99 0,91
Total 20212,84 100 20210,98 100
Fonte: Cálculo realizado no software IDRISI por meio da função GIS ANALYSIS > Database
Query > AREA aplicada sobre o mapa preditivo (2032) de uso da terra e cobertura vegetal.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos mapas notou-se uma expansão consideravelmente maior
das áreas urbanas, fator que impactou diretamente nas classes de
Restingas, Sucessão Inicial e Floresta Ombrófila Densa (ambos com
perdas territoriais), esse resultado vai ao encontro a outros estudos
(entre os quais alguns EIA-RIMAs mencionados nesse trabalho)
que apontam que a instalação de um complexo portuário em Pon-
tal do Paraná , irá gerar impactos no incremento da população des-
se município, resultando assim na expansão das classes de uso da
terra ligadas as atividades antrópicas.
Também foi observada a capacidade dos módulos MARKOV e
CA_MARKOV presentes no software IDRISI TAIGA na geração de
uma dinâmica temporo-espacial, e na realização de uma modela-
gem de caráter preditivo.
O presente trabalho revelou que o uso de modelagem preditiva
pode ser uma ferramenta bastante útil para a avaliação e interpre-
tação de cenários futuros, gerando dessa forma subsídios que po-
dem ser utilizados por atores públicos e privados na otimização da
gestão territorial.
Por fim, sugere-se que os resultados de tal trabalho possam
ser utilizados pelos poderes públicos atuantes na área de estudo,
como um subsídio para o planejamento e gestão dessas áreas, con-
— 241 —
REFERÊNCIAS
AMB – Planejamento Ambiental e Biotecnologia – LTDA. EIA – Por-
to Pontal do Paraná , 2008. Disponível em: http://licenciamento.
ibama.gov.br/Porto/Terminal. Acessado em 26 de outubro de 2014.
ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Meio-Am-
biente – Impactos Ambientais, 2014.Disponível em: http://www.
antaq.gov.br/portal/ MeioAmbiente _ImpactosAmbientais.asp.
Acessado em 24 de fevereiro de 2014.
______. Panorama Aquaviário, 2011. Disponível em: http://www.
antaq.gov.br/portal /pdf/ PanoramaAquaviario2.pdf. Acessado em
30 de março de 2014.
BASTOS. Autômatos Celulares e suas Aplicações no Meio Am-
biente, 2011. Disponível em: http://inf.ufpel.edu.br/site/wp-con-
tent/uploads/2012/04/Aut -Celulares.pdf. Acessado em 08 de abril
de 2014.
COLIT – Conselho de Desenvolvimento Territorial do Litoral. Diag-
nóstico do Plano Diretor do Município de Pontal do Paraná ,
2004. Disponível em: http://www.colit. pr.gov.br/arquivos/File/
pontal_diagnostico.pdf. Acessado em 10 de março de 2014.
______. Caderno de Leis do Plano Diretor do Município de Pon-
tal do Paraná , 2004. Disponível em: http://www.colit.pr.gov.br/
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— 245 —
INTRODUÇÃO
A principal fonte dos benefícios naturais à sociedade é o capital
natural, entendido como o estoque de recursos naturais que pode
contribuir direta e indiretamente para o bem-estar (Costanza et al.,
1997; De Groot et al., 2002; MEA, 2005). Cabe destacar que a socie-
dade não conhece todos os componentes do capital natural, nem
a inter-relação entre seus componentes e destes com o subsistema
socioeconômico. Desse modo, a contribuição plena do capital na-
tural para o bem-estar não pode ser definida e nem medida, o que
por si só, já justificaria que a sociedade preservasse o capital natu-
ral (Garcia, 2012).
Contudo, a expansão urbano-industrial e da atividade agrope-
cuária implica em um trade-off para a sociedade, que compreen-
de a conversão de áreas naturais em áreas para uso econômico nos
padrões tradicionais. Acontece que estas mudanças no uso e ocu-
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MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo: Pontal do Paraná 51
A criação do município de Pontal do Paraná resulta do des-
membramento do município de Paranaguá , Lei Estadual n. 11.252,
de 20 de dezembro de 1995, localizado no litoral do Paraná (Fi-
gura 1).
51. As informações desta seção foram retiradas do Portal do Município de Pontal do Paraná (2018),
Ipardes (2018) (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), da base de dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Sidra – Sistema IBGE de Recuperação Automática)
(2018), do Atlas Brasil (Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil) e do IpeaData (Base de dados
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
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52. Os dados demográficos são do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010.
— 250 —
53. O valor adicionado fiscal (VAF) representa à diferença entre as saídas de mercadorias, acresci-
do das prestações de serviços tributáveis pelo ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Ser-
viços) e das entradas de mercadorias e serviços recebidos em uma empresa a cada ano civil (Ipar-
des, 2018).
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54. Para mais informações sobre a valoração econômica dos recursos naturais ou SE’s ver Maia et
al. (2004), Garcia (2012, 2013) e Garcia et al. (2015).
— 253 —
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Fonte: Modificado pelo autor com base em Maia et al. (2004, p. 4).
— 255 —
netário dos recursos naturais pode ser estimado pelo produto entre
o SE avaliado e o preço correspondente, ou seja:
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RESULTADOS
Bens e Serviços Ecossistêmicos em Pontal do Paraná
Os resultados da Avaliação Ecossistêmica indicam que Em Pon-
tal do Paraná é possível encontrar os quatro grupos de SE’s indi-
cados pela MEA (2005). O conjunto de quadros a seguir apre-
senta uma síntese dos SE’s que podem ser identificados nos
ecossistemas de Pontal do Paraná , e seus possíveis indicadores ou
parâmetros que podem auxiliar na avaliação biofísica, sociocultu-
ral e econômica.
55. “preços sombras” correspondem aos preços de bens e serviços econômicos comercializados
nos mercados que serão utilizados para a valoração dos recursos naturais. Em outras palavras, o
“preço sombra” poderia ser considerado o custo de oportunidade da perda de determinado recur-
so natural (SEROA DA MOTTA, R. Manual para valoração econômica de recursos ambientais. Rio
de Janeiro: IPEA/MMA/PNUD/ CNPq, 1997. Disponível em: <https://goo.gl/EjDEf1>. Acesso em:
23/05/2018).
