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EXIBICIONISTA

O que fazes para dar nas vistas, Seja por fortuna ou maldio, Tem a efemeridade dos artistas Como as penas de um pavo. Nessa iluso que te guia H sombras e brilho vez H noites em claro dia Ningum o outrem fez. to breve cada momento Como a luz que agora refulge Pode ser algum pensamento Que nos diz que tempo urge. A pressa m conselheira E paga-se cara a ousadia Ainda que se haja maneira Que fazer da noite o dia. Eu quero estar onde brilha Um astro que ali permanece Para que continente ou ilha Seja hino, pranto ou prece. As horas que ali defronte Pararam como um romeiro So gelo que chora a fonte Em qualquer ms de Janeiro. Se ergues casa sobre a areia S mostras que s imprudente, Vem o vento ou qualquer cheia E arrastam-na na sua frente. Quisera ver-te mais sensato E a construir em pedra firme Mas sei como seria ingrato Este mal que sempre dura. Quem quer voar at ao cu Com asas de cera ou nada S encontra o que perdeu Disperso ao longo da estrada. Com gosto ou por imposio Fao o meu caminho a sorrir Sem saber se chego ou no Pois o que importa seguir. Vejo um caminho na frente De quem abre a sua estrada E a distncia mal se sente Se and-lo no custa nada.

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