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Márcio Antonio Sousa da Rocha Freitas1 & Marcos Airton de Sousa Freitas2
RESUMO
ABSTRACT
In this paper we tried to present a diagnosis and to suggest strategies for Piauí State, in
Brazil, involving legal, institutional and practical aspects, aiming at the promotion of a more
efficient and integrated water resources and environmental management. The mechanisms and
the programs needed to achieve the management goals were pointed out, as well as studies and
projects are suggested.
1
Sócio-representante da ABRH – Piauí; Engº Agrônomo; M.Sc.; Advogado – Ministério Público; Prof. Univ. (UESPI)
E-mail: masrf@ibest.com.br
2
Sócio da ABRH; Especialista em Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas – ANA; E-mail:
masfreitas@ana.gov.br ; Tel.: (61) 445-5348
3.50
2.50
1.50
0.50
-0.50
-1.50
-2.50
-3.50
1933 1938 1943 1948 1953 1958 1963 1968 1973 1978 1983 1988 1993 1998
LRDI-Piauí El Niño
Figura 1 - Alternância entre períodos úmidos e secos de 1933 a 2001, no Estado Piauí
(NE-Brasil) e as ocorrências de El-Niño.
Em termos de hidrografia, o Estado do Piauí pode ser dividido por suas grandes bacias ou
regiões hidrográficas, a saber (Figura 2): bacias difusas do litoral; bacia do Piranji; bacias difusas
do Baixo Parnaíba; Bacia do Longa; Bacia do Poti; bacias difusas do Médio Parnaíba; bacia do
Itaueira; bacia do Gurguéia; bacias difusas da barragem de Boa Esperança; bacia do Uruçui Preto e
bacias difusas do Alto Parnaíba (Baptista, 1981; Freitas & Amorim, 1998).
O Estado do Piauí possui em seu arcabouço legal três normas principais, as quais instituíram,
respectivamente, a Política Estadual de Meio Ambiente (Lei nº 4.854, de 10 de julho de 1996), a
Política Estadual de Recursos Hídricos (Lei nº 5.165, de 17 de agosto de 2000) e a Política Florestal
do Piauí (Lei nº 5.178, de 27 de dezembro de 2000). Além dessas normas jurídicas, o Estado do
Piauí dispõe da Lei nº 4.940, de 15 de julho de 1997, que instituiu o Plano Estadual de Educação
Ambiental (Freitas, 2003). Cada uma dessas legislações é composta de inúmeros instrumentos que se
inter-relacionam, conforme mostra a Figura 3. Espera-se que o Estado do Piauí consiga, em médio prazo,
regulamentar e implementar, em sua plenitude, esses instrumentos das referidas leis estaduais.
A titulo de ilustração, tem-se na lei de recursos hídricos, os planos de bacias hidrográficas e
plano estadual de recursos hídricos, que na lei florestal encontra seu paralelo nos planos de manejos
e na lei de meio ambiente, no plano estadual de proteção ambiental. Tem-se, da mesma forma, o
monitoramento da qualidade de água, o monitoramento florestal e o monitoramento do meio
ambiente. E ainda, o sistema de informações sobre recursos hídricos, o sistema de informação
florestal e o sistema de informação sobre meio ambiente. E assim, para quase todos os
instrumentos.
Política
Estadual de
Meio
Ambiente Plano Estadual de Proteção ao Meio
Ambiente
Diretrizes para proteção de mananciais
hídricos, através de planos de uso e
ocupação
Sistema de informação sobre o Meio
Ambiente
Sistema de Monitoramento Ambiental
Quanto aos planos de recursos hídricos, eles podem se relacionar com os demais planos de
governo e programas conforme Figura 4. Essa inter-relação é fundamental para o sucesso dos
planos e programas.
