O documento descreve os diferentes métodos para preparar medicamentos homeopáticos, incluindo dinamização, trituração e uso de tinturas. Existem várias escalas de diluição como centesimal, decimal e cinquenta-milesimal. Os métodos incluem dinamização manual, fluxo contínuo e preparação de altas potências usando diferentes técnicas. É importante especificar sempre o nome da substância, potência e método ao prescrever um medicamento homeopático.
O documento descreve os diferentes métodos para preparar medicamentos homeopáticos, incluindo dinamização, trituração e uso de tinturas. Existem várias escalas de diluição como centesimal, decimal e cinquenta-milesimal. Os métodos incluem dinamização manual, fluxo contínuo e preparação de altas potências usando diferentes técnicas. É importante especificar sempre o nome da substância, potência e método ao prescrever um medicamento homeopático.
O documento descreve os diferentes métodos para preparar medicamentos homeopáticos, incluindo dinamização, trituração e uso de tinturas. Existem várias escalas de diluição como centesimal, decimal e cinquenta-milesimal. Os métodos incluem dinamização manual, fluxo contínuo e preparação de altas potências usando diferentes técnicas. É importante especificar sempre o nome da substância, potência e método ao prescrever um medicamento homeopático.
Antes de mais nada, para compreendermos o que medicamento homeoptico e como so preparados, precisamos voltar na histria, ao tempo de Hahnemann. Ele no foi o - descobridor - da Homeopatia, mas podemos consider-lo seu - pai -, a figura que realmente sistematizou o mtodo de tratamento atravs da Lei da Semelhana.
Existem duas formas bsicas de curar um sofrimento: combatendo-o, ou seja, atravs da Lei dos Contrrios, e tambm atravs da Lei dos Semelhantes, quando procuramos que o organismo reaja, combatendo o mal que o aflige.
A idia de curar atravs da Lei da Semelhana j existia, era anterior a Hahnemann. Ele tornou-a possvel, estabelecendo um mtodo teraputico adequado para sua aplicao. Para isto, determinou uma tcnica de preparo de medicamentos especfica, propondo tambm sua forma de uso.
A idia era utilizar uma substncia que provocasse sintomas semelhantes aos observados no indivduo doente. Porm, se fosse usada uma grande quantidade desta substncia, o resultado seria tornar o indivduo, j doente, ainda mais doente, e com os mesmos sintomas. Portanto, Hahnemann pensou em usar a mesma substncia (Lei da Semelhana), porm em quantidade pequena, bem pequena mesmo.
Desta forma, ele comeou a diluir as substncias que tencionava utilizar. Todos ns temos porm a noo de que, se usarmos uma quantidade MUITO pequena, a ao da substncia deve diminuir, e talvez at desaparecer. Quando Hahnemann comeou a diminuir a quantidade, percebeu isto tambm. Observador atento, notou tambm que, AO AGITAR a soluo - talvez de forma intuitiva, talvez no incio apenas para bem homogeneiz-la - ela, em vez de perder sua fora, pelo contrrio, tornava-se mais potente, mais ativa. Apesar de conter cada vez menor quantidade da substncia inicial, a soluo parecia adquirir uma - fora -. A este processo conjunto, de diluio e agitao, Hahnemann deu o nome de dinamizao, lembrando - dynamo -, ou fora. Chamamos de potncia ao nmero de vezes que a substncia foi dinamizada. Quanto mais dinamizada, maior a potncia do medicamento. Do ponto de vista homeoptico, dizemos que, quanto mais dinamizado (e portanto mais diludo), mais potente o medicamento. Do ponto de vista clnico, tambm mais potente ele ser.
Os medicamentos homeopticos so (quase sempre) dinamizados, isto , a substncia original diluda e agitada. Para que isto ocorra, partindo de uma substncia com a qual preparemos um medicamento, temos que considerar se ela solvel ou no. Para afirmarmos se esta solubilidade ocorre, importante admitirmos quais solventes podem ser utilizados: os tradicionalmente usados so a gua, o lcool etlico e a glicerina. Quando a substncia no for solvel nestes solventes, precisaremos lanar mo de outra estratgia, que ser a triturao.
