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COLECTÂNIA DE TRABALHOS
REALIZADOS NA DISCIPLINA DE PSICOLOGIA V
(CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM – UALG. ESSAF)
\cd 22-04-2005
Universidade do Algarve – ESSaFColectânea de Trabalhos
Disciplina de: Psicologia V – 3º Ano – 1º Semestre (Fevereiro/Abril) – 2004-2005
ÍNDICE
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Disciplina de: Psicologia V – 3º Ano – 1º Semestre (Fevereiro/Abril) – 2004-2005
Gravidez na Adolescência
Trabalho realizado por: Ana Barbosa; Nuno Barros; Paulo Duarte; Severine Guerreiro;
& Vera Tavares
II – INTRODUÇÃO
No âmbito da unidade curricular de Psicologia V, 3º ano, 1º Semestre, da Escola
Superior de Saúde de Faro, foi-nos proposta a realização deste trabalho, pela
professora Celeste Duque, sobre a gravidez na adolescência, por se inserir no conteúdo
programático da disciplina e como meio de avaliação da mesma.
II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
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Neste período o jovem vive diversas ambiguidades para consigo mesmo: o melhor e o
pior, a aptidão física e a falta de jeito, a vivacidade psíquica e o insucesso escolar, o
hedonismo e o desespero, a arrogância e a falta de confiança, sentimentos de
dependência e de independência, mas talvez a modificação da representação que tem
de si mesmo seja a principal situação.
Não existe, pois, um único tipo de adolescente. Os adolescentes sofrem, com alguma
facilidade, fisicamente, socialmente e emocionalmente, podendo também surgir
complexos de inferioridade. Os conflitos que vivem podem não surgir todos na mesma
altura.
Almeida (1987), ao citar Erikson, refere a noção de identidade, sendo esta um conjunto
de elementos pelos quais a pessoa se reconhece, sabe o que quer e age
maioritariamente com independência e de modo diferente de todos, e tem consciência
de si no espaço e no tempo, relacionando passado, presente com o futuro que se
pretende planear. Erikson desenvolveu uma teoria psicossocial de desenvolvimento,
em que a personalidade se iria desenvolvendo perante a sequência de crises ou
conflitos, a resolução destes baseava-se na possibilidade de avançar para outros
conflitos com maior ou menor maturidade.
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de si mesmo. Tentado camuflar a sua timidez, o jovem pode ser agressivo, insolente ou
provocador.
O mesmo autor defende a separação interna dos objectivos primitivos como sendo
essencial para atingir o estatuto de maturidade, permitindo aspectos pulsionais e
mudanças devidas à puberdade. Freud afirmava que o indivíduo teria de empenhar-se e
cumprir a tarefa de separação dos progenitores, sem a qual não deixaria de ser criança,
e não seria um elemento da comunidade social. Este processo da adolescência ocorre,
segundo Freud, no registo da realidade externa, contemporânea e contextual, que se
expressa como um conflito de gerações; e no registo da realidade interna em que há o
afastamento dos primeiros objectos de amor e a procura de outros objectos
heterossexuais extrafamiliares.
Cordeiro Dias (1979), citado por Fleming (1997), sublinha a importância do luto dos
objectos parentais e a posterior escolha de um ou outro objecto heterossexual, como
sendo dois organizadores do psiquismo do adolescente, em que só a realização do
primeiro permite que o segundo ocorra adequadamente.
Para Max Sugar (1968), citado por Fleming (1997), aborda o luto normal do
adolescente descrevendo-o em 3 fases:
• Separação-protesto, na adolescência inicial;
• Desorganização (tumulto, rebelião, etc), na adolescência média;
• Reorganização, numa etapa mais avançada da adolescência.
Outros autores, defendem que este luto adolescente, o abandono do passado, realiza-se
através de lutos parciais obrigatórios, como o luto pela fonte de segurança, o luto
renovado pelo objecto, luto pelo ideal do eu, etc, destes dependeria a capacidade egóica
de funcionar autonomamente dos pais, permitindo a escolha de objectos de amor fora
da família.
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Peter Bloss (1967), citado por Fleming (1997), a adolescência tem fases heterogéneas
relativamente a pulsões e a posições do ego. Nesta fase dá-se a perda das dependências
familiares, emocionais e afectivas, e há mudança das relações objectas em relação aos
pais, revelando-se como principal objectivo a autonomia. As mudanças no Self e nas
representações objectais são graduais e contínuas, contribuindo aspectos infantis e
actuais da relação “O trabalho de individuação do adolescente está relacionado com
ambos os aspectos infantis e contemporâneos” (Mahler, 1963; citado por
Fleming,1997).
Quanto a uma contribuição nesta área por parte de Erikson, defende que a procura de
identidade leva o adolescente a rejeitar os pais, tentado libertar-se de identificações
infantis e da autoridade parental; os pares, a escola e outras instituições têm aqui um
papel importante. A formação da identidade só é possível perante uma separação
interna e de distância física face aos pais, revelada por comportamentos autónomos,
em que o adolescente experimenta papeis e adquire capacidades e compromete-se com
uma ocupação ou ideologia. No entanto, é necessário que o adolescente viva um período
de questionamento e experimentação em vários contextos sociais, para que se possa
envolver em tais compromissos.
Dos estudos das interacções no seio familiar, Stierlin construiu dois modelos de
separação. O modelo centrípeto, em que eram favorecidos comportamentos
regressivos, tendo o adolescente sentimentos de culpa face à separação, incapacidade e
dependência. O modelo centrífugo, seria rejeitante, em que a realidade exterior seria
apresentada como fonte de gratificação e segurança, levando o adolescente a
estabelecer relações exteriores precocemente. Conforme a altura e forma de
manifestação, o modelo centrípeto poderia estar associado a patologias como a
esquizofrenia, e o modelo centrífugo a certas formas de sociopatias.
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Esta perspectiva será desenvolvida de outra forma mais à frente neste trabalho no
quando se falar do ciclo vital da família.