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58. Não inclui os custos dos investimentos na construção das Estações de Tratamento de Esgo-
tos – ETE’s.
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59. É preciso considerar as mesmas observações apresentadas na valoração dos serviços de assi-
milação do esgoto sanitário em termos da capacidade de suporte dos ecossistemas.
60. Socher et al. (2008), Damasceno (2012); Britez et al. (2006), Dias et al. (2006), Pires et al.
(2006), Sharp et al. (2015).
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Fonte: Preparado pelo autor com base em ITCG (2015) e SOS Mata Atlântica (2015).
1 informação mais atualizada.
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61. Resultado do produto entre a remuneração média dos empregados em dezembro e o número
de empregos existentes no dia 31 do mesmo mês (Ipardes, 2018).
62. A Lei do ICMS Ecológico ou Lei dos Royalties Ecológicos, Lei Complementar do estado do Pa-
raná nº 59, de 1º de outubro de 1991, dispõe sobre a repartição de 5% do ICMS aos municípios com
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DISCUSSÃO
A valoração dos benefícios aportados pela natureza à sociedade
pode subsidiar a tomada de decisão ao revelar a importância ecoló-
gica, social e econômica dos ecossistemas para o bem-estar huma-
no, em termos monetários ou não. Como o fluxo de SE’s depende
de ecossistemas saudáveis (Garcia, 2012), mudanças no uso e co-
bertura das terras podem afetar positiva e negativamente esse flu-
xo (Howarth; Farber, 2002). Nesse sentido, a valoração pode forne-
cer um indicativo do ganho ou da perda, em valores monetários ou
não, por exemplo, biofísicos, resultantes das mudanças ambientais
induzidas pela decisão dos agentes econômicos. Estes valores repre-
sentariam o custo de oportunidade de mudanças no uso e cobertura
das terras – tomada de decisão dos agentes econômicos –, elevando
assim o grau de prudência nas decisões dos agentes, revelando tam-
bém informação que tem amplamente negligenciada pela socieda-
de, como o custo do crescimento econômico (Andrade, 2010; Garcia,
2012). Desse modo, a valoração permite incluir na tomada de decisão
custos antes ignorados, tais como os sociais e ecológicos, que afetam
de maneira significativa o bem-estar da sociedade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O reconhecimento da importância do ecossistema na qualida-
de de vida das pessoas tem aumentado no período recente, espe-
cialmente em função dos conceitos de SE’s e ambientais e do ca-
pital natural. Esses conceitos podem auxiliar em revelar o grau de
interdependência entre o subsistema socioeconômico e o sistema
natural. Sob essas bases, o presente estudo empreendeu uma va-
loração econômica de alguns SE’s providos pelos ecossistemas em
Pontal do Paraná à sociedade. Acontece que diante da realização
de alguns empreendimentos logísticos e industriais previstos para
a região de Pontal do Paraná , essas informações podem auxiliar na
tomada de decisão. Isto porque o debate a respeito da realização
desses empreendimentos tem ignorado o papel do ecossistema no
provimento de bem-estar humano, e mesmo econômico.
Nesse sentido, a valoração dos recursos naturais poderia prover
informações mais adequadas sobre o custo de oportunidade da de-
gradação ambiental associado às mudanças no uso e ocupação das
terras na região. A realização dos empreendimentos acarretará na
supressão da cobertura vegetal e no aumento da geração de resí-
duos em Pontal do Paraná , os quais podem comprometer a capa-
cidade de provimento local dos SE’s essenciais para a comunida-
de local. Assim, as estimativas do valor monetário dos SE’s providos
em escala local e regional, como o realizado nesse estudo, podem
— 271 —
REFERÊNCIAS
Ambiente Brasil. Dessalinização da água do mar. Disponível em:
<http://goo.gl/bXQOWm>. Acesso em: 04/06/2015.
ANDRADE, D. C. Modelagem e Valoração de Serviços Ecossistêmi-
cos: Uma Contribuição da Economia Ecológica. Campinas, 2010,
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— 274 —
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INTRODUÇÃO
O campo de Desenvolvimento Humano (DH) atém-se ao estudo
das mudanças e transformações que ocorrem ao longo do ciclo vi-
tal, de forma contínua e sequencial. Estas mudanças são mais evi-
dentes na infância, porém ocorrem durante toda a vida. Trata-se de
uma construção em que cada indivíduo se desenvolve a partir de
inúmeros fatores que se vinculam ao tempo, ao contexto e ao pro-
cesso vivenciado (PAPALIA, OLDS E FELDMAN, 2013).
Pondera-se que pessoas com plenas capacidades e potencia-
lidades são também agentes promotores do desenvolvimento do
ambiente e da sociedade que compõem (GADELHA et al., 2011), o
que os tornam agentes de mudanças e transformação de sua pró-
pria história. A necessidade de se compreender as questões de de-
senvolvimento desde a infância atém-se ao fato de que este é um
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Quadro 1 Principais Programas, Políticas e Estratégias brasileiras com vistas à saúde da criança
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RESULTADOS
O presente projeto avaliou 1747 crianças situadas na faixa-etária
entre 1 e 12 meses no período de outubro de 2013 a agosto de 2017.
Verifica-se que 52,1% das avaliações eram do sexo masculino e 47,8
% do sexo feminino.
A média de peso ao nascimento foi de 3278,8 gramas (±544,86)
e o comprimento ao nascimento teve valor médio de 48,6 centíme-
tros (±3,1). O perímetro cefálico ao nascimento foi, em média, de
34,4 centímetros (±1,8). A Idade Gestacional teve média de 38,7 se-
manas (±3,2). As notas do boletim de Apgar no 1º minuto de vida ti-
veram média de 8,7 (±1,2) e, no 5º minuto, 9,7 (±0,7). Em relação a
via de parto, 63,3% das crianças nasceram de parto vaginal e 36,6%
de cesáreo.