PLANOS REGIONAIS
PLANO ESTADUAL DE PROGRAMAS:
PLANAP RECURSOS HÍDRICOS
PROÁGUA
ZEE PNMA-II
FOME ZERO
SANEAMENTO ATLAS DO
PLANOS DE BACIA SEMI-ÁRIDO
COMITÊS PLANOS
DE BACIAS MUNICIPAIS /
AGENDAS 21
LOCAIS
FORTALECIMENTO
INSTITUCIONAL
¾Poder
Público
¾Sociedade Civil
A GESTÃO HIDROAMBIENTAL
A Gestão Florestal
O Piauí dispõe da Lei nº 5.178, de 27 de dezembro de 2000. Essa lei instituiu a política
florestal do Estado e conforme seu Artigo 2º tem por finalidade o uso sustentável adequado e
racional dos recursos florestais com base em conhecimento técnico-científico de ordem econômica,
social e ecológica, visando a melhoria de qualidade de vida da população e a compatibilização do
desenvolvimento sócio-econômico, com a conservação e preservação do ambiente.
São objetivos da lei, dentre outros: identificar, implantar, gerenciar e manter um sistema
estadual de unidades de conservação, de forma a proteger comunidades biológicas representativas
dos ecossistemas naturais florestal; promover o inventário contínuo da cobertura florestal do
Estado, com divulgação de dados, de forma a permitir o planejamento e racionalização das
atividades florestais; implantar banco de dados que reúna todas as informações existentes na área
florestal, inclusive efetuar o controle estatístico da oferta e procura de matéria-prima florestal em
níveis regional e estadual; manter cadastro de produtores, comerciantes e consumidores de produtos
florestais no Estado.
Para a consecução desses objetivos diversos instrumentos são enumerados no escopo da lei, dentre
os quais se destacam: o diagnóstico do setor florestal do Estado do Piauí; o programa de desenvolvimento
florestal; os planos de manejo florestal; a lista das espécies de flora e fauna raras endêmicas e ameaçadas
de extinção; o estabelecimento de critérios, padrões e normas relativas ao uso, e o manejo dos recursos
naturais, de exploração econômica das florestas e demais formas de vegetação; o zoneamento agro-
ecológico/econômico-florestal; o estudo prévio de impactos ambientais; o monitoramento das florestas e
demais formas de vegetação; o licenciamento de atividades utilizadoras de recursos naturais efetivas ou
potencialmente degradadoras das florestas. Em seu Art. 31º a lei florestal do Piauí estabelece que o
Estado, através de seu órgão competente, a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos –
SEMAR, poderá participar de consórcios e celebrar convênios, ajustes com a União, Estados e
Municípios, e demais entes públicos e privados, nacionais e estrangeiros, objetivando a execução desta lei
e seu regulamento e dos serviços dele decorrentes.
Ao longo dos últimos anos os recursos hídricos vêm sofrendo a ação antrópica degradadora,
que acarreta em prejuízos aos seus usos múltiplos. Os cursos d´água, assim como os açudes e lagos,
refletem as alterações que ocorrem no uso do solo na bacia hidrográfica na qual se inserem. A Lei
nº 9.433, de 08/01/1997, conhecida como Lei das Águas, traça as diretrizes da Política Nacional de
Recursos Hídricos, a ser implementada pela Agência Nacional de Águas. O Estado do Piauí, após
inúmeros debates, conquistou a Lei nº 5.165, de 17/08/2000, a qual, a exemplo da lei federal,
estabelece, em seu Inciso VI do Artigo 1º, que a gestão dos recursos hídricos deve ser
descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários de água e da sociedade
VII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 9
civil. A concretização deste princípio é, portanto, um dos maiores desafios a ser conquistado pelo
povo piauiense.
Essa lei arrojada urge, porém, regulamentação e implementação. Ela traz em seu bojo não
apenas princípios básicos de participação social, mas cria mecanismos efetivos de participação, por
meio de: criação de organismos colegiados, como os Comitês de Bacia Hidrográfica; canais de
coordenação, como o Conselho Estadual de Recursos Hídricos e estruturas institucionais
descentralizadas, como as Agências de Bacia, as quais funcionam como secretarias executivas dos
comitês, apoiando-os tecnicamente no processo de gestão participativa.