Tendo em conta uma perspectiva sócio-cognitiva, sabemos pela teoria dos estádios de
desenvolvimento cognitivo de Piaget que durante a adolescência os indivíduos
desenvolvem uma nova forma de pensamento e de raciocínio, e atingem o estádio das
operações formais, caracterizado por um pensamento abstracto, complexo e flexível;
dá-se uma mudança qualitativa do pensamento operacional-concreto para o
pensamento operacional-formal. No entanto, o nível de maturidade atingido não é
necessariamente idêntico em todas as áreas (a competência social do adolescente pode
ser inferior à competência académica, por exemplo).
Tal como já foi referido inicialmente, defendem que o desenvolvimento, com vista à
autonomia, deve ser encarado numa perspectiva de continuidade e não de ruptura. O
processo de formação da identidade, e consequentemente a autonomia, emerge no
contexto da redefinição mútua e progressiva da relação pais-adolescentes (Flemig,
1997, ao citar Grotevant & Cooper).
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Michael Bloom (1980) no seu estudo desenvolveu os seguintes tópicos, que julgou
importantes: a relação entre o processo de separação e os processo de perda e luto na
adolescência, tentando determinar a diferença na opção ou desejo de separação que se
verifica na adolescência; a importância do desenvolvimento cognitivo para a
identificação; o processo de separação nos pais, enquanto perda de uma parte da
identidade parental. No seu trabalho, descreve o processo de separação dos pais, em
estádios sequenciais: controlo de impulso para permanecer ligado; realização cognitiva
de uma separação, resposta afectiva à separação, identificação; atenuação da relação
pais-filho; nova identidade e novas relações com os pais. Aponta as variáveis que julga
afectar o processo: aptidão do adolescente para a independência; influências cognitivas
incluindo a permanência do objecto e os modos de adaptação assimilação-acomodação;
natureza da relação pais-filhos; experiências de separação do passado, dos pais e do
adolescente; influências culturais no processo de separação.
2. A FAMÍLIA E O ADOLESCENTE
A nossa família é um espaço privilegiado para aprendermos as bases da interacção,
como a linguagem, a comunicação ou a relações interpessoais. É também o espaço de
vivência de relações afectivas profundas, como a filiação, a fraternidade, o amor ou a
sexualidade - uma série de emoções que vão dando forma e sentido de quem somos e
sentimento de pertença aquela e não a outra família (Alarcão, 2000). Com efeito, tal
como afirmam Naldini e Saraceno (2003), é dentro das relações familiares, que os
próprios acontecimentos da vida de cada pessoa recebem o seu significado, integrando
depois a experiência individual.
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relações e emoções que não são passíveis de ser pensados com os instrumentos criados
para o estudo dos indivíduos isolados (…)”.
Quer os elementos de uma família, quer as relações entre eles que definem a sua
posição, modificam-se com o passar do tempo, de uma fase para outra do ciclo vital.
Nascimentos, mortes ou casamentos levam a uma contínua alteração no tipo de ligação
que ligam as pessoas numa família, enquanto o crescimento e o envelhecimento
mudam quer as competências quer a atribuição da autoridade e do poder (Naldini &
Saraceno, 2003).
Alarcão (2000), alerta no entanto, para a forma não-linear como este processo decorre.
A fronteira entre as diferentes etapas não é rígida, o que significa que as tarefas
desenvolvimentais de cada uma, não acabam no momento em que se inicia a seguinte.
Assim como vão sendo preparadas na fase anterior, ou o facto de existirem famílias
com grandes diferenças etárias entre irmãos faça com que a família viva,
simultaneamente, tarefas desenvolvimentais diferentes.
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Para Carter e McGoldrick (1989) a flexibilidade é a chave para o sucesso famíliar neste
estádio. Relvas (1996, p. 154), refere-se o termo flexibilidade familiar com uma
expressão muito clarificadora do que é necessário nesta fase do ciclo de vida em que
“(…) há necessidade ora de «apertar», ora de «afrouxar» esses limites”. A par da
flexibilidade também o diálogo e a comunicação estabelecem a diferença entre uma
família “bem estruturada” e uma família “patológica”.
Também de acordo com Carter e McGoldrick (1989) autonomia não significa o desligar
em termos emocionais com os pais, mas sim a gradual independência do adolescente
em termos psicológicos. No entanto, as decisões do adolescente, perspectivadas
segundo os adultos, são muitas vezes desvalorizadas, surgindo muitas vezes a
incerteza, tanto nos pais como nos adolescentes, sobre quando e como agir. Como
defende Relvas (1996), os pais desempenham um papel importante neste processo de
aquisição de autonomia, permitindo a expressão das suas opiniões, sem abdicarem das
suas próprias ideias e valores, e também encorajá-lo a que o faça e estimulá-lo a
considerar perspectivas diferentes para as mesmas situações.
Tal como afirma Lourenço (1998), não podemos pensar no conceito de ciclo vital sem o
ligarmos ao conceito de crise, vista aqui, como a necessidade de mudança que implica
grande stress na família, e que constitui o marcador do fim de uma etapa e o começo de
outra. Se existem crises que são esperadas, existem também as crises não normativas,
onde se encaixa a maior parte das gravidezes na adolescência, criando assim uma crise
dupla, já que acrescenta à fonte de stress habitual nas famílias com filhos adolescentes,
uma outra fonte de stress proveniente de um problema em particular (a gestação
precoce).
Fernandes (1995), citado por Lourenço (1998) afirma que a evolução de determinada
crise não depende apenas da natureza e intensidade do stress, mas sim da relação que
se estabelece entre a natureza e intensidade do stress e a vulnerabilidade da família. O
mesmo autor acrescenta que quanto mais baixo for o nível sócio-económico e cultural
de uma família, mais esta viverá as situações de stress e tal como afirma Lourenço
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3. SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA
Para se poder falar da gravidez na adolescência é preciso abordar primeiro o facto da
gravidez estar intimamente ligada a sexualidade (Vilar & Gaspar, 1999). De acordo
com Roque (2001) a sexualidade é vista desde o início do século XX como uma
realidade dinâmica que estaria ligada ao desenvolvimento da personalidade, a autora
referindo Johnson (1968) profere que há na sexualidade “aspectos repugnantes,
sombrios, misteriosos e subterrâneos, bem como aspectos fascinantes e até belos”
(Roque, 2001, p.31).
