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Instituto Superior Técnico – Departamento de Matemática

Probabilidades e Estatı́stica
LEAmb – LMAC – LQ – MEBiol – MEBiom – MEFT
Primeiro exame / Segundo teste 2o semestre – 2007/2008
Duração: 180 minutos / 90 minutos 24/06/2008 – 17:00 horas

Grupo I 4 valores

1. A exposição de um indivı́duo a radiação nuclear pode causar a sua morte, dependendo da


dose a que foi exposto e da sua condição fı́sica. Denote-se por DL a dose que é normalmente
letal para 50% dos indivı́duos a ela expostos.
Suponha que num acidente de uma central nuclear 40% dos seus trabalhadores faleceram;
30% dos trabalhadores foram expostos à dose DL e faleceram, e 68% foram expostos à dose
DL ou faleceram. Qual a probabilidade de um trabalhador escolhido ao acaso:

(a) Ter sido exposto à DL mas não morrer? (1.0)

Solução: 0.28
(b) Morrer em consequência deste acidente dado que não foi exposto à DL? (1.0)

Solução: 5/21

2. A ocorrência de avarias num dado sistema eléctrico comporta-se de acordo com um processo
de Poisson. Sabe-se que num ano o número esperado de avarias é 2.

(a) Calcule a probabilidade de a próxima avaria ocorrer antes de decorridos três meses a (1.0)

contar do instante de ocorrência da última avaria.

Solução: 0.393
(b) Qual a probabilidade de se esperar pelo menos 1 ano (4 trimestres) até se encontrar um (1.0)

trimestre sem ocorrência de avarias?

Solução: 0.061

Grupo II 6 valores

1. Suponha que os valores abaixo explicitados representam a função de probabilidade conjunta


do par aleatório (X, Y ), em que X indica dicotomicamente o aproveitamento de um aluno a
PE (X = 0, se reprovado; X = 1, se aprovado), e Y é o número de aulas teóricas de PE por
ele assistidas semanalmente:
8
P (X = 0, Y = 0) = 2P (X = 1, Y = 0) =
25
5
P (X = 0, Y = 1) = a; P (X = 1, Y = 1) =
25
1
P (X = 0, Y = 2) = ; P (X = 1, Y = 2) = b
25
7
Além disso sabe-se que P (Y ≥ 1|X = 1) = 11 .

5 2
(a) Mostre que a = 25 eb= 25 . (1.0)
(b) Determine o valor esperado, a mediana e a moda do número de aulas de PE assistidas (1.0)

semanalmente por um aluno que se sabe ter reprovado a PE.

Solução: Valor esperado = 0.5, mediana=moda=0


(c) Calcule a probabilidade de um aluno ser aprovado a PE sabendo que assistiu semanal- (1.5)

mente a pelo menos uma aula.


Justifique a afirmação: quanto maior for a assiduidade de um aluno às aulas teóricas de
PE, tanto maior será a probabilidade de conseguir aprovação nessa disciplina.

Solução: P (X = 1 | Y ≥ 1) = 7/13. P (X = 1 | Y = y) é crescente com o valor de y

2. (a) O diâmetro (em cm) de um cabo eléctrico produzido numa dada empresa segue uma lei (1.5)

Normal, de mediana 2 cm e desvio padrão 0.5 cm. Qual a probabilidade de o diâmetro


total de 20 cabos eléctricos seleccionados aleatoria e independentemente da produção
da empresa exceder 45 cm?

Solução: 0.0125
(b) O coeficiente de assimetria de uma v. a. X, que admite momentos de terceira ordem, (1.0)
3]
é definido pela quantidade β = E[(X−E[X])
(V ar[X])3/2
. Para uma v. a. X contı́nua, de valor
esperado nulo, prove que β = 0 se a função densidade de probabilidade de X for par.

Grupo III 5 valores

1. Sejam Xi , i = 1, 2, . . . , n (n > 1), componentes de uma amostra aleatória de uma população


X, com função densidade de probabilidade
3  x 2
fX (x) = , 0 ≤ x ≤ θ,
θ θ
para algum θ > 0 desconhecido, sendo nula fora daquele intervalo. Pode provar-se que se
T = max1≤i≤n Xi então
3n t 3n−1
 
fT (t) = , 0≤t≤θ
θ θ
sendo fT (t) = 0 se t ∈
/ [0, θ].

(a) Mostre que T é um estimador de θ enviesado mas assintoticamente centrado. (1.0)

3n
Solução: E[T ] = 3n+1 θ

(b) Determine o estimador de máxima verosimilhança do valor esperado de X. (1.5)

Solução: 3T /4

2. Pretende-se estimar a proporção de residentes em Portugal, p, que vivem presentemente


em situação abaixo de um dado limiar de probreza. Para tal, inquiriram-se ao acaso 500
indivı́duos, o que permitiu determinar que 300 se encontravam naquela situação.

(a) Obtenha um intervalo de confiança a 96% para p e diga se este valor percentual repre- (1.5)

senta a probabilidade de p estar contido no intervalo numérico achado.

Solução: (0.555, 0.645). Não.

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(b) Qual deverá ser a dimensão da amostra a inquirir se se pretender estimar p pela pro- (1.0)

porção amostral, com uma margem de erro absoluto não superior a 2%, para um grau
de confiança de pelo menos 92%?

Solução: 1915

Grupo IV 5 valores

1. Estudos realizados sobre a produção de um dado medicamento em comprimidos por uma


empresa farmacêutica constataram que a quantidade X da substância activa por comprimido
(em mg) pode ser bem modelada por uma distribuição normal.
Tendo surgido suspeitas sobre uma magnitude exagerada para a variabilidade de X, uma
equipa de inspectores do Ministério da Saúde recolheu uma amostra de 15 comprimidos,
para testar a conjectura, H0 , de o desvio padrão de X não ser inferior a 1 mg. Os resultados
observados para esta amostra foram 15
P P15 2 2
i=1 xi = 150 mg, e i=1 xi = 1509 mg .

(a) Prove que o valor-p deste teste é dado por P (χ214 ≤ 9), e diga se a estimativa do desvio (2.0)

padrão é suficientemente pequena para questionar a hipótese formulada.


Solução: valor-p∈ (0.15, 0.20) s = 0.80 não surge como suficientemente pequeno
para questionar a hipótese nula aos n. s. habituais
(b) Determine a probabilidade (ou uma sua ordem de grandeza) de o teste em (a) aceitar (1.0)

incorrectamente H0 ao nı́vel de significância de 5% quando o verdadeiro valor para o


desvio padrão de X é 0.60 mg.

Solução: 0.20

2. Uma amostra de 200 itens colhida ao acaso da produção das duas máquinas A e B de uma
empresa foi inspeccionada quanto à sua qualidade, tendo-se obtido os seguintes resultados:

Máquina A Máquina B
Com defeito 18 10
Sem defeito 82 90

Teste se as máquinas não diferem em termos da plausibilidade com que produzem itens de (2.0)

cada tipo, explicando cuidadosamente o procedimento seguido.

Solução: q02 = 2.6578. Valor-p∈ (0.10, 0.15) não há evidência suficiente para rejeitar a
hipótese aos n. s. habituais

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