Com relação aos dados de saúde do bebê, 3,95% necessitaram
internamento em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal após o
nascimento e 20% tiveram hiperbilirrubinemia (icterícia neonatal).
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Doença %
Hipertensão 43,3
Diabetes 11,7
Toxoplasmose 4,8
Sífilis 3,2
Citomegalovíros 1
H1N1 1
Dengue 0,5
Herpes 0,5
HIV 0,5
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Doença %
Rubéola 0,5
Outra 32,6
Fonte: Os autores (2017).
Categoria %
Analfabeto 0,2
Ensino Fundamental Incompleto 15,5
Ensino Fundamental 25,8
Ensino Médio 39,5
Graduação 13,2
Ensino Técnico 3,4
Pós-Graduação 2
Fonte: Os autores (2017).
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Categoria %
Até 1 salário mínimo 26,8%
De 1 a 3 salários mínimos 55,7%
De 3 a 5 salários mínimos 13,5%
Mais que 5 salários mínimos 3,9%
Fonte: Os autores (2017).
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CONSIDERAÇÕES
Os dados sobre o período gestacional e as condições de nas-
cimento de uma população são importantes informações para a
compreensão do desenvolvimento global infantil e, portanto, para
o DM. Quanto à gestação e às condições de nascimento, as crian-
ças avaliadas por este serviço, até o presente momento, apresen-
taram em média peso, comprimento e perímetro cefálico adequa-
dos ao nascimento, segundo os critérios da OMS. A média de idade
gestacional do presente estudo situa as crianças na categoria termo
precoce, nascimento entre a 37ª e a 39ª semana gestacional. As no-
tas obtidas no Boletim de Apgar deste estudo indicam boas condi-
ções de nascimento, uma vez que escores de 8 a 10 indicam que o
bebê não precisa de extensiva ressuscitação e provavelmente não
terá problemas futuros.
Enquanto as condições de nascimento destas crianças estão em
sua maioria adequada, ainda preocupa visualizar os dados de esco-
laridade materna com pouco acesso à graduação, a taxa de fecun-
didade superior à tendência nacional de primíparas (1,8 filhos por
família), bem como a presença frequente de intercorrências que
podem causar graves danos à saúde do bebê, como o diabetes e a
hipertensão arterial sistêmica. Porém, os dados de renda, acesso à
água encanada e à rede de esgoto situam-se dentro do que se visua-
liza em vários municípios brasileiros.
Quanto à presença de atraso motor, no presente estudo, veri-
ficou-se a presença de atraso leve em 21,6% das avaliações. Neste
caso, as orientações e a estimulação precoce do DM torna-se fun-
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REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J.P. et. al. História da Saúde da Criança: conquistas, políti-
cas e perspectivas. Revista Brasileira de Enfermagem, v.67, n.6, p.
1000-1007, 2014.
ANDRADE, L.B.P. Educação infantil: discurso, legislação e práticas
institucionais. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Aca-
dêmica, 2010.
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INTRODUÇÃO
O aumento da população idosa no Brasil e no mundo é um dos
temas mais debatidos na atualidade. Esse crescimento é decorren-
te de vários fatores, entre os quais: aumento da expectativa de vida,
queda da fecundidade, avanço da medicina, entre outros. No que
se refere à expectativa de vida, houve um acréscimo significativo na
sociedade brasileira das últimas décadas: “De 1940 a 2015, a espe-
rança de vida no Brasil para ambos os sexos passou de 45,5 anos
para 75,5 anos, um aumento de 30 anos” (BRASIL, 2016).
O envelhecimento populacional tem gerado diversas ações da
sociedade e das esferas governamentais em relação à oferta de ser-
viços e regulamentações destinadas a atender as demandas prove-
nientes do processo. “Num país que até muito recentemente preo-
cupava-se basicamente com os jovens, há esforços significativos
de entender o fenômeno do envelhecimento” (HOFFMANN-HO-
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bui para reflexões sobre sua situação de saúde , bem como sobre o
desenvolvimento do território em que o mesmo está situado.
O desenvolvimento, para Amartya Sen (2000), é definido como a
capacidade de exercer a liberdade. Para isso é necessário que sejam
oferecidas condições básicas de sobrevivência, como saúde e educa-
ção. Mas os direitos civis básicos nem sempre são oferecidos pelas po-
líticas públicas, assim prejudicando a qualidade de vida da população.
Neste contexto de saúde e desenvolvimento, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) também considera a questão socioam-
biental ao conceituar a qualidade de vida como “a percepção do
indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema
de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expec-
tativas, padrões e preocupações” (THE WHOQOL GROUP, 1994).
Conceituação presente na elaboração do instrumento utilizado
nesta pesquisa, o WHOQOL-Bref, que permite mensurar qualida-
de de vida e está detalhado na metodologia do presente trabalho.
A definição de qualidade de vida é uma questão ampla e multiface-
tada, muitas vezes utilizada como sinônimo para bem-estar e felicida-
de (ALBUQUERQUE, 2003). Esses aspectos multifatoriais são relevan-
tes a serem investigados para que se consiga obter uma aproximação
máxima de como estão os idosos no processo de envelhecimento.