A autora supra citada refere o ser humano como um ser que sofre influências de todas
as suas dimensões. As suas capacidades e processos biológicos, intelectuais,
linguísticos e afectivos são considerados mediadores da identidade, papel, desejos,
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É nas relações de namoro que os jovens vão viver a sexualidade. Para Vilar e Gaspar
(1999) o erotismo e a sexualidade são os elementos básicos das relações de afecto
entre os adolescentes. Os jovens percepcionam a actividade sexual pré-matrimonial
como o que regula a relação com os pares, mesmo que venha a desafiar a moral que os
pais lhes incutiram. A prática sexual virou algo de normal no namoro dos adolescentes.
Segundo Bobak, Lowdermilk e Jensen (1999) os media tem vindo a influenciar os
adolescentes relativamente a sua sexualidade. Os autores prosseguem dizendo que
existem duas razões para o início da actividade sexual: o aumento do desejo sexual, e a
menarca precoce.
A sexualidade ainda é um tema tabu e que suscita vergonha, por isso muitas vezes as
famílias tendem a evitar a sua verbalização (Vilar & Gaspar, 1999). Temem que a
educação sexual e fornecimento de contraceptivos sejam uma forma de permitir e
encorajar a actividade sexual dos seus filhos (Bobak, Lowdermilk & Jensen, 1999).
Para os pais, falar de sexualidade seria como autorizar a sua pratica (Vilar & Gaspar,
1999). Estes evitam envolver-se na educação sexual dos filhos porque podem não
possuir os conhecimentos adequados, sentem-se pouco à vontade em relação ao tema
ou pelo facto dos próprios adolescentes sentirem-se pouco à vontade para falar com os
pais sobre esse assunto (Bobak, Lowdermilk & Jensen, 1999).
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grávidas” (Bobak, Lowdermilk & Jensen, 1999, p.758). Os rapazes têm dificuldade em
compreender o quanto o uso do preservativo é importante, pois segundo Bobak,
Lowdermilk e Jensen, (1999) são incapazes de entender a situação na perspectiva do
outro. Para as raparigas as relações sem protecção são entendidas como uma prova de
amor e de comprometimento. Gauderer (1996) demonstra que os adolescentes não
fazem uso adequado dos contraceptivos porque:
• Não acreditam que vão engravidar;
• Consideram-se num período seguro;
• Vêem os contraceptivos como incómodos ou de difícil obtenção;
• “Não vai acontecer comigo”;
• Acham os contraceptivos orais antinaturais e perigosos;
• Os rapazes acreditam que o preservativo diminui o prazer sexual;
• Podem ter um desejo inconsciente de engravidar ou de engravidar alguém, confirmando
a sua capacidade de reprodução;
• Tem medo que os pais descobrem os contraceptivos.
De acordo com Bobak, Lowdermilk e Jensen, (1999) deve haver uma educação dos
adolescentes relativamente aos métodos contraceptivos, e consciencializar os jovens
que os contraceptivos não só previnem uma gravidez indesejada, como protegem de
infecções sexualmente transmissíveis.
4. GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
A gravidez na adolescência é comum a todas as sociedades. Contudo, a “visão” que cada
sociedade tem sobre este assunto varia consoante a sua cultura, os seus costumes e as
suas crenças. A título de exemplo, Canavarro (2001) menciona a raça negra e a etnia
cigana como grupos onde a gravidez na adolescência é bem aceite e muito desejada.
Vilar e Gaspar (1999) e Canavarro (2001) mencionam que, actualmente, nas
sociedades ocidentais industrializadas, a gravidez na adolescência é vista como um
problema, uma vez que é um violar das regras do que é socialmente correcto. Desta
forma, é frequente o senso comum atribuir os epítetos de “leviana” e de “coitadinha”,
uma vez que a gravidez ocorre fora do casamento ou da união de facto, das dificuldades
económicas, sociais e afectivas consequentes da continuação da gravidez, e da
imaturidade psicológica que a adolescente apresenta.
Canavarro (2001) sublinha que Portugal apresenta valores bastante elevados de mães
adolescentes. De acordo com o INE, em 1999 ocupou o segundo lugar dos países da
união europeia com a mais elevada taxa de gravidez na adolescência.
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A autora prossegue referindo que dentro dos factores familiares, podem ser factores de
risco para a gravidez precoce, as famílias monoparentais, famílias numerosas,
disfuncionais, com problemas sócio-económicos, com ambiente familiar caracterizado
pelo stress, pressão e conflito, abuso físico, sexual e emocional, baixa qualidade da
relação entre pais e filhas, e filhas e irmãs de mães adolescentes.
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O autor acima citado menciona que as adolescentes grávidas podem tomar uma de
cinco opções: Continuar a gravidez, casar com o pai da criança e criar o filho em casa;
continuar a gravidez e criar a criança, com a ajuda de membros da família; continuar a
gravidez e dar a criança para adopção; continuar a gravidez e criar a criança,
permanecendo solteira e interromper a gravidez.
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A nível psicológico, a decisão de abortar é tomada sob pressão, ou para evitar a rejeição
social, sem que exista um verdadeiro convencimento, pelo que são frequentes os
sentimentos de tristeza, de perda e de culpabilidade. Pode surgir, inclusivamente
arrependimento depois do aborto (Roque et al., 2003).
Caso este facto venha a ser conhecido, pode ocorrer rejeição social e podem surgir
problemas legais pois, no nosso país, o aborto é proibido por Lei.
Na nossa cultura é frequente (apesar de cada vez menos), que a gravidez indesejada
implique um casamento mais ou menos “forçado”. Tal como a gravidez, estes
casamentos também não podem ser desejados, pois muitas vezes obedecem a pressões
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III – CONCLUSÃO
Sendo Portugal um dos países da União Europeia com maior taxa de gravidez entre
adolescentes, é importante que o prestador de cuidados valorize os aspectos
psicológicos associados a essa problemática.
