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Na modernidade, os mapas foram elaborados originalmente para facilitar e legitimar as
conquistas territoriais, definir o Estado como uma entidade espacial e construir
nacionalismos ps-coloniais. Os primeiros mapas de constituio dos Estados-nao
tiveram a ver com penetrao e orientao, identificao de rotas para o interior, definio
de pontos de referncia considerados crticos ao longo dos trajetos e colocao de smbolos
para sugerir a existncia de riquezas. Outra vertente da produo cartogrfica consistiu na
territorializao ou delimitao dos limites do Estado, assim como na definio de
propriedades em seu espao de soberania. Uma terceira tarefa do mapeamento foi a da
criao de jurisdies administrativas que facilitassem o controle centralizado sobre os
territrios nacionais e seus domnios. Um quarto tipo de mapa, de zoneamento, prescrevia
utilizaes para o territrio segundo normas pr-estabelecidas. Assim, cada tipo de mapa
teve uma funo especfica e cada um esteve associado a uma fase diferente no processo de
formao dos Estados, embora estas fases possam, eventualmente, ter-se imbricado umas
nas outras.
Com o surgimento de uma questo ambiental delineada no debate pblico no final dos anos
1960, implicaes espaciais concorreram para o que poderamos chamar de uma
ambientalizao da cartografia, que deu-se paralelamente ao processo de ambientalizao
dos prprios Estados nacionais
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. Foi a partir dos anos 1970 que observou-se, no Brasil, a
montagem de sistemas institucionais responsveis por dimenses ditas ambientais das
polticas governamentais. A questo ambiental foi sendo, assim, internalizada nos aparelhos
de Estado de modo a constituir instituies e prticas governamentais especializadas em
polticas de meio ambiente. Na dcada seguinte, configurou-se a estrutura institucional