— 315 —
METODOLOGIA
A pesquisa possui um caráter essencialmente qualitativo, embo-
ra trabalhe com dados quali-quantitativos, na medida em que pro-
cura não apenas medir a qualidade de vida , mas entender como
esses idosos pensam e vivem a velhice dentro de um determinado
contexto social. A pesquisa qualitativa, de acordo com Richardson
(2010, p. 79), “justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequa-
da para entender a natureza de um fenômeno social”. Neste caso,
a natureza do envelhecimento, aprofundando-se o conhecimento
nesse universo para compreensão das transformações sociais. En-
tende-se aqui, seguindo Minayo (1994, p.22), que os dados quali-
-quantitativos “não se opõem. Ao contrário, se complementam,
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RESULTADOS
Do universo total dos 16 pesquisados, nove idosos possuem ida-
des que variam de 60 a 70 anos, seis entre 71 a 80 anos e um está
com 82 anos. Com relação ao gênero, nove são homens e sete são
mulheres. Quanto ao estado civil, oito são separados, quatro são
viúvos, três casados e apenas um, o participante mais velho (82
anos), é solteiro. No tocante a naturalidade, chamou a atenção o
fato de nenhum ser oriundo do litoral. A maioria é do interior, tanto
paranaense como de outros estados como Santa Catarina, São Pau-
lo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Piauí. Apenas um é natural da
capital paranaense. Registrou-se que, na composição familiar por
domicílio, dez idosos residem sós e seis idosos vivem com algum
familiar. Sendo um dos índices que merece atenção pelas conse-
quências que podem estar ocasionando, esses idosos são priorida-
de na participação do grupo de SCFV. Nesse sentido, conforme Ra-
mos, Meira e Menezes (2013, p. 12): “A condição de morar sozinho
pode levar o idoso a vivenciar inúmeros sentimentos e a enfrentar
diversas situações, sobretudo quando há ausência de contato fa-
miliar e isolamento social”. Constatam-se vários problemas que os
idosos enfrentam no seu dia a dia conforme os relatos nas entrevis-
tas. Os idosos que vivem só possuem idade entre 64 anos a 82 anos.
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3,20
Qualidade de vida geral
3,28
3,27
Qualidade de vida 2º Quest
3,44
1º Quest
3,13
Saúde
3,13
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— 323 —
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— 326 —
3,25
Domínio meio ambiente 3,23
3,20
Segurança na vida diária 3,38
Ambiente saudável 3,40
3,88
2,80
Recursos financeiros 2,63
2,87
Informações disponíveis 2,75
Atividades de Lazer 2,33
2,56
4,00
Moradia 3,94
Acesso serviços desaúde 3,67
3,25
3,73
Meios de transporte
3,44
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00
2º Quest 1º Quest
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DISCUSSÃO
Albuquerque (2003, p. 48) aponta que “‘Qualidade de vida ’ for-
ma parte de uma família de conceitos que se aproximam ao bem-
-estar humano, como ‘modo de vida’, ‘nível de vida’, ‘condições de
vida’, ‘satisfação’”. Conhecer um pouco mais sobre esses aspectos,
por meio da observação e das entrevistas semiestruturadas, per-
mitiu compreender os resultados do questionário WHOQOL-Bref
e entender se estão envelhecendo com qualidade de vida ou não.
A velhice é um processo heterogêneo, vivenciado por cada um
singularmente, e isso ficou claro nas falas dos idosos durante a
pesquisa. Embora, evidentemente, tenham situações comuns,
inerentes ao envelhecimento. A entrevista abordou assuntos di-
versos, entre os quais: satisfação com a residência em Pontal do
Paraná ; vínculos familiares e de amigos; solidão; saúde ; preo-
cupação; como se sentem na velhice; realização pessoal; sonhos;
medo; morte; como ocupa o tempo e o que mudaria na sua vida.
A partir dessas questões, foi possível entender melhor como vi-
vem nesta etapa de vida.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa procurou entender melhor o processo de envelhe-
cimento e a qualidade de vida da população idosa, a partir de um
estudo com idosos que participam do SCFVI do CRAS Canoas, em
Pontal do Paraná (PR). Idosos que, assim como muitos outros, en-
frentam diferentes desafios, como dificuldades nas relações fami-
liares e sociais, acessos a serviços, incertezas provenientes da crise
econômica e política atual, negação da velhice, medo da doença,
dependência e solidão. Dificuldades que influenciam na qualida-
de de vida e que demonstram a situação de vulnerabilidade social
desses idosos que, contudo, vivenciam a velhice de diferentes ma-
neiras, posto que ela não é um processo homogêneo.
No decorrer da análise, que partiu da hipótese que o SCFVI é
importante para os idosos, uma surpresa. A aplicação de dois ques-
tionários WHOQOL-Bref, no início e no final dos encontros reali-
zados em 2016, não comprovou melhoria na qualidade de vida dos
pesquisados no período citado. Alguns acontecimentos podem ter
influenciado nos resultados obtidos nos questionários. O fato do
primeiro questionário ter sido aplicado no início dos encontros,
quando os idosos poderiam estar com expectativas altas em rela-
ção ao SCFVI. Já o segundo questionário foi respondido nas últi-
mas semanas dos encontros do grupo, próximo do Natal, que pode
aumentar a sensação de vulnerabilidade e solidão para os que es-
tão longe da família. Além disso, por conta das características do
município que recebe turistas para o veraneio, parte das ativida-
des, cessa no município neste período e só retorna após o carnaval.
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REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
Pesca artesanal não é um conceito preciso, a complexidade as-
sociada à variedade de formas de sua execução, torna a aplicação
de uma definição generalista inviável (OLIVEIRA; SILVA, 2012).
Segundo Diegues (1973), o que é chamado de pesca artesanal no
Brasil, surge em meados do século XX a partir de um momento de
falência econômica dos ciclos cafeeiro e açucareiro, associado à ne-
cessidade de exploração de outros meios além da flora e fauna lito-
râneas (palmito/caxeta/caça).
No Brasil, a Lei nº 11.959 de 29 de junho de 2009 foi estabeleci-
da para dar diretrizes sobre a pesca com o objetivo de aliar desen-
volvimento sustentável; ordenamento; preservação e conservação;
e desenvolvimento socioeconômico. Na referida lei a pesca artesa-
nal é reconhecida como pesca comercial, praticada por pescador
profissional, de forma autônoma ou em regime de economia fami-
liar, onde os meios de produção são ou a partir de parcerias, poden-
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A COMUNIDADE DE BARRANCOS
O litoral paranaense localiza-se entre os paralelos 25º e 26º de la-
titude Sul e 48º e 49º de longitude Oeste, no setor sudeste da cos-
ta brasileira, com uma superfície total de 6.055,9 km², que repre-
senta apenas 3% da superfície do Paraná e engloba sete municípios:
Guaraqueçaba, Antonina, Morretes, Paranaguá , Pontal do Paraná
, Matinhos e Guaratuba. É uma região diversa e contrastante, onde
áreas de conservação escassamente povoadas coexistem com uma
grande cidade portuária, e balneários urbanos com crescimento
acelerado. As atividades econômicas mais presentes, ligadas às ati-
vidades portuárias e ao turismo praiano não revertem benefícios
para a população permanente (ESTADES, 2003).