Perante gravidez na adolescência surgem duas crises duplas. Uma a nível sistémico,
outra a nível individual, ambas provocadas pelo desenvolvimento da adolescente e pela
gravidez da adolescência.
IV – BIBLIOGRAFIA
Alarcão, M. (2000). (Des)Equílibrios Familiares. Coimbra: Quarteto Editora.
Almeida, J. M. R. (1987). Adolescência e maternidade. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian.
Bobak, I., Lowdermilk, D., & Jensen, M. (1999). Enfermagem na Maternidade (4ª.
Edição). Loures. Lusociência.
Canavarro, M. C. (2001). Psicologia da gravidez e da maternidade. Coimbra: Quarteto
Editora.
Carter, B. & Mcgoldrick, M. (1995). As Mudanças no Ciclo de Vida Familiar. Uma
estrutura para a terapia familiar (2ª Edição). Porto Alegre: Artes Médicas.
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ANEXO I
Consequências da gravidez na adolescência para a rapariga (in Roque et al., 2003, p. 23)
Curto prazo
Iniciais Decisão de Decisão de ter o Médio e longo prazo
abortar filho
Infecções,
Anemias,
hemorragias,
Orgânicas complicações no
perfurações
parto e pós-parto.
uterinas, morte.
Stress, Stress, depressão, Baixa auto-estima,
Tristeza, perda,
Psicológicas ansiedade e baixa auto-estima, sentimentos de
culpabilidade.
medo. suicídio. fracasso.
Fracasso matrimonial,
Rejeição social,
baixo rendimento e
casamentos
Sociais, Rejeição social insucesso escolar,
forçados,
económicas e caso o facto se penúria económica,
abandono escolar,
educativas torne conhecido. dificuldades de
insegurança social
emancipação,
e económica.
repetição da gravidez.
FIM
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Gravidez e Depressão
Trabalho realizado por: Ana Delgado; Ana Luís; Carla Teixeira; Daniella Lima; & Marta
Assunção
Os nosso profundos agradecimentos à Prof. Celeste
Duque, pela paciência e tempo disponibilizado na
realização deste trabalho, mas sobretudo, por não nos
fazer desistir…o nosso muito, muito obrigado.
I – INTRODUÇÃO
No âmbito da disciplina de Psicologia V, do 1º semestre do 3º ano, do curso de
Licenciatura de Enfermagem, da Escola Superior de Saúde de Faro, foram propostos
diversos temas pela Dra. Celeste Duque e optámos por realizar este trabalho, que
aborda a temática Gravidez e depressão.
Para tal começámos por referir que a gestação é um período de permanentes e intensas
mudanças biopsicossociais e comportamentais, ou seja, mudanças na imagem corporal,
segregação de hormonas, mudanças culturais, mudanças na identidade e mudanças no
corpo e nos papéis sociais. Este fenómeno pode ser “suave ou violento, fonte de
confiança ou assustador, feliz ou triste, mas é seguramente mudança” (Colman &
Colman, 1994). Assim, um período de tão grandes transformações é considerado uma
“crise” e se esta não for superada, poderá tornar-se patológica, podendo dar origem a
uma depressão.
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não é que um fenómeno episódico. Segundo a mesmo autora, a mãe culpa-se por “ser
má mãe”, sendo invadida por um sentimento de incapacidade de cuidar do recém-
nascido, pela tristeza e pelo desinteresse (quer pela criança, quer pelo mundo, em
geral). Tudo isto pode, em casos mais graves, conduzir a uma rejeição da criança por
parte da mãe ou mesmo à negação da filiação.
A depressão pós-parto apresenta certos sinais e sintomas, tais como, gritos, choro,
culpa, insuficiência, perda de interesse nas actividades habituais, incapacidade de criar
ligações afectivas, entre outros.
O enfermeiro tem um papel fundamental no apoio à mulher grávida, tanto nos cuidados
pré-natais, obstétricos e pós-natais. Assim, ao longo deste trabalho iremos referir quais
as suas intervenções.
II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
1. A gravidez
A gravidez é o período que se situa entre a concepção até ao nascimento completo dos
produtos desta. A duração usual da gravidez de 280 dias, 9 meses ou 10 luas. (Bobak,
Lowdermilk & Jensen, 1999).
Sendo assim, e de acordo com Bobak, Lowdermilk e Jensen (1999), a gravidez é uma
crise de maturação que pode transmitir angústia, mas que também pode ser vivida
como uma fonte de realização. Á medida que a gestante se vai preparando para um
novo nível de cuidados e responsabilidade, o auto-conceito da mulher deverá alterar-se
de forma a permitir que se prepare para o seu novo papel de mãe. Ao longo da gravidez,
ela poderá deixar de se considerar auto-suficiente e independente, para se sentir com
uma obrigação, para com outro ser, que durará toda a vida. Este crescimento implica o
domínio de algumas fases de desenvolvimento:
• Aceitação da gravidez;
• Identificação do papel de mãe;
• Reorganização da relação entre ela e a mãe;
• Reorganização da relação entre ela e o companheiro;
• Estabelecimento de uma relação com a criança que ainda não nasceu;
• Preparação para a experiência do parto (Rubin, 1976; Lederman, 1984; Stainton, 1985;
cit. por Bobak, Lowdermilk, & Jensen, 1999).
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Sabendo nós que cada pessoa é um ser único, então cada gestante reage de forma única
ao “encadeamento perfeito dos acontecimentos fisiológicos”, psicológicos e sociais da
gravidez. Assim como, cada mulher pode reagir de maneira diferente de gestação para
gestação (Colman & Colman, 1994).
O parto é também encarado como um momento crítico que marca o início de uma série
de mudanças significativas. Pode parecer uma viagem ao desconhecido, uma viagem
cujo fim é simultaneamente incerto e irrevogável.