Na dinamizao, usamos uma soluo hidroalcolica para diluir (frequentemente lcool a 30%) e movimentos de - batida - contra um anteparo semi-rgido para agitao. Chamamos este processo de agitao de sucusso. Se uma substncia solvel em gua ou lcool etlico, puros ou combinados, ela ser dissolvida, na proporo de 1%, e agitada 100 vezes. Em seguida, nova diluio e 100 agitaes.
J o processo de triturao ser aplicado para substncias insolveis. Neste caso, usaremos a lactose para - diluir -. Para agitar, usaremos o movimento de triturar a substncia entre o pistilo de porcelana, contra as paredes do recipiente, um gral de porcelana. A triturao feita tambm na proporo de 1% da substncia ativa em lactose. Divide-se a lactose em 3 pores. Toma-se cada uma destas pores, coloca-se no gral de porcelana e tritura durante 6 minutos. Como a mistura da lactose com a substncia fica fortemente aderida nas paredes do gral, necessrio raspar, com uma esptula tambm de porcelana, as paredes do gral, fazendo com que a lactose possa ser novamente triturada, por mais 6 minutos, e novamente raspada. Adiciona-se o segundo tero da lactose, repete-se o procedimento. Adiciona-se o terceiro tero da lactose e repete-se, pela ltima vez. Assim, depois de 1 hora, obtemos a primeira triturao centesimal da substncia. Fazendo isto mais uma vez (mais uma hora) e ainda outra vez (uma terceira hora), chegamos terceira triturao centesimal da substncia, que pode ser solubilizada em soluo hidroalcolica. A dinamizao continuar ento conforme j descrito acima, atravs da diluio e da agitao.
Quando partimos de um vegetal ou animal, podemos tritur-lo, porm usualmente preparamos uma tintura, isto , uma extrao alcolica da substncia. Como esta tintura ser diluda e dar origem s dinamizaes (seus - filhotes -), ela chamada de tintura-me. A tintura-me feita colocando-se a substncia em contato com soluo alcolica de graduao adequada para que os princpios ativos da planta sejam retirados, passando para a soluo. o mesmo princpio das populares - garrafadas -. Chama-se - tintura - porque extrai tambm princpios ativos coloridos, formando um lquido colorido. As tinturas so usadas de forma pura, porm para Homeopatia, so diludas em solues hidroalcolicas e agitadas, isto , dinamizadas.
As diluies podem ser feitas em diferentes propores ou escalas. A mais comum na proporo de 1:100, tambm chamada escala centesimal. Para faz-la, usamos 1 parte da droga para 99 partes de soluo gua/lcool. a mais comum entre ns e foi preconizada por Hahnemann. O mdico alemo Hering, introduziu a escala decimal, preparada na proporo de 1:10, isto , 1 parte da substncia medicinal para 9 partes de soluo hidroalcolica.
Este mtodo chamado de hahnemanniano, tambm chamado de - frascos separados -. As agitaes podem ser feitas manualmente (atravs de movimentos ritmados do antebrao, de batida contra o anteparo) ou atravs de um equipamento chamado de - brao mecnico -, quando uma mquina tenta reproduzir o movimento do brao. uma tcnica simples, porm, demorada e trabalhosa. Os medicamentos assim produzidos so chamado de CH, porque foram diludos atravs da escala centesimal (por isto C) e mtodo hahnemanniano (H).
Quando se pergunta at que potncia uma substncia pode ser dinamizada atravs do mtodo hahnemanniano, a resposta ... depende. Depende do tempo disponvel, do nmero de funcionrios, da proposta de trabalho da farmcia. Alguns farmacuticos propem-se a dinamizar at a 30CH, outros chegam 200CH, outros sobem alguns medicamentos at a 1000CH ou mesmo seguem alm.