O município de Pontal do Paraná foi criado em 1995, possui re-
cente história geopolítica, mas assim como os demais municípios
do litoral é considerado o berço da civilização paranaense. Encon-
tra-se no município sítios históricos e sambaquis que remontam a
milhares de anos. Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento In-
tegrado de Pontal do Paraná (PONTAL DO PARANÁ , 2007) ocor-
rem no município três tipos de costa: oceânica; de desembocadura;
e estuarina. A comunidade de Barrancos encontra-se na transição
entre costa oceânica e de desembocadura.
A comunidade de Barrancos localiza-se no quilômetro 75 da
rodovia PR – 412 a 13 km de Praia de Leste, entrada do município
de Pontal do Paraná via rodovia BR - 277, sob as coordenadas 25º
36,498` latitude Sul e 48º 23.865` longitude Oeste. Nas lembranças
vivas nos moradores mais antigos da comunidade em 2017 resga-
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65. A rede é lançada ao mar a partir da praia por meio de uma embarcação e então é puxada da
praia por ambas as extremidades.
66. Localidade na entrada da Baía de Paranaguá , aproximadamente 10 km de distância da comu-
nidade de Barrancos.
67. Tarrafa é uma rede circular com pequenos pesos em toda circunferência, arremessada com as
mãos por apenas um pescador, podendo esse estar embarcado ou não.
68. Tipo de arte de pesca à linha constituída por uma linha principal, a partir da qual pendem li-
nhas secundárias mais curtas e em grande número, a intervalos regulares cada uma terminando
em um anzol.
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70. A embarcação lança cabos presos a “portas” (que tem a finalidade de manter a rede aberta e
revolver o fundo) enquanto a embarcação traciona todo aparelho.
71. Panos emendados verticalmente alcançando até 30 metros de altura. Utilizadas em mar aberto
nas modalidades de caceio, fundeio e cerco.
72. Redes fixadas no substrato podendo permanecer até dois dias na água.
73. Pescaria efetuada com o auxílio de uma vara contendo molinete ou não, geralmente com um
anzol, mas podendo conter mais, podendo ser utilizada na modalidade “corrico” (com a embarca-
ção em movimento).
74. Realizada na praia, sem auxílio de embarcação. Os cabos das extremidades são amarrados em
uma vara. Um pescador opera a rede da praia, enquanto outro puxa a outra vara dentro d’água.
75. A rede permanece à deriva por algumas horas (caçando). Pode ser de fundo ou de superfície.
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A ARTE DO CARACOL
76. Feiticeira ou Tresmalho é uma rede composta por três panos sobrepostos. É bastante eficien-
te, capturando peixes de todos os tamanhos, uma vez que existem malhas de medidas diferentes
e três panagens, o que dificulta a presa a se desvencilhar do petrecho. Sua prática é proibida (IN
166/2007-IBAMA).
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77. Melhores épocas para captura de determinado organismo marinho, geralmente associado a
migrações e/ou agrupamentos com finalidade reprodutiva.
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80. Processo completo de colocação da rede na água até o momento de retorno da mesma para
a embarcação.
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Figura 1 Rede de caracol (A) em destaque o cabo superior com a arcala e boia
(B), e o cabo inferior com o chumbo inserido no cabo multifilamento (C)
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lhe deixa a rede com uma diferença de cerca de três braças entre o
chumbo e a “cortiça”. Portanto, ficando ligeiramente mais curta na
“cortiça”. De acordo com os pescadores esse é um fator que interfe-
re totalmente na operação da rede, tal característica não é observa-
da em nenhuma outra forma de emalhe.
Para Cunha (2009), a territorialidade compreendida pelo uni-
verso do pescador é carregada de significações, dessa complexida-
de deriva o conhecimento acerca das melhores formas de colocar
as redes, e dos movimentos dos organismos marinhos. A adapta-
ção quanto ao entralhe faz com que a rede em operação, quando
tracionada num movimento próximo ao circular, além de trabalhar
“deitada” ganhe uma forma ligeiramente cônica.
Intrigados com as altas capturas, os pescadores de Barrancos as-
sumiram-se dispostos a praticar uma nova técnica, cabe lembrar que
na época, por volta da década de 1980, os pescadores da comunida-
de pescavam o camarão-branco através do caceio, utilizando um nú-
mero muito maior de panos no comprimento, geralmente 20, sendo
a rede completa de preço muito superior à do Caracol. Em termos de
preços para o ano de 2017 o petrecho completo do Caracol custa algo
em torno de trezentos reais (R$300,00), enquanto o petrecho com-
pleto de caceio ultrapassa seiscentos reais (R$600,00).
O Caracol é o petrecho de emalhe mais barato entre os utiliza-
dos pela comunidade de Barrancos. O consumo de óleo necessário
para a prática também é reconhecidamente menor quando com-
parada ao Arrasto de Porta, outra técnica utilizada para a captura
de camarões. A média diária de consumo de óleo para o arrasto de
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81. Conceito que incorpora desde paisagens, ecossistemas e genes, estando inclusos diferen-
tes processos e funções, sua manutenção exige esforços em vários níveis como: a preservação do
conjunto de ecossistemas; a interação entre humano e ambiente; o conhecimento a nível de espé-
cies; e a conservação da variedade genética de espécies cultivadas e animais domesticados (TO-
LEDO, 2001).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Caracol e algumas de suas peculiaridades apresentadas trazem
à tona a dimensão cultural, espacial e ambiental presente em Barran-
cos, obtendo assim, a partir da descrição da arte, maior clareza sobre
os recursos naturais, sociais e econômicos presentes no território.
A partir do resgate da dimensão histórica da prática constatou-
-se que os pescadores se reconhecem através do compartilhamento
de técnicas de uso comum, e que é no processo que tem como base
o conhecimento local e aprendizagem coletiva que se reforçam as
noções de identidade “Pescadores artesanais de Barrancos”.