Após o nascimento do bebé segue-se o puerpério, que é definido como “período de tempo
que se segue ao terceiro estádio do trabalho de parto e dura até que se realize a
involução uterina total, habituamente 3 a 6 semanas” (Bobak, Lowdermilk & Jensen,
1999). É um período bastante vulnerável à ocorrência de crises. O primeiro dia após o
parto é carregado de emoções intensas e variadas. A puérpera sente-se geralmente
debilitada e confusa. A labilidade emocional é o padrão mais característico da primeira
semana pós-parto, onde surge o medo da responsabilidade de ser mãe e o medo de não
ter capacidade de cuidar daquele ser que requer tantos cuidados. A euforia e a
depressão alternam-se rapidamente, podendo a depressão atingir grande intensidade.
A intensificação ou a permanência dos sintomas depressivos algumas semanas pós-
parto devem ser vistas com maior cuidado (site Portal de Ginecologia Brasil).
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1.2. Depressão
A tristeza é um sentimento que todos nós experimentamos várias vezes ao longo da
vida em resposta a situações de perda, desapontamento, fracasso e outras
adversidades com que somos periodicamente confrontados.
Mas quando é que podemos afirmar que sofremos de facto de uma depressão e não
estamos simplesmente tristes?
Widlocher (2001) refere que a síndrome depressiva se caracteriza por dois traços
fundamentais: a tristeza e a lentificação psicomotora. Assim, todas as descrições da
depressão vão enunciar um conjunto de traços gerais que correspondem a estas duas
características, e adicionar outros sinais que lhe estão geralmente associados. A
tristeza impregna todo o mundo subjectivo do doente: remorsos e nostalgia em relação
ao passado, desinteresse face a um presente baço e vazio, no qual se sente enredado,
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Encontram-se com grande frequência outros sintomas, mas sem o mesmo carácter de
constância e sem a mesma coerência lógica que os precedentes. Trata-se de
perturbações do sono (insónias), de anomalias do comportamento alimentar (anorexia
acompanhada de emagrecimento, mas às vezes bulimia com aumento de peso),
manifestações fisicas da angústia (aperto cervical ou torácico, vertigens), alterações do
ritmo cardíaco, descida da pressão arterial, perturbações digestivas, etc. (Widlocher,
2001)
Vida urbana
Desemprego
Tal como o anterior, é um forte factor desencadeante e agravante mas não cria por si só
a depressão.
Doença fisica
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c) Adolescência
Durante muitos anos acreditou-se que os adolescentes, assim como as crianças, não
eram afectadas pela depressão. Actualmente sabemos que os adolescentes são tão
susceptíveis à depressão quanto os adultos, devendo ser encarada seriamente em todas
as faixas etárias.
O álcool e algumas drogas podem piorar a depressão. Não é bom que os deprimidos
usem essas substâncias, mesmo que pareçam ajudar momentaneamente (site
PsiqWeb).
Segundo a nossa experiência em estágios, são as mulheres, as que mais recorrem aos
serviços de saúde. Estas demonstram-se mais preocupadas com a sua saúde do que os
homens, o que poderá explicar o elevado índice das mulheres em estado depressivo em
relação ao dos homens. Daí talvez os índices de depressão serem mais facilmente
identificáveis nas mulheres que nos homens. Para além disso, as mulheres são sujeitas
a muitas pressões sociais pois desempenham um papel importante no cuidado e
educação dos filhos e tarefas domésticas, sendo ainda confrontadas com uma vida
profissional extremamente exigente e competitiva.
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Embora antes do parto a mulher tenha um período, por assim dizer, de adaptação à sua
nova condição e às mudanças que terá de enfrentar, muitas mulheres não estão
preparadas para assumir este novo papel repleto de responsabilidades pessoais e
sociais. Em torno da gravidez, quer a puérpera, quer as pessoas mais próximas criam
muitas expectativas, o que pode conduzir a que a primeira reacção da mãe face ao
recém-nascido possa não ser positiva (embora o seja na maioria dos casos)
(www.brazcubas.br).
Neste contexto, parece-nos relevante referir o processo de luto que está muitas vezes
implícito após o nascimento do recém-nascido; no caso, por exemplo, de mães que
durante a gravidez idealizaram um bebé (de olhos claros, loiro, branco e sorridente) e
se deparam com um completamente diferente (enrugado, vermelho, de olhos fechados
e chorão). Assim, o processo de luto é pessoal e implica a adaptação à perda de um
objecto (no caso supracitado, o bebé idealizado), esta experiência é profunda e
dolorosa, envolvendo, por um lado, sofrimento e por outro, a capacidade de encontrar
alternativas.
O luto é necessário e normal para que seja possível conseguir lidar com as perdas e
ausências que vão surgindo ao longo da vida. Segundo Weiner (1984) no processo de
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luto ocorrem três fases: fase de choque e negação, fase de desespero e expressão da dor
e por último fase de resolução e reorganização (cit por Duque, 2005).
A mesma autora cita Elizabeth Wurtezel (que passou em tempos por uma depressão)
que define a depressão como “uma zona totalmente diferente, porque envolve uma
ausência completa: ausência de sentimento, ausência de resposta, ausência de
interesse” acrescenta ainda que “a dor que se sente no decorrer de uma grande
depressão clínica é uma tentativa, por parte da natureza, para preencher um espaço
vazio”, referindo ainda que numa grande depressão, a pessoa não consegue explicar o
que a levou àquela situação (Feinenmann, 1997, p. 16).