Para obter potncias superiores, existem outras possibilidades. H muitos anos, o russo Korsakov imaginou um mtodo mais prtico, menos trabalhoso para dinamizar. Props que se dilusse a substncia, sucussionasse e depois disso, vertesse o contedo do frasco aberto, deixando que escorra todo o contedo. Desta maneira, resta no frasco 1% da dinamizao anterior. Depois disso, novamente enchemos o frasco, sucussionamos e esvaziamos. Fazemos isto sucessivamente, at a potncia K desejada.
Existe ainda outro mtodo mecnico para preparo de altas potncias, que o fluxo contnuo. Trata-se de um equipamento mecnico, composto de uma cmara de vidro, onde ocorre a dinamizao. A colocada a dinamizao 30CH da substncia a ser dinamizada. Nesta cmara h entrada de gua (o diluente) de modo contnuo, e tambm um orifcio para sada da gua. Uma haste de vidro, com uma p na extremidade, gira em torno de si mesma, produzindo a agitao. Ligamos a agitao (isto , ligamos o motor) ao mesmo tempo que abrimos a entrada de gua. Desta maneira, a diluio e a agitao iniciam-se ao mesmo tempo. Diferente do processo hahnemanniano, agora a diluio contnua, e da o prprio nome do processo, fluxo contnuo.
A gua destilada vai diluir a substncia, que colocada j na potncia 30CH. O motor possue um eixo, que gira, provocando um movimento. Esta agitao, mais a entrada de gua, vo provocar uma dinamizao. Conhecendo a rotao do motor e o volume de gua que passa pelo sistema, podemos calcular o tempo necessrio para obter altas dinamizaes, de forma mecnica, mais fcil e rpido do que o sistema manual.
No final de sua vida, Hahnemann props ainda um mtodo diferente para preparo de medicamentos homeopticos: a cinquenta-milesimal (LM). Este mtodo tambm apresenta uma nova escala de diluio, que de no mnimo 1:50.000 a cada passagem. Iniciamos triturando sempre todas as substncias, durante 3 horas. Em seguida preparada uma soluo com 0,06g da 3 triturao e 500 gotas de uma soluo preparada com 400 gotas de gua e 100 gotas de lcool. Tiramos 1 gota desta soluo e adicionamos 100 gotas de lcool. Fazemos 100 fortes sucusses e com esta soluo (chamada LM1) vamos impregnar pequenos glbulos (microglbulos cuja uma centena pesam 0,06g). Para prosseguir, tomamos 1 desses microglbulos, dissolvemos com 1 gota de gua, adicionamos 100 gotas de lcool e novamente fazemos 100 fortes sucusses, obtendo a LM2. Continuamos desta maneira as potncias LM seguintes.
Para Hahnemann, este mtodo causaria menos agravaes nos pacientes, possibilitando uma cura rpida, suave e duradoura.
importante notar que uma dinamizao CH no igual a uma K e tampouco a uma FC ou a uma LM, e nem existe equivalncia entre elas. Apesar de atribuirmos o mesmo valor numrico, trata-se de mtodos diferentes, que produziro diferentes medicamentos. Ento, uma Belladonna 200CH diferente de uma Belladonna 200FC e tambm diferente de uma Belladonna 200K. Por isto, importante citarmos sempre um medicamento com seu nome completo, isto , o nome da substncia, sua potncia e o mtodo de obteno. Veja os exemplos abaixo:
Nux vomica 30CH dinamizado atravs de mtodo hahnemanniano, em escala centesimal, at a 30 potncia.
Lachesis 200K dinamizado atravs de mtodo korsakoviano, at a 200 potncia.
Graphites 1000FC dinamizado atravs de mtodo fluxo contnuo, at a milsima potncia.