As normas presentes na pesca que influem diretamente na vida
da comunidade de Barrancos não representam a mesma, somente
expressam a dimensão de aprisionamento a que vive uma cultura,
colocando-a diariamente em condições de ilegalidade, o que pode
comprometer severamente seus modos de vida. Os excessos de
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REFERÊNCIAS
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Colônia Pereira representa um rural abrigando diferentes ob-
jetivos, histórias, modos de lidar com a agricultura e com intensa li-
gação com o urbano ou o modo de vida urbano.
O rural não é estático ou não está sendo desertificado frente a
superpopulação do urbano. Ele é dinâmico, em constante transfor-
mação, cujos moradores vivem e participam dos processos de mu-
danças, mas guarda na tradição aquilo que lhes é essencial e im-
portante para viver.
Assim, os resultados desse estudo vão ao encontro do que o IICA
já havia constatado sobre o litoral paranaense, na caracterização de
sua ruralidade, ou seja, é constituído de pequenas propriedades,
cuja ocupação se deu no passado pela imigração e no presente pe-
las aquisições de novos moradores; servem de residência para fa-
mílias que se dedicam a atividades diversificadas que vão além da
agricultura, além de servirem de pouso ou lazer para trabalhadores
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REFERÊNCIAS
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Natali Calderari
Mayra Taiza Sulzbach
INTRODUÇÃO
O futebol, além de sua prática esportiva, está imerso em aspec-
tos sociais do cotidiano das pessoas e do lugar. Sua existência en-
volve pessoas, rituais, instituições, emoções e outros que lhe con-
ferem uma característica ampla em relação à realização de estudos
dentro do campo social. Para Mascarenhas (2005, p. 68), “a história
social do futebol se inscreve na história do lugar e com ele dialoga
intensamente. Sua espacialidade mutante se insere e participa da
lógica mais geral que anima e organiza o lugar”.
Arlei Damo (2007), que aborda a atividade futebolística na versão
espetacularizada, divide o futebol em quatro categorias, com base
nas características de sua prática: futebol bricolado, que se refere
ao praticado no improviso e adaptação das regras por aqueles que
o praticam como forma de divertimento; futebol espetacularizado,
praticado por profissionais; futebol comunitário, marcado pela exis-
tência de condições e estrutura mínimas necessárias para um cam-
peonato, como o futebol de várzea; e o futebol escolar, praticado nas
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PARANAGUÁ
O município de Paranaguá , situado na região litorânea do esta-
do do Paraná, com uma população estimada para o ano de 2016 de
151.829 habitantes, em uma área de 826,674 km2 de extensão (IBGE,
2016), possui como elemento geográfico notável a Baía de Parana-
guá , a qual propiciou a construção de portos que influenciaram na
economia do Município e do Estado (ABRAHÃO, 2011). A importân-
cia da Baía de Paranaguá e da navegação para o Município se faz
representar no Brasão deste, cercada pelo café e pela cana de açú-
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gundo Freitas (1999), a erva mate teve um ciclo que perdurou mais
de um século. Boutin (1993) relata que, anterior ao ciclo da erva-
-mate ocorreu o da farinha de mandioca, importante produto do
litoral do Paraná , que continuou a ser produzido e exportado du-
rante o ciclo seguinte. A partir de 1920 iniciou-se o ciclo da madei-
ra que perdurou até 1955, dando lugar ao ciclo do café que, após a
segunda guerra mundial, contribuiu para mudanças na estrutura
de Paranaguá e do Porto (FREITAS, 1999). Segundo Freitas (1999),
além de absorver mão de obra trabalhadora, no Município, nes-
te ciclo:
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82. “Criado em 1823 para substituir as Juntas Provisórias de Governo, o cargo de Presidente de Pro-
víncia, nomeado pelo Imperador e com a indicação do Conselho de Ministros, representava o Po-
der central como executor de sua política e administração” (CORRÊA, 2003, p. 1).
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Leão da Estradinha
Me querido esquadrão
Leão da Estradinha
Serás eterno em meu coração
83. Primeira Liga de clubes de futebol organizada no estado do Paraná, que possibilitou a reali-
zação do primeiro campeonato oficial do estado, no mesmo ano (MACHADO & CHRESTENZEN,
s/d).
84. Associação organizada por clubes que se desmembraram da Liga Sportiva Paranaense (MA-
CHADO, 2003).
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85. Campeonato organizado pela Federação Paranaense de Futebol com clubes de fora da capital
Curitiba (MACHADO, 2003).
86. Campeonato realizado já nos moldes do atual Campeonato Paranaense, organizado pela Fe-
deração Paranaense de Futebol.
87. Torneio realizado, na época, antes de cada Campeonato Paranaense, pelos clubes participan-
tes (MACHADO & CHRESTENZEN, s/d).
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LIGAÇÕES HISTÓRICAS
A história do Rio Branco Sport Club, um clube de futebol pro-
fissional, desde sua fundação no início dos anos 1900, se entrelaça
com a história de Paranaguá e também do Paraná, esta marcada na
rivalidade do RBSC e os clubes da Capital.
O RBSC teve seus primeiros anos durante o Ciclo da Madeira
(1920-1955) de Paranaguá , recebendo do setor produtivo doações
de madeiras para a construção das arquibancadas no seu primeiro
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alguns breves relatos da história econômica e política de Pa-
ranaguá e do Rio Branco Sport Club permitem observar ligações
entre estes. O Rio Branco Sport Club pode ser observado no lo-
cal como um espaço de construções culturais dinâmicas e rela-
cionadas.
De um lado, o setor produtivo dominante de momentos econô-
micos no Estado e Município influenciava o desempenho do Clu-
be, e de outro, as representações políticas influenciavam na trajetó-
ria dos confrontos do Rio Branco e, de certa forma, atuavam como
atores do Clube, um espaço da e para a vida política do Município.
Por fim, o espaço de lazer, e de representação do local, que se
faz através do futebol, no caso específico do centenário Rio Bran-
co Sport Club, apresenta relação com outros patrimônios históricos
culturais da história de Paranaguá .