Moura (1991) afirma que este tipo de depressão se manifesta durante os primeiros dez
dias após o parto, defendendo que, quando tratada adequadamente, mais não é que um
fenómeno episódico. Segundo o mesmo autor, a mãe culpa-se por “ser má mãe”, sendo
invadida por um sentimento de incapacidade de cuidar do recém-nascido, pela tristeza
e pelo desinteresse (quer pela criança, quer pelo mundo, em geral). Além desta
hipótese, existem inúmeras hipóteses para a mulher entrar em depressão pós-parto,
outra remete para as transformações radicais de imagem corporal; para deixar de ter o
bebé como uma parte que a integra, deixar de ser sentido como “meu” e a não-aceitação
da separação-individuação deste novo ser, o “expelir” (parir) o bebé, pode ser sentido
como uma profunda perda de contacto-afecto. Associados à depressão pós-parto
existem sempre um profundo sentimento de perda, incapacidade de elaborar o luto,
sentimentos de insegurança (medo de falhar ou não ser capaz de ser “uma boa mãe”),
baixa de auto-estima, humores depressivos (grande pessimismo, apatia);
manifestações orgânicas diversas estão igualmente presentes, nomeadamente,
alterações dos níveis hormonais, decréscimo de serotonina, cefaleias/ enxaqueca,
insónias ou sonolência exagerada, perda de apetite, perda de motivação de viver,
decréscimo da libido, choro (sem causa aparente) frequente; experiência ainda uma
forte necessidade de se isolar.
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casos mais graves, conduzir a uma rejeição da criança (por parte da mãe) ou mesmo à
negação da filiação (Moura, 1991)
Modelo médico associa o desequilíbrio hormonal sentido pela mulher após o parto a
desequilíbrios hormonais.
Exemplo deste tipo de sintomas é quando a mulher ao ouvir uma notícia de uma
catástrofe, olhar para o seu filho e pensar “como pude trazer-te para este mundo
terrível?” (Feinenmann, 1997).
Exemplo disto é uma mulher que, sendo uma professora competente se achava
inadequada como mãe; comparava-se muitas vezes com mulheres que conseguiam
limpar a casa, fazer o jantar para o marido, enquanto o seu bebé dormia; ao passo que
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ela, muito chorosa, para além de não conseguir acalmar o bebé, tinha a casa
desarrumada e o jantar por fazer (Feinenmann, 1997).
2.5.1.5. Cólera
A mulher acredita que antipatiza agressivamente com o seu recém-nascido
(Feinenmann, 1997). Aquando do parto são reavivados os conflitos com os pais ou
irmãos, e a criança pode vir a ser encarada como um inimigo (ou mais um inimigo).
A autora, acima referenciada, descreve o exemplo de uma mãe que fica, simplesmente,
satisfeita por ser necessário ser internada por hemorragias, pois no hospital não
estava o seu bebé; mesmo após o regresso do hospital, não conseguia cuidar da criança
e imaginava que a sua vida se tinha alterado, estando agora condenada à mudança de
fraldas e amamentação nocturna, acreditando mesmo que a vinda desta criança tinha
vindo estragar tudo.
2.5.1.6. Ansiedade
Na base deste sintoma está a falta de confiança que a mãe sente para cuidar do seu
bebé, assim qualquer alteração (como o aumento de peso insuficiente) é motivo para
pânico, sendo a mulher alvo de sentimentos de pavor, tremuras, dificuldade em
respirar e palpitações (Feinenmann, 1997).
A propósito deste sintoma, esta autora, apresenta o exemplo de uma mãe que, ao
verificar que o seu bebé tinha perdido quase um quilo, começou a ter medo de
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2.5.1.7. Irritabilidade
Segundo o exemplo apresentado por Feinenmann (1997), o estado emocional diário da
mulher é de um tipo de histeria constante e este sentimento leva a que a mulher agrida
(com insultos) o companheiro. A descontracção deste irrita profundamente a mulher
que está permanente-mente preocupada.
2.5.1.8. Esgotamento
Neste tipo de sintoma, embora se verifique a vontade da mãe em cuidar do recém-
nascido, esta sente-se como que incapacitada de o fazer; Jennifer, citada por
Feinenmenn (1997, p. 39) descreveu-o da seguinte forma: “como se os meus pés
estivessem presos em melaço”.
A titulo de exemplo Feinenmann (1997), refere o caso de uma mulher que ao chegar o
momento de regressar ao trabalho (há época, 3 meses após o parto) se sentir incapaz
de decidir uma série de coisas, nomeadamente, o que vestir ou quando alimentar o
recém-nascido.
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Um dos exemplos referidos por Feinenmann (1997) vai de encontro ao referido, uma
vez que a mulher refere que “até os trabalhos mais simples exigiam a maior
concentração e força de vontade”.
Actualmente casar não implica ter filhos e, estes surgem muitas vezes fora do
matrimónio, verificando-se também um aumento do número de progenitores solteiros;
O primeiro filho surge nos dias de hoje, numa idade mais tardia;
As mulheres trabalham até mais tarde na gravidez e após o parto, voltam ao trabalho
precocemente.
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este tipo de parto têm um sentimento de insuficiência, que por norma é esquecido
poucos dias após o parto. Mesmo assim, existem casos em que a mulher pode ser
invadida por uma sensação de perda de liberdade ou de controlo e insucesso podendo
chegar à depressão a longo prazo. Intrínseco a este tipo de sentimentos está a sensação
base de não ter tido um papel activo no nascimento do filho (que pode ser agravado por
recriminações de pessoas próximas).
Para além disto, também a dor física e o desconforto podem ser causa de stresse pós-
traumático após o parto, que pode dar origem a determinadas perturbações (como o
receio de ter relações sexuais, um outro parto ou mesmo gravidez) (Feinenmann,
1997).
Existem autores que corroboram a teoria de que as alterações hormonais são um dos
principais factores na causa da depressão pós-parto, apoiando-se no facto de centenas
de mulheres se “curarem” com a administração de supositórios de progesterona. Em
contrapartida, Moura (1991) refere que apesar da variação das taxas hormonais, estas
alterações biológicas não são suficientes para esclarecer aspectos psicológicos,
afectivos e mentais, fundamentando-se que a mulher tem uma “bagagem” anterior que
irá influenciar o seu estado psicológico.
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considerado por Feinenmann (1997) o mais adequado (porque se trata apenas de uma
situação de hipotiroidismo).
