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Educação Catarina Oliveira Alves/PÚBLICO (arquivo)

Professores querem fazer


história com maior
manifestação de sempre
08.03.2008 - 09h04 Graça Barbosa Ribeiro
Quando Luís Lobo, dirigente do Sindicato dos Professores
da Região Centro (SPRC), avisa que é necessário mandar
um SMS aos professores a lembrá-los de que devem vestir
roupa preta para a Marcha da Indignação, João Louceiro,
de 46 anos, endireita-se na cadeira, onde, vencido pelo
cansaço, se deixara escorregar. Pela primeira vez na
reunião de trabalho, sorri, anima-se: "Oh pá! Na
mensagem temos de escrever: "Vamos fazer História."
Tem de ser. Porque é verdade", diz.

A cena passou-se anteontem, numa das centenas de


reuniões preparatórias da manifestação dos professores. O
SMS seguiu ontem. E, se tudo tiver corrido como previsto,
hoje de manhã, de Norte a Sul do país, João Louceiro e A adesão dos professores surpreendeu todos
dezenas de outros sindicalistas terão estado na rua, de
megafone em punho, a encaminhar quase 40 mil pessoas
para 617 autocarros, rumo a Lisboa. Não seria preciso
mais para que esta fosse a maior manifestação de
professores de sempre. Mas ainda há os de Lisboa, os que
vão de comboio, os que preferem viajar de automóvel, os
que fizeram questão de não usar os meios de transporte
cedidos pelos sindicatos.

"É uma loucura de gente. Mais de 60 mil pessoas, talvez


quase 70 mil", calculava ontem Mário Nogueira, dirigente
da Federação Nacional de Professores (Fenprof). Estava a
ser cauteloso, não queria criar falsas expectativas, que
viessem a servir ao Governo para desvalorizar o protesto.

Há três dias, quando se começou a desenhar este cenário,


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José Ricardo Nunes, dirigente da Federação Nacional dos
Sindicatos da Educação (FNE), não disfarçava o
entusiasmo: "Em Outubro de 2006, a ministra da
Educação disse que éramos poucos. E desta vez? Ainda vai
dizer que isto é um movimento de sindicalistas? Ou vai
perceber que não tem condições para se manter no cargo
e que a mudança de política é inevitável?", provocava,
lembrando a reacção de Maria de Lurdes Rodrigues à
manifestação que juntou 25 mil professores, um recorde
que pode ser batido hoje. M
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Protestos por SMS di
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A adesão dos professores surpreendeu todos. Apesar de ul
ser um sindicalista mais que experiente, foi com assombro g
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que Mário Nogueira assistiu ao crescendo do protesto. De
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repente, também ele se tornava espectador - a federação a
que lidera convocou a marcha de hoje a 18 de Fevereiro, n
mas as primeiras manchetes dos jornais sobre o u
descontentamento e os argumentos dos professores foram al
originadas pelas chamadas manifestações espontâneas. d
e
Em vários pontos do país, dispensando a organização dos ac
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sindicatos, professores organizaram-se, lançaram e

responderam a apelos feitos através de SMS, saíram à rua ã
e inventaram palavras de ordem contra o Governo e a o
ministra da Educação. p
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Os sindicatos corresponderam. Agendaram protestos a
públicos - vários por dia, em diversos sítios do país, todos as
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