Essas ligações históricas, que entrelaçam o futebol profissional e
o Município, pelas condicionalidades econômicas, políticas e cul-
turais, decorrem do compartilhamento da sociedade ao longo do
tempo no mesmo espaço, em comum, aspectos sem os quais estes
resultados não seriam observados.
REFERÊNCIA
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mações espaciais decorrentes do processo de modernização ca-
pitalista e integração territorial entre os anos 1970 e 2010. 295p.
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88. Fabrico é uma forma de falar local, antiga em que se utiliza termos como fabrico, fabriquei-
ro, para designar quem faz canoa, instrumentos, logo, fabriqueiro utilizado também para quem faz
com a farinha de mandioca.
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89. Para saber mais sobre o Amargoso, bem como as tradições acerca de benzimentos e parteira-
gens caiçaras, ver Muniz; Silva (2016).
90. Inscrito e pré-selecionado no Prêmio de Culturas Populares Mestre Leandro Gomes de Barros
(MINC/Secretaria da Diversidade Cultural), edição 2017.
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91. João Batista, conforme as Escrituras Sagradas, presente em Mt 14, 1-12; Mc 6, 17-29, era conside-
rado justo e santo por Herodes, mas o repreendia ao dizer: “não te é lícito ter contigo a mulher do
teu irmão”, ao fato deste ter desposado Herodíades, mulher de seu próprio irmão Filipe, atraindo a
raiva daquela mulher que, no dia do seu aniversário, na ocasião do banquete em que Herodes lhe
ofereceu e tendo sua filha Salomé agradado a todos com sua dança e recebido de Herodes a pro-
messa de ter tudo o que desejares, influenciado pela mãe, a jovem lhe responde: “quero que me dê,
num prato, a cabeça de João Batista”. Assim foi feito em 31 d.C, na Palestina.
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92. Na Astronomia, Solstício, que significa “sol que não se mexe, parado”, acontece duas vezes ao
ano – dezembro e junho – quando o sol em seu movimento atinge elevada inclinação em latitude
em relação a Linha do Equador, intensamente atingindo a superfície terrestre, em um dos Hemis-
férios; Quando no verão, significa o dia mais longo do ano e quando no inverno, a noite mais longa
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do ano. Em relação ao dia e horário exatos, há variações de acordo com cálculos astronômicos; No
Hemisfério Norte o solstício de verão acontece por volta de 21 de junho e o solstícios de inverno por
volta de 21 de dezembro, quando marcam o início das respectivas estações de ano; Já no Hemisfério
Sul, o solstício de verão ocorre em dezembro e o solstícios de inverno em junho.
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94. Depoimento recolhido no ano de 2008, publicado em: MUNIZ, 2017, p. 75.
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95. Entre eles Cristiano Tobias Viana e Raumil Gonçalves, da comunidade de Rio Verde, além de
Aurélio Duarte Gasparini Jr, então membro do Grupo Fâmulos de Bonifrates - que desde 1999 pes-
quisa a tradição caiçara, transfromando-as em espetáculos teatrais.
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96. Comunidade de Guaraqueçaba, já extinta, pois a área virou o Parque Nacional de Superagui.
97. É possível ver imagens da Fogueira de São João na comunidade de Utinga , em 2011, através
do link: <http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2011/06/fogueira-de-sao-joao-na-co-
mun-idade-de.html>.
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98. É possível visualizar momentos da Fogueira de São João no ano de 2013 através do endereço
<https://www.youtube.com/watch?v=vIjDA6oABt4>.
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buscam existir da forma que lhe é mais adequada pela sua visão
de mundo, e por sua cosmovisão. Esses elementos que podem até
ser conflitivos (discurso de mundo único moderno e universalistas
X diferença epistêmica e pluriverso), na realidade, criam espaços
para ativação política da relacionalidade na comunidade e geram
resistência pela busca do bem viver e do re-existir entre os huma-
nos e não-humanos por meio de um sentirpensar a vida.
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AGRADECIMENTOS
A José Hipólito Muniz e aos moradores da comunidade de Utin-
ga , principalmente a Bento Galdino Gonçalves e família, Izidoro
Gonçalves e Clotilde Célio dos Anjos, Dona Escolástica “Corá”, Seu
Alziro Pedro e Irani Célio, Tito Gonçalves; À equipe de professores,
alunos e bolsistas do projeto “Traços culturais das comunidades
tradicionais do litoral do Paraná e resistência frente ao avanço da
modernização expropriatória impulsionada pelo capital”, além dos
amigos e apoiadores nas diversas vezes em que contribuímos com
a Fogueira de São João .