2.5.3.1.Factores Psicológicos
Poderão ter grandes expectativas irrealistas de maternidade ou, por terem esperado
tanto tempo por um bebé, sentir uma maior pressão para que tudo corra bem;
São mais capazes de terem desenvolvido sentimentos difíceis, tais como depressão,
conforme foram amadurecendo.
c) Manter o controlo
As aulas pré-natais têm, na perspectiva de Feinenmann (1997), como preocupação
primordial ajudar as mães a manterem o controlo durante o parto e a maternidade
inicial. Contudo, a mesma autora afirma que tentar manter o controlo de
acontecimentos pode conduzir à falta de satisfação e depressão. Por outro lado, as
mulheres que são encorajadas para falar sobre aquilo que sentem, como por exemplo,
admitir que não conseguiram manter o controlo durante o parto ou que acham difícil
aceitar a sua condição de mães, são menos susceptíveis de ficar deprimidas.
d) A depressão “herdada”
A maior parte das mulheres que desenvolvem depressão pós-parto não têm qualquer
historial de problemas psicológicos. No entanto, Feinenmann (1997) afirma que se
uma mulher tinha tendência para ficar deprimida ou ansiosa antes de ter engravidado,
é mais vulnerável à depressão quando tiver o bebé.
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2.5.4. RELACIONAMENTOS
Deficientes – parir um bebé com alguma incapacidade ou deficiência pode ser chocante
para os pais, principalmente se não tiverem apoio psicológico.
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O modo como a mãe vivenciou a sua infância é muito importante, apesar de ter uma
tendência para não agir com o seu filho, do mesmo modo que a sua mãe agiu consigo,
pode acontecer que a nova mãe tenha tendência a ter comportamentos em tudo
semelhantes aos que a sua mãe teve consigo (Feinenmann, 1997).
Isso poderá estar relacionado com a natureza deste estado de saúde, a depressão pós-
parto, pois à partida não é uma doença, contudo poderá vir a ser (Feinenmann, 1997).
A mulher após o parto, está mais susceptível de sofrer uma depressão, isto se,
considerar como perigosas e erradas as reacções normais às inevitáveis mudanças que
irão ocorrer na sua vida com o nascimento do seu filho, principalmente se for levada a
reprimi-las ou a ignora-las (Feinenmann, 1997).
Esta autora considera que infelizmente, não se tem dado o devido tempo e espaço à
expressão das ansiedades por parte das utentes, visto que os profissionais de saúde
foram “treinados” para tranquilizar os seus utentes e não incentivá-los a falar das suas
preocupações e problemas.
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Alguns psiquiatras referem que as mulheres que enfrentam os seus medos antes do
nascimento e, que sobretudo falam acerca dos mesmos, aceitando-os como válidos,
conseguem posteriormente lidar melhor com as diferentes situações (Feinenmann,
1997).
Dilys Dawn (cit por Feinenmann, 1997) refere que os técnicos de saúde costumavam
reprimir a expressão de sentimentos negativos, por não quererem enfrentar os seus
próprios medos e ansiedades acerca do parto.
Stafanelli (1993; op. cit Silva, 1997) considera que a comunicação não é apenas um dos
instrumentos da enfermagem, mas sim a capacidade interpessoal a ser adquirida pelo
enfermeiro, independentemente da sua área de actuação. Esta competência permite-
lhe ver e perceber o outro como pessoa, comunicando com ele e ajudando-o a manter-se
saudável em todas as suas dimensões.
O processo de comunicação deverá permitir à gestante uma total liberdade para falar
acerca daquilo que experiencia, do que sente e do que pensa a seu respeito e do seu
mundo. Para tal, será necessário que o enfermeiro e os outros membros da equipa de
enfermagem, criem um ambiente que favoreça o estabelecimento de sentimentos de
confiança, empatia, envolvimento emocional e respeito mútuo, tendo em conta que a
pessoa cuidada e o cuidador, são seres humanos em interacção que utilizam a
comunicação não verbal e verbal a todo o momento, até mesmo quando executa os
procedimentos técnicos (Silva, 1997).
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Para Goldberg (cit. por Feinenmann, 1997), muitas pessoas recuperariam de uma
depressão só por terem uma consulta com um psiquiatra, depois de ser realizada uma
entrevista inicial de avaliação. Ter a aceitação dos seus sentimentos depressivos, como
válidos, através de um diagnóstico de depressão clínica, faz a pessoa deprimida sentir-
se melhor, visto ter partilhado o seu sofrimento com outra pessoa, sendo o que ela
necessitava fazer.
Primeiramente, deverá avaliar a maturidade da mãe, caso seja uma mãe jovem, assim
como do seu comportamento, relativamente à criança que nasceu (rejeição ou
protecção), obtendo as suas respostas através da observação da interacção da mãe com
o bebé. Para tal, deverá fazer o possível para estar perto da mãe quando a sua
actividade, para com o bebé, é mais intensa, como na altura da amamentação e do
banho. O enfermeiro deve ajudar a mãe a conseguir intimidade nas suas relações com o
seu filho, responder às suas solicitações e na fase de consolidar a maternidade, a
acariciar o bebé (Ward, 1990).
É também importante, nos cuidados à mulher que sofre de depressão pós-parto, que o
enfermeiro tenha em atenção as repercussões que esta doença tem nos restantes
membros da família. Se a mãe não se sente bem, é incapaz de se adaptar a si própria ou
à criança, isola-se ou está tão cansada que a família é, inevitavelmente, afectada
(Bobak, Lowdermilk, & Jensen, 1999).
Para tal, o enfermeiro deve estar alerta e preparada para promover o vínculo entre
mãe e filho, indicar à família fontes de suporte e aconselhamento, e ajudar a família na
priorização e realização das funções familiares necessárias (Martell, 1990).
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2.7. Tratamento
Tal como refere Feinemeram (1997), admitir que está deprimido e necessita ajuda é
sempre complicado para a mulher, em primeiro lugar, porque julga que a chegada do
bebé faz, inevitavelmente, com que se sinta assim, aceitando o seu estado como um
modo de vida, ou por pensar que ao admitir que não está bem os outros a julgarão como
má mãe.