Uma primeira tímida iniciativa foi a realização, no período de 10 a 15/05/1998, do I Encontro
Regional sobre a Bacia dos Rios Canindé/Piauí. O encontro ocorreu de forma itinerante nas sedes
dos municípios de Picos, Oeiras, São João do Piauí e São Raimundo Nonato, principais centros urbanos
dessa bacia hidrográfica. Nele foram debatidos, por meio de audiências públicas, as questões
fundamentais sobre a situação de oferta e demanda de recursos hídricos, levantadas no diagnóstico da
bacia, assim como as propostas de aproveitamento racional e integrado de suas águas.
A Oficina Temática intitulada “Gestão Participativa dos Recursos Hídricos” (Garjulli, 2001),
realizada em dezembro de 2000, apresentou, entretanto, como resultado as seguintes fraquezas na
estrutura organizacional estadual, as quais deveriam, em médio prazo, ser solucionadas: 1)
deficiência na estrutura organizacional; 2) articulação política deficiente; 3) pouca qualificação de
pessoal; 4) falta de regulamentação da lei nº 5.165/2000.
Um esforço no sentido de qualificação dos recursos humanos foi dado com a formulação e
execução do Curso de Especialização em Gestão dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente,
financiado pela SRH/MMA, em convênio com a SEMAR/UFPI/FUNDAPE, durante os anos de
2000 e 2001, formando 40 especialistas em gestão de recursos hídricos e meio ambiente. Uma
segunda turma desse curso teve início somente neste ano. É fundamental, portanto, o apoio contínuo
do Estado no desenvolvimento de programas de capacitação visando à constituição de equipes
interdisciplinares necessárias à implementação dos instrumentos de gestão. Nesse sentido, vale
lembrar o Programa de Mestrado em Meio Ambiente da Universidade Federal do Piauí.
Posto que o Plano Diretor da Bacia Hidrográfica dos rios Canindé/Piauí tenha sido concluído,
merece, então, sua aplicação prática, ou seja, a transformação de relatórios, gráficos, tabelas etc. em
ações concretas quem impliquem em aumento da disponibilidade hídrica e de conservação dos
recursos hídricos. Quando da elaboração do referido Plano, a participação social ficou restrita a
algumas audiências públicas, em vista da inexistência do Comitê da Bacia.
Recentemente, porém, alguns municípios da região sul do Estado, em especial Santa
Filomena, no Piauí, bem como Alto Parnaíba, no Maranhão, mobilizaram-se no sentido de preservar
as nascentes de nosso Velho Monge. Tarefas como a efetiva consolidação do Parque Nacional das
VII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 10
Nascentes do Rio Parnaíba, o desenvolvimento de estratégias de contenção e de recuperação de
áreas atingidas por voçorocas e de áreas em processo de desertificação, o levantamento da
ictiofauna, a implantação de sistemas de gerenciamento dos resíduos sólidos, o replantio e
conservação das matas ciliares, implantação da hidrovia do rio Parnaíba e do Porto de Luis Correia,
dentre outras ações, devem fazer parte, de fato, do planejamento e das ações nas esferas federal,
estadual e municipal. Outra ação digna de nota é a mobilização da sociedade civil, dos usuários e de
diversos órgãos públicos visando à concretização do comitê da bacia hidrográfica dos rios Poti,
Longá e Pirangi, já em seu terceiro ano e no sexto encontro regional, realizado em Pedro II, nos
dias 24 e 25 de julho de 2004.
É salutar frisar que, com a plena efetivação do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos, o
Estado do Piauí, poderia dar partida à gestão de suas águas, uma vez que atribuições, tais como
analisar as propostas de elaboração dos Planos de Bacia Hidrográfica das grandes bacias do Estado,
acompanhar suas execuções e determinar as providências necessárias ao cumprimento de suas metas,
coordenar o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos, aprovar a criação de Comitês de
Bacia Hidrográfica e de Agências de Água etc., encontram-se já amparadas por lei estadual.
Caso não haja um bom empenho dos órgãos relacionados à gestão hídrica e ambiental,
notadamente nos aspectos referentes à implementação dos instrumentos de gestão de recursos
hídricos, todo o aparato legal poderá ser inócuo. Faz-se, portanto, necessário uma maior integração
técnica entre os setores responsáveis pela gestão de recursos hídricos com àqueles responsáveis
pelas políticas de saneamento, agricultura, irrigação, indústria, turismo etc. A figura de um único
decisor ou tomador de decisões é uma espécie em extinção na área de recursos hídricos. As tomadas
de decisões devem ocorrer, cada vez mais em conselhos, comitês de bacia e audiências públicas,
envolvendo os usuários, o poder público e a sociedade civil.