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AUTORES
Adilson Anacleto é Bacharel em Administração de Empresas pela
Universidade Estadual do Paraná - Unespar Campus de Paranaguá
. Mestre em Ciências (Produção Vegetal) pela Universidade Federal
do Paraná (2005). Doutor em Agronomia pela Universidade Fede-
ral do Paraná (2011). Pós-doutor em Agronomia pela Universidade
Federal do Paraná (2012). Atualmente é Professor do Departamento
de Administração de Empresas e do Programa de Pós-graduação em
Administração de Empresas e Sustentabilidade da Universidade Es-
tadual do Paraná. adilson.anacleto@unespar.edu.br
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— 456 —
— 457 —
Índice remissivo
A
antonina 17, 58, 66, 155, 156, 166, 178, 182, 185, 192, 251, 343
B
barrancos 11, 212, 215, 339, 341, 342, 343, 344, 345, 346, 347, 348, 351, 354,
356, 357, 359, 362, 363, 364, 366, 367
C
complexo portuário 11, 208, 210, 216, 217, 227, 229, 234, 238, 241, 248
comunidade 11, 12, 22, 23, 25, 41, 52, 53, 102, 113, 114, 119, 120, 121, 123, 124,
125, 127, 132, 133, 134, 135, 136, 137, 145, 146, 150, 151, 152, 160, 169,
179, 180, 181, 183, 184, 188, 190, 192, 193, 195, 196, 197, 198, 199, 200,
201, 202, 203, 248, 269, 271, 272, 280, 319, 339, 341, 342, 343, 344, 345,
347, 348, 349, 350, 351, 354, 356, 359, 363, 364, 366, 367, 368, 378, 379,
380, 382, 383, 384, 385, 393, 408, 409, 410, 411, 412, 413, 414, 415, 416,
418, 419, 425, 429, 430, 431, 432, 433, 434, 435, 436, 437, 438, 439, 446
costeiro 18, 38, 88, 94, 116, 123, 133, 445, 448
D
desenvolvimento infantil 11, 279, 281, 289, 290, 293, 298, 303
desenvolvimento socioambiental 10, 93, 95, 97, 99, 111
desenvolvimento territorial sustentável 9, 10, 119, 120, 121, 122, 126, 129, 136,
137, 144, 146, 147, 151, 156, 158, 168, 287, 445, 446, 447, 449, 450, 451,
452, 453, 454, 456, 457
E
econômico 9, 17, 18, 28, 38, 40, 44, 45, 55, 88, 94, 95, 96, 120, 127, 130, 147, 148,
152, 163, 179, 182, 196, 202, 246, 248, 249, 252, 253, 255, 261, 266, 268,
269, 271, 272, 314, 344, 381, 404, 413, 451, 453
ecossistema 148, 247, 256, 261, 262, 263, 264, 266, 271, 272
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G
guaraqueçaba 12, 17, 44, 47, 48, 49, 52, 53, 54, 60, 61, 64, 65, 66, 68, 69, 72, 73,
80, 82, 83, 86, 121, 133, 166, 178, 182, 185, 251, 343, 408, 411, 413, 414,
416, 417, 433, 434, 455
J
juçara 10, 144, 145, 146, 147, 153, 154, 155, 156, 157, 160, 161, 162, 164, 165,
166, 167, 168, 169
L
litoral do paraná 9, 10, 12, 17, 28, 39, 41, 42, 45, 46, 48, 51, 55, 58, 59, 60, 62,
63, 66, 67, 68, 70, 71, 72, 75, 77, 78, 82, 85, 86, 87, 88, 99, 110, 119, 121,
127, 129, 130, 144, 158, 165, 166, 167, 168, 179, 180, 181, 182, 185, 193,
195, 196, 197, 198, 199, 200, 201, 202, 204, 210, 249, 346, 373, 375, 390,
392, 395, 433, 439, 456
P
paranaguá 12, 17, 32, 33, 34, 35, 47, 54, 58, 66, 67, 68, 93, 94, 95, 96, 97,
98, 99, 100, 103, 106, 111, 113, 114, 116, 121, 129, 131, 159, 166,
178, 180, 181, 182, 185, 210, 211, 212, 213, 214, 216, 249, 251, 343,
345, 373, 375, 378, 384, 389, 390, 391, 392, 393, 394, 395, 396, 397,
398, 399, 400, 401, 402, 403, 404, 405, 417, 445, 448, 449, 450, 451,
452, 455, 457
pesca artesanal 11, 12, 185, 339, 340, 341, 342, 348, 448
pesca de siri 10, 178, 182, 184, 185, 189, 194, 197, 199, 201, 204
política 18, 20, 23, 37, 104, 107, 108, 125, 126, 127, 128, 145, 150, 152, 199, 282,
283, 284, 285, 303, 313, 317, 334, 396, 405, 414, 437
pontal do paraná 10, 11, 12, 17, 33, 34, 57, 67, 74, 114, 131, 178, 182, 185,
208, 209, 210, 211, 212, 213, 214, 215, 216, 217, 228, 229, 230, 231, 232,
233, 235, 236, 237, 238, 241, 248, 249, 250, 251, 252, 255, 257, 258, 259,
260, 261, 262, 265, 266, 267, 269, 270, 271, 272, 279, 281, 293, 303, 312,
313, 317, 321, 329, 331, 334, 340, 343, 344, 350, 356, 357, 373, 375, 376,
378, 455, 457
— 459 —
Q
qualidade de vida 11, 18, 31, 68, 94, 165, 200, 253, 269, 271, 280, 282, 284, 312,
313, 314, 315, 316, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324, 325, 327, 328,
329, 330, 332, 333, 334, 335, 336
R
rural 120, 130, 169, 200, 202, 250, 373, 374, 375, 376, 377, 379, 380, 381, 382,
383, 384, 385, 386, 425, 430, 448
S
são joão 12, 408, 411, 412, 420, 421, 422, 424, 425, 426, 427, 428, 429, 430, 431,
432, 433, 434, 435, 436, 437, 438, 439
saúde 11, 21, 22, 24, 98, 124, 131, 155, 279, 280, 281, 282, 283, 284, 285, 286,
287, 288, 290, 292, 293, 294, 295, 297, 298, 302, 303, 314, 315, 316, 317,
318, 322, 323, 327, 329, 330, 331, 333, 380, 412, 452, 453
social 9, 21, 24, 25, 26, 27, 33, 37, 40, 44, 87, 95, 102, 104, 105, 127, 128, 129,
145, 147, 150, 152, 155, 157, 159, 163, 171, 172, 179, 181, 196, 197, 200,
202, 206, 249, 268, 269, 276, 283, 286, 289, 290, 292, 300, 305, 307, 311,
313, 314, 316, 317, 318, 320, 321, 329, 331, 334, 335, 337, 338, 340, 341,
349, 364, 371, 373, 387, 389, 390, 396, 409, 410, 413, 414, 424, 426, 441,
442, 453, 455, 457, 460
T
turismo 10, 17, 41, 46, 64, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 125, 126, 127, 128, 129,
130, 132, 134, 135, 136, 137, 215, 251, 259, 260, 266, 267, 340, 343, 355,
376, 448, 449, 450, 454
U
unidade de conservação 48, 55, 60, 69, 73, 74, 81, 82, 124, 125, 130
utinga 12, 408, 411, 416, 417, 419, 429, 430, 431, 433, 434, 435, 436, 438, 439
Z
zoneamento 9, 17, 18, 20, 21, 23, 24, 26, 27, 28, 37, 38, 69, 88, 124, 130, 137
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