O mesmo autor refere que há sintomas específicos que podem indicar que a mulher está
a enfrentar uma depressão: sentir que algo está mal consigo mesma, receio de fazer
mal ao bebé, insónia, anorexia, desleixo pelos cuidados de higiene quer a si própria
quer ai bebé, sentir-se desligada da realidade, ataques de pânico ou sintomas de
ansiedade que interferem com as actividades do dia a dia, choro frequente e fadiga.
Fala-nos Batista (2005) que este quadro de depressão não é muitas vezes detectado
pela própria doente, mas sim pela família, a quem cabe levar o doente ao médico, que
posteriormente encaminhará para um tratamento.
Parece consensual entre Feinemeram (1997) e Batista (2005) que as terapias mais
frequentemente usadas são a psicoterapia e a farmacoterapia, nas suas diversas
variantes. No entanto, são também referidos outros métodos.
2.7.1. PSICOTERAPIAS
Regra geral, é comum a todas as psicoterapias trabalhar a dimensão da comunicação,
de facto, muitos dos conflitos intra e inter pessoais derivam de uma deficiente, ou
mesmo incapacidade, de comunicar. São igualmente trabalhadas dimensões como auto-
estima e auto-conceito, fragilidades do Eu, insegurança, fobias, medos, e receios. Os
sujeitos são levados a lidar melhor com as situações desencadeadoras de stress e
ansiedade, nomeadamente através de estratégias de coping e meditação (Duque,
2005).
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Uma particularidade que a diferencia das restantes psicoterapias remete para o facto
de a consulta não ser feita em situação de face-a-face. A Análise decorre com o
“paciente” que se encontra alongado num divã voltado de costas para o psicanalista
sentado em frente, mas de costas voltadas para o paciente (esta posição visa o baixar
das defesas por parte do “analisado paciente” e a verbalização dos pensamentos mais
“indecorosos”, bizarros, estranhos) O paciente está alongado á frente do psicanalista,
que está sentado à sua cabeceira, mas fora do seu ângulo de visão. (Duque, 2005).
Neste último processo terapêutico, são marcadas várias sessões com a família de forma
a detectar problemas e desenvolver aspectos positivos. Envolve-se a família neste
processo de forma a prevenir e detectar eventuais recaídas (Duque, 2005).
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2.8. Farmacoterapia
É outra das formas mais usuais e tratar a depressão, podendo muitas vezes ser usada
em conjunto com a psicoterapia. Consiste na administração de medicamentos de
determinados grupos farmacológicos, com vista a actuar de diversas formas, segundo o
medicamento, com o objectivo comum de tratar a depressão.
2.8.2.Antidepressivos
Os antidepressivos, como diz Feinemeram (1997, p167), “são considerados, na melhor
das hipóteses, como pacificadores temporários e, na pior das hipóteses, como uma
espécie de controlo da mente, suprimindo-nos o sentimento de dor existente e
impedindo-nos de reagir aos problemas da nossa vida.”
2.8.2.1. Tricíclicos
Formados por uma cadeia de três átomos de carbono, foram inicialmente sintetizados a
partir da cloropromazina, um antipsicótico. Tem o seu mecanismo de acção ao nível da
receptação da seratonina e da noradrenalina, fazendo com que aumente a sua
concentração na fenda sináptica. No entanto, devido a sua composição, actuam
também noutros receptores, provocando efeitos indesejáveis como: xerostomia,
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obstipação, disúria, hipotensão, sedação excessiva e aumento de peso. Foi, aliás, devido
a este último efeito secundário que se mitíficou o facto de que todos os doentes
medicado com antidepressivo tornavam-se obesos. (Infarmed, 2003)
Estes medicamentos têm uma acção intensa nos mecanismos que regulam a tensão
arterial, tendo um efeito hipertensor acentuado, sendo por isso, pouco recomendados.
(Infarmed, 2003)
No entanto, no que refere à mulher grávida, estes devem ser administrado segundo um
controlo médico extremamente rigoroso, uma vez que estudos mostram que este tipo
de medicamentos desenvolve um sindroma de abstinência muito acentuado nos recém-
nascido e bebés, manifestado por convulsões, irritabilidade, choro anormal e tremores,
tendo sido verificado, no ano de 2003 no Brasil, 93 casos de convulsões neonatais e
síndrome de abstinência associados ao uso de ISRS. (url: www.bbcbrasil.com)
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3. Conclusão
Com a realização deste trabalho podemos dizer que conseguimos atingir o nosso
objectivo principal, pois conseguimos alargar os nossos conhecimentos e sedimentar
outros acerca da temática por nós abordada: “a gravidez e a depressão”.
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da tristeza e, ao contrário desta, não é auto limitada e não melhora sem o auxílio dos
profissionais. Os factores agravantes e desencadeante do desenvolvimento da
depressão: vida urbana, desemprego, doença física, alteração afectiva prévia e outras
doenças emocionais, histórico familiar de depressão, adolescência, eventos stressantes
ou perdas, medicamentos, drogas ou álcool.
Foi possível verificar que a maioria dos casos de depressão durante a gravidez ou no
pós-parto, é associada muitas vezes à ausência de apoio social, a más condições sociais
e também a conflitos familiares após o nascimento. Isto pode ser resultado da alteração
da capacidade da mulher em encarar os problemas do dia-a-dia, resultante do que ela
sofre durante a gravidez. Concluímos ainda que os sintomas mais comuns na depressão
pós-parto são: problemas a nível da percepção, da audição, da visão, do cheiro, do tacto,
problemas de fala (aliás, a verbalização pode ser monocórdica e lentificada),
perturbações em termos de memória, sudorese, boca seca, deterioração da relação do
casal/familiar.
4. Bibliografia
Baptista, I. B. (2005). Depressão pós-parto. In Pais e filhos, 170, Março, p. 25. Lisboa.
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Bobak, I., M., Lowdermilk, D. L., & Jensen, M. D. (1999). Enfermagem na Maternidade
(4ª edição) (pp. 115-120; 697). Loures: Lusodidacta.
Moura, C. (1991). Depressão pós-parto. In Pais e filhos, 2, Março, pp. 60-63. Lisboa.
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