A Gestão Urbana
No Brasil inicia-se uma discussão acerca da gestão urbana. Nesse sentido, é salutar lembrar o
que preconiza o documento “Agenda 21 Brasileira”, construído com a participação de inúmeros
atores do governo e da sociedade, por meio de diferentes formas de consulta e debate. Esse
documento foi dividido em seis temas: Agricultura Sustentável; Gestão de Recursos Naturais; Infra-
estrutura e Integração Regional; Redução das Desigualdades Sociais; Ciência e Tecnologia para o
Desenvolvimento Sustentável e ainda Cidades Sustentáveis. O documento “Cidades Sustentáveis”
teve como objetivo geral subsidiar a formulação da Agenda 21 Brasileira, com propostas que
introduzissem a dimensão ambiental nas políticas urbanas vigentes ou que viessem a ser adotadas,
respeitando-se as competências constitucionais em todas as esferas do governo.
Elaborou-se ainda o documento Agenda 21 Local, definido como “um processo participativo
multissetorial de construção de um programa de ação estratégico dirigido às questões prioritárias
para o desenvolvimento sustentável local”. Tal ação deve implicar mudanças no padrão de
desenvolvimento, integrando as dimensões sócio-econômicas, político-institucionais, culturais e
ambientais da sustentabilidade. (http://www.mma.gov.br/port/se/agen21/index.cfm).
VII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 14
É evidente o agravamento dos problemas urbanos e ambientais das cidades, em especial das
brasileiras, decorrentes de adensamentos desordenados, ausência de planejamento, carência de
recursos e serviços, obsolescência da infra-estrutura e dos espaços construídos, padrões atrasados
de gestão e agressões ao meio ambiente. Apesar de suas peculiaridades regionais e locais, as
cidades abrigam com maior ou menor intensidade, problemas intra-urbanos que afetam sua
sustentabilidade, particularmente os decorrentes de dificuldades de acesso às terras urbanizadas,
déficit de moradias adequadas, déficit de cobertura dos serviços de saneamento ambiental, baixa
qualidade do transporte público, poluição (hídrica, atmosférica, sonora e visual), desemprego e
precariedade de emprego, violência e marginalização social.
Teresina, a capital do Piauí, conhecida como a Cidade Verde, completou 152 anos de
emancipação política, com uma população estimada em 750 mil habitantes, sendo 95% na zona
urbana. Teresina já vem apresentando alguns sinais de cidade grande. Nascida na confluência de
dois importantes rios do Nordeste, o rio Parnaíba e o rio Poti, na denominada Chapada do Corisco,
ela vem sofrendo com a crescente urbanização, tendo como conseqüência a redução de suas áreas
verdes, o aumento da impermeabilização de seu solo urbano, reduzindo a infiltração natural e aumentando
o escoamento superficial, ocasionando transtornos em épocas de chuvas intensas. A impermeabilização
asfáltica tende a elevar a temperatura média da cidade. Lançamentos clandestinos de esgotos podem
contribuir para a poluição dos mananciais, fontes de abastecimento d´água.
Agricultura e Irrigação
O Estado do Piauí possuía, segundo o Censo Agropecuário de 1995, apenas 18.254 hectares
de área irrigada, tendo cerca de 836 mil hectares potencialmente irrigável, de um total de 11,7
milhões de hectares aptos para lavouras (Ministério da Agricultura, 1979). É muito pouco para a
imensa disponibilidade de solos propícios à irrigação e disponibilidade hídrica, tanto superficial
quanto subterrânea. Para exemplificar, conforme o Plano Estadual de Irrigação (COMDEPI, 1991) e
o Levantamento das Potencialidades da Região Norte do Estado do Piauí, têm-se para as bacias do
Baixo Parnaíba cerca de 159.800 hectares de solos considerados potencialmente irrigáveis. O Plano
Diretor da bacia dos rios Canindé/Piauí, para a irrigação de novas áreas na bacia, visando o
estabelecimento de metas, considerou como adequado levar em conta duas alternativas: i) considerando a
transposição de águas do rio São Francisco; ii) desconsiderando a referida transposição.