Agora vamos falar de onde vem as substncias utilizadas para preparar medicamentos homeopticos. Nos exemplos acima temos a Nux vomica, que uma planta. Neste caso, importante utilizarmos a planta perfeitamente identificada, alm da parte correta, coletada na poca adequada do ano, do dia, da fase de crescimento da planta, tudo que for importante e estiver descrito na literatura farmacutica. Alis, sempre bom lembrar que esta descrio deve ser exatamente aquela da substncia utilizada na patogenesia, isto , quando os sintomas foram obtidos na experimentao da droga com indivduos saudveis.
Sabemos ento que vegetais podem originar medicamentos homeopticos. Alis, a maior parte deles provm mesmo do reino vegetal, cerca de 70%. Talvez por isto, frequentemente a Homeopatia confundida com chs e extratos vegetais. Na verdade, eles so parte da Fitoterapia, que a teraputica atravs dos vegetais. A Homeopatia utiliza vegetais, porm quase sempre transformados atravs da dinamizao. at possvel utilizar extratos e tinturas vegetais de acordo com a Lei da Semelhana, mas uma exceo na teraputica homeoptica.
Voltando aos exemplos anteriores, percebemos que os medicamentos homeopticos tambm podem ser obtidos a partir de animais, como secrees, venenos (Lachesis), animais inteiros (Coccus cacti - conferir) ou de suas partes (ver exemplo). Nos casos citados so utilizados animais saudveis, porm s vezes uma secreo patolgica que importa (Psorinum, por exemplo, preparado atravs da secreo da sarna).
Ainda fazemos medicamentos a partir de minerais, como o Ferro (Ferrum metallicum), o grafite (Graphites), cristais (Silica) ou Enxfre (Sulphur). Podemos fazer tinturas-me de vegetais e de animais, porm no dos minerais. Uma parte pode ser solubilizada (como Cloreto de Sdio, que chamamos de Natrum muriaticum), porm diversos minerais so insolveis, e para eles lanamos mo da triturao, j descrita acima.
Outro ponto a ser realado o nome que os homeopatas utilizam: Natrum muriaticum em vez de Cloreto de Sdio, por exemplo. que so os nomes latinos dos sais qumicos e dos minerais, assim como os nomes cientficos dos vegetais e dos animais. Algumas vezes estes nomes so modificados pelos especialistas, porm so mantidos tradicionalmente, e por isto o mais correto dizer que utilizamos nomes homeopticos, em vez de nomes cientficos.
Uma vez obtida a dinamizao desejada, feita a partir de determinada substncia, em dado mtodo, escala e potncia, agora necessrio adicion-la a um veculo adequado para ser administrado. Surgem ento as formas farmacuticas utilizadas para medicamentos homeopticos.
A mais comum so os glbulos, que so pequenas esferas brancas, feitas de sacarose. As farmcias homeopticas compram glbulos neutros, inertes, e colocam determinada % da dinamizao desejada sobre eles. Esta % depende da literatura seguida, e varia de 1 a 10%.
Em seguida, aparece a forma lquida, administrada em gotas ou em colheradas (doses repetidas) ou como dose nica. O veculo varia entre gua destilada (cuja validade pequena, de at 48 horas) at soluo hidroalcolica em variados teores, principalmente por volta de 30% para gotas.
Existem ainda prescries em comprimidos (feitos em mquinas de comprimir, normalmente pela ind, em pastilhas ou tabletes, em p (que pode ser acondicionado em papis ou em cpsulas).
Como voc puderam ter uma idia, a tcnica de preparo do medicamento homeoptico simples, ainda que exija pacincia, dedicao e perseverana. Em nosso pas os medicamentos so dinamizados em farmcias homeopticas, que contam com a presena do farmacutico homeopata. Este profissional, alm de atender aos clientes, prepara os medicamentos prescritos por clnicos homeopatas: mdicos, dentistas e veterinrios.
Tendo uma oportunidade, no deixe de conhecer uma farmcia homeoptica. Voc ver um estabelecimento farmacutico diferente de uma farmcia comum, dedicado ao atendimento da populao.