No primeiro caso, propõe-se a irrigação de 54.000 ha de terras, preferencialmente em áreas
contínuas inseridas em perímetros irrigados, sendo 34.000 ha na sub-bacia do rio Piauí e 20.000 ha
na sub-bacia do rio Canindé. Já no segundo caso, estariam destinados à irrigação 4.000 ha na sub-
bacia do Piauí, não se alterando os 20.000 ha na sub-bacia do Canindé, uma vez que se considerou
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menos viável transpor águas do rio São Francisco para esta última sub-bacia. O Plano sugere que os
perímetros irrigados devam ser abastecidos, preferencialmente, pelos mananciais superficiais.
Devido ao regime dos cursos d’água, o suprimento dos projetos seriam por meio de barramentos,
que acumulariam água no período das chuvas e sua liberação nos períodos de demanda.
Para a agricultura de sequeiro, faz-se necessário a implantação de um sistema de
monitoramento e acompanhamento dos períodos de secas meteorológicas e condições de umidade
dos solos. Nesse caso, poderiam ser empregados índices visando determinar a severidade e duração
desses períodos. Palmer (1965) apresentou um procedimento de balanço de água, que ficou depois
conhecido como Palmer Drought Severity Index (PDSI). O PDSI é calculado tendo como base os
dados de evapotranspiração, infiltração, escoamento superficial eventual etc. e expressa uma
medida para a diferença acumulada entre a precipitação normal e a precipitação necessária à
evapotranspiração. Diversos autores demonstraram, contudo, que o PDSI não era um bom indicador
das condições de umidade, particularmente, nos períodos secos. Uma outra desvantagem do PDSI é
que a regularização da vazão superficial não é considerada. Em um estudo nas regiões tropicais da
Índia, Bhalme & Mooley (1979, 1980) também evidenciaram esses mesmos problemas. Eles, então,
propuseram uma modificação do índice original, de modo a incorporar as condições climáticas
vigentes na Índia. Tal índice ficou conhecido por Bhalme & Mooley Drought Index (BMDI). A figura 7
mostra a aplicação desse índice para o Estado do Piauí. As retas delimitam as secas em “fraca”,
“moderada”, “extrema” e “catastrófica”.
0.0
Déficit de umidade mensal
-100.0
-200.0
acumulado
-300.0
-400.0
y = -73.689x - 110.54
2
-500.0 R = 0.9942
-600.0
0 1 2 3 4 5 6
meses
Figura 6 - Bhalme & Mooley Drought Index (BMDI) aplicado a 185 postos
pluviométricos do Estado do Piauí.
O mais importante reservatório da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba, para fins de produção
energética, é sem dúvida o Reservatório de Boa Esperança. Para a simulação da operação do
reservatório foi empregado o modelo de rede de fluxo AcquaNet, desenvolvido pelo LabSid, da
Universidade de São Paulo. O referido modelo foi desenvolvido a partir do MODSIM (Labadie,
1988), da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. O período simulado foi de 1931 a 1998.
Foram empregadas as vazões naturais afluentes ao reservatório de Boa Esperança para o
período de 1931 a 1998 (SIPOT, 2003). A vazão média mensal é de 445 m³/s.
450.0
400.0
350.0
300.0
250.0
m³/s
200.0
150.0
100.0
50.0
0.0
80 85 90 95 100
%
Figura 7 - Vazão regularizada pelo reservatório de Boa Esperança para diversos níveis de garantia.
CONCLUSÕES
Procurou-se com este artigo apresentar um diagnóstico sucinto dos principais aspectos do
meio ambiente e dos recursos hídricos do Estado do Piauí, além de propor algumas sugestões no
sentido de aprimoramento do modelo de gestão atualmente em voga.
Nota: As opiniões apresentadas neste artigo são de responsabilidade dos seus autores, podendo não
significar, postura ou atitude dos órgãos para a qual os mesmos trabalham.
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